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Semiologia das doenças do estômago e duodeno

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Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
____________________________________________________________ 
 1 
Anatomia 
o O estômago é a parte expandida do SD, localiza-se entre o esôfago e duodeno- 
1 porção do Intestino Delgado 
o Especializado para o acumulo de alimento ingerido e prepara-lo química (suco 
gástrico e mecanicamente (espasmo) para passar p o duodeno 
o Sua principal função: Digestão enzimática 
o Suco gástrico converte gradualmente a massa alimentar em uma mistura 
semilíquida - quimo → passa rapidamente para o duodeno 
o Estomago vazio → calibre ligeiramente > Intestino grosso, expande de 2 a 3 L 
o O tamanho, o formato e a posição do estômago podem variar bastante: Biotipo, 
movimento do diafragma, posição da pessoa ( decúbito dorsal – pode estar nos 
QSDeE, ou epigástrio, periumbilical, hipocôndrio e flanco esq. Ereto – desloca-
se para baixo e em pessoas astênicas o estomago pode estender-se até a pelve. 
 
o ESTÔMAGO É DIVIDIDO CLASSICAMENTE EM 4 PARTES: 
▪ Cárdia → parte que circunda o óstio cárdico, a abertura superior do 
estômago . em decúbito dorsal se encontra posterior a 6ª cartilagem 
intercostal 2 a 4 cm do plano mediano 
▪ Fundo gástrico → a parte superior dilatada que está relacionada com a 
cúpula esquerda do diafragma, limitada inferiormente pelo plano 
horizontal do óstio cárdico (pode ser dilatado por gás, liquido, alimento 
ou ambos) e em decúbito sorsal se encontra na 6 costela esquerda LMC 
▪ Corpo gástrico → a parte principal do estômago, entre o fundo gástrico 
e o antro pilórico ( onde inicia-se a ondas peristálticas circulares) 
▪ Parte pilórica → a região afunilada de saída do estômago; sua parte 
mais larga, o antro pilórico, leva ao canal pilórico, sua parte mais 
estreita (Figura 2.37A a E). O piloro é a região esfincteriana distal da 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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 2 
parte pilórica (camada de musc liso que controla a saída do quimo para 
o duodeno através do óstio pilórico) 
• DUODENO 
o O duodeno, a primeira e mais curta (25 cm) parte do intestino delgado, também 
é a mais larga e mais fixa 
o trajeto em formato de C ao redor da cabeça do pâncreas 
o começa no piloro no lado direito e termina na flexura (junção) duodenojejunal 
no lado esquerdo 
o Parte superior (primeira): curta (aproximadamente 5 cm), situada 
anterolateralmente ao corpo da vértebra L I 
o Parte descendente (segunda): mais longa (7 a 10 cm), desce ao longo das faces 
direitas das vértebras L I a L III 
o Parte inferior (terceira): 6 a 8 cm de comprimento, cruza a vértebra L III 
o Parte ascendente (quarta): curta (5 cm), começa à esquerda da vértebra L III e 
segue superiormente até a margem superior da vértebra L II. 
Exame clínico 
• ANAMNESE 
o Fazer perguntas específicas para esclarecer as manifestações iniciais: 
▪ Duração 
▪ Intensidade 
▪ Frequencia 
▪ Fatores desencadeante, agravantes e atenuantes 
▪ Outros sintomas associados 
▪ Evolução dos sintomas 
▪ Relação com a alimentação 
▪ Disposição e a capacidade laborativa 
o NÃO ESQUECER DE PERGUNTAR: 
▪ Fatores que podem influenciar no retardo do esvaziamento gástrico 
(gastroparesia): distúrbios alimentares, transtornos de humor e 
diabetes 
▪ Etilismo, tabagismo e 
▪ uso de medicamento – podem causar dispepsia (como antibióticos, 
suplemento de ferro e potássio, xantinas e principalmente uso de aas e 
AINES 
o DOR 
▪ Sintoma mais frequente 
▪ Dor visceral é percebida na linha mediana do epigástrio, pouco cm 
abaixo do apêndice xifoide → posição mais indicada pelos pctes com 
Ulcera péptica e com menos frequencia em pctes com gastrite e câncer 
gástrico – esta afeta a parte serosa e causa dor continua e intensa no 
epigástrio a dor é percebida no dorso qnd essa lesão se estendeu a 
órgão retroperitoneais 
 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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 3 
• DISPEPSIA 
o Pode ser definida pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas: 
plenitude pósprandial, saciedade precoce, epigastralgia e queimação 
epigástrica. (Tais manifestações podem ou não vir acompanhadas de outros 
sintomas gastrintestinais, como eructações, náuseas e vômito. Podem ser 
causados por doenças estruturais (gastrite, úlcera péptica, neoplasias), 
metabólicas (gastroparesia) e funcionais (quando nenhuma causa orgânica 
reconhecível justifica a sintomatologia) 
 
