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UNIVERSIDADE PAULISTA PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR COLNIZA-MT 2020 HOSPITAL PADRE ANDRE MAGGI EPIDEMIOLOGIA COMO VISÃO ESTRATÉGICA MARLUSA BRUM RA: 1875279 UNIVERSIDADE PAULISTA PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO HOSPITALAR COLNIZA-MT 2020 HOSPITAL PADRE ANDRE MAGGI EPIDEMIOLOGIA COMO VISÃO ESTRATÉGICA MARLUSA BRUM RA: 1875279 Projeto de Pesquisa apresentado à UNIP INTERATIVA – Universidade Paulista de Educação a Distância, Área da Saúde, como parte dos requisitos para obtenção do título de Gestor Hospitalar. “Educar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção.” Paulo Freire SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 6 2 INTEGRAÇÃO NA POLÍTICA .............................................................................. 6 2.1 A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NA SOCIEDADE GLOBALIZADA .................. 8 2.2 O EMPOBRECIMENTO NA NOVA GLOBALIZAÇÃO ................................. 13 2.3 DESAFIOS À PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NA GLOBALIZAÇÃO ................ 14 2.4 BIO ESTATÍSTICA ....................................................................................... 18 2.5 CALCULANDO A MÉDIA ............................................................................. 20 2.6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ................................................................. 22 2.7 GRÁFICO DE CONTROLE .......................................................................... 22 2.7.1 Calculo dos limites de controle ................................................................. 24 2.7.2 Gráficos gerados ....................................................................................... 25 2.8 EPIDEMIOLOGIA ......................................................................................... 26 2.8.1 Adolfo Lutz. ............................................................................................... 26 2.8.2 Emilio Ribas. ............................................................................................. 26 2.9 CONCEITOS BÁSICOS DA EPIDEMIOLOGIA GERAL E SUA UTILIZAÇÃO NO CAMPO DA SAÚDE......................................................................................... 27 2.9.1 Zica Vírus .................................................................................................. 29 2.9.2 Principais indicadores de saúde das populações ..................................... 32 2.9.3 Construção de indicadores ....................................................................... 32 2.10 ADOECIMENTO E A MORTE DAS POPULAÇÕES .................................... 34 2.10.1 Morbidade por grupos e causas ............................................................ 35 2.10.2 Doenças infecciosas .............................................................................. 37 2.10.3 Desafios continentais de desigualdade e pobreza................................. 40 2.11 Perfis e as principais tendências e adoecimento e morte no Brasil ............. 40 3 MARKETING DE SÁUDE ................................................................................... 46 3.1 A GESTÃO DE SUCESSO DE UM AMBIENTE HOSPITALAR ................... 48 3.1.1 Avaliação ligada a um bem concreto ........................................................ 48 3.1.2 O Composto de Marketing de Serviços Aplicados ao Setor Hospitalar .... 48 3.2 DESEMPENHO DO MARKETING HOSPITALAR ....................................... 52 3.2.1 Medidas isoladas de resultado financeiro ................................................. 52 3.2.2 Qualidade e Certificações ......................................................................... 53 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 56 RESUMO Dentro deste Projeto Intrigado Multidisciplinar iremos discorrer sobre não somente as matérias estudados no Bimestre, mas sobre possíveis soluções dentro do nosso campo de atuação. Como futuros gestores da área da saúde nos cabem umas grandes responsabilidades principalmente no campo de pesquisa e de informação de saúde pública com este trabalho tentaram sintetizar todo o conteúdo absorvido e aplicado no dia a dia do Hospital Vitoria, não perdendo o foco de que a diferença entre sonhar e executar está em nossas mãos. Palavras-chave: Epidemiologia; Bio estética; Saúde Pública. 6 1 INTRODUÇÃO Como Gestores sabemos que a Saúde Pública e base para que toda a sociedade possa ter melhor condição de vida, dentro disso engloba-se saneamento, estudo da população e da região, conhecimento das incidências de doenças e outros agravos que afetem aquela determinada área Geográfica. Somente nestas poucas palavras do parágrafo acima sentimos como o conteúdo desse PIM, tópico por tópico complementam-se em si, não e possível sequer começar a imaginar o funcionamento de um hospital sem os níveis de Bioestática que usamos na medição para praticamente todos os setores do hospital tanto da área administrativa mas principalmente da área de assistência, sem o controle dos casos de doenças e detalhamento dos dados não teríamos base para os estudos e ideológicos, sem estes dados não seria possível notificar ao Ministério da Saúde possíveis casos de doenças contagiosas ou agravos com tendências a se propagarem e se tornarem um perigo para a sociedade. Outro ponto conhecer a sociedade onde está inserido a população e possível perigo por exemplo de epidemia. Sem ter o conhecimento necessário em Ciências Sociais e Estatística isto seria impossível, para mostrarmos o quanto tudo está ligado, vamos var nas próximas páginas todo o levantamento proposto para possíveis melhorias e conhecer os pontos positivos dentro da instituição escolhida para pesquisa. Mostraremos o levantamento feito durante todo o bimestre para podermos executar com qualidade nossos conhecimentos na área da Saúde. 2 INTEGRAÇÃO NA POLÍTICA A participação política dos indivíduos na sociedade global apresenta-se como um caminho, uma das principais vias alternativas, para o alcance da inserção social e da diminuição das desigualdades econômicas reveladas pela globalização, o processo de globalização em marcha acabou com os limites geográficos, mas não eliminou a fome, a miséria e os problemas políticos de milhões de globalizados que vivem (ou sobrevivem) abaixo da chamada linha da pobreza absoluta. Afastados dos centros das decisões pelos princípios excludentes do neoliberalismo, os indivíduos, limitados na própria capacidade de compreensão dos conceitos neoliberais, não encontram pontos de referência para tornarem-se agentes de influência política no processo global. 7 O problema da participação política dos indivíduos na globalização aparece na análise do processo de influências das instituições sociais e se revela nas dificuldades do uso da liberdade política para o enfrentamento dos desafios de uma realidade que avassala, destrói, cria e recria valores étnicos sociais e culturais. Busca-se nesta análise compreender o processo de desterritorialização, que colocou os indivíduos frente às grandes mudanças e transformações que alteraram a vida e o comportamento político dos homens na aldeia global. Ressalta-se que os indivíduos precisam perceber a pluralidade de mundos que a globalização lhes impõe, as múltiplas facetas de uma sociedade em constante mutação. De como o processo de influência das instituições sociais, conduzem os indivíduos nas suas relações em sociedade. Ainda, como o despreparo dos indivíduos em questionar as instituições estabelecidas,se reflete nas dificuldades de participação política na globalização. Assim sendo, é destacado nesta análise que um indivíduo livre, com autonomia é aquele que reconhece nas leis da sociedade as suas próprias leis e o seu próprio poder, para tanto é necessário, como mostra o texto, que o indivíduo assuma a responsabilidade da construção das bases de uma sociedade autônoma, que passa ajudá-lo a atingir a participação política na globalização. A globalização fez surgir uma sociedade desregrada, com ilimitadas possibilidades de comunicação, de intercâmbio econômico e conquistas tecnológicas ao mostrar um indivíduo ainda alienado às mudanças globais, distanciados dos centros das decisões, preso a fatores de ordem tecnocrática e consumista, esta análise aponta para a necessidade do posicionar-se, pensar e agir. Serve assim, como um alerta à compreensão de princípios imprescindíveis à conquista da participação política e a uma vida cidadã na globalização. Ao revelar as dificuldades que tem os indivíduos de conceber o neoliberalismo como sustentáculo ideológico da globalização, de não terem autonomia frente ao determinismo econômico por ele imposto, de tomada de decisões, exigências básicas do mundo globalizado. No momento que mais a sociedade quer um indivíduo criativo, capaz de decidir, com versatilidade de conhecimentos, parece óbvio que este perfil exigido, como mostra esta abordagem, somente tornar-se-á realidade com a conquista de uma autonomia individual que conduzirá à participação política. 8 Observa-se no âmbito da aldeia global, que é no indivíduo que está o limite ou deslimite das ações do homem na sociedade globalizada, é na sua maior ou menor inserção política que se definem os níveis de exclusão social. Os indivíduos são peças fundamentais no processo político que constrói a globalização, sem eles a sociedade global não se sustentaria, o mundo dos incluídos inviabilizaram-se na ausência da legião dos excluídos que o sustenta. Essas considerações respondem o que hoje está muito presente nos debates em torno da globalização, qual seja a interdependência desigual entre quem globaliza e quem é globalizado. 