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1 RESUMO GOLAN FISIOPATOLOGIA DA HIPERTENSÃO • Frequentemente é uma doença assintomática no início • Ideal: mander a PA em níveis inferiores a 140 mmHg e 90 mmHg / 130/80 mmHg em pacientes com diabetes e/ou doenças renal crônica • Hipertensão pode ser essencial (primária, idiopática) ou secundária (possui uma causa definida) • A PA é determinada pelo produto da FC, volume sistólico e resistência vascular periférica • FC é determinada principalmente pela atividade simpática • O volume sistólico depende das condições de carga (pré- carga e pós-carga) e contratilidade • A resistência vascular sistêmica reflete o tônus vascular FUNÇÃO CARDÍACA • Elevação persistente da PA se deve à elevação primária do débito cardíaco, que pode resultar de atividade simpaticoadrenal excessiva e/ou sensibilidade aumentado do coração a níveis basais de reguladores neuro- humorais • Mais frequente em pacientes jovens com hipertensão essencial • Tratamento com beta agonistas FUNÇÃO VASCULAR • Hipertensão baseada na resistência vascular: vasculatura é anormalmente responsiva à estimulação simpática, à fatores circulantes ou a reguladores locais do tônus vascular, falhas nos canais iôncos • Idoso • Uso de diuréticos tiazídicos FUNÇÃO RENAL • Retenção excessiva de sódio e água pelos rins = hipertensão baseada no volume • Elevação de DC e RVS • Sistema renina-angiotensina-aldosterona FUNÇÃO NEUROENDÓCRINA • A disfunção do sistema neuroendócrino – incluindo regulação central anormal do tônus simpático basal, respostas atípicas ao estresse, respostas anormais a sinais provenientes de barorreceptores e receptores de volume intravascular e produção excessiva de hormônios reguladores da circulação 2 RESUMO GOLAN TRATAMENTO CLÍNICO DA HIPERTENSÃO REDUÇÃO DO VOLUME INTRAVASCULAR DIURÉTICOS: • Diminuem o volume intravascular ao aumentar a excreção renal de sódio e água • DIURÉTICOS TIAZÍDICOS, como a hidroclorotiazida, constituem os fármacos natriuréticos usados no tratamento da hipertensão crônica. Apresentam alta disponibilidade oral e ação de longa duração. Mostram-se particularmente efetivos em pacientes com hipertensão baseada no volume, como os que apresentam doença renal primária. Ao diminuir o volume, diminuem o débito cardíaco. No entanto, a diminuição do débito cardíaco estimula o sistema renina-angiotensina, levando a retenção de volume e atenuação do efeito dos tiazídicos sobre o estado do volume. • DIURÉTICOS DE ALÇA, como a furosemida, são raramente prescritos para o tratamento de hipertensão leve ou moderada. Ação relativamente curta (4 a 6 h) e eficácia anti-hipertesniva modesta (ativação de respostas compensatórias). É preferível aos tiazídicos na hipertensão maligna e hipertensão baseada no volume em pacientes com doença renal crônica avançada • DIURÉTICOS POUPADORES DE K+, como espironolactona, triantereno e amilorida, são utilizados principalmente em associação a outros diuréticos com a finalidade de atenuar ou corrigir a caliurese (excreção de potássio) induzida por fármaco. - espironolactona: exceção, antagonista dos receptores de aldosterona, efetiva no tratamento da hipertensão secundária ao hiperaldosteronismo INFRARREGULAÇÃO DO TÔNUS SIMPÁTICO • Os fármacos simpaticolíticos tratam a hipertensão por meio de dois mecanismos principais: redução da resistência vascular sistêmica e/ou redução do débito cardíaco ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES BETA-ADRENÉGICOS • Propranolol, metoprolol, atenolol, nebivolol • Efeitos cronotrópicos e inotrópicos negativos, no tratamento prolongado também promovem diminuição do tônus vasomotor • Antagonismo aos receptores beta 1 adrenérgicos diminui a secreção de renina → reduz a produção de ANG II (vasoconstritor potente) • O tratamento com antagonistas beta pode levar a elevação dos níveis séricos de triglicerídeos e redução dos níveis de lipoproteínas de alta densidade • Efeitos adversos: exaceração da intolerância à glicose (hiperglicemia), sedação, impotência, depressão e bronconstrição • Há os antagonistas alfa-beta mistos (labetalol): a administração intravenosa provoca considerável redução da pressão arterial e tem ampla aplicação no tratamento de emergências hipertensivas. Via oral é utilizado no tratamento a longo prazo da hipertensão. 