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
o Deve ser feito com dor de origem não dispéptica, como litíase biliar, 
pancreatite, tumor de pâncreas, parasitoses, isquemia mesentérica e doenças 
não abdominais como infarto agudo do miocárdio e pneumonia 
• NÁUSEAS E VÔMITOS 
o Manifestações comuns em doenças do Estomago e duodeno 
o Náusea→ sensação desagradável relacionada à necessidade iminente de 
vomitar, localizada no epigástrio ou na garganta. 
o O vômito→ é caracterizado pela expulsão forçada do conteúdo gástrico ou 
intestinal pela boca, associado à contração dos músculos abdominais e 
torácicos. 
▪ Características do vômito → 
• grande quantidade de alimentos ingeridos horas antes é 
sugestivo de estase gástrica, obstrução pilórica ou duodenal 
• Quantidades elevadas de bile no vômito sugerem obstrução 
intestinal alta 
• (hematêmese), isto denota sangramento a montante do ângulo 
de Treitz e pode corresponder a hemorragia proveniente de 
úlcera péptica ou câncer gástrico. 
EXAME FÌSICO 
• INSPEÇÃO 
o Peristaltismo gástrico visível →Obstrução do trato de saída do estômago (mais 
comum quando a obstrução é crônica tendo já ocorrido hipertrofia da 
musculatura lisa do antro e diminuição da espessura da parede abdominal pelo 
emagrecimento que inevitavelmente sobrevém nesta situação) 
 
• Palpação do epigástrio - superficial e profunda (Antes de iniciálas, o médico deve se 
certificar de que a posição do paciente é aquela em que há o máximo relaxamento da 
parede abdominal: decúbito dorsal, a cabeça apoiada em plano ligeiramente superior 
àquele em que se apoiam os ombros, que devem estar ligeiramente elevados com 
relação ao restante do tronco, braços estirados ao longo do corpo e joelhos levemente 
fletidos) 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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o Superficial → Dor intensa ocorre quando há lesões das camadas muscular e 
serosa do estômago 
o Profunda → Dor à descompressão brusca do abdome também sinaliza irritação 
peritoneal e pode ser causada por perfuração de úlcera péptica ou neoplasia 
gástrica. Se houver detecção de tumoração, podese variar o modo de palpar a 
área correspondente, a fim de encontrar a melhor maneira de sentir a 
anormalidade. 
 
Gastrite e gastropatias 
o Gastrite significa inflamação da mucosa gástrica 
o Gastropatia → O termo adequado para se referir a alterações da mucosa 
gástrica com pouca ou nenhuma inflamação 
o Endoscopicamente, tais gastropatias são caracterizadas por erosões, úlceras 
e/ou hemorragia, sem componente inflamatório significativo à biopsia 
o A maior parte dos pacientes com gastrite são assintomáticos e a minoria 
apresenta sintomas dispépticos. 
 