2.1 A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NA SOCIEDADE GLOBALIZADA A globalização é o cenário do desenvolvimento desigual. Ela é problemática e contraditória, dissolve espaços e tempos e impõe ao indivíduo padrões e valores desconhecidos.Estas afirmações de Octavio Ianni (1995), dão a dimensão da aldeia global que vive o indivíduo no início deste novo século. Ao mesmo tempo em que perde raízes, se vê envolvo em uma imensa multidão de solitários, satelitizada, eletrônica e desterritorializada. As mesmas condições que alimentam a interdependência e a integração que sustentam as desigualdades e contradições em âmbito global. "A mesma fábrica da sociedade global, que se insere e que ajuda a criar e recriar continuamente torna-se o cenário que desaparece". É a expansão avassaladora das relações, processos e estruturas de dominação em escala global, que em qualquer lugar e a todo instante provocam uma apropriação e desapropriação de conceitos, que transbordam fronteiras e levam ao declínio a sociedade tradicional. É uma sucessiva incorporação de novos mundos, onde "(...) as organizações políticas, econômicas e culturais, prevalecem sobre os indivíduos, classes, grupos, partidos, Estados nacionais. Elas conseguem aliar-se com grupos locais, integram-se a setores sociais, partidos ou governos, mas organizam-se segundo razões próprias, de ordem global.". Dessa forma, prevalecem sobre os indivíduos, que passam a viver a crise da razão. O caráter particularista das estruturas econômicas, aliado ao desconcerto social e cultural, tem colocado ao indivíduo as mais diversas formas de antagonismos, que lhe dificultam a tomada de decisões e o inibe de participação política. 9 Uma análise da participação política dos indivíduos na sociedade globalizada, mostra que as dificuldades impostas pela globalização, para a conquista de autonomia, forjam-se na própria globalização, porém são alimentadas e tornam-se grandes barreiras, no despreparo, intelectual ou político, dos próprios indivíduos em tomar para si as rédeas do mundo global. Ao indivíduo cabe perceber que as dificuldades de participação política na sociedade global não se resumem às questões ideológicas e econômicas do neoliberalismo. Elas também se revelam em ações do cotidiano, como o comportamento consumista na compra de algum produto ou no processo de aculturação, de massificação de valores que sofre dos meios de comunicação. Enfrentar e superar essas dificuldades exige do indivíduo autonomia, a construção de uma identidade pessoal, capaz de delimitar espaços e gerar novas consciências de cidadania. O alienante predomínio das coisas sobre os homens tem criado enormes barreiras para a tomada de consciência dos indivíduos, o que dificulta ainda mais a superação das dificuldades de participação política e a consequente inserção na sociedade globalizada. O indivíduo não consegue ter domínio de um aparato mecanizado, que cria constantes necessidades, tenciona as relações sociais e dita as normas no mundo globalizado. Somos escravos do nosso aperfeiçoamento técnico, modificamos tão radicalmente nosso meio ambiente que devemos agora modificar-nos a nós mesmos, para poder viver nesse novo ambiente. O indivíduo tem extremas dificuldades de situar-se em uma sociedade, que assim como assinala o declínio do Estado-nação, faz emergir novos e megacentros mundiais de poder, soberania e hegemonia. A situação é tão problemática e contraditória que ele já não consegue identificar os donos do poder. As elites buscam criar condições que nunca se resolvem, acenam para os indivíduos, constantemente, com novas perspectivas, aliam-se a setores sociais, partidos ou governos, mas definem as decisões segundo as suas razões e interesses políticos. Como destaca Octavio Ianni (1995, p. 79): "o povo, as massas, os grupos e classes sociais são induzidos a realizar as diretrizes estabelecidas pelas elites modernizantes e deliberantes." 10 Ao indivíduo aparece uma globalização de padrões de consumo, de métodos e estilos que se neutralizam de formas diferentes na vida de cada um. A mesma diversificação de valores que lhe é apresentada retira-lhe a capacidade da escolha autônoma e reduz-lhe a possibilidade de participação política. "O partido, a opinião pública, o exercício do voto, a governabilidade, a estabilidade ou a instabilidade de regimes políticos, a magnitude ou a irrelevância dos fatos sociais, econômicos, políticos e culturais, tudo isso passa a depender, em alguma escala, da forma pela qual a mídia descreve e interpreta". O problema maior do indivíduo é encontrar a essencialidade da verdade dos fatos, parâmetros de compreensão entre o que informa e o que aliena na globalização. São questões essencialmente ideológicas, normalmente manipuladas pelos meios de comunicação de massa, e que expressam uma nova concepção acerca da transformação social e da prática política, imposta pelo neoliberalismo. Ao indivíduo é necessário compreender que a globalização é um processo em marcha, inacabado, que modifica as suas condições de autonomia, porém não o impede de refletir, pensar e agir. As dificuldades que enfrenta de participação política estão em encontrar-se na imensidão interativa de conceitos, valores, ideias, que alargam ou reduzem horizontes, diante da maior ou menor capacidade de discernimento das forças que atuam no desenvolvimento da globalização, a qual modifica substancialmente as condições de vida e trabalho, os modos de ser, pensar e imaginar. Modifica as condições de alienação e as possibilidades de emancipação dos indivíduos. A globalização criou as condições de uma nova e moderna visão do mundo, porém não conseguiu evitar ser, igualmente, umafonte reveladora das imensas desigualdades sociais, das diversidades locais, nacionais e regionais, que assim como interagem, chocam-se nos limites e delimites da aldeia global. O desafio do indivíduo de vencer suas dificuldades de participação política está em grande medida, na capacidade do mesmo em compreender que a política deve ser uma atividade lúcida, que necessita de homens lúcidos, capazes de lutar por uma sociedade autônoma, que forme necessariamente indivíduos autônomos. Cornellius Castoriadis (1992), considera que o grande desafio posto para os indivíduos na globalização é o de ascender a autonomia, ao mesmo tempo em que 11 absorve e interioriza as instituições existentes. Uma política de autonomia deve por sua vez, agir sobre os indivíduos, com o objetivo, de que possa ajuda-los a atingir a sua própria autonomia. Um projeto de autonomia é, pois, a transformação do sujeito de maneira que ele possa ser participante do processo, ou seja, tenha participação política na sociedade em que vive. A participação política, portanto, é exigência básica para que o indivíduo supere as barreiras impostas pela globalização e consiga desenvolver ações de cidadania dentro da própria sociedade global. Nesse sentido, é necessário encurtar o distanciamento entre as formas institucionais existentes, sejam jurídicas ou políticas, e a real possibilidade de reconhecer nas leis, nas instituições, as suas próprias leis e o seu próprio poder. A cidadania, compreendida como soberania, implica, necessariamente, em indivíduos que tenham alcançado um grau de autonomia, de participação política, de autoconsciência. Nesta altura da globalização as possibilidades de autoconsciência ainda são reduzidas, limitadas. O que predomina são incertezas, individuais ou coletivas, geradas pelo próprio processo de desterritorialização. Em a "Sociedade Global", IANNI (1993, p.123), afirma que "o indivíduo somente pode realizar-se na sociedade. Está sempre na dependência de suas relações com os outros, mesmo que se iluda em sua autossuficiência". Esta compreensão leva-nos a acreditar que a dificuldade que enfrenta o indivíduo para construir um projeto de autonomia está na razão das desigualdades e contradições sociais em âmbito global. A globalização exige também desterritorialização de decisões. O tomador de decisões terá que acostumar-se à falta de tempo para refletir, já que uma pergunta dá a volta ao mundo em segundos. Há uma constante problematização da própria sociedade global. As nações integram-se e desintegram-se na velocidade da luz. As transformações sociais são tão intensas, que assim como revolucionam pela informatização, fazem ressurgir fatos que pareciam esquecidos, anacrônicos. Os horizontes abertos pela globalização iluminam o presente e recriam o passado. É importante que o indivíduo supere as práticas políticas instituídas no passado, para alcançar a participação política na globalização. A submissão, o conformismo e a alienação não lhe conduzem ao caminho da autonomia, via principal 12 para o alcance da reflexividade social, do conhecimento atualizado, da tomada de decisão e, por conseguinte, da própria participação política. A autonomia é requisito básico para a participação política do indivíduo na globalização. Somente um indivíduo autônomo é capaz de processar e selecionar informações, ter domínio de conhecimento, tomar decisões e posicionar-se frente a um mundo de riscos, incertezas e conflitos globais. A autonomia leva o indivíduo à participação política, porém, não devem estar atreladas as justificações de ordem econômica ou ideológica que o incapacite ou o impeça a condição de ser, agir e entender as contradições que permeiam o mundo globalizado. Para Cornellius Castoriadis (1992), uma política de autonomia deve ter como objeto final, ajudar