3 RESUMO GOLAN Uma vatagem desse fármaco é que causa redução da PA por meio da diminuição da RVP (antagonismo aos receptores alfa1) sem resposta reflexa do aumento da FC ou do DC (visto que os receptores beta1 também estão antagonizados), o que pode ocorrer quando são utilizados agentes vasodilatadores puros como monoterapia ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES ALFA- ADRENÉRGICOS • Antagonistas alfa1-adrenérgicos: Prazosina, terazosina, doxazosina • Inibem o tônus vasomotor periférico, reduzindo a vasoconstrição e diminuindo a resistência vascular sistêmica • Ausência de efeitos adversos sobre o perfil dos lipídios: vantagem • Antagonistas alfa-adrenérgicos não seletivos (fenozibenzamina, fentolamina): não são utilizados no tratamento a longo prazo de hipertensão, visto que seu uso prolongado pode resultar em repostas compensatórias excessivas SIMPATICOLÍTICOS CENTRAIS • Agonistas alfa2-adrenérgicos: metildopa, clonidina e guanabenzo - Reduzem o efluxo simpático do bulbo, com consequente redução da FC, contratilidade e tônus vasomotor • Bloqueadores ganglionares: trimetafana, hezametônio - Inibem a atividade nicotínica colinérgica nos gânglios simpáticos, causa graves efeitos adversos de bloqueio parassimpático e simpático combinado (constipação intestinal, visão turva, disfunção sexual e hipotensão ortostática) • Agentes simpaticolítcos: reserpina, guanetidina - São captador em terminações de neurônios adrenérgicos pós-ganglionares, onde induzem a depleção prolongada do neurotransmissor das vesículas sinápticas contendo norepinefrina. Assim, reduzem a PA ao diminuírem a atividade do SNP, causam efeitos adversos graves, pouco usados no tratamento de hipertensão MODULAÇÃO DO T6ONUS DO MÚSCULO LISO VASCULAR BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CA2+ • Verapamil, diltiazem, nifedipino, anlodipino • Utilizados no tratamento a longo prazo da hipertensão • Atuam como vasodilatadores arteriais, agentes inotrópicos negativos e/ou agentes cronotrópicos negativos • Fármacos di-hidropiridínicos (nifedipina e anlodipino) → autam principalmente como vasodilatadores • Fármacos não di-hidropiridínicos (verapamil e diltiazem)→ atuam como agentes inotrópicos e cronotrópicos negativos principalmente (diminuindo a contratilidade do miocárdio), FC e condução de impulsos • Podem reduzir a PA por meio da redução da RVP e do DC ATIVADORES DOS CANAIS DE K+ • Minoxidil e hidralazina • Vasodilatadores arteriais utilizados no tratamento à longo prazo de hipertensão • Ativa canais de K+ metabotrópico, que hiperpolariza as células musculares lisas vasculares, atenuando a resposta celular a estímulos despolarizantes • Efeitos adversos: MODULAÇÃO DO SISTEMA RENINA- ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA INIBIDOR DA RENINA • Alisquireno • Inibidor competitivo da renina, enzima conversora de angiotensinogênio em ANG I • Esse bloqueio de estágio inicial do sistema renina- angiotensina-aldosterona pode, teoricamente, resultar em redução mais efetiva da PA e regressão da hipertrofia ventricular esquerda em comparação ao uso de inibidores da ECA ou bloqueadores dos receptores de angiotensina INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA • Impedem a conversão de ANGI I em ANG II mediada pela ECA • Reduz níveis de ANG II e aldosterona → diminui a PA • Como diminui a aldosterona, promovem também natriurese • Os inibidores da ECA também diminuem a degradação da bradicinina → aumento dos níveis de bradicininatambém causa vasodilatação - efeito adverso: tosse • Possuem poucos efeitos adversos • Se usado de maneira incorreta pode causar insuficiência renal • São considerados fármacos preferidos no tratamento do paciente diabético hipertenso ANTAGONISTAS DO AT1/ BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA • Losartana, valsartana e irbesartana 4 RESUMO GOLAN • AT1 = receptor de angiotensina II • Também conhecidos como BRA (bloqueadores do receptor de receptor de angiotensina) • Também podem diminuir a proliferação reativa da íntima arteriolar • Geralmente, são usados do lugar dos inibidores da ECA por não aumentarem os níveis de bradicinina (não causam o efeito adverso tosse) CRISE HIPERTENSIVA • Refere-se às síndromes caracterizadas por elevações intensas da PA • Emergência hipertensiva: elevação da PA e lesão vascular são