Buscar

Material de Estudo P1-UC7

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
SUMÁRIO 
Palavras desconhecidas .............................................................................................................. 2 
Dismorfoses .................................................................................................................................. 2 
Concepto .................................................................................................................................... 3 
Objetivos ......................................................................................................................................... 3 
Entender os procedimentos do pré-natal para a prevenção e o diagnóstico de 
alterações ................................................................................................................................... 3 
10 passos para o pré-natal de qualidade na atenção básica ....................................... 4 
Objetivos da assistência ao pré-natal:.................................................................................. 5 
Diagnóstico .............................................................................................................................. 5 
Classificação de risco gestacional ........................................................................................ 7 
Calendário de consultas ideal ............................................................................................. 12 
Primeira consulta ................................................................................................................... 13 
Consultas subsequentes ....................................................................................................... 20 
Calculo da idade gestacional ............................................................................................. 24 
Calculo da data provavel do parto ................................................................................... 26 
Compreender as malformações fetais mediante fatores extrínsecos ou intrínsecos causais 
e fatores psicossociais .............................................................................................................. 27 
Causas de malformações .................................................................................................... 29 
Compreender as características do crescimento fetal restrito, classificação, fatores 
psicossociais e suas causas ..................................................................................................... 32 
Conceito................................................................................................................................. 32 
Diagnóstico ............................................................................................................................ 32 
Causas .................................................................................................................................... 33 
Definir o conceito de prematuridade, sua classificação, consequências e causas ....... 34 
Conceito e classificação ...................................................................................................... 34 
Causas e consequências ..................................................................................................... 34 
Abordagem perinatal ........................................................................................................... 34 
Referências .................................................................................................................................. 35 
 
 
 
 
2 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
PALAVRAS DESCONHECIDAS 
DISMORFOSES 
Conceito: refere-se a características físicas, às vezes associadas a condições médicas, 
presentes desde o nascimento. Características ou síndromes dismórficas podem ocorrer 
devido a anormalidades genéticas, infecções pré-natais ou traumas no parto. A síndrome 
de Down representa um exemplo bem conhecido de dismorfismo e produz características 
físicas reconhecíveis e uma variedade de preocupações médicas. Alguns pacientes 
procuram intervenção médica devido a problemas de auto-estima relacionados a 
anomalias físicas. Outros pacientes requerem monitoramento médico e cuidado, pois 
essas síndromes podem criar irregularidades cardíacas ou afetar outros sistemas do corpo. 
Os distúrbios do corpo que não ameaçam a vida incluem uma cinta parcial ou completa 
entre dois ou mais dedos das mãos ou pés, bem como a presença de mais de 10 dígitos 
nas mãos ou nos pés. Essas anomalias podem ocorrer como características familiares 
herdadas. Os bebês nascidos com fissura de palato ou com um ou ambos os quadris 
deslocados também são exemplos de dismorfismo. 
As anormalidades podem ser diferenças estruturais visíveis ou relacionadas ao mau 
funcionamento de um determinado órgão ou sistema do corpo. 
Quando várias características ocorrem, os médicos geralmente diagnosticam a criança 
com uma síndrome dismórfica específica. As crianças com síndrome de Down, por 
exemplo, geralmente têm faces dismórficas com aparência achatada e olhos oblíquos, 
boca pequena e orelhas pequenas e baixas. Essas crianças geralmente apresentam 
impedimentos à fala e inteligência inferior à média. Freqüentemente, os indivíduos com 
síndrome de Down também apresentam distúrbios gastrointestinais, defeitos cardíacos, 
problemas auditivos e respiratórios. 
Distúrbios hereditários ou defeitos genéticos que afetam o sangue ou órgãos internos são 
às vezes considerados condições dismórficas. A medula óssea que é incapaz de produzir 
glóbulos vermelhos e brancos, juntamente com plaquetas, ocorre em crianças nascidas 
com anemia de Fanconi. Bebês com esse distúrbio também podem desenvolver 
anomalias esqueléticas. 
Traços singulares ou síndromes dismorfismo freqüentemente surgem de defeitos genéticos. 
Os cromossomos podem se alinhar ou se conectar de maneira inadequada em algum 
lugar durante o desenvolvimento fetal. Normalmente, os cromossomos ocorrem em pares, 
mas ocasionalmente aparecem cromossomos isolados, uma condição conhecida como 
monossomia. Em certos casos, um trio ou trissomia pode substituir um par cromossômico, 
resultando em tendências dismórficas. Os médicos sugerem que as mulheres com mais de 
35 anos têm um risco maior de passar anormalidades cromossômicas para um bebê, já 
que os ovos geralmente se deterioram com a idade. Os problemas também podem surgir 
durante o trabalho de parto e parto, que resultam em um recém-nascido recebendo 
 
 
3 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
pouco oxigênio, o que pode induzir trauma e dismorfismo em uma criança normalmente 
desenvolvida. 
O dismorfismo também pode ocorrer em bebês cujas mães abusam do álcool, usam 
certos medicamentos prescritos e de venda livre, ou usam drogas ilícitas durante a 
gravidez. 
Dismorfologia é uma área da genética clínica que está envolvida com o diagnóstico e 
interpretação de padrões de defeitos estruturais. Padrões recorrentes de defeitos 
congênitos permitem o reconhecimento de síndromes. A identificação desses padrões em 
indivíduos melhorou a compreensão das causas e da patogênese destas condições. 
Um defeito congênito é uma anormalidade estrutural de qualquer tipo, mas nem todas as 
variações de desenvolvimento constituem defeitos ou anomalias (desvio acentuado da 
média ou da norma). Variações anatômicas são comuns; por exemplo, os ossos variam 
em seu formato básico e em detalhes menores da estrutura superficial. Os quatro tipos de 
defeitos congênitos clinicamente significantes são malformação, perturbação, 
deformação e displasia. 
Fonte: (Dismorfismo, s.d.), (Moore, 2016) 
CONCEPTO 
Conceito: O concepto inclui todas as estruturas embrionárias e extra-embrionárias que se 
desenvolvem a partir do zigoto. Portanto, inclui o embrião e também a parte embrionáriada placenta e suas membranas associadas — âmnio, saco coriônico (gestacional) e saco 
vitelino. 
Fonte: (Moore, 2016) 
OBJETIVOS 
ENTENDER OS PROCEDIMENTOS DO PRÉ-NATAL PARA A PREVENÇÃO E O 
DIAGNÓSTICO DE ALTERAÇÕES 
O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, 
permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, 
inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. 
Talvez o principal indicador do prognóstico ao nascimento seja o acesso à assistência pré-
natal. 
Se o início precoce do pré-natal é essencial para a adequada assistência, o número ideal 
de consultas permanece controverso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
o número adequado seria igual ou superior a 6 (seis). Pode ser que, mesmo com um 
número mais reduzido de consultas (porém, com maior ênfase para o conteúdo de cada 
uma delas) em casos de pacientes de baixo risco, não haja aumento de resultados 
perinatais adversos (grau de recomendação A). Atenção especial deverá ser dispensada 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
4 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
às grávidas com maiores riscos (grau de recomendação A). As consultas deverão ser 
mensais até a 28ª semana, quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais no termo (grau 
de recomendação D). Não existe alta do pré-natal. 
Quando o parto não ocorre até a 41º semana, é necessário encaminhar a gestante para 
a avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e 
monitoramento cardíaco fetal. Estudos clínicos randomizados demonstram que a conduta 
de induzir o trabalho de parto em todas as gestantes com 41 semanas de gravidez é 
preferível à avaliação seriada do bem-estar fetal, pois se observou menor risco de morte 
neonatal e perinatal e menor chance de cesariana no grupo submetido à indução do 
parto com 41 semanas. 
A unidade básica de saúde (UBS) deve ser a porta de entrada preferencial da gestante 
nosistema de saúde. É o ponto de atenção estratégico para melhor acolher suas 
necessidades, inclusive proporcionando um acompanhamento longitudinal e 
continuado, principalmente durante a gravidez. 
A partir da avaliação da necessidade de cada usuária e seguindo orientações do 
protocolo local, o acesso a outras redes assistenciais (Rede de Média e Alta 
Complexidade, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicossocial, Rede 
Oncológica etc.) deve ser garantido às gestantes, conforme a organização locorregional 
da linha de cuidado materno-infantil. Isso se torna possível por meio da pactuação das 
formas de referência e contrarreferência entre a Rede de Atenção Básica e as demais 
redes assistenciais e a partir da garantia de acesso aos equipamentos do sistema de saúde 
(exames de imagem e laboratoriais, consultas e procedimentos especializados, 
internação hospitalar, medicamentos, vacinas etc.). 
Para cada localidade, então, deve ser desenhado o fluxo que as usuárias podem 
percorrer no sistema de saúde, a fim de lhes proporcionar uma assistência integral. Por 
exemplo: definição do local onde serão realizados os diversos exames complementares, 
solicitados conforme avaliação da equipe e de acordo com os protocolos clínicos locais; 
qual será o hospital de referência para a realização do parto das gestantes dessa 
localidade e para o encaminhamento das urgências/ emergências obstétricas e 
intercorrências clínicas/obstétricas; onde será realizado o pré-natal de alto risco, entre 
outros detalhes. 
Estados e municípios, portanto, necessitam dispor de uma rede de serviços organizada 
para a atenção obstétrica e neonatal, com mecanismos estabelecidos de referência e 
contrarreferência, garantindo-se os seguintes elementos: 
10 PASSOS PARA O PRÉ-NATAL DE QUALIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA 
1º Passo: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de 
gestação (captação precoce); 
2º Passo: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à 
atenção pré-natal; 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Nota
É indicação para encaminhamento à emergência obstétrica
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
5 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
3º Passo: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em 
termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal; 
4º Passo: promover a escuta ativa da gestante e de seus/suas acompanhantes, 
considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente 
um cuidado biológico “rodas de gestantes”; 
5º Passo: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-
natal, quando necessário; 
6º Passo: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter 
acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) 
parceiro(a)"; 
7º Passo: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja 
necessário; 
8º Passo: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a 
elaboração do "Plano de Parto"; 
9º Passo: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de 
saúde no qual irá dar à luz (vinculação); 
10º Passo: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no 
período gravídico-puerperal. 
 
Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) 
OBJETIVOS DA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL: 
» Diagnosticar/confirmar gravidez (teste rápido); 
» Diagnosticar doenças preexistentes; 
» Proporcionar higidez ao organismo materno e fetal; 
» Amparar social e psicologicamente (ansiedade, medo de abortamento, medo de 
morte fetal intraútero); 
» Preparar o parto e a maternidade. 
Fonte: (Serra, 2021) 
DIAGNÓSTICO 
Para ampliar a captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde, por intermédio 
da Rede Cegonha, incluiu o Teste Rápido de Gravidez nos exames de rotina do pré-natal, 
que pode ser realizado na própria UBS, o que acelera o processo necessário para a 
confirmação da gravidez e o início do pré-natal. 
Toda mulher da área de abrangência da unidade de saúde e com história de atraso 
menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada pela equipe de saúde a realizar o Teste 
Imunológico de Gravidez (TIG), que será solicitado pelo médico ou enfermeiro. Este teste 
é considerado o método mais sensível e confiável, embora seja também um teste caro 
[grau de recomendação D]. Alguns testes urinários têm baixa taxa de resultados falsos 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
6 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
positivos, mas elevada taxa de resultados falsos negativos, o que pode atrasar o início do 
pré-natal. 
A dosagem de gonadotrofina coriônica humana (ßHCG) para o diagnóstico precoce da 
gravidez, com a utilização de medidas quantitativas precisas e rápidas, tornou este teste 
mundialmente reconhecido para confirmar a ocorrência de gravidez. O ßHCG pode ser 
detectado no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção. 
Os níveis plasmáticos aumentam rapidamente até atingir um pico entre 60 e 90 dias de 
gravidez. A maioria dos testes tem sensibilidade para detecção de gravidez entre 25 a 
30mUI/ml. Resultados falsos positivos ocorrem na faixa entre 2 a 25mUI/ml. Do ponto de 
vista prático, níveis menoresque 5mUI/ml são considerados negativos e acima de 
25mUI/ml são considerados positivos. 
Considerando-se que 11% a 42% das idades gestacionais estimadas pela data da última 
menstruação são incorretas, pode-se oferecer à gestante, quando possível, o exame 
ultrassonográfico , que , além de melhor determinar a idade gestacional, auxilia na 
detecção precoce de gestações múltiplas (inclusive, evidencia o tipo de placentação 
nestes casos) e de malformações fetais clinicamente não suspeitas. Idealmente, o exame 
deve ser realizado entre 10 e 13 semanas, utilizando-se o comprimento cabeça–nádega 
para determinar a idade gestacional. A partir da 15ª semana, a estimativa de idade 
gestacional será feita pela medida do diâmetro biparietal. Todavia, os possíveis benefícios 
da ultrassonografia de rotina durante a gestação sobre outros resultados permanecem 
ainda incertos, de modo que a não realização deste exame não constitui omissão, nem 
diminui a qualidade do pré-natal (CROWTHER et al., 1999). 
Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o diagnóstico de gravidez poderá ser feito 
pelo exame clínico e torna-se desnecessária a solicitação do TIG. O diagnóstico da 
gravidez pode ser efetuado em 90% das pacientes por intermédio dos sinais clínicos, dos 
sintomas e do exame físico em gestações mais avançadas. 
As queixas principais são devidas ao atraso menstrual, à fadiga, à mastalgia, ao aumento 
da frequência urinária e aos enjoos/vômitos matinais [grau de recomendação D]. 
Sinais de presunção de gravidez: 
1. Atraso menstrual; 
2. Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança 
de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência); 
3. Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos 
mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração 
violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal). 
Sinais de probabilidade: 
1. Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume; 
2. Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar 
pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais); 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
Neste caso, o NIPT é uma opção mais segura, porém cara
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
7 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
3. Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia 
após a fertilização. 
Sinais de certeza: 
1. Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a 
partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas; 
2. Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); 
3. Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com 
apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira 
manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. 
Após a confirmação da gravidez, em consulta médica ou de enfermagem, dá-se início 
ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no SisPreNatal. Os 
procedimentos e as condutas que se seguem devem ser realizados sistematicamente e 
avaliados em toda consulta de pré-natal. As condutas e os achados diagnósticos sempre 
devem ser anotados na Ficha de Pré- Natal e no Cartão da Gestante. 
A partir desse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias referentes 
ao acompanhamento de pré-natal: sequência de consultas (mensalmente, se possível), 
visitas domiciliares e grupos educativos. Deverão ser fornecidos: 
➢ O Cartão da Gestante, com a identificação preenchida, o número do Cartão 
Nacional da Saúde, o hospital de referência para o parto e as orientações sobre 
este; 
➢ O calendário de vacinas e suas orientações; 
➢ A solicitação dos exames de rotina; 
➢ As orientações sobre a participação nas atividades educativas (reuniões e visitas 
domiciliares). 
É importante enfatizar que duas informações essenciais que devem constar 
explicitamente no Cartão da Gestante são as relacionadas ao nome do hospital de 
referência para o parto e as relativas às intercorrências durante a gestação. Se, no 
decorrer da gestação, surgir alguma situação que caracterize risco gestacional, com 
mudança do hospital ou da maternidade de referência, isso também deve estar escrito 
no cartão. Esta informação é considerada fundamental para que a mulher e seu 
companheiro ou familiares possam reivindicar o direito de atendimento na respectiva 
unidade de saúde. 
Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL 
A gestação é um fenômeno fisiológico e deve ser vista pelas gestantes e equipes de saúde 
como parte de uma experiência de vida saudável que envolve mudanças dinâmicas do 
olhar físico, social e emocional. No entanto, devido a alguns fatores de risco, algumas 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
8 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
gestantes podem apresentar maior probabilidade de evolução desfavorável. São as 
chamadas “gestantes de alto risco”. 
Com o objetivo de reduzir a morbimortalidade materno-infantil e ampliar o acesso com 
qualidade, é necessário que se identifiquem os fatores de risco gestacional o mais 
precocemente possível. Dessa forma, o acolhimento com classificação de risco pressupõe 
agilidade no atendimento e definição da necessidade de cuidado e da densidade 
tecnológica que devem ser ofertadas às usuárias em cada momento. 
De maneira geral, o acolhimento, em especial à gestante, objetiva fornecer não um 
diagnóstico, mas uma prioridade clínica, o que facilita a gestão da demanda espontânea 
e, consequentemente, permite que haja impacto na história natural de doenças agudas 
graves e potencialmente fatais, que, se não atendidas como prioridades, podem levar à 
morte, por exemplo, uma gestante com síndrome hipertensiva. 
Portanto, é indispensável que a avaliação do risco seja permanente, ou seja, aconteça 
em toda consulta. Em contrapartida, quando são identificados fatores associados a um 
pior prognóstico materno e perinatal, a gravidez é definida como de alto risco, passando 
a exigir avaliações mais frequentes, muitas vezes fazendo-se uso de procedimentos com 
maior densidade tecnológica. 
Nos casos em que não há necessidade de se utilizar alta densidade tecnológica em saúde 
e nos quais a morbidade e a mortalidade materna e perinatal são iguais ou menores do 
que as da população em geral, as gestações podem ser consideradas como de baixo 
risco. Assim definida, a gravidez de baixo risco somente pode ser confirmada ao final do 
processo gestacional, após o parto e o puerpério. O processo dinâmico e a complexidade 
das alterações funcionais e anatômicas que ocorrem no ciclo gestacional exigem 
avaliações continuadas e específicas em cada período. 
A atenção básica deve ser entendida como porta de entrada da Rede de Atenção à 
Saúde, como ordenadora do sistema de saúde brasileiro. Nas situações de emergência 
obstétrica, a equipe deve estar capacitada para diagnosticar precocemente os casos 
graves, iniciar o suporte básico de vida e acionar o serviço de remoção, para que haja a 
adequada continuidade do atendimento para os serviços de referência de emergências 
obstétricas da Rede de Atenção à Saúde. 
Dessa forma, a classificação de risco é um processo dinâmico de identificação dos 
pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, 
os agravos à saúde ouo grau de sofrimento. 
A caracterização de uma situação de risco, todavia, não implica necessariamente 
referência da gestante para acompanhamento em pré-natal de alto risco. As situações 
que envolvem fatores clínicos mais relevantes (risco real) e/ou fatores evitáveis que 
demandem intervenções com maior densidade tecnológica devem ser necessariamente 
referenciadas, podendo, contudo, retornar ao nível primário, quando se considerar a 
situação resolvida e/ou a intervenção já realizada. De qualquer maneira, a unidade 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
9 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
básica de saúde deve continuar responsável pelo seguimento da gestante encaminhada 
a um diferente serviço de saúde. 
FATORES DE RISCO QUE PERMITEM A REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL PELA EQUIPE DE 
ATENÇÃO BÁSICA 
Fatores relacionados às características individuais e às condições sociodemográficas 
desfavoráveis: 
➢ Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos; 
➢ Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, 
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; 
➢ Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se 
tratando de adolescente; 
➢ Situação conjugal insegura; 
➢ Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular); 
➢ Condições ambientais desfavoráveis; 
➢ Altura menor do que 1,45m; 
➢ IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade. 
Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: 
➢ Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado; 
➢ Macrossomia fetal; 
➢ Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; 
➢ Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que cinco anos; 
➢ Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); 
➢ Cirurgia uterina anterior; 
➢ Três ou mais cesarianas. 
Fatores relacionados À gravidez atual: 
➢ Ganho ponderal inadequado; 
➢ Infecção urinária; 
➢ Anemia. 
FATORES DE RISCO PARA INDICAR ENCAMINHAMENTO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
O pré-natal de alto risco abrange cerca de 10% das gestações que cursam com critérios 
de risco, o que aumenta significativamente nestas gestantes a probabilidade de 
intercorrências e óbito materno e/ou fetal. Atenção especial deverá ser dispensada às 
grávidas com maiores riscos, a fim de reduzir a morbidade e a mortalidade materna e 
perinatal (grau de recomendação A). 
Fatores relacionados a condições prévias: 
➢ Cardiopatias; 
➢ Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica); 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
10 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
➢ Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de transplantados); 
➢ Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus, hipotireoidismo e 
hipertireoidismo); 
➢ Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e talassemia); 
➢ Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça uso de anti-
hipertensivo (PA>140/90mmHg antes de 20 semanas de idade gestacional – IG); 
➢ Doenças neurológicas (como epilepsia); 
➢ Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento (psicoses, depressão 
grave etc.); 
➢ Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); 
➢ Alterações genéticas maternas; 
➢ Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; 
➢ Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras); 
➢ Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo 
HIV, sífilis terciária (ultrassonografia com malformação fetal) e outras DSTs 
(condiloma); 
➢ Hanseníase; 
➢ Tuberculose; 
➢ Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; 
➢ Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado. 
Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: 
➢ Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, principalmente se for de 
causa desconhecida; 
➢ História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico 
e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal intrauterina, 
síndrome Hellp, eclâmpsia, internação da mãe em UTI); 
➢ Abortamento habitual; 
➢ Esterilidade/infertilidade. 
Fatores relacionados á gravidez atual: 
➢ Restrição do crescimento intrauterino; 
➢ Polidrâmnio ou oligodramnio; 
➢ Gemelaridade; 
➢ Malformações fetais ou arritmia fetal; 
➢ Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão crônica preexistente, hipertensão 
gestacional ou transitória); 
★ Obs.: É necessário que haja evidência de medidas consecutivas que sugiram 
hipertensão. Nestas situações, não se deve encaminhar o caso com medida 
isolada. Em caso de suspeita de pré-eclâmpsia/eclâmpsia, deve-se 
encaminhar a paciente à emergência obstétrica. 
 