a coletividade a criar as suas instituições, sem, porém, limitar a capacidade dos indivíduos de serem autônomos. O desenraizamento que acompanha a formação e o desenvolvimento da sociedade global tem colocado os indivíduos, situados em diferentes lugares e distintas condições socioculturais, diante de desconhecidas e surpreendentes formas e fórmulas, possibilidades e perspectivas. A interconexão global criou cadeias de decisões políticas, que são vias possíveis para que os indivíduos alcancem autonomia e passem a participar politicamente. Outra relação importante a ser considerada dentro da globalização, são as necessidades de consumo e a dependência dos indivíduos em satisfazê-las neuroticamente. A sociedade global é uma imensa máquina de criar necessidades. A compulcividade consumista fragiliza o indivíduo frente às regras de mercado, o induz a perda de autonomia, a submissão ao capital e ao empobrecimento político. "É politicamente pobre o cidadão que se entrega ao Estado e dele aguarda a sua defesa de modo acomodado; que se encolhe diante do poder econômico que o agride; que não se organiza, para cuidar de sua defesa, de maneira democrática e competente." A globalização do capitalismo joga o indivíduo em um mundo de controvérsias, quase de crise existencial, já que oscila entre o sonho de satisfazer todos os seus desejos e a realidade de não poder realizá-los. À globalização o que interessa é a ressaca emocional do indivíduo, que o distancia da razão, do equilíbrio entre o poder e querer e o torna um compulsivo do consumo. É o processo de massificação e homogeneização cultural, que não apenas 13 gera vícios consumistas nos indivíduos, como também os impede de participarem politicamente. A chamada informação em tempo real, não dá tempo ao indivíduo de pensar, ou ainda o que é fundamental, de refletir e encontrar o ponto de consciência entre o que é necessário consumir e a necessidade consumista. O indivíduo entrega a mídia o poder não de sugerir, mas de definir ações que deve seguir. Como destaca IANNI (1995) "algo de essencial pode ter-se modificado, quando o discurso do poder passa ser formulado e divulgado por meios da mídia impressa e eletrônica". Na fase inicial da globalização o objetivo era a padronização desterritorializada dos produtos, levar o indivíduo ao consumo pelo status da marca mundial. Hoje, como destaca DREIFUSS (1996), a preocupação é com novas formas de consumo, criam- se produtos não homogêneos e, até mesmo com os próprios, mais ajustados a gostos e padrões locais. É a globalização, que consegue associar o sabor local à harmonização global. Observa-se assim que os indivíduos se mantêm reféns da globalização. Ainda não encontraram as condições de domínio de suas próprias vontades e distanciam- se cada vez mais dos centros das decisões. Dispersos nas dessemelhanças étnicas, culturais e econômicas, banalidades no contexto da globalização, os indivíduos não encontram recursos de discernimento lógico, que lhes afiance domínio de poder decisório, autonomia e participação política na sociedade global. 2.2 O EMPOBRECIMENTO NA NOVA GLOBALIZAÇÃO O empobrecimento político vem pelo apressamento da ânsia da sobrevivência que elimina ou faz esquecer as lutas por melhores condições de trabalho e salário. Passa a prevalecer a valia de ter trabalho e não emprego, como tal, os indivíduos perdem a força de enfrentamento classista e ideológico que existia nos limites da fábrica. Pode-se dizer que perdem a sua arena de luta e passam a conviver com a abstração operacional do mercado. A nova ordem econômica provoca a proliferação do desemprego, que desestabiliza a condição de trabalhador do indivíduo e traz reflexos imediatos no exercício da cidadania na sociedade globalizada. A realidade que cerca o indivíduo é de um mundo global de extremas diferenças econômicas. Há um constante distanciamento entre os que detêm a concentração da 14 riqueza e aqueles que vivem em absoluta condição de pobreza. Cada vez mais os pobrestornam-se indigentes e os ricos magnatas. A globalização econômica cria um mundo mais abastado para alguns, a custa da pobreza crescente de outros. Ela é responsável pela globalização crescente da pobreza e ao menos que seja refreada, um novo barbarismo irá prevalecer, à medida que a exclusão social e o desmonte social envolverem o mundo." Trouxe o comodismo individual para um contingente globalizado que passou a ver suas dificuldades de participação política, mais como problemas pessoais do que coletivos. As grandes mudanças, as grandes transformações do mundo, não dependem apenas de princípios para acontecer, mas também da superação das dificuldades de participação política e a busca constante de autonomia dos indivíduos na sociedade global. 2.3 DESAFIOS À PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NA GLOBALIZAÇÃO Os indivíduos vivem um mundo de problemas e desafios na globalização. Nunca se falou tanto em dificuldades como nos tempos atuais. A velocidade que traz a mudança afasta a solução. Os problemas oscilam nos extremos da inquietude ou nos delimites da angústia. Os desafios não têm limites de exigências, renovam-se a todo instante e tornam-se mais complexos, à medida que aumenta a globalização das relações sociais. As diversidades étnicas, culturais, econômicas e políticas que compõem o mundo global, na verdade não são diferenças entre espaços físicos da globalização e sim entre indivíduos que têm línguas diferentes, costumes diferentes grau de desenvolvimento social diferente e principalmente pensam diferentemente. A heterogeneidade de conceitos entre indivíduos na globalização cria grandes barreiras para o enfrentamento de desafios como a humanização das decisões econômicas, a diversidade cultural, científica e tecnológica, ainda presas a uma sociedade tradicional, que não consegue superar as diferenças étnicas e políticas, que segregacionismo os homens nos limites do desejo e do consumo provocados na multiplicidade de interesses do mundo global. Questionado na globalização de exigências que o cerca, o indivíduo não consegue ter respostas aos desafios que lhe são impostos. São exigências que criam 15 grandes obstáculos à participação política, que intimidam posicionamentos e revelam deficiências de formação global, de domínio de mundo. Criou-se assim em torno dos indivíduos o mundo das ansiedades. No aspecto pessoal, por exemplo, como superar a ânsia do consumismo, que lhes alfineta a realidade econômica e os conduz ao sonho do impossível ou à impossibilidade de satisfazê-lo plenamente? Como podem abrir espaços de participação política, encontrar formas alternativas para diminuir a distância entre pobres e ricos e democratizar os acessos à ciência e a tecnologia? Esses são desafios permanentes, que se renovam a todo instante na sociedade globalizada. Os indivíduos são cobrados a todo momento e suas deficiências se revelam pela maior ou menor capacidade de desempenho das suas tarefas de rotina. A globalização exige indivíduos melhores preparados, que saibam ouvir, mas que assumam funções de tomada de decisão, que tenham iniciativa própria, mas sejam fiéis aos princípios de tratar globalmente as questões sociais e econômicas. Queiramos ou não, estamos todos presos em uma grande experiência, que está ocorrendo no momento da nossa ação – como agentes humanos -, mas fora do nosso controle, em um grau imponderável. Não é uma experiência do tipo laboratorial, porque não controlamos os resultados dentro de parâmetros fixados – é mais parecida com uma aventura perigosa, em que cada um de nós, querendo ou não, tem de participar. O indivíduo precisa compreender a complexidade do mundo que o cerca. Entender os seus contrastes, que oscilam nos limites das "verdades" que o sustenta e acreditar, que por mais fortes que se revelem os centros decisórios, nem sempre são absolutos e inquestionáveis. Aos indivíduos o processo social da globalização parece mais desafiador que o processo político. Por uma dificuldade de contextualizar a sociedade como integrante de uma estrutura política, a concepção ideológica do mundo não lhes está presente. Não se sentem agentes políticos da transformação social, passivamente aceitam ser dominados, não encontram meios de organização e empobrecem politicamente. O empobrecimento político os afasta da responsabilidade de definir posições, de sentirem-se comprometidos com os rumos da própria globalização. Faz 16 surgir um descompromisso coletivo com a realidade política, como se essa não influenciasse nas relações de domínio na sociedade globalizada. Os indivíduos são peças ou partes de órgãos em constantes deslocamentos pela aldeia global. Mesmo que não saiam dos lugares onde vivem, sofrem os efeitos estonteantes da imensa cadeia de informação disponível, veiculada em escala planetária, que os conduz, aleatoriamente, a valores globalizantes. A globalização da mídia trouxe para o indivíduo, o desafio de conviver com uma realidade planetária, com formas diferentes de vida, com estilos desiguais de sociedades, que o cerca, o assedia-nos mais íntimos valores culturais e lhe exige acompanhamento permanente das mudanças que de tradicionalizam regras sociais e familiares. Essa pluralidade de novos conceitos, de múltiplos parâmetros de relacionar-se em sociedade, desafia os indivíduos a todo instante, exige um reciclar constante de comportamento, a busca de uma nova identidade pessoal no contexto de uma despersonalização global. "Multiplicam-se as identidades de uns e outros, na mesma proporção em que se diversificam experiências e existências, intercâmbios culturais e formas de organização