agudas • Com frequência essa síndrome é aliada com insuficiência ventricular esquerda aguda • Necrose arteriolar fibrinoide contribua para sintomas dessa síndrome: pode resultar em lesão vascular aguda e hipoperfusão dos órgãos-alvo • Tratamento: exige rápida redução da PA para evitar lesão em órgãos-alvo • Afecções típicas incluem acidente encefálico ou IM acompanhado de grave elevação da PA ou insuficiência cardíaca esquerda aguda com hipertensão grave • Quanto à farmacoterapia, a CI pode ser dividida em duas categorias: a) doença arterial coronariana crônica (DAC): manter o equilíbrio entre o suprimento e a demanda de oxigênio do miocárdio b) síndromes coronarianas agudas (SCA): restaurar e/ou manter a desobstrução do lúmen das artérias coronárias DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA CRÔNICA • caracteriza-se por redução da reserva vasodilatadora coronariana • em condições de estresse que exigem o aumento do fluxo sanguíneo → pode ocorrer desequilíbrio entre suprimento e demanda de oxigênio ao miocárdio devido a redução do fluxo coronariana e da disfunção endotelial REDUÇÃO DO FLUXO CORONARIANO • A vasculatura coronariana é composta por dois tipos de vasos: A) Epicárdicos proximais de grande calibre: - locais mais frequentes de formação de ateroma - o fluxo sanguíneo total da artéria coronária é limitado pela extensão da estenose dos vasos epicárdicos B) Endocárdicos distais de pequeno calibre - regulam a RV coronariana intrínseca em resposta a alterações metabólicas locais • Angina de peito: principal manifestação clínica da DAC crônica, revela-se como desconforto semelhante a pressão precordial resultante de isquemia do miocárdio. • A maioria dos pacientes com DAC crônica apresenta angina estável: síndrome clínica em que ocorre dor torácica isquêmica ao esforço físico • DAC crônica associa-se a depósito de ateroma (com revestimentos fibrosos sobrejacente, espesso e resistente à ruptura) na subíntima das artérias coronárias epicárdicas • Causa imediata da angina de peito: desequilíbrio entre suprimento e demanda de oxigênio • Em condições fisiológicas: o fluxo sanguíneo coronariano é controlado para assegurar a perfusão tecidual adequada → reserva do fluxo coronariano RFC = FSC máximo/ FSC em repouso • FSC: fluxo sanguíneo coronariano • Estenose maior que 80% do diâmetro do lúmen arterial: os vasos endocárdicos precisarão sofrer dilatação para proporcionar perfusão adequada mesmo em repouso. A dilatação desses vasos atenua a reserva do fluxo coronariano visto que não poderão sofrer mais dilatação durante o exercício físico • Poderá ocorrer isquemia do miocárdio em repouso quando a estenose das artérias epicárdicas ultrapassar 90% do diâmetro luminal: vasos são incapazes de manter adequada perfusão do miocárdio mesmo com dilatação máxima DISFUNÇÃO EDOTELIAL • Designa uma regulação patológica das células endoteliais • Clinicamente manifesta-se por tônus vascular e propriedades protrombolíticas anormais 5 RESUMO GOLAN • Tônus vascular anormal: resulta da desregulação do controle endotelial da contração do músculo liso (não dilatam em resposta à estímulos hiperêmicos) • Como o endotélio também desempenha papel crucial na regulação da ativação das plaquetas e na cascata da coagulação, a disfunção endotelial pode promover coagulação sanguínea (trombose) no local de lesão endotelial SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS • São mais frequentemente causadas por fissura ou ruptura de placas ateroscleróticas instáveis/ vulneráveis • Placas ateroscleróticas instáveis/ vulneráveis: revestimentos fibrosos finos sujeitos à ruptura. Tal ruptura resulta na exposição de fatores pró-coagulantes, como colágeno subendotelial que ativam plaquetas e a cascata de coagulação • A coagulação descontrolada por levar a formação de trombos, acarretando isquemia miocárdica e, potencialmente, lesão irreversível do miocárdio • Subtipos: 1. ANGINA INSTÁVEL: - paciente apresenta elevação da FC ou intensidade da dor torácica - não há evidências enzimáticas de infarto tecidual, porém os pacientes correm alto risco de IM, devido à superfície protrombótica ativa no local de ruptura da placa 2. IM SEM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST - uma placa instável sofre ruptura súbita e compromete significativamente (mas não oclui