 
11 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
➢ Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite (toda 
gestante com pielonefrite deve ser inicialmente encaminhada ao hospital de 
referência, para avaliação); 
➢ Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso; 
➢ Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo 
HIV, sífilis terciária (ultrassonografia com malformação fetal) e outras ISTs 
(condiloma); 
➢ Infecções como a rubéola e a citomegalovirose adquiridas na gestação atual; 
➢ Evidência laboratorial de proteinúria; 
➢ Diabetes mellitus gestacional; 
➢ Desnutrição materna severa; 
➢ Obesidade mórbida ou baixo peso (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante 
para avaliação nutricional); 
➢ NIC III (neoplasia intra epitelial cervical grau 3 [displasia do colo do útero]; nestes 
casos, deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); 
➢ Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com Bi-rads III ou mais 
(nestes casos, deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); 
➢ Adolescentes com fatores de risco psicossocial. 
FATORES DE RISCO QUE INDICAM ENCAMINHAMENTO À URGÊNCIA/ 
EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA 
Os profissionais de saúde dos hospitais regionais e da emergência obstétrica deverão 
avalia as gestantes encaminhadas e confirmar, ou não, o diagnóstico inicial, assim como 
determinar a conduta necessária para cada caso: internação hospitalar, referência ao 
pré-natal de alto risco ou contrarreferência para acompanhamento pela atenção básica. 
São fatores de risco: 
➢ Síndromes hemorrágicas (incluindo descolamento prematuro de placenta, 
placenta prévia), independentemente da dilatação cervical e da idade 
gestacional; 
➢ Suspeita de pré-eclâmpsia: pressão arterial > 140/90, medida após um mínimo de 5 
minutos de repouso, na posição sentada. Quando estiver associada à proteinúria, 
pode-se usar o teste rápido de proteinúria; 
★ Obs.: edema não é mais considerado critério diagnóstico (grau de 
recomendação C). 
➢ Sinais premonitórios de eclâmpsia em gestantes hipertensas: escotomas cintilantes, 
cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito; 
➢ Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-eclâmpsia); 
➢ Crise hipertensiva (PA > 160/110); 
➢ Amniorrexe prematura: perda de líquido vaginal (consistência líquida, em pequena 
ou grande quantidade, mas de forma persistente), podendo ser observada 
mediante exame especular com manobra de Valsalva e elevação da 
apresentação fetal; 
 
 
12 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
➢ Isoimunização Rh; 
➢ Anemia grave (hemoglobina < 8); 
➢ Trabalho de parto prematuro(contrações e modificação de colo uterino em 
gestantes com menos de 36 semanas); 
➢ IG a partir de 41 semanas confirmadas; 
➢ Hipertermia (Tax > = 37,8C), na ausência de sinais ou sintomas clínicos de Ivas; 
➢ Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes; 
➢ Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra infecção que 
necessite de internação hospitalar; 
➢ Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes (dor no membro inferior, 
edema localizado e/ou varicosidade aparente); 
➢ Investigação de prurido gestacional/icterícia; 
➢ Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento, com comprometimento 
sistêmico com menos de 20 semanas; 
➢ Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre; 
➢ Restrição de crescimento intrauterino; 
➢ Oligoidrâmnio; 
➢ Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, 
sinais neurológicos, crise aguda de asma etc. Nos casos com menos de 20 semanas, 
as gestantes podem ser encaminhadas à emergência clínica. 
Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) 
CALENDÁRIO DE CONSULTAS IDEAL 
Consulta pré-concepcional) 
» Sorologias; 
» Vacinas (tomar vacina que não pode na gestação antes de engravidar); 
» Comorbidades (tratar para começar a gestação mais tranquilamente); 
» Hábitos e alimentação (uso de drogas etc); 
» Medicamentos (as vezes faz uso de uma medicação teratogênica e precisa 
mudar); 
» Avaliar as condições de trabalho que possam ser danosas à gestação; 
» Avaliação do parceiro (sorologia). 
Primeira consulta deve ser o mais precoce possível (preferivelmente no primeiro trimestre 
→ possível prevenir várias intercorrências); 
o Determinar aquelas mulheres que tenham alguma alteração, que tenham 
doenças, que tenha m comorbidades... e por isso precisarão de um 
acompanhamento especializado. 
Número de consultas preconizadas pelo ministério da saúde e pela OMS: 
» Mínimo de 6: 
o 1 no primeiro trimestre; 
 