social da vida, modos de trabalhar, agir, sentir, pensar e imaginar." A nova ordenação da sociedade mundial cria cadeias decisórias, que alteram a natureza e a dinâmica das relações entre os indivíduos. A necessidade de participação política torna-se uma exigência nos riscos, incertezas e conflitos que se revelam no entrelaçamento do indivíduo com o sistema global. A crise existencial do homem globalizado, mais do que uma perturbação de vida, é um desafio à turbulência da incerteza, do medo, da perplexidade que o cerca no mundo global. Como destaca GIDDENS (1996), cada vez mais o homem é obrigado a abdicar da rigidez das ideias, atitudes e tipos de comportamentos fundamentados no sistema de valores tradicionais e buscar respostas nos parâmetros de uma "modernidade reflexiva", que em muitos aspectos ainda estão para serem formulados. Assim, a capacidade política do indivíduo exige, fundamentalmente, revisão de valores, sejam pessoais ou conjunturais, novas concepções do processo cultural civilizatório em marcha na globalização. Precisa o indivíduo compreender que na 17 globalização cultural, ao mesmo tempo, que há muita perda, há muito ganho. Que é preciso ter domínio das contradições globais, para viver com as fragmentações e os antagonismos de uma sociedade que faz dos conflitos a sua base de sustentação. Aos indivíduos o desafio posto é o de encontrar vias de participação política, que evitem a propagação ainda maior da miserabilização mundial, que não deixem sucumbir às garantias de liberdade e de democracia; e que garantam que as possibilidades de construção de uma sociedade autônoma e da conquista da condição de cidadão são tão reais quanto os princípios excludentes da globalização. 18 2.4 BIO ESTATÍSTICA Os enormes avanços na medicina nos últimos dois séculos, deram-se mediante a aplicação da ciência que outrora, foi uma arte ineficiente, e os métodos estatísticos estão no coração desta revolução. A sua importância origina-se da variabilidade intrínseca dos organismos e sistemas biológicos. Em um laboratório de química, se misturar uma substância química com outra sob condições padronizadas, nós esperamos obter sempre o mesmo resultado. Por outro lado, raramenteos seres humanos ou animais respondem de maneira idêntica quando expostos ao mesmo risco/perigo ou tratamento. Por conta da variabilidade biológica, os efeitos dos fatores que causam doenças ou determinam suas consequências, somente podem ser caracterizados significativamente a níveis grupais. Se uma criança com leucemia for tratada com uma determinada quimioterapia, não podemos prever com certeza/confiabilidade se o tratamento será ou não bem sucedido naquele indivíduo; mas se 1.000 pacientes forem tratados seguindo o mesmo protocolo, nós podemos saber com uma certa segurança a proporção que será curada. Dar sentido em variabilidade biológica em grupos de pessoas ou animais, requer métodos estatísticos. Inicialmente, há a necessidade de sumarizar sucintamente, mas significativamente a distribuição de medidas relevantes dentro de grupos. Se um médico apresentar um ‘slide’ em uma reunião listando 200 dados individuais de peso ao nascer em um grupo de bebês, pouca informação de valor seria transmitida. Seria muito melhor apresentar uma síntese de medições de uma tendência central (ex.: média ou mediana), ou dispersão (ex.: desvio padrão, amplitude interquartil), ou mostrar em um gráfico a distribuição de peso ao nascer em um histograma. Técnicas para sumarização das informações do grupo são conhecidas como “estatística descritiva”. Além disso, existe frequentemente a necessidade de retirar das observações de uma amostra de pessoas, para uma população mais ampla, na qual os achados possam ser aplicados na prática. Como uma regra geral, na presença da variabilidade inexplicável, é menos provável que em amostras maiores a falta de representatividade se dê por acaso, e que o potencial do erro do ‘acaso’ possa ser medido por dois métodos de “inferência estatística” – teste de hipótese e estimativa com intervalos de confiança. Método 19 estatístico tem embasado muitos dos sucessos mais importantes da medicina moderna, evitando morbidez e salvando muitas vidas. Todos os profissionais de saúde deveriam, portanto, ter pelo menos, um conhecimento básico de princípios relevantes. Eles não precisam de conhecimentos matemáticos para executar cálculos estatísticos, mas deveriam ter conhecimento suficiente de descrição estatística, valor-p e intervalo de confiança para serem capazes de interpretar resultados publicados e aplicá-los na prática. Para Silva (2012), “Estatística é um conjunto de métodos e processos quantitativos que serve para estudar e medir os fenômenos coletivos”. No que se refere a dados estatísticos a empresa Hospital vitória não foge à regra e como qualquer empresa que se planeja, ela trabalho com dados estatísticos, tendo em vista que é uma cidade interiorana e turística o período de sazonalidade é muito grande, havendo um grande fluxo de turistas em épocas festivas como carnaval, em feriados prolongados como semana santa e no período de férias escolares, em dezembro e janeiro. Assim sendo o hospital tem que se planejar pois o número de atendimento aumenta consideravelmente, sendo as principais ocorrências os acidentes de trânsito, as intoxicações alimentares e intoxicações alcoólicas. É feito um trabalho baseando-se no número de ocorrências do ano anterior e dá-se uma margem de aumento por assim dizer chamado de margem de segurança. O hospital demonstra como o número de acidentes de trânsito aumentam consideravelmente em épocas de festas citadas anteriormente, é a chamada sazonalidade. pode perceber que nos meses de março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro, há uma média de 12 acidentes automobilísticos por mês, número que aumenta proporcionalmente na semana santa, chegando a 25 acidentes e culminando no período de férias e carnaval, que vai de dezembro à fevereiro ao número de 32 ocorrências que envolvem acidentes com veículos, sendo eles motocicletas, carros de passeio ou caminhões. Isso quer dizer que quando chega essa época a unidade tem que se preparar pois sempre há um número maior de ocorrências em decorrência dessa sazonalidade 20 e com um planejamento adequado o hospital pode absorver melhor o fluxo e a demanda de atendimento que serão realizadas na empresa aqui estudada. É claro que a estatística também é utilizada internamente na instituição, onde se aplicam estudos relacionados ao preparo profissional dos empregados da empresa, onde os que se destacam recebem um adicional a título de vantagem financeira pessoal, o setor de gestão de recursos humanos da empresa aplica essa política apesar de não oferecer treinamentos continuados a seus empregados, mas bonifica quem conseguir alcançar especializações e cursos em outras instituições, seja à distância ou presencial, desde que comprovadamente reconhecida e com apresentação de certificado. Hospital vitória, e o que se pode perceber, é que mesmo com o apoio e recompensação financeira por cursos e aperfeiçoamentos o número de profissionais com um índice de escolaridade elevada é pequeno, deixando transparecer que a empresa realmente necessita da Gestão Estratégica em Recursos Humanos, pois como não se há incentivos pessoais, ficando a Categoria administração apenas com a função de realizar as tarefas do chamado Departamento Pessoal, ficando então claro a situação de Gestão Operacional de Recursos Humanos. 2.5 CALCULANDO A MÉDIA No gráfico anterior temos os números absolutos em pontos percentuais, mas como saber quantos funcionários exatamente tem qual grau de escolaridade? Logo, sabendo que a empresa objeto da pesquisa possui 150 funcionários, faz- se o seguinte cálculo: 150 / 100 = 1,5, portanto multiplica-se pelo número percentual, ou seja, 1,5 x 6 = 9 sendo então que o hospital possui 9 funcionários com nível superior e assim por diante. Outro cálculo estatístico muito realizado e utilizado no Hospital André Maggi o cálculo de média aritmética simples, onde se calcula a média de atendimentos, de procedimentos e de uso de medicamentos, etc. A fórmula é vista logo abaixo e em seguida mostraremos um exemplo. Como exemplo, será mostrado o total de partos normais ocorridos na unidade durante o ano de 2018, logo em seguida será demonstrado o valor mês a mês e aplicando-se a 21 fórmula acima chega-se a média aritmética simples do número de partos ocorridos no hospital. Sabemos que a média de partos normais ocorridos no Hospital André Maggi de 100 partos por mês, durante o ano de 2018, como então chegar a essa média? Ocorreram 705 partos normais durante o ano de 2018, sendo assim divididos: JANEIRO 52 FEVEREIRO 70 MARÇO 64 ABRIL 48 MAIO 54 JUNHO 72 JULHO 58 AGOSTO 50 SETEMBRO 6 OUTUBRO 54 NOVEMBRO 53 DEZEMBRO 63 TOTAL 705 Chega-se ao resultado aplicando-se a fórmula, somando-se os valores mês à mês, chegando-se a um total e dividido pelo número de pelo número de meses em que se quer ter a média, assim teremos: Logo, chega-se ao resultado de que a média aritmética simples do número de partos normais ocorridos no hospital é de 58 partos por mês em média. Claro que a estatística é utilizada em muitos outros casos, mas o a utilização principal na unidade estudada é realmente o alcance da média aritmética simples, pois é com base nestes resultados é que se programam os meses seguintes, inclusive, considerando os períodos sazonais. 