por completo) o lúmen de uma artéria coronária epicárdica - como a artéria está parcialmente ocluída, e existe superfície protrombótica persistente no local de ruptura da placa, sofrem alto risco de recidiva da isquemia - tratamento semelhante da angina instável 3. IM COM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST - trombo intraluminal provoca oclusão completa da artéria coronária epicárdica no local de ruptura da placa, cessando o fluxo sanguíneo - causa lesão epicárdica aguda que evoluirá para infarto transmural se a perfusão não for restabelecida - pode ocorrer como morte cardíaca súbita fora do hospital: morte é causada por instabilidade elétrica causada por isquemia - dor torácica ininterrupta, com dispneia e insuficiência cardíaca esquerda isquêmica - tratamento: reperfusão imediata da artéria ocluída - A extensão da necrose do miocárdio após lesão isquêmica depende de massa do miocárdio suprida pela artéria ocluída, tempo decorrido com oclusão total da artéria e grau de circulação colateral TRATAMENTO CLÍNICO DA CARDIOPATIA ISQUÊMICA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA CRÔNICA • Os tratamentos farmacológicos concentram-se na redução da demanda de oxigênio do miocárdio, determinada por FC, contratilidade e tensão da parede ventricular ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES BETA- ADRENÉRGICOS • A ativação dos receptores beta1-adrenérgicos pelo sistema simpaticoadrenal leva a um aumento de FC, contratilidade e condução através do nó AV • Assim, os antagonistas desses receptores diminuem a frequência sinusal, reduzem o estado inotrópico e diminuem a velocidade de condução do referido nó • Os beta-bloqueadores são a base do esquema de tratamento de pacientes com angina estável crônica: reduzem a demanda de oxigênio do miocárdio ao diminuir a frequência e contratilidade cardíacas • Essa redução da FC também pode aumentar a perfusão do miocárdio por meio de prolongamento do tempo de enchimento diastólico • São frequentemente coadministrados com nitratos orgânicos em pacientes com angina estável ou então com bloqueadores de canais de cálcio (BCC) • O uso de beta-bloqueador junto com formulações de nifedipino de curta ação (BCC di-hidropiridínico) evitou a taquicardia reflexa típica da monoterapia com nifedipino • Associação com BCC das classes não di-hidropiridínicas (diltiazem ou verapamil) pode resultar em supressão sinérgica da automaticidade do nó AS → causa bradicardia sinusal extrema e/ou da condução do nó AV • São utilizados em pacientes com IC clinicamente estável, com relevante benefício de sobrevida • Porém, não devem ser administrados em pacientes comIC descompensada • No tratamento de paciente com angina vasoespástica pura ou angina variante, antagonistas beta podem induzir vasoespasmo coronariano, em consequência da vasoconstrição mediada por receptores alfa sem oposição • Efeitos adversos: fadiga, letargia, insônia e impotência BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO 6 RESUMO GOLAN • Diminuem o influxo de cálcio através dos canais de cálcio do tipo L regulados por voltagem na membrana plasmática → redução da contração cardíaca e da vasoconstrição das células musculares lisas vasculares • Diminuem a demanda de oxigênio do miocárdio e também podem aumentar o suprimento de oxigênio do miocárdio → isso porque diminui a resistência vascular sistêmica e a contratilidade cardíaca • Cada classe tem um efeito inotrópico diferente sobre os miócitos cardíacos • Em comparação com verapamil e diltiazem, di- hidropiridinas (como nifedipino) são mais seletivas para canais de cálcio na vasculatura periférica • Contraindicação: na IC descompensada, em virtude de seus efeitos inotrópicos negativos • Parecem produzir maior efeito antianginoso quando coadministrados com antagonistas beta do que quando em monoterapia • Os BCC mostram-se efetivos no tratamento de angina vasospástica NITRATOS • Principal efeito terapêutico: dilatação das veias de capacitância periféricas, diminuindo a pré-carga e reduzindo a demanda de oxigênio do miocárdio • Exercem efeito vasodilatador coronariano em pacientes com angina vasospástica e efeito antiagregantes sobre as plaquetas • Em pacientes com angina de esforço estável, nitratos melhoram a tolerância ao exercício quando utilizados como monoterapia e atuam