 
13 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
o 2 no segundo trimestre; 
o E 3 no terceiro trimestre. 
» Porém o IDEAL é: 
o Consultas mensais até a 28ª semana; 
o Consultas quinzenais entre 28ª e 36ª semana; 
o Consultas semanais entre a 36ª e a 41ª semana (maior risco de desenvolver 
grandes comorbidades e grandes complicadores que possam culminar com 
a antecipação do parto). 
▪ Caso a mulher não tenha entrado espontaneamente em trabalho de 
parto até a 41ª semana, ela pode ser encaminhada para a 
maternidade para a indução do trabalho de parto ou cesariana a 
depender do bem-estar e da vitalidade fetal. 
Não existe alta do pré-natal. 
90% das gestantes que chegam à UBS são de Baixo Risco. Por isso nem sempre essas 
pacientes poderão ser atendidas pelo próprio médico da UBS, sem a necessidade de 
referenciamento a um especialista. 
Algumas das pacientes de alto-risco devem ser referenciadas para o pré-natal de alto 
risco — principalmente aquelas que possuem doenças preexistentes. Algumas pacientes 
de alto risco inclusive não necessariamente precisam ser encaminhadas — é o caso de 
obesas, adolescentes, mulheres mais idosas. A não ser que possuam doenças 
preexistentes, elas não precisam de atendimento especializado. 
» É importante saber da história reprodutiva (casos de óbitos intrauterinos por 
exemplo), pois pode ser necessário o encaminhamento para atenção 
especializada; 
» Alterações fetais e maternas na gestação atual que demandem atenção 
especializada também devem ser encaminhadas. 
Fonte: (Serra, 2021) 
PRIMEIRA CONSULTA 
Sistematização 
1. Anamnese geral e específica; 
2. Exame físico geral e específico; 
3. Exames de pré-natal; 
4. Planejar a evolução do pré-natal. 
 
» Anamnese. 
o Identificação: 
▪ Nome; 
 
 
14 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
▪ Idade (paciente <15 e >35 já são pacientes de alto risco que não 
necessariamente serão referenciadas, mas demandam consultas mais 
frequentes, mais atenção etc); 
▪ Etnia (algumas doenças tem diferença de prevalência entre etnias); 
▪ Estado civil (solteira, casada, existe um suporte de um parceiro?); 
▪ Profissão (se ela tem intensa atividade física ou se é mais intelectual; 
mulheres expostas a exercícios mais intensos, as vezes, no começo na 
gestação somado a ocorrência de sangramento, ameaça de 
abortamento, descolamento ovular, pode ser que seja necessária a 
diminuição dessas atividades); 
▪ Procedência (em alguns estados/cidades a procedência é importante 
em relação à prevalência de certas doenças endêmicas); 
o Antecedentes pessoais: 
▪ Pesquisar se a gestante tem histórico de hipertensão; 
▪ Diabetes (o ideal nesse caso é que a paciente tenha engravidado com 
hemoglobina glicada menor que 6); 
▪ Se já recebeu alguma transfusão sanguínea (importante para a 
prevenção de eritroblastose fetal caso tenha recebido um sangue 
positivo sendo negativa); 
▪ Identificar anemia (fator de gravidade, mais risco de hemorragia, mais 
risco de complicação); 
▪ Pesquisar doenças infecciosas (ISTs, doenças crônicas como hepatite); 
▪ Alergias; 
▪ Histórico de doenças neuropsiquiátricas (anticonvulsivantes exigem 
que suplementação de ácido fólico seja maior [5mg]; a dose 
preconizada de 400 a 800 microgramas não resolve nesses casos); 
▪ Tireoidopatias (aumentam o risco de abortamento); 
▪ Cardiopatias (se ela tem alguma alteração cardíaca que possa evoluir 
para um quadro de hipóxia ou de descompensação cardíaca que 
possa ser grave na gestação); 
▪ Existência de alguma doença rena; 
▪ Asma; 
▪ Cirurgias prévias (exemplo: miomectomia [retirada de mioma] cicatriz 
longitudinal no útero: contraindicação ao parto normal). 
o Antecedentes familiares: 
▪ Hipertensão/eclampsia (existe relação entre a ocorrência desses 
episódios na mãe e na filha); 
▪ Diabetes (filhas de mulheres diabéticas tem tendência a evoluírem com 
diabetes na gestação); 
▪ Doenças congênitas familiares (que possa ser herdado pelo filho); 
▪ História de gemelaridade (há um componente hereditário de famílias 
que tem maior número de gemelares); 
▪ Câncer de mama; 
 
 
15 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
▪ Tuberculose (saber se precisa de tratamento, se a mulher está exposta); 
▪ Hanseníase (prestar atenção aos medicamentos); 
▪ Doenças infectocontagiosas. 
o Hábitos: 
▪ Tabagismo — orientar cessar o tabagismo completamente; 
• De 10 a 14 cigarros por dia já uma causa importante de 
abortamento. 
▪ Etilismo — não existe dose segura de álcool na gestação. Não existe 
essa de uma tacinha. Não pode beber de jeito nenhum (dar suporte 
para que ela consiga parar); 
o Antecedentes ginecológicos: 
▪ Investigar ciclos menstruais; 
▪ Investigar se estava em uso de métodos anticoncepcionais (atenção 
ao DIU: maiores chances de gravidez ectópica); 
• Gestação tópica: 
o Sim → retira o DIU nas condições especificas (diminui as 
chances de abortamento); 
o Não → deve-se tomar condutas específicas ao caso. 
▪ Infertilidade ou esterilidade (saber se a paciente fez técnicas de 
fertilização assistida ou fertilização in vitro → há mudança de 
prognóstico); 
▪ Presença de ISTs (herpes genital pode ser um complicador do parto se 
houverem lesões ativas na vulva na hora do parto, não pode parto por 
vias baixas); 
▪ Doenças ginecológicas (mamas, ovários ou útero...); 
▪ Cirurgias ginecológicas (no caso de lesão por hpv a cirurgia diminui o 
tamanho do colo; 
▪ Ínicio da atividade sexual; 
▪ Numero de parceiros (ter uma noção da exposição da paciente à ISTs). 
o Antecedentes obstétricos: 
▪ Número de gestações (terminologia GESTA PARA); 
▪ Se houveram abortos espontâneos ou induzidos/curetagens; 
▪ Partos prematuros — fator de risco mais importante para outros partos 
prematuros; 
▪ Doença induzida por gestação — hipertireoidismo transitório 
gestacional, diabetes gestacional, pré-eclampsia em gestações 
anteriores; 
▪ Números de filhos vivos, neomortos e natimortos(ter noção de como foi 
a assistência no pré-natal, no parto e qual o cuidado dessa paciente 
para com seus filhos; 
▪ Peso dos recém-nascidos (exemplo: se todos os filhos tiverem nascido 
com mais de 4kg provavelmente essa mulher fez diabetes gestacional 
e foi subnotificada); 
 
 
16 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
▪ Aleitamento (se conseguiu; se não conseguiu, porque? Estimular a 
tentar nessa nova gesetação); 
▪ Existência de parto cesária anterior e puerpério (se houve um quadro 
femorragia pós-parto, se foi tratado adequadamente etc); 
▪ Intervalo interpartal (o ideal é o intervalo de 2 anos). 
o Gestação atual: 
▪ Calcular a data provável do parto: 
• Data da ultima menstruação (dia/mês/ano) → dia provável do 
parto (dia/mês/ano); 
o Se o ciclo for regular, a técnica é mais precisa; 
o Se o ciclo for irregular, a taxa de falha é alta e podem ser 
necessários outros meios como ultrassonografias etc. 
▪ Gravidez desejada e planejada (investigar se há apoio do parceiro); 
▪ Investigar se fez uso de drogas no início da gestação; 
▪ Investigar se houve tentativa de aborto (pode haver negligência da 
gestação). 
o Sintomas gravídicos no primeiro trimestre: 
▪ Dor na mama; 
▪ Cefaleia; 
▪ Náuseas e vômitos (tendem a diminuir); 
▪ Tontura; 
▪ Pirose e sialorreia/ptialismo (salivação excessiva); 
▪ Perda de peso (há perda de apetite); 
▪ Diminuição da libido (primeiro trimestre); 
▪ Podem haver sangramentos (no colo uterino há hipertrofia das 
glândulas da endocervice que podem exteriorizar e apresentam 
sangramentos, principalmente pós-coito. 
• Se for um sangramento pequeno → tranquilizar a paciente e não 
se preocupar tanto; 
• Vale uma investigação para dispensar ameaça de abortamento. 
» Exame físico geral: 
o Estatura x peso (ter noção do ganho de peso); 
▪ Perguntar o peso antes de engravidar para ter noção se já houve 
alteração de peso. 
o Pressão arterial, pulso e características da pele; 
▪ Se a paciente no começo da gestação, com menos de 20 semanas já 
está tendo picos hipertensivos ela é uma paciente hipertensa crônica 
e ela deve receber atenção a isso. 
o Cabeça e pescoço (dentes e tireoide); 
▪ Dentes: infecções dentárias são uma das principais causas de partos 
prematuros. 
o Tórax → ausculta cardíaca e pulmonar; 
o Abdome → palpação órgãos internos (fígado, baço e útero); 
 
