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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem – FFOE Departamento de Farmácia Disciplina: Atenção Farmacêutica. Período: 2018.2 Professora: Dra. Marta Maria de França Fonteles Aluno: Igor Lima Soares Matrícula: 375510 Atividade: Discussão de Artigos ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DE PACIENTES EM USO DE VARFARINA: UMA REVISÃO DA LITERATURA Introdução Os Anticoagulantes Orais (ACOs) são utilizados no tratamento de enfermidades relacionadas a coagulação. Dentre eles, a varfarina pode ser destacada. Algumas das suas características são: possui janela terapêutica estreita, apresenta grande variabilidade de resposta terapêutica e é relacionada a vários casos de interação medicamento-medicamento e medicamento-alimento. A varfarina é apontada como prioritária no tratamento de fibrilação atrial e trombose venosa. A varfarina é usada principalmente por idosos, e devido a expectativa de vida da população em geral estar aumentando, seu uso também se encontra em ascensão. Ela também é um dos fármacos relacionados a admissões hospitalares preveníveis. O sucesso da terapia com varfarina está relacionado ao seguimento das orientações fornecidas pelos profissionais ao paciente e ao acompanhamento clinico laboratorial. O objetivo do trabalho foi realizar uma revisão da literatura sobre o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes ambulatoriais em uso de varfarina. Metodologia Foi um estudo de revisão, realizado a partir de artigos originais, com coleta de dados, publicados no período de 2005 a 2016. Foram coletados dados nos idiomas português, espanhol e inglês, usando as bases de dados Medline, Scielo e BVS. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a junho de 2016. As palavras-chave utilizadas na busca dos artigos foram: varfarina, acompanhamento, farmácia clínica e anticoagulantes orais. Resultados e Discussão Na terapêutica com os ACOs destacam-se os antagonistas da vitamina K, que apresentam como característica lento início de ação, estreita margem terapêutica, metabolismo variável e potenciais interações medicamento-alimento, medicamento-medicamento e risco de hemorragias. Dentre estes pode-se destacar a Varfarina que necessidade de dose inicial individualizada pois quando ocorre algum aumento do efeito anticoagulante podem ser observados sangramento e a inibição da ação farmacológica aumenta o risco de eventos trombóticos. A dose de manutenção de varfarina deve ser ajustada de acordo com a Razão Normalizada Internacional (INR). Altos valores de INR indicam maior risco de hemorragias enquanto baixos valores deste índice apontam para risco de eventos tromboembólicos. A estabilização do INR não é uma atividade tão simples na prática clínica, mas a partir da identificação de interações medicamentosas, análise da dieta do paciente e garantia de que o mesmo está aderindo ao tratamento, é possível assegurar a eficácia da terapia e estabilizar o INR. Cerca de 30% dos pacientes alegam dificuldade de adesão ao tratamento com a varfarina, principalmente devido a problemas socioeconômicos, ter que faltar ao trabalho para adquirir o medicamentobe ao longo período de permanência em instituições necessário para realização e recebimento do valor de INR. Além disso existem outros fatores agravantes para a não adesão a terapia medicamentosa: esquecimento, dificuldade para a autoadministração de medicamentos, não compreensão sobre o tratamento anticoagulante, dificuldade de acesso, não entendimento da forma de utilização dos demais medicamentos em uso, paciente prefere não tomar a medicação. Existem controversas quando aos valores iniciais das doses para o tratamento com a varfarina, no entando, a presença de fatores como insuficiência hepática, idade avançada, desnutrição e risco de sangramento elevado determinam o uso de doses iniciais baixas. A monitoração da coagulação sanguínea é de extrema importância para controlar a eficácia e a adesão do paciente ao tratamento com o anticoagulante e hemorragias podem ser prevenidas com o monitoramento dos valores de INR. O Time in Therapeutic Range (TTR) é um valor expresso em porcentagem, que utiliza os dados de INR coletados no acompanhamento de pacientes em uso de ACOs. Um estudo aponta que os valores TTR nos pacientes tratados com varfarina são inversamente proporcionais com a ocorrência de eventos tromboembólicos sistêmicos e de mortalidade: pacientes com hipertensão, doença da artéria coronária, insuficiência cardíaca congestiva ou hábito de fumar apresentaram níveis de TTR significativamente menores do que os demais. Pacientes atendidos em clínicas de anticoagulação tendem a apresentar mais valores de INR na faixa terapêutica e um estudo observou valor de TTR mais elevado em pacientes acompanhados por farmacêutico do que os pacientes sem acompanhamento por este profissional. outros estudos que comprovam que um programa de autogestão da varfarina conduzido por farmacêuticos está associado à melhoria na qualidade de vida dos pacientes, bem como uma redução no tempo necessário para alcançar a faixa terapêutica, mantendo o nível de controle de anticoagulação semelhante a uma clínica especializada de anticoagulação. Conclusão A varfarina está associada com eventos adversos, que podem ser prevenidos com monitorização do INR. A monitoração da coagulação sanguínea é de extrema importância para controlar a eficácia e a adesão do paciente ao tratamento com o anticoagulante. O acompanhamento pelo farmacêutico pode resultar na diminuição dos gastos relacionados ao cuidados e também menor ocorrência de eventos adversos relacionados com a anticoagulação, admissões hospitalares e busca pelos serviços de emergência.
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