de modo sinérgico com antagonistas β ou BCC • Atuam de modo significativo no tratamento da insuficiência VE, tanto aguda quanto crônica → poderosa ação venodilatadora → redução da pré-carga • Em pacientes com disfunção diastólica relacionada com isquemia → restauração da complacência e do enchimento normais da câmara diastólica • Desenvolvimento de tolerância constitui o principal obstáculo ao uso prolongado dos nitratos • Efeito adverso: cefaleia ÁCIDO ACETILSALICÍLICO • AAS inibe irreversivelmente a ciclo-oxigenase plaquetária, enzima necessária para a geração do composto pró- agregante tromboxano A2 (TxA2) → efeito persiste durante o tempo de sobrevida das plaquetas (cerca de 10 dias) • É utilizado na DAC crônica e para evitar trombose arterial que resulte em AVE e ataque isquêmico transitório, bem como IM • É mais efetivo como agente antiplaquetário seletivo quando administrado em baixas doses e/ou a intervalos infrequentes • Utilizado na angina instável • Clopidogrel como alternativa para pacientes alégicos • Deve ser usado com cautela em paciente com comprometimento da função hepática, visto que esses indivíduos podem apresentar diátese hemorrágica, devido a níveis circulantes diminuídos dos fatores da coagulação sintetizados pelo fígado • Efeitos adversos: predispõe efeitos adversos gastrintestinais como gastrite e doença ulcerosa péptica AGENTES HIPOLIPÊMICOS • Em pacientes com DAC conhecida, a administração de fármacos que reduzem os níveis séricos de colesterol LDL diminui o risco de eventos cardiovasculares isquêmicos • Inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas) constituem os agentes hipolipêmicos utilizados com mais frequência → diminuem o grau de síntese hepática de colesterol → tal redução resulta em aumento da expressão ehepática dos receptores de LDL e, portanto, da depuração das partículas de lipoproteína contendo colesterol da corrente sanguínea • Tratamento hipolipêmico reduz as taxas de eventos cardiovasculares em pacientes com DAC MODULADORES METABÓLICOS • Alguns pacientes com angina estável continuam a apresentar angina frequente, mesmo com o tratamento • Nesses casos, os moduladores metabólicos que aumentam a eficiência de utilização do ATP podem ser clinicamente úteis • Ranolazina: foi aprovada como tratamento de segunda linha de angina refratária apesar do tratamento máximo. Melhora a tolerância aos esforços e diminui a frequência de sintomas anginosos em comparação com placebo ANGINA INSTÁVEL E INFARTO DO MIOCÁRDIO SEM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST • Podem ocorre como primeira manifestação de DAC ou em pacientes com história de DAC estável • Pacientes com AI não apresentam evidências francas de lesão do miocárdio, enquanto os com IMSEST exibem elevação dos biomarcadores que refletem necrose dos cardiomiócitos. • Angina instável sem tratamento pode evoluir para IMSEST ou este pode constituir resultado inicial da ruptura de placa com extensa inflamação e coagulação no local de ruptura 7 RESUMO GOLAN • O tratamento tem por objetivo aliviar os sintomas isquêmico e impedir a formação adicional de trombo no local de ruptura da placa • Agentes trombolíticos estão contraindicados: causa aumento significativo de morbidade e tendência à taxa aumentada de mortalidade FÁRMACOS ANTIANGINOSOS • Nitroglicerina intravenosa→ geralmente administrada nas primeiras 24hrs • Depois de 24hrs → preparação oral de nitrato de longa duração • Coadministração de antagonista beta-adrenérgico para diminui a demanda de oxigênio do miocárdio • BBC → não são usados, porque não foi constatado que esses fármacos reduzam o risco de IM recorrente ou de morte cardíaca (o que foi constatado com o uso de beta-bloqueadores) HEPARINA E ÁCIDO ACETILSALICÍLICO • Diminuem em cerda de 50% o risco de eventos cardiovasculares recorrentes e potencialmente fatais • Efeito adverso: sangramento • Associação traz mais benefícios ANTAGONISTAS DA GLICOPROTEÍNA IIB- IIIA • Agentes antiplaquetários altamente eficazes • Os receptores GPIIb-IIIa nas plaquetas ativadas ligam-se em ponte à molédula de fibrinogênio • Os antagonistas dessa glicoproteína interferem nessa agregação plaquetária → limitam o tamanho do tampão plaquetário • Reduzem o risco de IM fatal e não fatal em pacientes com AI e diminuem o risco de IM recorrente e revascularização