 
17 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
▪ Identificar visceromegalia. 
o Membros → presença de edemas e varizes (elas podem piorar ao longo da 
gestação); 
o Calcula o índice de massa corporal → IMC = peso/altura². 
▪ Normal → 20 – 25; 
▪ Baixo peso → <20; 
▪ Sobrepeso → >25; 
▪ Obesidade → >30. 
• Tem uma tabela específica para a gestante na qual há uma 
curva em o peso é calculado para o peso da gestante 
(PESQUISAR); 
o Mamas e mamilos: 
▪ Aureola pode aumentar de tamanho e/ou escurecer; 
▪ Podem aparecer glomérulos de montgomerry. 
o Altura uterina; 
o Batimentos cardíacos fetais (se for possível — com Doppler é possível a partir 
das 12 semanas e pelo Pnar a partir da 20ª semana; 
o Especular; 
▪ Investigar presença de corrimentos ou se precisa de algum tratamento; 
o Toque vaginal; 
▪ Saber o tamanho do útero, se está compatível com a idade 
gestacional ou não. 
» Exames complementares (BÁSICOS E PROTOCOLOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE); 
o Hemograma; 
o Glicemia de jejum (saber se tem diabetes ou não, se é diabetes gestacional); 
o Urina tipo 1; 
o Urocultura e antibiograma; 
▪ Toda gestante com bacteriúria assintomática deve ser tratada. 
o Coleta de ABO, fato Rh e Coombs indireto (principalmente se for Rh negativo; 
o Exames sorológicos: 
▪ Sorologia sífilis (VDRL [teste não treponêmico] FTAbs [treponêmico]; 
▪ Sorologia HIV (ELISA) e teste rápido no dia da consulta (se a paciente 
tiver carga viral mais baixa próximo do parto o risco de transmissão 
vertical é menor, então o ideal é iniciar com tratamento antiretroviral o 
quanto antes); 
▪ Sorologia toxoplasmose (IgM e IgG; pode gerar muitas malformações 
fetais; observar se a paciente é suceptivel ou não vai direcionar como 
será a conduta de como ocorrerá a repetição dos exames no pré-
natal); 
▪ Sorologia de hepatite b (HBSAg [é o preconizado pelo MS; se vier 
negativo, a paciente não é exposta, não tem a doença e em teoria ela 
foi vacinada para hepatite b]/anti-HBC [indica se já houve contato 
 
 
18 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
com o vírus em algum momento]/anti- HBs [se já foi 
vacinada/imuzinada e se teve resposta = positivo]); 
▪ Sorologia de rubéola (IgM e IgG) → não é preconizado pelo MS; 
• O ideal é ser realizada antes da gravidez, pois se a paciente não 
for imune à rubéola, o ideal é ela ser vacinada, pois a rubéola na 
gestação pode gerar complicação. 
▪ Sorologia citomegalovírus (IgMe IgG) → não é preconizado pelo MS; 
▪ Sorologia hepatite C (anti-HVC) → não é preconizado. 
• Não é contraindicação para amamentação; 
• É contraindicação apenas se houverem lesões ou estiver 
expelindo sangue. 
» Exames não obrigatórios (DE ACORDO COM O PROTOCOLO BÁSICO DO MINISTÉRIO 
DA SAÚDE): 
o Ultrassonografia obstétrica (caso tenha acesso, é interessante realizar); 
▪ Ideal → após o diagnostico de gravidez — 6 a 9 semanas e 11 a 14 
semanas (morfológico da transluscência nucal, doppler do ducto 
venoso e presença do osso nasal para predizer a presença de alguma 
alteração cromossômica. 
o Colpocitologia oncótica (Papanicolau) → porém se o exame estiver atrasado 
pode colher (não é obrigatório); 
o Exame de secreção vaginal → caso haja algum corrimento pode fazer; 
o Parasitológico de fezes → em pacientes que tenham queixas/sintomas ou que 
moram em áreas endêmicas de doenças parasitológicas de fezes; 
o Eletroforense de hemoglobina → interessante para pacientes com histórico 
prévio de anemia, história de anemia na família, em negros é comum o 
quadro de anemia falciforme (serve para identificar anemia falciforme por 
exemplo). 
o NIPT — Non invasive pre natal test → disponível apenas na rede privada. 
▪ Pelo sangue periférico materno ele detecta células fetais por meio das 
quais é possível investigar alterações cromossômicas — importantes 
causas de morte perinatal. Exemplo: trissomia 21, 18 e 13. 
▪ Exame de rastreio e detecta em mais de 99% dos casos as alterações 
cromossômicas; 
▪ Superior a todos os métodos utilizados inclusive a ultrassonografia 
morfológica no primeiro trimestre; 
▪ Diminui falsos positivos e testes invasivos; 
▪ Porém ele vier com alguma positividade de aneuploidia, deve ser feita 
investigação amniocentese ou biópsia de vilo (invasivos). 
» Suplementos: 
o Sulfato ferroso (a demanda é maior no 2º trimestre); 
▪ 40 a 60mg Fe/dia (ferro elementar); 
▪ 200-300mg de sulfato ferroso; 
▪ Dose terapêutica (caso a paciente tenha anemia): 3x dose profilática. 
 
 
19 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
o Ácido fólico. 
▪ O ideal é dar inicio 3 meses antes da concepção, pois ele está 
intimamente ligado aos defeitos do tubo neural (então é interessante já 
ter uma boa suplementação no período de embriogênese); 
▪ 0,4-0,8mg/dia; 
▪ Fatores de risco (que já tenham história de filho com defeito no tubo 
neural ou se toma anticonvulsivantes): 4-5mg/dia. 
o Cálcio: 
▪ RECOMENDAÇÃO DO MS: pacientes com baixa ingesta e com risco de 
hipertensão vale a pena usar suplementação de cálcio → previne pré-
eclampsia. 
▪ Não há uma dose muito bem estabelecida, mas 1-1,250g/dia seria o 
suficiente. 
» Vacinas: 
o Influenza; 
▪ Geralmente é anual (vírus são muito mutante → vacina é anualmente 
atualizada); 
▪ Deve tomar as vacinas de influenza que houverem em seu período de 
gravidez. 
o Hepatite B; 
▪ Se já foi vacinada para três doses não precisa vacinar de novo; 
▪ Se nunca foi vacinada e/ou as sorologias mostram que ela não tem 
imunidade contra o vírus, ela deve tomar três doses davacina: 
• 0, 1 e 6 meses. 
▪ Se começou o processo de vacinação e não terminou, complementa 
até fechar as três doses. 
o DTPa (Difteria, tétano e pertussis acelular) 
▪ 3 doses na vida de DT; 
• 2 doses na vida de DT → a 3ª dose vai ser a DTPa; 
• Nunca tomou vacina de tétano → faz uma DT, uma DTPa e uma 
outra DT. 
▪ Reforço de tétano a cada 10 anos (gestantes a cada 5 anos). 
▪ Componente Pertussis a cada gestação — após 20 semanas. 
• Objetivo → prevenção de coqueluche do recém nascido; 
• Coqueluche pode levar a criança a óbito e a vacina previne essa 
situação; 
• A cada gestação ela deve receber essa imunização; 
o Febre amarela (não preconizadas na gestação). 
▪ Importante em áreas endêmicas. 
o Raiva (não preconizadas). 
▪ Toma no caso de contato com animal que possa ter raiva; 
▪ Não tem contraindicação para gestação. 
o Vacinas com vírus vivos atenuados. 
 
 
20 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
▪ NÃO VACINAR GESTANTE!!!! 
» Orientações gerais. 
o Relação sexual — pode ter normalmente a não ser em caso de 
contraindicação. 
▪ Sem descolamento, sangramento etc. 
o Repouso → evitar exercícios de impacto!!!! 
o Constipação (progesterona deixa o intestino mais lento). 
▪ Mudança de hábitos alimentares é interessante → ingerir mais fibras, 
tomar bastante líquido e se necessário, há medicamentos que podem 
ajudar. 
o Atividades físicas → se fazia exercícios antes de engravidar, ela pode 
continuar fazendo essa atividade (mantem a performance, peso, segura 
contra diabetes gestacional). 
▪ Porém se a paciente não tinha hábito de fazer exercício físico e quer 
começar na gravidez, ela não pode realizar qualquer tipo de atividade. 
▪ Deve começar com uma atividade mais leve, aquáticas (estas inclusive 
amenizam quadro de dores na coluna etc); 
o Fumo → orientar a parar e falar dos riscos: malformações, restrição de 
crescimento, óbito intraútero etc. 
o Álcool → sempre frisar que não existe dose de álcool segura na gestação. 
o Drogas ilícitas → explicitar que é uma contraindicação. 
o Medicamentos → eles precisam ser seguros para a gestação, então se 
necessário for, orienta-se fazer a mudança deles. 
o Adoçantes → apenas sucralose, stevia e aspartano (são preconizados e 
podem ser utilizados na gestação). 
o Exame de radiografia → NÃO SÃO RECOMENDADOS NA GESTAÇÃO. 
▪ Porém se valer a pena no risco-benefício, ter o máximo de proteção 
possível contra a radiação. 
o Profissão → se tiver contato com elementos tóxicos, tentar mudar de cargo, 
reduzir frequência etc. 
o Vestuário e meias ortopédicas → orientar que usos de vestidos, roupas não 
muito justas, roupas não apertadas e meias elásticas de compressão ajudam 
a prevenir edemas, estase (estagnação do sangue dentro da veia) e 
tromboses. 
o Viagens e transporte → gravidez não é contraindicação para viagem. 
▪ Até 28 semanas pode viajar sem atestado médico; 
▪ O ideal é que levantem a cada hora e deem uma caminhada para 
prevenir trombose e elas estejam em uso de meia elásticas ao menos 
até o joelho (3/4). 
Fonte: (Serra, 2021) 
CONSULTAS SUBSEQUENTES 
» Anamnese — segundo trimestre: 
 
