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1 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S SUMÁRIO Palavras desconhecidas .............................................................................................................. 2 Dismorfoses .................................................................................................................................. 2 Concepto .................................................................................................................................... 3 Objetivos ......................................................................................................................................... 3 Entender os procedimentos do pré-natal para a prevenção e o diagnóstico de alterações ................................................................................................................................... 3 10 passos para o pré-natal de qualidade na atenção básica ....................................... 4 Objetivos da assistência ao pré-natal:.................................................................................. 5 Diagnóstico .............................................................................................................................. 5 Classificação de risco gestacional ........................................................................................ 7 Calendário de consultas ideal ............................................................................................. 12 Primeira consulta ................................................................................................................... 13 Consultas subsequentes ....................................................................................................... 20 Calculo da idade gestacional ............................................................................................. 24 Calculo da data provavel do parto ................................................................................... 26 Compreender as malformações fetais mediante fatores extrínsecos ou intrínsecos causais e fatores psicossociais .............................................................................................................. 27 Causas de malformações .................................................................................................... 29 Compreender as características do crescimento fetal restrito, classificação, fatores psicossociais e suas causas ..................................................................................................... 32 Conceito................................................................................................................................. 32 Diagnóstico ............................................................................................................................ 32 Causas .................................................................................................................................... 33 Definir o conceito de prematuridade, sua classificação, consequências e causas ....... 34 Conceito e classificação ...................................................................................................... 34 Causas e consequências ..................................................................................................... 34 Abordagem perinatal ........................................................................................................... 34 Referências .................................................................................................................................. 35 2 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S PALAVRAS DESCONHECIDAS DISMORFOSES Conceito: refere-se a características físicas, às vezes associadas a condições médicas, presentes desde o nascimento. Características ou síndromes dismórficas podem ocorrer devido a anormalidades genéticas, infecções pré-natais ou traumas no parto. A síndrome de Down representa um exemplo bem conhecido de dismorfismo e produz características físicas reconhecíveis e uma variedade de preocupações médicas. Alguns pacientes procuram intervenção médica devido a problemas de auto-estima relacionados a anomalias físicas. Outros pacientes requerem monitoramento médico e cuidado, pois essas síndromes podem criar irregularidades cardíacas ou afetar outros sistemas do corpo. Os distúrbios do corpo que não ameaçam a vida incluem uma cinta parcial ou completa entre dois ou mais dedos das mãos ou pés, bem como a presença de mais de 10 dígitos nas mãos ou nos pés. Essas anomalias podem ocorrer como características familiares herdadas. Os bebês nascidos com fissura de palato ou com um ou ambos os quadris deslocados também são exemplos de dismorfismo. As anormalidades podem ser diferenças estruturais visíveis ou relacionadas ao mau funcionamento de um determinado órgão ou sistema do corpo. Quando várias características ocorrem, os médicos geralmente diagnosticam a criança com uma síndrome dismórfica específica. As crianças com síndrome de Down, por exemplo, geralmente têm faces dismórficas com aparência achatada e