urgente em pacientes com IMSEST • Em pacientes com AI/IMSEST que apresentam isquemia ou alto risco, deve-se administrar eptitibatida ou irofibana associada ao AAS e a heparina • Já a administração de abciximabe tem sido extremamente restrita ao período periprocedimento (na preparação para a intervenção coronariana percutânea imediatamente após sua realização) ANTAGONISTAS DO RECEPTOR DE ADP • Clopidogrel é um antagonista do receptor de ADP das plaquetas, muito utilizado no tratamento de pacientes com SCA • Alterantiva para pessoas que tem alergia ao AAS • Clopidogrel diminui os eventos coronarianos recorrentes em pacientes com AI/IMSEST submetidos a intervenção coronariana percutânea, bem como em pacientes com AI/IMSEST tratados com abordagem não invasiva • Prasugrel é antagonista do receptor de ADP provoca maior atividade antiplaquetária do que clopidogrel. Possui melhores resultados que o clopidogrel, porém maiores riscos de sangramento INIBIDORES DIRETOS DA TROMBINA • Inibidores diretos da trombina, como bivalirudina, estão sendo cada vez mais usados no tratamento de pacientes com AI/IMSEST INFARTO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST • O tratamento do IMEST tem por objetivo a reperfusão imediata da artéria coronária epicárdica ocluída • Existem duas abordagens para desosbstruir uma artéria coronária ocluída: - farmacológica (trombólise) - mecânica (angioplastia ou derivação da artéria coronária de emergência) • Quando se utiliza a trombólise, a coadministração de clopidogrel aumenta a probabilidade de que o vaso infartado permaneça desosstruído 8 RESUMO GOLAN TROMBOLÍTICOS • 4 agentes trombolíticos utilizados para IMEST são estreptoquinase, alteplase, tenecteplase e reteplase• Deve-se administrar no momento oportuno → pacientes que recebem esse tipo de tratamento dentro de 2 horas do aparecimento dos sintomas apresentam melhora 2x maior na taxa de sobrevida do que os que recebem mais de 6 horas após o início dos sintomas • ESTREPTOQUINASE: - formação de complexo e clivagem - forma um complexo com plasminogênio → expõe o local ativo do plasminogênio → passa a fazer clivagem proteolítica de outras moléculas de plasminogênio em plasmina → trombólise - efeitos adversos: tem a capacidade de desencadear ações antigênicas com sua administração repetida (febre, reação alérgica), fibrinólise sistêmica • ALTEPLASE: - nome genérico do ativador do plasminogênio tecidual (t- PA) recombinante - restaura patência das artérias coronárias ocluídas, limita disfunção cardíaca e reduz taxa de mortalidade após IMEST - liga-se a trombos recém formados com alta afinidade, provocando fibrinólise - efeito adverso: sangramento, hemorragia cerebral, contraindicado para pacientes que sofreram AVE recente ou outro evento hemorrágico significativo • TENECTEPLASE - variante do t-PA obtida por engenharia genética - mais específica para fibrina, mais resistente ao inibidor do ativador de plasminogênio 1 - maior meia vida que t-PA (simplificação na administração), também apresenta risco de sangramento • RETEPLASE - é variante do t-PA obtida por engenharia genética - meia-vida aumentada e aumento da especificidade para a fibrina, em comparação com t-PA INTERVENÇÃO PERCUTÂNEA PRIMÁRIA • Nos EUA, a maioria dos pacientes com IMEST é tratada com agentes trombolíticos. Entretanto, múltiplos estudos mostraram que angioplastia primária, quando efetuada dentro de 90 min após a chegada do paciente ao serviço de emergência, proporciona benefício em termos de redução da mortalidade, em comparação com a trombólise • Angioplastia primária: colocação de stent de aço inoxidável revestido com sirolimo, everolimo, cotarolimo ou paclitaxel TRATAMENTO PÓS-INFARTO DO MIOCÁRDIO • Evitar novo infarto • Dois objetivos: impedir e tratar a isquemia redisual, identificar e tratar os principais fatores de risco (hipertensão, tabagismo, hiperlipidemia e diabtes melito) • Regra mnemônica útil para orientar o tratamento global em pacientes após IM é ABCDE: A: ácido acetilsalicílico, inibidores da ECA, antianginosos e antagonistas da aldosterona; B: beta-antagonistas e controle da pressão arterial; C: redução de colesterol e cigarros; D: dieta e controle do diabetes melito; E: educação e exercícios físicos. FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Como o comprometimento