 
21 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
Para compensar a barriga 
o Mais específica — como já fizemos a anamnese anteriormente, não há 
necessidade de realizar de novo; 
o Questionar os sintomas anteriores e investigar o surgimento de novos sintomas. 
▪ Saber se os sintomas existentes melhoraram. 
o Síndromes dispépticas → começam a diminuir. 
▪ Sensação de azia/pirose começam a melhorar no 2º trimestre; 
o Fraqueza e desmaio (hipotensão) → há um mecanismo de hipotensão que é 
fisiológico da gestação que deixa a paciente mais sensível a sensação de 
fraqueza, sensação de desmaio quando levantam subitamente. 
o Dor abdominal, cólica, flatulência e obstipação intestinal (constipação); 
o Sangramento gengival (pode ocorrer por conta de mecanismos fisiológicos 
provocados pelo estrogênio que tornam as mucosas mais sensíveis a 
sangramentos); 
o Dispneia (de acordo com o crescimento do útero ele começa a comprimir o 
diafragma e dificulta a expansão pulmonar levando a dispneia; 
o Epistaxe (sangramento nasal); 
o Aumento do numero de micções — no primeiro trimestre já pode haver esse 
aumento. 
▪ Sinal de Hegar → amolecimento do istmo uterino (percebido pelo toque 
ginecológico) 
 
▪ Útero cai em grande volume sobre a bexiga aumentando o número de 
micções. 
o Cãibras; 
o Corrimento vaginal — grande parte é fisiológico. 
▪ Vascularização aumentada da vagina → tem uma transudação maior 
e aumento do corrimento fisiológico. 
o Pica ou malácia → desejos de comer coisas estranhas; 
o Sonolência → associada ao quadro de hipotensão; 
o Crescimento uterino mais rápido. 
» Anamnese — terceiro trimestre: 
o Dor lombar → por conta da modificação da postura. 
▪ Marcha anseriana; 
▪ Hiper lordose.. 
 
 
22 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
o Varizes → excesso de progesterona que pode fazer mais estase dos vasos 
sanguíneos. 
o Hemorroidas (mesmo mecanismo das varizes - varizes hemorroidárias); 
o Cloasma gravídico → aumento de produção do hormônio estimulador de 
melanócitos provoca o aparecimento de manchas na face (linha nigra); 
o Estrias pelo estiramento da pele; 
▪ Tanto na barriga quanto nas mamas — as fibras de colágenos não dão 
conta e “estouram”/”arrebentam”; 
o Desconforto para dormir; 
▪ Barriga fica grande demais. 
o Dispneia mais intensa; 
o Edema; 
▪ 1/3 das mulheres terão na gravidez; 
▪ Pode ser reduzido com uso de meias elásticas. 
o Ganho de peso; 
▪ Geralmente é um pouco maior; 
▪ Pode ser edema e se houver MUITO edema, deve levantar atenção 
para um quadro de pré-eclampsia se instalando. 
o Cansaço. 
» Exame físico das consultas subsequentes: 
o Avaliar aumento de peso da gestante: na primeira consulta, já foi identificado 
se a gestante é um gestante de baixo peso, peso adequado, sobrepeso ou 
obesidade. Baseado nessa identificação, estima-se quanto de peso a 
paciente deve ganhar na gestação toda. 
o Avaliar níveis pressóricos → principalmente após a 20ª semana → pode evoluir 
para pré-eclampsia. 
o Aferição da altura uterina → principalmente após as 20 semanas. 
▪ Da sínfise púbica até o fundo uterino. 
 
▪ É possível identificar a curva de crescimento do feto, saber se é 
oligodramio, restrição de crescimento etc. 
▪ Da 20ª até a 32ª semanas de gestação a idade gestacional é 
compatível com a altura uterina. 
• 20 semanas de gestação = mais ou menos 20 cm de altura 
uterina. 
 
 
23 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
• 
o Manobra de Leopold-Zweifel: detecta situação fetal, posição fetal, qual a 
apresentação odo feto. 
▪ 4 tempos de manobra. 
• 1º sente o fundo uterino, identifica qual parte do feto está nessa 
região; 
• 2º sente as laterais; 
• 3º e 4º região pélvica → identificar a apresentação fetal (pélvica 
etc). 
o Movimentação fetal e batimentos cardíacos fetais. 
▪ Perguntar pra mãe se a criança mexe com frequência e tentar sentir os 
movimentos nas consultas. 
o Observar se apareceu edema ou não. 
» Exames complementares — 2º trimestre. 
o TOTG 75mg se glicemia for abaixo de 92 (entre 24 e 28 semanas) — 92 acima 
já diabetes gestacional ou diagnosticada na gestação; 
o Coombs indireto se a pacientne for Rh negativo → preconiza-se a realização 
de imunização com imunologlobulina antiRh com 28 semanas se a gestante 
for coombs indireto negativo. 
» Exames complementares — 3º trimestre. 
o Hemograma → saber se evolui com quadro de anemia (há uma anemia 
dilussional, por isso hemoglobina de 11 para cima normal); 
o Coombs indireto se for Rh negativo; 
o VDRL → para saber se apresentou o desenvolvimento de sífilis (teste não 
treponemic0) 
o HIV; 
o Hepatite B — se enventualmente ela não tiver tomado a vacina; 
o Toxoplasmose se for susceptivel; 
o Urocultura — tratar bacteriúria positiva.o 35-37 semanas → colher Streptococcus do grupo B — se a paciente entrar em 
trabalho de parto, ela deve receber profilaxia de Streptococcus do grupo B 
se o resultado vier positivo. 
o Ultrassonografia obstétrica → não é obrigatória para baixo risco. 
 
 
24 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
▪ Útil para avaliar idade gestacional (11 a 42% das IG são incorretas 
quando calculadas pelo DUM); 
▪ Avalia intercorrências clínicas e obstétricas (caso por exemplo de uma 
altura uterina grande ou pequena demais; pode detectar alguma 
alteração fetal ou de líquido amniótico); 
▪ A época ideal é entre 16 e 20 semanas → possível calcular a idade 
gestacional e detectar malformações fetais. 
▪ 2º trimestre → 18 a 24 semnaas (morfológico para avaliação de 
malformações e cromossopatias); 
▪ 3º trimestre → avaliação de crescimento fetal e perfil biofísicio fetal. 
 
Fonte: (Serra, 2021). 
CALCULO DA IDADE GESTACIONAL 
Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que 
corresponde ao primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela 
mulher. 
Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: 
 É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com 
ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais: 
o Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data 
da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); 
 
 
25 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
o Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês 
correspondentes ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e observe o 
número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. 
Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do 
mês em que ela ocorreu: 
 Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última 
menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de 
um dos métodos descritos. 
Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: 
 Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade gestacional e 
a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, 
basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além 
da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que habitualmente 
ocorrem entre 18 e 20 semanas. Pode-se utilizar a altura uterina e o toque vaginal, 
considerando-se os seguintes parâmetros: 
o Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; 
o Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; 
o Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual; 
o Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise 
púbica; 
o Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz 
umbilical; 
o Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical; 
o A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação 
e a medida da altura uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a 
partir da 30ª semana de idade gestacional. 
Quando não for possível determinar clinicamente a idade gestacional, solicite o mais 
precocemente possível a ultrassonografia obstétrica. 
Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
 
 
CALCULO DA DATA PROVAVEL DO PARTO 
Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da 
gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante a utilização de 
calendário. 
Com o disco (gestograma), coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao 
primeiro dia e mês da última menstruação e observe a seta na data (dia e mês) indicada 
como data provável do parto. 
 
 
Outra forma de cálculo consiste em somar sete dias ao primeiro dia da última 
menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou 
adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março). Esta forma de 
cálculo é chamada de Regra de Näegele. Nos casos em que o número de dias 
encontrado for maior do que o número de dias do mês, passe os dias excedentes para o 
mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês. 
 