22 2.6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS Com o intuito de conhecer o tempo médio de espera dos pacientes para serem atendidos no setor de urgência clínica, foram coletadas amostras durante quatro dias consecutivos do mês de novembro de 2009. Foram analisadas cinco horas do expediente no turno matutino, das 8 às 13 horas e a cada hora o tempo de espera de quatro pacientes era coletado. Com esses dados (Tabela 1) pode-se estimar o tempo médio de espera dos pacientes na recepção do setor de urgência clínica e a amplitude média entre as amostras.2.7 GRÁFICO DE CONTROLE Conforme Lima et al. (2006) o controle da média do processo é usualmente feito através do gráfico de controle para médias, ou gráfico de x. A variabilidade do processo pode ser monitorada tanto através do gráfico de controle para o desvio padrão, chamado gráfico S como para o gráfico de amplitude, chamado gráfico R. A diferença básica entre os gráficos S e R é que o primeiro se aplica a casos onde o número de amostras é moderadamente grande. Por este motivo para monitorar a variabilidade foi construído o gráfico da amplitude R, já que os subgrupos analisados são compostos por apenas quatro elementos. O modelo estabelecido por Shewart utiliza a média aritmética dos valores resultantes das medições realizadas de forma amostral, como medida de posição do processo. Admitem três desvios - padrões 23 acrescidos à média, definindo o Limite Superior de Controle (LSC) e três desvios – padrões decrescidos à média, definindo o Limite Inferior de Controle (LIC) do processo (LIMA et al., 2006). Para facilitar o cálculo, Shewhart desenvolveu uma fórmula para o desvio padrão na área de Controle Estatístico de Processo (CEP). Segundo Samohyl (2005), a utilização de amostras muito pequenas é a regra para um grande conjunto de gráficos de controle, então é calculada a amplitude de cada amostra e calculada a média das amplitudes (R). Shewhart desenvolveu uma tabela (Tabela 2) de coeficientes d2 com o poder de transformar R em desvio padrão dividindo um por outro:. Os outros coeficientes nas colunas da tabela serão utilizados para os cálculos dos gráficos de controle. 24 2.7.1 Calculo dos limites de controle 25 2.7.2 Gráficos gerados Abaixo, segue os gráficos gerados a partir da tabela1 e dos limites calculados. A análise do gráfico de controle para médias mostra pontos que ultrapassam tanto o LCS quanto o LCI, isso significa que no processo de atendimento há tanto 26 tempos muito rápidos quanto extremamente demorados. O LCS do gráfico da amplitude também é ultrapassado por um ponto. Pode-se concluir que o processo se encontra fora de controle estatístico, ou seja, está sob influência de causas especiais. Estas devem ser identificadas e corrigidas para que os limites de controle sejam recalculados. 2.8 EPIDEMIOLOGIA Dentro da matéria talvez de maior peso na formação de Gestores preocupados com uma boa administração está sem dúvida a Epidemiologia, mas não podemos começar sem antes falarmos dos precursores dos estudos da Epidemiologia no Brasil Emilio Ribas e Adolfo Lutz. Faremos um breve relato sobre os estudos destes dois grandes profissionais para podermos abranger da melhor maneira a matéria vista. 2.8.1 Adolfo Lutz. Formou-se médico em 1879 em Berna na Suíça, fez cursos de especialização em diversas universidades importantes da Europa, como de Londres, de Paris e Viena. Durante uma permanência no Havaí trabalhou como especialista em hanseníase. De volta ao Brasil, trabalhou como clínico na cidade paulista de Limeira. Em São Paulo, dirigiu o Instituto Bacteriológico, hoje Instituto Adolfo Lutz, em sua homenagem. Permaneceu no cargo até 1908. Convidado por Osvaldo Cruz, trabalhou durante 32 anos na chefia de um dos setores do Instituto de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Participou de expedições pela região do rio São Francisco e pelo Nordeste e Sul do país para pesquisar doenças como hanseníase, esquistossomose, febre tifoide, malária e leishmaniose. Deixou publicado diversos trabalhos sobre sua área de atuação. 2.8.2 Emilio Ribas. Formou-se médico em 1887 no Rio de Janeiro, mudando para o interior de São Paulo onde morou em Santa Rita do Passa Quatro e Tatuí, em 1895 foi nomeado Inspetor Sanitário de São Paulo onde seu primeiro desafio foi enfrentar um surto de febre amarela. Esteve em Cuba para acompanhar estudos dos médicos Walter Reed e Carlos Finley. Fazendo testes em si mesmo juntamente com sua equipe, conseguiu provar que a transmissão da doença era realizada por um Vetor no caso o mosquito Aedes aegypti, deixando se picar por um mosquito infectado pela doença, conseguiu 27 sua primeira grande vitória acabando com o isolamento dos doentes, pois na época achava-se que o vetor da doença era o Ser Humano contaminado. O Hospital de Isolamento de doenças Contagiosas em São Paulo passou a chamar-se Hospital Emilio Ribas, tornando-se o Maior hospital de Infectologia da América Latina. 2.9 CONCEITOS BÁSICOS DA EPIDEMIOLOGIA GERAL E SUA UTILIZAÇÃO NO CAMPO DA SAÚDE A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações, ou seja é o ramo da ciência da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde aspecto que a diferencia da clínica, que tem por objetivo o estudo desse mesmo processo, mas em termos individuais. Mas somente em meados dos anos 60 consolidou-se internacionalmente um conceito mais abrangente de vigilância epidemiológica, em que eram explicitados seus propósitos, funções, atividades, sistemas e modalidades operacionais. Vigilância epidemiológica passou, então, a ser definida como “o conjunto de atividades que” permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com a finalidade de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças. Como ciência, a epidemiologia fundamenta-se no raciocínio causal; já como disciplina da saúde pública, preocupa-se com o desenvolvimento de estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade. A epidemiologia constitui também instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da saúde. Sua aplicação neste caso deve levar em conta o conhecimento disponível, adequando-o às realidades locais. Se quisermos delimitar conceitualmente a epidemiologia, encontraremos várias definições; uma delas, bem ampla e que nos dá uma boa ideia de sua abrangência e aplicação em saúde pública, é a seguinte: "Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde." (J. Last, 1995) 28 Como conceitos básicos da área temos uma enorme abrangência, no início os estudos eram voltados para as doenças infecto-contagiosas como cólera, malária, febre amarela e etc., hoje sua abrangência teve um aumento muito mais do que significativo, pois a epidemiologia estende sua atuação a todos os agravos da área da saúde. Sua utilização no campo da saúde não é novo principalmente na área de práticas sanitárias, no melhor modelo estudarem, compreender e atuar como um agente para não somente tratar mas para evitar Epidemias, Endemias e Pandemias, conhecer o ambiente as doenças e seus agentes causadores são e sempre serão a melhor forma de combatê-los, o estudo na área sanitária em nosso pais vem de longa data no Estado de São Paulo, por exemplo, já em 1894 criava um sistema de acompanhamento de estatísticas vitais e, a partir dos anos 20 deste século, organizava um sistema de informação referente a doenças de notificação compulsória razoavelmente bem estruturado. Temos o exemplo da experiência da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV) motivou a aplicação dos princípios de vigilância epidemiológica a outras doenças evitáveis por imunização, de forma que em 1969, foi organizado um sistema de notificação semanal de doenças baseado na rede de unidades permanentes de saúde e sob a coordenação das secretarias estaduais de saúde, As informaçõesde interesse desse sistema passaram a ser divulgadas regularmente pelo Ministério da Saúde, através de um boletim epidemiológico de circulação quinzenal, editado pela Fundação SESP (Serviço Especial de Saúde Pública). Este processo proporcionou o fortalecimento das bases técnicas que serviram para a ajuda da erradicação da transição autóctone do poli vírus selvagem na região das Américas. Nos anos 70 houve algumas modificações e novas regulamentações a mais importante foi a de 1976 que incorporou o conjunto de doenças transmissíveis então consideradas de maior relevância sanitária no pais. Buscava-se integrar os programas de intervenção e estratégia que na época eram diversos e não muito ativos. Com a promulgação da lei 8.080, de 1990, que instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), ocorreram importantes desdobramentos na área de vigilância epidemiológica. 29 Conceito de vigilância epidemiológico, segundo a Lei 8.080: “conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.” Este conceito está de acordo com os princípios do SUS, que prevê a integralidade preventivo-assistencial das ações de saúde, e a interação entre essas duas áreas, que antes por serem separadas dificultava as ações de vigilância. Além disso, a descentralização das responsabilidades e funções do sistema de saúde implicou no redirecionamento das atividades de vigilância epidemiológica para o nível local. Dessa forma, a orientação atual para o desenvolvimento do SNVE estabelece, como prioridade, o fortalecimento de sistemas municipais de vigilância epidemiológica, dotados de autonomia técnico-gerencial para enfocar os problemas de saúde próprios de suas respectivas áreas de abrangência. Para que os estudos epidemiológicos sejam eficazes, deve-se disponibilizar informações atualizadas sobre a ocorrência de doenças ou agravos, bem como seus fatores condicionantes em uma área geográfica ou população determinada. A vigilância epidemiológica é um importante instrumento para o planejamento e organização dos serviços de saúde as funções da vigilância são: São funções da vigilância epidemiológica: • Coleta de dados; • Processamento de dados coletados; • Análise e interpretação dos dados processados; • Promoção das ações de controle indicadas; • Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; • Divulgação de informações pertinentes. 