subjacente da função cardíaca dessa síndrome é, com frequência, irreversível, a IC é tipicamente uma doença crônica, caracterizada por episódios intercorrentes de descompensação aguda 9 RESUMO GOLAN (causadas por ingestão excessiva de sódio ou líquido, não adesão do paciente aos medicamentos prescritos e doença não cardíaca concomitante) • Isquemia do miocárdio, evolução da causa da doença cardíaca e ativação dos sistemas reguladores neuro- humorais também podem levar à descompensação clínica ETIOLOGIAS DA DISFUNÇÃO CONTRÁTIL • Disfunção contrátil ventricular esquerda (insuficiência cardíaca sistólica) constitui a principal causa de insuficiência cardíaca • Pode ocorrer IC sintomática em pacientes com função sistólica VE normal ou quase normal (fração de ejeção VE preservada). Nesses casos, os sintomas de IC esquerda são causados por anormalidades de relaxamento e/ou enchimento VE (insuficiência cardíaca diastólica) → provoca aumento das pressões arterial esquerda e capilar pulmonar, ocasionando transudação de líquido para o interstício pulmonar • Lei de Frank-Starling: relação entre pré-carga e volume sistólico. O volume diastólico aumentado aumenta o comprimento da fibra miocárdica. Consequentemente, maior fração do comprimento do filamento de actina é exposta em cada sarcômero, portanto torna-se disponível para a formação de ponte cruzadas de miosina quando o cardiomiócito é despolarizado • Compensação cardíaca: mecanismos compensatórios são ativados para preservar a função circulatória quando a capacidade do miocárdio em manter o débito anterógrado normal falha. O mecanismos de Frank-Starling aumenta o volume sistólico em resposta direta ao aumenta da pré- carga. O estresse hemodinâmico ainda não compensado resulta em remodelagem do miocárdio • Mecanismo de Frank-Starling: no coração intacto, o aumento da pré-carga aumenta o volume sistólico por meio do mecanismo de Frank-Starling. - Em pacientes com disfunção sistólica, a relação entre volume diastólico final e volume sistólico caracteriza-se por um platô mais plano - o tratamento da insuficiência circulatória cardiogênica raramente envolve expansão do volume • Remodelagem e hipertrofia cardíacas: quando ocorre aumento da tensão da parede miocárdica, desenvolve-se hipertrofia cardíaca para manter o desempenho sistólico ventricular - fração de ejeção VE é inversamente proporcional à tensão da parede → as adaptações que diminuem a tensão da parede sistólica aumentam a fração de ejeção VE - de acordo com a Lei de Laplace, a tensão da parede é diretamente proporcional à pressão e ao raio de uma câmara, e inversamente proporcional à espessura da parede - em casos de sobrecarga crônica de pressão, como estenose aórtica ou hipertensão sistêmica, o VE desenvolve um padrão concêntrico de hipertrofia (preserva o desempenho sistólico, porém resulta em diminuição da complacência VE) - em condições de sobrecarga crônica de volume, como insuficiência mitral ou aórtica, o VE desenvolve padrão excêntrico de hipertrofia. Ajuda a manter o desempenho cardíaco pela modulação da tensão da parede diastólica, porém causa aumento da complacência VE • Ativação neuro-humoral: a incapacidade do coração produzir débito anterógrado adequado ativa diversos sistemas humorais, que causam consequências deletéria em sua maioria. - PA diminuída ativa barorreflexo → catecolaminas produzem taquicardia e vasoconstrição periférica - catecolaminas também estimulam receptores beta1 das células JG renais → liberam renina →aumento de AT II - AT II atua nos receptores AT1 → aumenta o tônus vasomotor arterial e aumenta liberação de aldosterona, vasopressina e ativa centro da sede no hipotálamo (aumenta o volume intravascular) - a AT II parece constituir importante mediador da hipertrofia vascular e miocárdica • O tratamento central do tratamento farmacológico atual da IC em modular a ação desses efetores neuro-humorais 10 RESUMO GOLAN TRATAMENTO CLÍNICO DA IC • Estratégias de tratamento para disfunção contrátil em pacientes que apresentam ou correm risco de insuficiência cardíaca sintomática ocorrem de acordo com as seguintes metas fisiológicas: redução da pré-carga, redução d após- carga e aumento da contratilidade (aumento do inotropismo) REDUÇÃO DA PRÉ-CARGA DIURÉTICOS: • Os agentes natriuréticos mais utilizados na IC consistem