 
 
27 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) 
 
COMPREENDER AS MALFORMAÇÕES FETAIS MEDIANTE FATORES EXTRÍNSECOS OU 
INTRÍNSECOS CAUSAIS E FATORES PSICOSSOCIAIS 
Malformações ou anomalias congênitas, são defeitos estruturais presentes ao nascimento, 
embora algumas, como defeitos cardíacos e anomalias renais, talvez só se tornem 
clinicamente aparentes anos mais tarde. o termo congênito não implica nem exclui uma 
base genética para os defeitos ao nascimento. as anomalias congênitas constituem uma 
causa importante de mortalidade infantil. Ademais, elas continuam a ser uma causa 
significativa de enfermidade, deficiência e óbito durante os primeiros anos de vida. 
Termos usados para descrever erros na morfogênese: 
 Malformações representam erros primários da morfogênese. Em outras palavras, há 
um processo de desenvolvimento intrinsecamente anormal. As malformações 
geralmente são multifatoriais, em vez de serem resultado de um defeito 
monogênico ou cromossômico. Elas se manifestam em algum entre diversos 
padrões. Em algumas apresentações, como doenças cardíacas congênitas, um 
único sistema de órgãos pode estar envolvido, enquanto em outras múltiplas 
malformações envolvendo diversos órgãos e 
tecidos podem coexistir; 
 
 Rupturas resultam da destruição secundária de 
um órgão ou região do corpo antes normal no 
desenvolvimento; assim, em contraste com as 
malformações, as perturbações advêm de um 
distúrbio extrínseco na morfogênese. Bandas 
amnióticas, denotando ruptura do âmnio com 
formação resultante de “bandas” (faixas) que 
circundam, comprimem e se fixam a partes do 
feto em desenvolvimento, constituem um 
exemplo clássico de ruptura. Uma variedade de 
agentes ambientais pode causar rupturas. As 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
28 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
rupturas não são hereditárias, é claro, e, portanto, não estão associadas ao risco 
de recorrência em gestações subsequentes. 
 
 Deformações, assim como as rupturas, também representam um distúrbio extrínseco 
do desenvolvimento, em vez de um erro intrínseco da morfogênese. Deformações, 
ou deformidades, são problemas comuns, afetando aproximadamente 2% dos 
recém-nascidos em graus variados. Fundamental à patogenia das deformações é 
a compressão localizada ou generalizada do feto em crescimento por forças 
biomecânicas anormais, levando posteriormente a uma variedade de 
anormalidades estruturais. A causa mais comum dessas deformações é a restrição 
uterina. Entre as semanas 35-38 de gestação, o rápido aumento de tamanho do 
feto sobrepuja o crescimento do útero, e a quantidade relativa de líquido amniótico 
(que normalmente age como um coxim) também diminui. Assim, até mesmo o feto 
normal está sujeito a algum grau de restrição uterina. Entretanto, diversas variáveis 
aumentam a probabilidade de compressão excessiva do feto, incluindo condições 
maternas como primiparidade, útero pequeno, útero mal formado (bicorne) e 
leiomiomas. Causas relacionadas ao feto, como a presença de fetos múltiplos, 
oligo-hidrâmnio e apresentação fetal anormal, também podem estar envolvidas. 
 
 Sequência consiste em um padrão de anomalias desencadeadas emcadeia a 
partir de uma aberração inicial. Aproximadamente na metade dos casos, as 
malformaçãoes congênitas ocorrem isoladamente; nos casos restantes, múltiplas 
anomalias congênitas são identificadas. Em algumas situações, um conjunto de 
malformações pode ser explicado por uma aberração localizada única na 
organogênese (malformação, ruptura ou deformação), com efeitos secundários 
em outros órgãos. Um bom exemplo é a sequência oligoidramnio — ou de Potter. O 
oligoidramnio (liquido amniótico reduzido) pode ser causado por uma variedade de 
anormalidades maternas, placentárias 
ou fetais. As causas do oligoidramnio 
incluem extravasamento crônico de 
líquido amniótico devido a ruptura do 
amnio, insuficiência uteroplcentária 
secundaria à hipertensão materna ou 
toxemia grave e agenesia renal do feto 
(uma vez que a urina fetal é um 
componente importante do líquido 
amniótico). A compressão fetal 
associada ao oligodrâmnio significativo 
acarreta um fenótipo clássico no recém-
nascido, incluindo face achatada e 
anormalidades posicionais das mãos e 
dos pés. Os quadris podem estar luxados. 
O crescimento da parede torácica e dos 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
29 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
pulmões também é comprometido, e, por consequinte, esses órgãos costumam ser 
hipoplásicos, as vezes , em tal grau que são a causa da morte fetal. Com frequencia 
há nódulos no amnio (amnio nodoso). 
 
 Síndrome de malformação refere-se à presença de vários defeitos que não podem 
ser explicados com base em um único erro precipitador na morfogênese. Essas 
síndromes com mais frequência advêm de uma única condição causadora (p. ex., 
infecção viral ou anomalia cromossômica) que afeta simultaneamente diversos 
tecidos. 
 Além dessas definições globais, alguns termos gerais aplicam-se a malformações 
específicas de um órgão: agenesia refere-se à ausência completa de um órgão ou 
de sua aplicação, enquanto aplasia e hipoplasia indicam desenvolvimento 
incompleto e subdesenvolvimento, respectivamente. Atresia descreve a ausência 
de uma abertura, geralmente um órgão visceral ou ducto oco, como intestinos e 
ductos biliares. 
Fonte: (Kumar, Aster, & Abbas, 2013) 
CAUSAS DE MALFORMAÇÕES 
As causas conhecidas de erros em malformações humanas podem ser agrupadas em três 
categorias principais: genéticas, ambientais e multifatoriais. Ainda não foi identificada 
uma causa para quase a metade dos casos relatados (de metade a ¾ dos casos não há 
uma explicação definida). 
CAUSAS GENÉTICAS 
Malformações sabidamente genéticas podem ser divididas em dois grupos: 
 Aquelas associadas a aberrações cromossômicas; 
 Aquelas que surgem de uma mutação genética única (distúrbios mendelianos). 
Anormalidades cariotípicas estão presentes em 10% a 15% dos recém-nasacidos vivos com 
malformações congênitas — principal é a trissomia do 2: frequência maior que 10 a cada 
10000 nascimentos. A maioria dos distúrbios cromossômicos surge durante a 
gametogênese e, portanto, não são familiares. Mutações monogênicas, caracterizadas 
por hereditariedade mendeliana, podem ser a base das principais malformações. 
Entretanto, existem várias anormalidades cromossômicas transmissíveis, como, por 
exemplo, a forma da síndrome de Down associada à translocação robertsoniana nos pais, 
a qual é passada de uma geração para outra , constituindo, portanto, um padrão familiar 
de anormalidades estruturais. É importante ressaltar que 80% a 90% dos fetos com 
aneuploidia e outras anormalidades cromossômicas morrem no útero, geralmente nos 
estágios iniciais da gravidez. 
 