 
• GASTRITE 
o Causa maior → Helicobacter pylori 
▪ Histórico → Nas décadas de 1970 e 1980, o patologista australiano 
Robin Warren, utilizando coloração de prata para avaliação de biópsias 
de úlceras pépticas, identificou bactérias curvas que colonizavam o 
antro gástrico dos hospedeiros. Seu discípulo, Barry Marshall, deu 
prosseguimento ao trabalho, descrevendo as propriedades 
microbiológicas dessas bactérias, que foram denominadas 
Campylobacter pylori.36 A teoria da possível relação dessa bactéria 
com o desenvolvimento de gastrite foi recebida com grande ceticismo 
pela sociedade científica da época. Mais tarde, a bactéria passou a ser 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina____________________________________________________________ 
 5 
chamada de Helicobacter pylori. Marshall tinha que esclarecer se o 
microorganismo era causador de gastrite ou se era apenas infecção 
oportunista numa mucosa fragilizada. Para isso, ele utilizou a si mesmo 
como cobaia para realização do estudo. Barry Marshall e Arthur Morris 
inocularam-se a bactéria ao beber uma solução contendo grande 
quantidade da mesma, associada com o fármaco cimetidina. Após dez 
dias da ingestão dessa solução foi realizada uma avaliação endoscópica 
que confirmou que Helicobacter pylori estava presente no estômago 
de ambos e que havia evidência histológica de gastrite comparando 
com a avaliação realizada antes da inoculação.37 Em 2005, Marshall e 
Warren tiveram seus esforços recompensados ao receberem o Prêmio 
Nobel de Medicina. 
▪ Características → Helicobacter pylori é uma bactéria gram negativa, 
espiralada, flagelada, capaz de colonizar de forma persistente o 
estômago do homem. Não é invasiva, vive no muco gástrico, no qual se 
move graças à forma espiralada e à ação dos seus flagelos 
 
• GASTRITE ATRÓFICA AUTOIMUNE 
o caracterizada pela destruição autoimune das glândulas corporais e fúndicas do 
estômago 
o Secreção de pepsinogênios. Pepsinogênios são proenzimas secretadas pelas 
células principais das glândulas fúndicas e, em menor escala, pelas células 
produtoras do muco do estômago. Em meio ácido, transformamse na enzima 
proteolítica pepsina. As variações de secreção de pepsinogênio são semelhantes 
às de secreção do ácido clorídrico e dependem dos mesmos fatores 
o Representa menos de 5% das gastrites e é caracterizada pela diminuição de 
pregas gástricas e adelgaçamento da mucosa de corpo e fundo à endoscopia 
o consequências hipo ou acloridria, hipergastrinemia, diminuição da absorção de 
vitamina B12 por deficiência de fator intrínseco com anemia perniciosa e 
aumento do risco de câncer gástrico (controverso). Está associada à presença 
de anticorpos anticélulas parietais e antifator intrínseco. Em 50 a 75% dos casos 
pode haver participação da infecção pelo H. pylori. 
• A causa mais comum de gastropatia é a ingestão de medicamentos, em especial ácido 
acetilsalicílico e antiinflamatórios não esteroides (AINEs), além de bisfosfonatos e 
suplementos de potássio. 
• HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA 
o sangramento originado do esôfago ao ângulo de Treitz e é causada 
frequentemente por lesões do estômago e duodeno. 
o Pode ocorrer de forma aguda, manifestandose por hematêmese, melena e, nas 
formas mais graves, enterorragia e sinais de hipovolemia; ou de forma crônica, 
causando sinais de anemia ferropriva 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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 6 
o As causas mais comuns são: úlcera péptica, varizes esofágicas, lesões 
superficiais da mucosa (gastrite/gastropatias, esofagite ou duodenite) e 
provocadas por esforço do vômito 
 
• DISPEPSIA FUNCIONAL 
o pacientes com sintomas dispépticos apresenta estômago normal ou com 
alterações inespecíficas à endoscopia e nenhuma evidência objetiva de 
qualquer outra doença orgânica 
o sintomas resultem de anormalidades funcionais do estômago 
o certo número de pacientes, tais anormalidades funcionais estão relacionadas a 
alterações como dismotilidade, hipersensibilidade visceral, alterações pós-
infecciosas, inflamação gastroduodenal não detectável nos exames tradicionais 
e distúrbios psicossociais. 
 