em diuréticos de alça, furosemida e bumetanida → inibem o contransportador de Na+-K+ -2Cl- (NKCC2) presente no ramo espesso da alça de Henle → aumento da excreção de sódio, potássio e água • Diuréticos tiazídicos, como hidroclorotiazida, também são utilizados no tratamento dos sintomas congestivos. Tiazídicos inibem a reabsorção de sódio e cloreto por meio do cotransportador de Na+-Cl- (NCC) no túbulo contornado distal. São menos eficazes que diuréticos de alça, geralmente usados em associação a outros fármacos AQUARÉTICOS • São antagonistas da vasopressiva, como conivaptana e tolvaptana • Pacientes com IC apresentam níveis elevados de vasopressina. Antagonismo seletivo do receptor V2 de vasopressina resulta em aumento do débito urinário sem solutos e de níveisséricos de sódio em pacientes com IC → aumenta a perda de peso e minui edema a curto prazo ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE ALDOSTERONA • Espironolactona é diurético poupador de potássio que atua como antagonista competitivo no receptor de aldosterona, diminuindo, assim, a troca de sódio-potássio em túbulo distal e ducto coletor do néfron • Uso associada a outros mecanismos resulta em diminuição da mortalidade em 30% • Com frequência, a espironolactona é administrada em associação a inibidores da ECA e/ou bloqueador do receptor de angiotensina. Como espironolactona, inibidores da ECA e bloqueadores dos receptores de angiotensina diminuem a excreção de K+. é importante monitorar os níveis plasmáticos de K+ e efetuar a suplementação com cautela VENODILATADORES • Coadministrados com diuréticos em pacientes com sintomas congestivos • Nitroglicerina (NTG): aumenta a capacitância venosa, portanto diminui o retorno venoso ao coração → resulta em redução do volume da câmara VE e pressão diastólica VE. Tais efeitos dos nitratos diminuem a demanda de oxigênio do miocárdio • Também podem ser especialmente efetivos nos casos em que a IC esquerda resulta de isquemia aguda do miocárdio → nitratos podem diminuir a isquemia, melhorando o relaxamento diastólico REDUÇÃO DA PÓS-CARGA INIBIDORES DA ECA • Ocorre diminuição de AT II → resulta em não ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona → vasodilatação e não retenção de volume • Isso leva à redução da pós-carga: diminui a impedância à ejeção VE, aumentando o volume sistólico • Antagonistas de AT1 (algumas vezes denominados bloqueadores dos receptores de angiotensina ou BRA são alternativas para os inibidores da ECA ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES BETA- ADRENÉRGICOS • Benefícios: inibição da liberação de renina, atenuação dos efeitos citotóxicos e de sinalização das catecolaminas circulantes elevadas e prevenção da isquemia, também podem atenuar os efeitos adversos dos reguladores neuro- humorais em pacientes com IC VENODILATADORES • Hidralazina é vasodilatador de ação direta que diminui a resistência vascular sistêmica e, portanto, a pós-carga • Seu uso clínico tem sido limitado por diversos, incluindo indução de taquicardia reflexa durante a administração crônica AGENTES INOTRÓPICOS GLICOSÍDIOS CARDÍACOS • Inibem a Na+-K+ ATPase do sarcolema nos miócitos cardíacos → aumenta o Na+ intracelular → aitva o trocador de sódio-cálcio e aumenta o Ca++ intracelular, incluindo as reservar de Ca++ no RS → aumento da contratilidade do miocárdio AMINAS IMPATICOMIMÉTICAS 11 RESUMO GOLAN • Dobutamina é amina simpaticomimética parenteral geralmente utilizada no tratamento de IC sistólica descompensada (congestão pulmonar acompanhada de redução do débito cardíaco anterógrado) • É congênere sintético da epinefrina que estimula os receptores beta1 e, em menor grau, beta2 e os alfa 1 INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE • Inanrinona e milrinona inibem a degradação de AMPc nos miócitos cardíacos, portanto aumentam o cálcio intracelular e a contratilidade • Na vasculatura sistêmica, esses agentes provocam dilatação de vasos de resistência arteriolares e vasos de capacitância venosos, diminuindo, assim, pós-carga e pré- carga • Tanto inibidores da fosfodiesterase quanto aminas simpaticomiméticas são reservados para tratamento a curto prazo de pacientes com descompensação aguda da IC → a longo prazo tais inibidores orais aumentam a mortalidade
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