2.9.1 Zica Vírus Após vermos como alguns dos conceitos básicos da epidemiologia funcionam, podemos destacar, por exemplo, um caso recente em que aplicam-se estes exemplos básicos que devemos seguir como gestores, além de podermos perceber como as matérias de Estatística e Ciências Sócias se complementam. Sem os dados corretos 30 e conhecimento correto para aplicarmos de maneira assertiva todas as determinações no campo da Saúde e as exigências básicas da ANS (Agencia Nacional da Saúde) e do Ministério da Saúde como notificação de casos de doenças, transmissíveis e também de novos casos de doenças que possivelmente não teriam ligação com transmissão epidêmica. A dois anos o Brasil teve um surto de Microcefalia quando a circunferência da cabeça dos recém nascidos é inferior à média que é de 34cm, no começo não se sabia exatamente que se tratava de um surto, em média por ano eram notificados cerca de 100 a 150 casos da doença, que estava ligada normalmente a exposição das gestantes a radiação ou uso de drogas durante a gestação, com uma grande quantidade de notificações ficou claro que provavelmente o vetor da doença seria outro, que teve primeiramente maior incidência no Nordeste Brasileiro, logo após se espalhando para as outros estados da Federação. As notificações não foram feitas logo no início do surto que foi aproximadamente entre agosto e setembro de 2015, em Pernambuco, tendo sido notificado ao ministério da saúde apenas em 27 de outubro de 2015. Com o número crescente de casos foi necessária uma intervenção por parte do Ministério da Saúde bem como uma participação da OMS (Organização Mundial da Saúde), inicialmente não se conseguiu determinar por que estes casos de microcefalia estariam afetando as crianças nascidas na época. Uma médica teve uma grande participação para determinar que se tratava de uma nova epidemia, a Doutora Adriana de Melo de Campina Grande na Paraíba, com algumas de suas pacientes apresentando alterações graves em seus exames de ultrassom. Além dos fetos apresentarem um tamanho reduzido do crânio em alguns casos não era possível identificar todas as estruturas do cérebro. Dr. Adriana notou a ausência de parte do cerebelo, a estrutura responsável pela manutenção do equilíbrio e da aprendizagem motora. Se essa região não se desenvolve, uma criança não consegue correr, andar de bicicleta, jogar bola. Novos exames, realizados três semanas depois, apontavam calcificações grosseiras e comprovavam que a cabeça não crescia. Quando as autoridades de Pernambuco relataram um surto de microcefalia e informaram que as gestantes haviam tido manchas vermelhas na pele, a Dr. Adriana começou a ligar os pontos. O mesmo sintoma ocorrera nas pacientes atendidas por ela na Paraíba. A médica convenceu as secretarias de saúde a custear a viagem de 31 duas pacientes a São Paulo. Durante um congresso internacional de medicina fetal, elas foram examinadas pelo médico Gustavo Malinger, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, um dos mais respeitados especialistas no mundo. Ele considerou que os casos realmente fugiam ao padrão e se surpreendeu com o fato de o Brasil, com mais de 200 notificações da doença, ainda não ter descoberto a razão do problema. Mas, as pesquisas estavam somente começando Dr. Adriana, precisava de mais dados, então colheu líquido amniótico de duas gestantes na 28ª semana de gestação enviando as amostras para a fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, foram utilizadas três técnicas diferentes para analisar as amostras que constaram a presença do Vírus Zika, na época em visita ao Brasil a diretora da OMS, Margareth Chan, disse “É preciso enfatizar que a ligação com o vírus zika ainda não está determinada”, afirmou. “Precisamos continuar o trabalho.” A partir desse ponto, as investigações começaram com mais intensidade, mas ainda não havia comprovação de que o Zika Vírus seria o responsável pela contaminação das mães e pelo nascimento do dos bebês com Microcefalia, mas com mais de 323 bebes no Estado de Pernambuco com a doença, mas o conjunto de interrogações fez com que o Ministério da Saúde decreta-se Estado de Emergência em Saúde Pública. A medida foi justificável na época na opinião do infectologista Marcos Boulos, diretor da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde, em São Paulo. “O Ministério da Saúde tomou essa decisão pelo medo do escuro”, diz. “Não sabemos o que está acontecendo.” A medida permite, entre outras coisas, que os governos façam compras ou contratem serviços sem abrir concorrência pública. “Por enquanto não identificamos nenhuma necessidade de compra de materiais ou insumos adicionais”. Há verdade é que a Dr. Adriana Melo, foi a primeira a identificar ligação com o vírus zika e a microcefalia e com os estudos realizados pela Fio Cruz de Pernambuco, no começo com somente dois casos confirmados os estudos teriam que continuar para determinar o surto, após meses de investigação foi confirmado que o zika vírus era o agente causador dos casos de microcefalia no Brasil, também conseguiram determinar que o vírus era ligado a Síndrome de Guillain-Barré e que a entrada no País se deu entre o ano de 2013 até a copa de 2014. Atualmente além de estudos para criação de uma vacina contra aDengue e o Zika Vírus duas doenças transmitidas pelo vetor Aedes Aegypti, á também 32 um grande trabalho de campo para eliminação dos focos de reprodução do mosquito, matérias e muitos outras fontes de informação para população. O principal para nós futuros Gestores e estarmos sempre informados e dentro dos conceitos da aplicação da epidemiologia dentro da área da saúde. 2.9.2 Principais indicadores de saúde das populações O conceito básico para os indicadores de saúde é medido que contém informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde após os cuidados a serem observados quanto à qualidade e cobertura dos dados de saúde. É uma tentativa de estabelecer medidas e dados por meio de relações de expressões numéricas, é preciso transformar esses dados em indicadores para que possam servir para comparar e observar em determinado local com o observado em outros locais ou com o observado em diferentes tempos para a aproximação com a realidade de um dado, fenômeno, fato, evento ou condição. Portanto, a construção de indicadores de saúde é necessária para (VAUGHAN e MORROW, 1992): • Analisar a situação atual de saúde: • Fazer comparações: • Avaliar mudanças do longo do tempo. Os indicadores de saúde, tradicionalmente, têm sido construídos por meio de números, mas sua utilização de indicadores de saúde pressupõe a comparação no TEMPO e ESPAÇO. 2.9.3 Construção de indicadores A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples enumeração de eventos à construção de indicadores sintéticos. Os Indicadores podem ser: • Números absolutos • Razões • Proporções • Taxas/Coeficientes • Índices 33 • Indicadores sintéticos Para obtermos indicadores de qualidade precisamos de componentes precisos como frequência de casos, tamanho da população em risco, registro, coleta e transmissão de dados. Em geral, números absolutos de casos de doenças ou mortes não são utilizados para avaliar o nível de saúde, pois não levam em conta o tamanho da população. Dessa forma, os indicadores de saúde são construídos por meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções ou coeficientes. As proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a importância desses casos ou mortes no conjunto total. Os coeficientes (ou taxas) representam o “risco” de determinado evento ocorrer na população (que pode ser a população do país, estado, município, população de nascidos vivos, de mulheres, etc.). Dessa forma, geralmente, o denominador do coeficiente representa a população exposta ao risco de sofrer o evento que está no numerador. Exceções são o coeficiente de mortalidade infantil – CMI – e de mortalidade materna – CMM – para os quais o denominador utilizado (nascidos vivos) é uma estimativa tanto do número de menores de 1 ano, como de gestantes, parturientes e puérperas expostos ao risco do evento óbito. No caso do Coeficiente de Mortalidade Infantil, alguns nascidos vivos do ano anterior não fazem parte do denominador, apesar de ainda terem menos de um ano de vida no ano em estudo dos óbitos. Por exemplo, se uma criança nasceu em 31/12/1998 e morreu em 02/01/1999 (com dois dias) entrará no numerador do CMI de 1999, mas não no denominador. Pressupõe-se que haja uma “compensação” de nascidos vivos e óbitos de um para outro ano, de forma que o CMI é uma boa estimativa do risco de óbito infantil. É preciso destacar, ainda, a diferença entre coeficientes (ou taxas) e índices. Índices não expressam uma probidade (ou risco) como os coeficientes, pois o que está contido no denominador não está sujeito ao risco de sofrer o evento descrito no numerador (LAURENTI et al., 1987). Assim, a relação telefones/habitantes é um índice, da mesma forma que médicos/habitantes, leitos/habitantes, etc. (os numeradores “telefones”, “médicos” e “leitos” não fazem parte do denominador 34 população). A rigor, portanto, tanto o Coeficiente de Mortalidade Infantil como materna não são coeficientes, mas índices. No entanto, o termo “coeficiente” já está consolidado para ambos os indicadores. 