olhos oblíquos, boca pequena e orelhas pequenas e baixas. Essas crianças geralmente apresentam impedimentos à fala e inteligência inferior à média. Freqüentemente, os indivíduos com síndrome de Down também apresentam distúrbios gastrointestinais, defeitos cardíacos, problemas auditivos e respiratórios. Distúrbios hereditários ou defeitos genéticos que afetam o sangue ou órgãos internos são às vezes considerados condições dismórficas. A medula óssea que é incapaz de produzir glóbulos vermelhos e brancos, juntamente com plaquetas, ocorre em crianças nascidas com anemia de Fanconi. Bebês com esse distúrbio também podem desenvolver anomalias esqueléticas. Traços singulares ou síndromes dismorfismo freqüentemente surgem de defeitos genéticos. Os cromossomos podem se alinhar ou se conectar de maneira inadequada em algum lugar durante o desenvolvimento fetal. Normalmente, os cromossomos ocorrem em pares, mas ocasionalmente aparecem cromossomos isolados, uma condição conhecida como monossomia. Em certos casos, um trio ou trissomia pode substituir um par cromossômico, resultando em tendências dismórficas. Os médicos sugerem que as mulheres com mais de 35 anos têm um risco maior de passar anormalidades cromossômicas para um bebê, já que os ovos geralmente se deterioram com a idade. Os problemas também podem surgir durante o trabalho de parto e parto, que resultam em um recém-nascido recebendo 3 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S pouco oxigênio, o que pode induzir trauma e dismorfismo em uma criança normalmente desenvolvida. O dismorfismo também pode ocorrer em bebês cujas mães abusam do álcool, usam certos medicamentos prescritos e de venda livre, ou usam drogas ilícitas durante a gravidez. Dismorfologia é uma área da genética clínica que está envolvida com o diagnóstico e interpretação de padrões de defeitos estruturais. Padrões recorrentes de defeitos congênitos permitem o reconhecimento de síndromes. A identificação desses padrões em indivíduos melhorou a compreensão das causas e da patogênese destas condições. Um defeito congênito é uma anormalidade estrutural de qualquer tipo, mas nem todas as variações de desenvolvimento constituem defeitos ou anomalias (desvio acentuado da média ou da norma). Variações anatômicas são comuns; por exemplo, os ossos variam em seu formato básico e em detalhes menores da estrutura superficial. Os quatro tipos de defeitos congênitos clinicamente significantes são malformação, perturbação, deformação e displasia. Fonte: (Dismorfismo, s.d.), (Moore, 2016) CONCEPTO Conceito: O concepto inclui todas as estruturas embrionárias e extra-embrionárias que se desenvolvem a partir do zigoto. Portanto, inclui o embrião e também a parte embrionáriada placenta e suas membranas associadas — âmnio, saco coriônico (gestacional) e saco vitelino. Fonte: (Moore, 2016) OBJETIVOS ENTENDER OS PROCEDIMENTOS DO PRÉ-NATAL PARA A PREVENÇÃO E O DIAGNÓSTICO DE ALTERAÇÕES O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. Talvez o principal indicador do prognóstico ao nascimento seja o acesso à assistência pré- natal. Se o início precoce do pré-natal é essencial para a adequada assistência, o número ideal de consultas permanece controverso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número adequado seria igual ou superior a 6 (seis). Pode ser que, mesmo com um número mais reduzido de consultas (porém, com maior ênfase para o conteúdo de cada uma delas) em casos de pacientes de baixo risco, não haja aumento de resultados perinatais adversos (grau de recomendação A). Atenção especial deverá ser dispensada danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 4 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S às grávidas com maiores riscos (grau de recomendação A). As consultas deverão ser mensais até a 28ª semana, quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais no termo (grau de recomendação D). Não existe alta do pré-natal. Quando o parto não ocorre até a 41º semana, é necessário encaminhar a gestante para a avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal. Estudos clínicos randomizados demonstram que a conduta de induzir o trabalho de parto em todas as gestantes com 41 semanas de gravidez é preferível à avaliação seriada do bem-estar fetal, pois se observou menor risco de morte neonatal e perinatal e menor chance de cesariana no grupo submetido à indução do parto com 41 semanas. A unidade básica de saúde (UBS) deve ser a porta de entrada preferencial da gestante nosistema de saúde. É o ponto de atenção estratégico para melhor acolher suas necessidades, inclusive proporcionando um acompanhamento longitudinal e continuado, principalmente durante a gravidez. A partir da avaliação da necessidade de cada usuária e seguindo orientações do protocolo local, o acesso a outras redes assistenciais (Rede de Média e Alta Complexidade, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicossocial, Rede Oncológica etc.) deve ser garantido às gestantes, conforme a organização locorregional da linha de cuidado materno-infantil. Isso se torna possível por meio da pactuação das formas de referência e contrarreferência entre a Rede de Atenção