 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
30 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
CAUSAS AMBIENTAIS 
Influências ambientais, como infecções virais, drogas/fármacos e radiação aos quais a 
mãe é exposta durante a gravidez podem causar malformações fetais (a denominação 
“malformação” é usada livremente nesse contexto, já que tecnicamente essas anomalias 
representam rupturas). Várias drogas, fármacos e agentes químicos eram suspeitos de ser 
teratogênicos, mas talvez menos de 1% das malformações congênitas são causadas por 
esses agentes. 
Apesar do feto ou do embrião estar protegido pela placenta alguns agentes infecciosos 
presentes na mãe podem atingi-lo. Os defeitos induzidos por micro-organismos diferem 
dos induzidos por agentes ambientais, uma vez que nem todas as lesões aparecem no 
período da gestação, sendo que muitas manifestações clínicas aparecem após o 
nascimento, mesmo que congenitamente adquiridas. É importante a soroprevalência 
gestacional de agentes infecciosos que possam ser transmitidos para o feto gerando 
anomalias. 
Segundo Costa et al.(2013)20, a transmissão vertical é aquela que ocorre entre a mãe 
(gestante/lactante) e seu filho, podendo acontecer por diversas vias, como a ascendente 
(através do canal cervical), a hematogênica (através do aporte sanguíneo placentário) e 
o aleitamento materno. As infecções verticais hematogênicas resultam da presença na 
circulação placentária de diferentes agentes como bactérias (sífilis), protozoários 
(toxoplasmose) e vírus, como no caso da rubéola. 
A transmissão da rubéola ocorre por via aérea, e após a entrada no hospedeiro, pode se 
disseminar para diversos órgãos, inclusive para a placenta. A rubéola congênita possui um 
efeito teratogênico, uma vez que o vírus infecta a placenta, atinge o feto, inibe a mitose 
e estimula apoptose, comprometendo assim a organogênese, sendo pior no primeiro 
trimestre gestacional. Quando acontece no primeiro trimestre, a infecção materna produz 
infecção fetal em mais de 90% dos casos. A evolução da forma congênita é crônica e 
grave. As principais manifestações são surdez, cataratas, glaucoma, retinopatia, 
cardiopatias, microcefalia, retardo mental, distúrbios motores, entre outros. 
A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário intracelular obrigatório T. gondii, 
e pode ser adquirida por meio da ingestão de oocistos liberados pelas fezes de felídeos, 
que podem estar presentes na água ou alimentos, ingestão de carne crua ou mal cozida, 
contendo cistos teciduais e da transmissão de taquizoítos por via transplacentária. Nesse 
último caso, o parasito atravessa a barreira placentária, atinge o feto, gerando infecção 
congênita e levando ao desenvolvimento de complicações neurológicas, oculares, 
auditivas e morte intraútero. 
O citomegalovírus (CMV), também conhecido como HHV-5, é um herpesvírus humano 
(HHV) e pertencente à família Herpesviridae. A infecção congênita pode ocorrer por 
transmissão vertical durante a gestação (via transplacentária), no momento do parto ou 
no período pós-natal (via leite materno). O CMV pode infectar o feto tanto durante a 
infecção primária materna, quanto durante a reativação da infecção materna presente 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realcedanie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
31 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
antes da concepção. As crianças que apresentam a doença congênita por CMV podem 
possuir as seguintes manifestações: retardo do crescimento intra-uterino, prematuridade, 
icterícia colestática, hepato-esplenomegalia, púrpura, plaquetopenia, pneumonite 
intersticial e manifestações neurológicas como microcefalia, calcificações intracranianas, 
crises convulsivas no período neonatal, coriorretinite e deficiência de acuidade visual e 
auditiva. A surdez neuro-sensorial é a sequela mais frequente, atingindo 57% dos lactentes 
infectados. A incidência da infecção congênita a CMV é elevada porque, como já 
mencionado, a transmissão materno-fetal pode ocorrer após a infecção primária ou 
recorrente. 
Em relação a drogas e fármacos, a talidomida, por exemplo, antigamente usada como 
tranquilizante na Europa e atualmente usada no tratamento de alguns cânceres, causa 
incidência extremamente alta (50-80%) de malformações dos membros. O álcool, talvez 
o agente mais usado hoje em dia, é um importante teratogênico ambiental. Os bebês 
afetados exibem retardo do crescimento pré-natal e pós-natal, anomalias faciais 
(microcefalia, fissuras palpebrais curtas, hipoplasia do maxilar) e transtornos psicomotores. 
Esses aspectos combinados são denominados síndrome alcóolica fetal. Se, por um lado, 
ainda não foi demonstrado convincentemente que a nicotina derivada do cigarro é um 
teratógeno, existe alta incidência de abortos espontâneos, parto prematuro e 
anormalidades placentárias entre gestantes tabagistas; bebês nascidos dessas mães com 
frequência têm baixo peso de nascimento e podem ser suscetíveis à síndrome da morte 
súbita do lactente (SMSL). À luz desses achados, é melhor evitar a exposição à nicotina 
durante a gravidez. O diabetes melito é uma entidade comum e, a despeito dos avanços 
na monitoração e no controle obstétrico pré-natal da glicemia, a incidência de 
malformações importantes em bebês nascidos de mães diabéticas fica entre 6-10% na 
maioria das séries relatadas. A hiperinsulinemia fetal induzida por hiperglicemia materna 
resulta em macrossomia fetal (organomegalia e aumento da gordura corporal e da massa 
muscular); anomalias cardíacas, defeitos do tubo neural e outras malformações do SNC 
são as principais anomalias vistas na embriopatia diabética. 
Um estudo realizado no Vale do São Francisco (PE), em 2011, revelou uma íntima ligação 
entre a exposição a agrotóxicos e o aumento do risco de AC, quando foram 
considerados: ambos os pais trabalhando na lavoura e morando nas proximidades, 
moradia materna próxima à lavoura, pai trabalhando na lavoura, pai aplicando os 
produtos na lavoura e exposição de pelo menos um dos genitores. A exposição paterna 
foi mais associada aos neonatos com AC (26%) quando comparados aos saudáveis (13%). 
Dessa forma, foi possível sugerir que existe uma tendência na associação entre a 
exposição dos pais aos agrotóxicos no período periconcepcional e nascimentos com AC. 
Os sistemas nervosos e musculoesqueléticos foram descritos como os principais afetados. 
Em 2001, um estudo associou o uso de abortifacientes e AC, mostrando que elas ocorreram 
em 4,7% de um total de 800 recém-nascidos e em 14 desses casos foi registrado uso 
gestacional de abortivos. Entre os recursos abortifacientes mais comumente utilizados 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
32 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
estão os chás e as infusões de plantas medicinais, além do misoprostol, análogo sintético 
da prostaglandina E1. 
Em 2010, um estudo sugeriu que o uso de antiretrovirais durante a gestação esteve 
associado com o aumento dos casos de AC, sendo as cardiovasculares e 
osteomusculares as mais prevalentes. Os autores descreveram que mulheres infectadas 
por HIV- 1 podem tomar outras drogas potencialmente teratogênicas além dos 
antiretrovirais, tais como trimetoprim, pirimetamina, sulfadiazina, e outros antagonistas de 
folato, tais como carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, podendo assim aumentar os 
riscos de defeitos do tubo neural, bem como fissuras orais, cardiovasculares, do trato 
urinário e defeitos de redução de membros. 
HEREDITARIEDADE MULTIFATORIAL 
Implica a interação de influências ambientais com dois ou mais genes de efeito pequeno, 
é a causa genética mais comum de malformações congênitas. Incluídas nessa categoria 
estão algumas malformações congênitas relativamente comuns, como fenda palatina e 
lábio leporino (fissura labial) e defeitos do tubo neural. A importância das contribuições 
ambientais à hereditariedade multifatorial é ressaltada pela redução drástica na 
incidência de defeitos do tubo neural pela ingesta periconcepcional de ácido fólico na 
dieta. 
Fonte: (Kumar, Aster, & Abbas, 2013), (Mendes, Santos Amorim Jesuino, da Silva Pinheiro, 
& Silva Rebelo, 2018). 
COMPREENDER AS CARACTERÍSTICAS DO CRESCIMENTO FETAL RESTRITO, 
CLASSIFICAÇÃO, FATORES PSICOSSOCIAIS E SUAS CAUSAS 
CONCEITO 
A restrição do crescimento fetal (RCF), também chamada de crescimento intrauterino 
restrito (CIUR), pode ser definida como a limitação patológica de um feto em atingir o seu 
potencial de crescimento, geneticamente determinado. Tradicionalmente, um feto é dito 
como tendo restrição de crescimento quando seu peso é inferior ao percentil 10 para uma 
determinada idade gestacional. Ressalte-se aqui a inadequação de tal conceito que, de 
forma equivocada, define a RCF como sinônimo de feto PIG – Pequeno para a Idade 
Gestacional (este sim, feto com peso inferior ao percentil 10 para a idade gestacional 
correspondente), como se fosse este último sempre resultado de uma limitação 
patológica de seu crescimento. 
DIAGNÓSTICO 
A suspeita clínica da RCF requer uma adequada datação da gestação, a qual é obtida, 
idealmente, por exame ultrassonográfico realizado até a vigésima semana gestacional. 
Uma altura uterina menor que a esperada para a idade gestacional permite sua 
suspeita e impõe a realização de uma ultrassonografia obstétrica para a determinação 
do peso fetal. A estimativa ultrassonográfica de um peso fetal abaixo do percentil 10 
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
danie
Realce
 
 
33 RESUMO P1: PRÉ-NATAL 
D A N I E L L A S O A R E S 
para uma determinada idade gestacional confirma o diagnóstico de um feto PIG. Uma 
vez confirmado se tratar de um feto PIG, faz-se necessária a distinção entre os fetos PIG 
constitucionalmente pequenos (70% dos casos) e aqueles que, por algum motivo, 
tenham sido impedidos de atingir seu potencial de crescimento (30% restantes e os 
únicos fetos PIG que, verdadeiramente, apresentam restrição do crescimento). Esse 
último grupo de fetos apresenta elevada morbidade e mortalidade perinatais, bem 
como risco de sequelas na vida adulta, beneficiando-se de um diagnóstico precoce e 
de uma intervenção oportuna. 
CAUSAS 
As causas da RCF podem ser divididas em três grandes grupos: 
Fatores fetais: Essa categoria consiste em condições que reduzem intrinsecamente o 
potencial de crescimento do feto a despeito de um aporte adequado de nutrientes da 
mãe. As principais condições fetais são distúrbios cromossômicos, anomalias congênitas e 
infecções congênitas. As anormalidades cromossômicas podem ser detectadas em até 
17% dos fetos avaliados quanto à restrição

Continue navegando