2.10 ADOECIMENTO E A MORTE DAS POPULAÇÕES Para entendermos como e utilizado os índices para avaliação da morbidade e fatores de adoecimento da população temos que entender que o nosso país passou por intensas transformações ao longo dos tempos por exemplo no século XX o Brasil experimentou intensas transformações na sua estrutura populacional e no padrão de morbimortalidade. A partir da segunda metade do século, a constante queda da taxa de natalidade, mais acentuada que a verificada nas taxas de mortalidade, tem provocado diminuição acentuada nas taxas de crescimento populacional. Paralelamente, tem-se verificado um aumento da expectativa de vida ao nascer, que passa de 45,9 anos em 1950 para 68,1 anos em 2004, refletindo o processo de envelhecimento da população, com aumentos contínuos e significativos das populações de idosos. Em 2004, os óbitos neonatal precoces ou seja menor que 6 dias, neonatal tardia de 7 a 28 dias e pós-neonatal de 28 dias a 1 ano, representaram, respectivamente, 51%, 15% e 34% dos óbitos de menores de um ano, no país. Em um segundo grupo, chama a atenção de problemas como a violência, a obesidade, algumas formas de cânceres e a manutenção ou ressurgência de algumas doenças infecciosas, como a tuberculose e a dengue, respectivamente. Outra importante tendência nos padrões epidemiológicos, com evidentes reflexos na estrutura demográfica, diz respeito às modificações na composição da mortalidade por grupos de causas. Assim, as doenças infecciosas e parasitárias (DIP), que representavam 45,7% do total de óbitos ocorridos nas capitais do país em 1930, representaram apenas 5,2% dos óbitos com causas definidas, no ano de 2005. Enquanto isto, as doenças cardiovasculares (DCV), seguindo uma tendência inversa, aumentaram sua participação de 11,8% para 31,5%, do total dos óbitos ocorridos no mesmo período. Analisando a evolução recente das taxas padronizadas de mortalidade (/100.000 habitantes) para os principais grupos de causas definidas, observa-se que as DCV apresentavam uma taxa de 131 em 2005, seguidas pelas causas externas e pelas neoplasias, de 64,7 e 68,8, respectivamente. Ao analisarmos 35 as tendências nas taxas de mortalidade, cabe ressaltar que, por razões que ainda não foram explicadas, no ano de 1991, observou-se uma redução importante em todos os grupos de causas, retornando, nos anos seguintes, aos níveis esperados de acordo com a tendência observada para toda a série histórica. Entre 1980 e 2005, em geral, observam-se reduções importantes nas taxas de mortalidade pelos vá- rios grupos de causa, destacando-se as reduções nos grupos das doenças infecciosas (58%) e das DCV (32%). Mesmo as causas externas, após aumentar nas décadas de 1980 e 1990, retornam lentamente a níveis próximos a 1980. As neoplasias são o grupo que apresenta crescimento mais destacado (11%), enquanto as doenças do aparelho respiratório têm redução deste mesmo nível (11%). Outro aspecto que merece destaque são os óbitos de causas mal definidas, que foram reduzidos em 58% entre 1980 e 2005. Esta redução foi mais acentuada a partir de meados da década de 1990, devendo refletir, além dos esforços deliberados para melhorar os nossos sistemas de informações em saúde, o aumento da cobertura de serviços resultantes do Programa de Saúde da Família. Tomamos novamente por base o Zika vírus especialistas garantem que dentro de aproximadamente 10 anos teremos um novo surto da doença, pois a população não estará mais imune ao vírus que também poderá sofrer alterações. 2.10.1 Morbidade por grupos e causas Existe uma grande disponibilidade de dados referentes à morbidade hospitalar,que refletem, em parte, a ocorrência das formas clínicas mais severas das doenças. Quanto aos dados de morbidade de base não hospitalar, existe uma maior disponibilidade para as DIP, em especial para as doenças de notificação obrigatória. As tendências nos indicadores de morbidade apresentam semelhanças, mas também importantes diferenças, quando comparadas com as tendências observadas nos indicadores de mortalidade. Utilizando-se a base de dados do sistema de informação hospitalar (SIH) do SUS, analisaram-se as tendências da participação relativa das hospitalizações por grupos de doenças que tiveram destaque como causa de mortalidade, em relação ao total de hospitalizações no país. As doenças cardiovasculares, a primeira causa de mortalidade, representaram a segunda causa de internações. É interessante notar que as doenças cardiovasculares têm apresentado uma tendência lenta, porém constante, de redução da sua participação 36 proporcional no total de internações até final da década de 1990 e voltam a apresentar pequeno incremento nos anos seguintes, com tendência à estabilidade ou uma ligeira redução em anos mais recentes. As neoplasias, com uma participação média anual de 3% do total das internações até final da década de 1990, crescem vertiginosamente em anos recentes, representando 5,4% das internações em 2006. Isto deve representar, em parte, ao aumento da oferta de hospitalizações para este grupo de doenças. Porém, não se devem esquecer as evidências de que a carga global de câncer no Brasil está aumentando e da necessidade imperiosa de atuar em seus determinantes, principalmente ambientais. Quanto à proporção de internações por doenças infecciosas em relação ao total de internações no país, não se observa tendência de redução na mesma intensidade que a verificada para a mortalidade. Nos últimos quinze anos, para o país como um todo, as doenças classificadas no capítulo das DIPs têm apresentado valores próximos aos 9% do total de internações, sendo estes valores superiores nas regiões Norte e Nordeste. Na composição das causas de internações, ainda se destacam as doenças infecciosas intestinais que ainda representam a maior parte das internações deste grupo de causas. Para as doenças respiratórias e as causas externas, também são observadas tendências com poucas oscilações, em toda a série analisada. As doenças respiratórias têm sido responsáveis por aproximadamente 16% das internações (um ligeiro declínio é observado em anos recentes), sendo em torno de metade destas representadas pelas pneumonias. As causas externas que contribuíam na década de 1990 com em torno de 5,5% do total de internações vêm apresentando tendências a aumento, já estando em patamar próximo a 7%, nos últimos anos. Vale ressaltar que, ao considerarmos todos os grupos de causas de internações, incluindo-se aqueles que não foram analisados na discussão sobre mortalidade, verificamos que os motivos relacionados à gravidez, parto e puerpério respondem por algo em torno a um quarto do total de internações. Alguns contrastes emergem na compatibilização das informações nas categorias de morbidade ou mortalidade, relativos à ordem de frequência na participação dos diversos grupos de causas. Tal quadro justifica-se pelo fato de que a ocorrência do óbito é uma expressão bem definida da gravidade da doença, enquanto que a hospitalização não segue necessariamente esta ordem de determinação. Como exemplo, tem-se a grande proporção de internações pelo grupo de causas 37 relacionadas à gravidez, parto e puerpério, que, com raras exceções, não configuram no seu conjunto nenhuma situação de gravidade. Porém, aqui devemos chamar a atenção para a questão da mortalidade materna, a qual, apesar de sua aparente baixa magnitude, apresenta, no Brasil, taxas muito altas quando comparadas a outros países, refletindo deficiências na assistência pré e pós-natal. Por outro lado, alguns agravos podem evoluir com quadros severos; porém, na medida em que tenham baixa letalidade ou sejam potencialmente reversíveis mediante ações por parte dos serviços de assistência à saúde, apresentam baixa mortalidade. Este fenômeno acontece, por exemplo, com relação às doenças respiratórias, explicando as diferenças observadas, na ordem de frequência, entre seus indicadores de morbidade e de mortalidade. 2.10.2 Doenças infecciosas Apesar da redução significativa da participação desse grupo de doenças no perfil da mortalidade do nosso país, ainda há um impacto importante sobre a morbidade, como visto nos indicadores de morbidade hospitalar. Ainda assim, as alterações no quadro de morbimortalidade, com a perda de importância relativa das doenças transmissíveis, principalmente no último quarto do século XX, criaram, na opinião pública, uma falsa expectativa que todo esse grupo de doenças estaria próximo à extinção. Esse quadro não é verdadeiro para o Brasil, e nem mesmo para os países desenvolvidos, como demonstrado pelos movimentos de emergência de novas doenças transmissíveis, como a AIDS; de ressurgimento, em novas condições, de doenças antigas, como a cólera ou a dengue; de persistência de endemias importantes como a tuberculose; e de ocorrência de surtos inusitados de doenças como o Zika Vírus no Brasil e a Síndrome de Guiana Barre nos países Africanos. No tocante a sua ocorrência no período compreendido nas duas últimas décadas, a situação das doenças transmissíveis no Brasil apresenta um quadro complexo, que pode ser resumido em três grandes tendências: doenças transmissíveis com tendência declinante; doenças transmissíveis com quadro de persistência; e doenças transmissíveis emergentes e ré emergentes. Em um grande número de doenças transmissíveis, para as quais se dispõe de instrumentos eficazes de prevenção e controle, o Brasil tem colecionado êxitos importantes. A varíola foi erradicada em 1973 e a poliomielite, em 1989. O sarampo encontra-se com a transmissão interrompida desde o final de 