• ÚLCERA PÉPTICA OU ÚLCERA GASTRODUODENAL 
o definida como uma lesão da mucosa com maior profundidade à endoscopia 
e/ou com evidência histológica de acometimento da submucosa 
o resulta da ruptura do balanço entre a agressão à mucosa gastroduodenal pelo 
ácido clorídrico e enzimas digestivas gástricas e os mecanismos de defesa 
desta mucosa 
o Principais causas → infecção pelo H. pylori (presente em 95 a 100% dos casos 
de úlcera duodenal e em 80 a 90% dos casos de úlcera gástrica) e os AINEs 
o H. Pylori + úlcera duodenal → aumento da secreção ácida do estômago em 
resposta à infecção crônica do antro 
o Úlcera gástrica → Encontrada em pctes com pangastrite pelo H. Pylori com 
produção ácida normal ou diminuída (Nesses casos, o mecanismo da lesão é 
provavelmente o comprometimento dos mecanismos de defesa da mucosa pela 
bactéria.) 
o Lesão por AINEs → tanto lesão direta pela medicação quanto redução dos 
mecanismos de defesa pela inibição da ciclooxigenase 1 (COX1), enzima 
importante na manutenção da integridade epitelial e da barreia mucosa. 
Diagnóstico 
• A dor, → em geral, é de leve intensidade, em queimação, localizada no epigástrio e 
descrita como “sensação de fome, queimadura ou desconforto no estômago. 
• A presença de despertar noturno (a paciente desperta durante a madrugada com a dor 
– clocking) é sugestiva de úlcera, decorrente do ritmo circadiano da secreção gástrica 
• RITMICIDADE DA DOR → 
o piora da dor após ingestão de alimentos na ulcera gástrica Doro em 4 tempos: 
Dói – come – passa -dói. 
o Alívio dos sintomas na duodenal. Dor em 3 tempos: Dói – come – passa. 
o Essa ritmicidade é bastante sugestiva mas não é patognomonica 
 
Efraim Solidade Pacheco – Graduando em medicina 
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 7 
CÂNCER GÁSTRICO 
• A incidência aumenta gradativamente com a idade, alcançando pico máximo na sétima 
década da vida. 
• Os principais tipos histopatológicos são o adenocarcinoma (90 a 95%) e os linfomas 
• fatores de risco para câncer gástrico: infecção pelo H. pylori, história familiar positiva, 
ingestão elevada de sal, tabagismo, etilismo, pólipos adenomatosos, baixa condição 
socioeconômica e ingestão de alimentos que contenham nitratos e nitrosaminas 
• O carcinoma gástrico 
o é, em geral, assintomático durante um longo período de seu desenvolvimento, 
o que contribui para o diagnóstico tardio, em estágio avançado, com menor 
chance de cura. 
o Os sintomas mais frequentes: são saciedade precoce, dor epigástrica, vômito, 
perda de peso, astenia e anemia. Pode ainda haver massa palpável no 
epigástrio, linfonodomegalia supraclavicular (sinal de Troisier/Virchow) e 
periumbilical (sinal da Irmã Maria José) em casos avançados - nódulo palpável 
no umbigo resultado de uma metástase de uma neoplasia maligna 
(câncer) na pelve ou abdômen. 
o 
 troisier 
o A endoscopia digestiva alta com biopsia das margens da lesão é o melhor 
exame para o diagnóstico 
Referência 
Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª Edição. 2013. Editora Guanabara Koogan.

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