2000. O tétano neonatal encontra-se com taxa de incidência muito 38 abaixo do patamar estabelecido para considerá-lo eliminado enquanto problema de saúde pública (1 por 1000 nascidos vivos). A redução na incidência e concentração dos casos também permite prever uma próxima eliminação da raiva humana transmitida por animais domésticos. Ainda dentro deste grupo de doenças transmissíveis com tendência declinante, estão: • a difteria, a coqueluche e o tétano acidental, que têm em comum o fato de serem imunopreveníveis; • a doença de Chagas e a hanseníase, ambas endêmicas há várias décadas em nosso país; • a febre tifoide, associada a condições sanitárias precárias; • a oncocercose, a filariose e a peste, todas com áreas de ocorrência restritas. Algumas doenças transmissíveis apresentam quadro de persistência, ou de redução em período ainda recente, configurando uma agenda inconclusa nessa área. Neste grupo de doenças destacam-se as hepatites virais – especialmente as hepatites B e C e a tuberculose, em função das altas prevalências alcançadas, da ampla distribuição geográfica em todas as regiões e do seu potencial evolutivo para formas graves que podem levar ao óbito. A malária, concentrada na região amazônica, onde ocorrem mais de 99% dos casos registrados no país, até recentemente apresentava níveis persistentemente elevados, passou a apresentar uma redução acentuada (acima de 40%, em média, a partir de 1999, sendo em 2002 detectados 350 mil casos, patamar que não era atingido desde o início dos anos 1980. O Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária, lançado em julho de 2000, além de garantir a ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento, por intermédio da descentralização e da integração com as ações de atenção básica, e um melhor equacionamento das ações seletivas de controle vetorial, possibilitou uma importante açãoextra setorial, com o estabelecimento de normas específicas voltadas para a instalação de assentamentos rurais e de projetos de desenvolvimento. Entretanto, o sucesso foi passageiro e já em 2005 registraram-se 600 casos, seguidos de uma redução de 10% no ano seguinte, quando foram registrados 540 mil casos. Um terceiro grupo de doenças expressa, em nosso país, o fenômeno mundial 39 de emergência e ré emergência de doenças transmissíveis. Desde o início da década de 80, algumas doenças infecciosas passaram a ser registradas ou foram reintroduzidas no país, destacando-se a AIDS (1980), dengue (1982), cólera (1991) e hantavirose (1993), sendo que, dentre estas, somente a cólera apresentou redução significativa na última década. A rápida disseminação da AIDS no país tem trazido reflexos na ocorrência de uma série de doenças infecciosas associadas, particularmente a tuberculose. A partir da detecção da AIDS no Brasil, observou-se um crescimento acelerado até 1997, quando foram registrados 23.545 casos novos, com um coeficiente de incidência de 14,8 casos/ 100.000 hab., e até junho de 2006, já foram identificados cerca de 433 mil casos da doença14. Forte mobilização de setores da sociedade e o desenvolvimento de medicamentos eficazes contra o HIV vêm possibilitando a redução dos seus danos potenciais, porém a um alto custo para o sistema de saúde. A dengue tem sido objeto de uma das maiores campanhas de saúde pública realizadas no país e tem mobilizado o interesse público e a mídia. As dificuldades para a eliminação de um mosquito domiciliado, que se nos multiplica vários recipientes que podem armazenar água, particularmente aqueles encontrados nos lixos das cidades, como as garrafas, latas e pneus, ou no interior dos domicílios, como os pratinhos dos vasos de plantas, têm exigido um esforço substancial do setor saúde. Entretanto, esse trabalho necessita ser articulado com outras políticas públicas, como a limpeza urbana, além de uma maior conscientização e mobilização social sobre a necessidade das comunidades manterem seu ambiente livre do mosquito. Esse último elemento, da mudança de hábitos, tem sido apontado, mais recentemente, como um dos mais efetivos na prevenção da infestação do mosquito. Nos últimos anos, vem sendo registrado um aumento no número de casos, alcançando cerca de 700 mil casos em 2002. Dentre outros fatores que pressionam a incidência da dengue, destaca-se a introdução sorotipo DEN 3, para o qual a susceptibilidade é praticamente universal. A circulação sequencial de mais de um sorotipo ou outros mecanismos não bem conhecidos vem propiciando o aumento na incidência de febre hemorrágica da dengue, com consequente incremento na mortalidade por esta doença. A possibilidade de introdução do sorotipo DEN4 a qualquer momento é um fator que 40 poderá gerar uma nova onda epidêmica de dengue, como aumenta as possibilidades de crescimento das ocorrências de formas hemorrágicas e outras formas severas. 2.10.3 Desafios continentais de desigualdade e pobreza Talvez o principal desafio do SUS seja enfrentar as diferenças geográficas e socioculturais de um pais como o Brasil com dimensões continentais, enquanto uma parte da população tem acesso a todos os tipos de prevenção das oferecidas nacionalmente como vacinas e serviço de saúde da família, uma outra parte da população não tem acesso nem a saneamento básico, algumas partes do pais também tem outras culturas como os indígenas e que por esse motivo não aceitam as prevenções básicas da saúde. Como gestores temos que sempre ter a perfectiva de realizar o melhor tipo de distribuição da saúde para toda a população desde as mais remotas e distantes até as mais centralizadas e ainda assim não bem assistidas por serem periféricas. Somente com estudos sempre mais avançados da situação das doenças e das condições de vida e moradia das pessoas poderemos erradicar doenças que já quase foram vencidas no passado como a Dengue, e erradicar outras novas como o Zika vírus entre outras. 2.11 Perfis e as principais tendências e adoecimento e morte no Brasil Pesquisando sobre as maiores causas de morte no Brasil vemos que todos os vemos que todos os levantamentos apontam para a Violência Interpessoal o impacto é tão grande que os estudos estatísticos consideram uma das maiores epidemias a OMS estima que 1,2 de adolescentes morrem por ano no mundo aproximadamente 3 mil por dia. Estudos apontam que o Brasil as mortes de adolescentes na faixa etária de 10 a 15 anos encontra-se nessa ordem de violência interpessoal: • Acidentes de Trânsito • Suicídio • Afogamento • Infecções respiratórias Já os jovens de 15 a 19 anos morrem em decorrência de violência interpessoal nessa ordem: • Acidentes de Trânsito • Suicídio 41 • Afogamento • Infecções respiratórias O estudo realizado pela OMS foi feito por regiões o que não oferece números absolutos para ilustrar a lista, como o Brasil está inserido na categoria “Países de renda baixa-media da Américas”, chegamos ao número de 40% dos óbitos da faixa etária de 10 a 19 anos tendo como principal motivo a violência interpessoal. Este conceito de violência interpessoal engloba uma grande gama de situações que inclui: • Assassinatos • Agressão • Brigas • Bulling • Violência entre parceiros sexuais • Narcotráfico • Gangues • Feminicidio, entre outros De acordo com os números publicados em 2016 pela iniciativa “a principal vítima da violência da violência homicida no Brasil é a juventude” o que revela uma situação muito alarmante. Nesse levantamento que reuniu dados do ano de 2014, foi observado que jovens de 15 a 29 anos representam 26% da população do país, mas a participação no total de homicídios por armas de fogo é desproporcionalmente superior ao peso demográfico dessa mesma camada da população atingindo 60% dos crimes ou seja o índice é 34% maior para este tipo de crime na faixa etária estipulada. Comparando m o resto do mundo este número parece ainda maior as principais causas de óbito entre jovens de 10 a 19 anos de ambos os sexos são: • Acidentes de trânsito • Infecções respiratórias (pneumonia) • Suicídio • Infecções intestinais (diarreia) 42 • Afogamentos Outro dado é que mais de dois terços destas mortes ocorrem em países em desenvolvimento. ** Dados referentes ao ano de 2015 segundo OMS. Estes dados revelam que as mortes por violência interpessoal principalmente entre os jovens é um fator preocupante não só no Brasil, mas também no mundo, e o que está sendo feito efetivamente para mudar este quadro em nosso país? Uma das maiores causas de óbito principalmente do sexo masculino nessa faixa etária é sem dúvida os acidentes de transito, neste caso o Brasil foi citado como um caso bem sucedido no combate a mortes no transito “Entre 1991 e 1997 o Ministério da Saúde do Brasil registrou aumento dramático na mortalidade de jovens em acidentes de transito”, afirma o documento. “Em resposta, legisladores introduziram um novo código de trânsito em 1998 que tornava mais severa as punições aos infratores”, O novo código de trânsito teria ajudando a salvar 5 mil vidas no período entre 1998 e 2001 segundo a OMS. Em contra partida a uma ação bem feita pelo poder público para diminuir as mortes por acidente do transito temos um grande problema com a escalada da violência no Brasil, pesquisas recentes apontam que a cada 8 minutos uma pessoa morre no Brasil são quase 60 mil homicídios conforme o Núcleo de Estudos da Violência da USP (Universidade de São Paulo) alguns dos tópicos abaixo explicam a incidência cada vez maior da violência. • As mortes ocorrem principalmente nas áreas tomadas pelo trafico • Grande parte das mortes é resultado de tentativa de roubo • A maioria das vítimas é negra e pobre. Os conflitos constantes, no Rio