Básica e as demais redes assistenciais e a partir da garantia de acesso aos equipamentos do sistema de saúde (exames de imagem e laboratoriais, consultas e procedimentos especializados, internação hospitalar, medicamentos, vacinas etc.). Para cada localidade, então, deve ser desenhado o fluxo que as usuárias podem percorrer no sistema de saúde, a fim de lhes proporcionar uma assistência integral. Por exemplo: definição do local onde serão realizados os diversos exames complementares, solicitados conforme avaliação da equipe e de acordo com os protocolos clínicos locais; qual será o hospital de referência para a realização do parto das gestantes dessa localidade e para o encaminhamento das urgências/ emergências obstétricas e intercorrências clínicas/obstétricas; onde será realizado o pré-natal de alto risco, entre outros detalhes. Estados e municípios, portanto, necessitam dispor de uma rede de serviços organizada para a atenção obstétrica e neonatal, com mecanismos estabelecidos de referência e contrarreferência, garantindo-se os seguintes elementos: 10 PASSOS PARA O PRÉ-NATAL DE QUALIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA 1º Passo: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce); 2º Passo: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal; danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Nota É indicação para encaminhamento à emergência obstétrica danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 5 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S 3º Passo: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal; 4º Passo: promover a escuta ativa da gestante e de seus/suas acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico “rodas de gestantes”; 5º Passo: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré- natal, quando necessário; 6º Passo: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)"; 7º Passo: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário; 8º Passo: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do "Plano de Parto"; 9º Passo: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação); 10º Passo: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal. Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) OBJETIVOS DA ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL: » Diagnosticar/confirmar gravidez (teste rápido); » Diagnosticar doenças preexistentes; » Proporcionar higidez ao organismo materno e fetal; » Amparar social e psicologicamente (ansiedade, medo de abortamento, medo de morte fetal intraútero); » Preparar o parto e a maternidade. Fonte: (Serra, 2021) DIAGNÓSTICO Para ampliar a captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde, por intermédio da Rede Cegonha, incluiu o Teste Rápido de Gravidez nos exames de rotina do pré-natal, que pode ser realizado na própria UBS, o que acelera o processo necessário para a confirmação da gravidez e o início do pré-natal. Toda mulher da área de abrangência da unidade de saúde e com história de atraso menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada pela equipe de saúde a realizar o Teste Imunológico de Gravidez (TIG), que será solicitado pelo médico ou enfermeiro. Este teste é considerado o método mais sensível e confiável, embora seja também um teste caro [grau de recomendação D]. Alguns testes urinários têm baixa taxa de resultados falsos danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 6 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S positivos, mas elevada taxa de resultados falsos negativos, o que pode atrasar o início do pré-natal. A dosagem de gonadotrofina coriônica humana (ßHCG) para o diagnóstico precoce da gravidez, com a utilização de medidas quantitativas precisas e rápidas, tornou este teste mundialmente reconhecido para confirmar a ocorrência de gravidez. O ßHCG pode ser detectado no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção. Os níveis plasmáticos aumentam rapidamente até atingir um pico entre 60 e 90 dias de gravidez. A maioria dos testes tem sensibilidade para detecção de gravidez entre 25 a 30mUI/ml. Resultados falsos positivos ocorrem na faixa entre 2 a 25mUI/ml. Do ponto de vista prático, níveis menoresque 5mUI/ml são considerados negativos e acima de 25mUI/ml são considerados positivos. Considerando-se que 11% a 42% das idades gestacionais estimadas pela data da última menstruação são incorretas, pode-se oferecer à gestante, quando possível, o exame ultrassonográfico , que , além de melhor determinar a idade gestacional, auxilia na detecção precoce de gestações múltiplas (inclusive, evidencia o tipo de placentação nestes casos) e de malformações fetais clinicamente não suspeitas. Idealmente, o exame deve ser realizado entre 10 e 13 semanas, utilizando-se o comprimento cabeça–nádega para determinar a idade gestacional. A partir da 15ª semana, a estimativa de idade gestacional será feita pela medida do diâmetro biparietal. Todavia, os possíveis benefícios da ultrassonografia de rotina durante a gestação sobre outros resultados permanecem ainda incertos, de modo que a não realização deste exame não constitui omissão, nem diminui a qualidade do pré-natal (CROWTHER et al., 1999). Se o atraso menstrual for superior a 12 semanas, o diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame clínico e torna-se desnecessária a solicitação do TIG. O diagnóstico da gravidez pode ser efetuado em 90% das pacientes por intermédio dos sinais clínicos, dos sintomas e do exame físico em gestações mais avançadas. As queixas principais são devidas ao atraso menstrual, à fadiga, à mastalgia, ao aumento da frequência urinária e aos enjoos/vômitos matinais [grau de recomendação D]. Sinais de presunção de gravidez: 1. Atraso menstrual; 2. Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite, aumento da frequência urinária e sonolência); 3. Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos, tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e cervical, aumento do volume abdominal). Sinais de probabilidade: 1. Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume; 2. Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria vaginal nos fundos de sacos laterais); danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce Neste caso, o NIPT é uma opção mais segura, porém cara danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 7 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S 3. Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a fertilização. Sinais de certeza: 1. Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12 semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas; 2. Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas); 3. Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5 semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas gestacionais. Após a confirmação da gravidez, em consulta médica ou de enfermagem, dá-se início ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no SisPreNatal. Os procedimentos e as condutas que se seguem devem ser realizados sistematicamente e avaliados em toda consulta de pré-natal. As condutas e os achados diagnósticos sempre devem ser anotados na Ficha de Pré- Natal e no Cartão da Gestante. A partir desse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias referentes ao acompanhamento de pré-natal: sequência de consultas (mensalmente, se possível), visitas domiciliares e grupos educativos. Deverão ser fornecidos: ➢ O Cartão da Gestante, com a identificação preenchida, o número do Cartão Nacional da Saúde, o hospital de referência para o parto e as orientações sobre este; ➢ O calendário de vacinas e suas orientações; ➢ A solicitação dos exames de rotina; ➢ As orientações sobre a participação nas atividades educativas (reuniões e visitas domiciliares). É importante enfatizar que duas informações essenciais que devem constar explicitamente no Cartão da Gestante são as relacionadas ao nome do hospital de referência para o parto e as relativas às intercorrências durante a gestação. Se, no decorrer da gestação, surgir alguma situação que caracterize risco gestacional, com mudança do hospital ou da maternidade de referência, isso também deve estar escrito no cartão. Esta informação é considerada fundamental para que a mulher e seu companheiro ou familiares possam reivindicar o direito de atendimento na respectiva unidade de saúde. Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL A gestação é um fenômeno fisiológico e deve ser vista pelas gestantes e equipes de saúde como parte de uma experiência de vida saudável que envolve mudanças dinâmicas do olhar físico, social e emocional. No entanto, devido a alguns fatores de risco, algumas danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 8 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S gestantes podem apresentar maior probabilidade de evolução desfavorável. São as chamadas “gestantes de alto risco”. Com o objetivo de reduzir a morbimortalidade materno-infantil e ampliar o acesso com qualidade, é necessário que se identifiquem os fatores de risco gestacional o mais precocemente possível. Dessa forma, o acolhimento com classificação de risco pressupõe agilidade no atendimento e definição da necessidade de cuidado e da densidade tecnológica que devem ser ofertadas às usuárias em cada momento. De maneira geral, o acolhimento, em especial à gestante, objetiva fornecer não um diagnóstico, mas uma prioridade clínica, o que facilita a gestão da demanda espontânea e, consequentemente, permite que haja impacto na história natural de doenças agudas graves e potencialmente fatais, que, se não atendidas como prioridades, podem levar à morte, por exemplo, uma gestante com síndrome hipertensiva. Portanto, é indispensável que a avaliação do risco seja permanente, ou seja, aconteça em toda consulta. Em contrapartida, quando são identificados fatores associados a um pior prognóstico materno e perinatal, a gravidez é definida como de alto risco, passando a exigir avaliações mais frequentes, muitas vezes fazendo-se uso de procedimentos com maior densidade tecnológica. Nos casos em que não há necessidade de se utilizar alta densidade tecnológica em saúde e nos quais a morbidade e a mortalidade materna e perinatal são iguais ou menores do que as da população em geral, as gestações podem ser consideradas como de baixo risco. Assim definida, a gravidez de baixo risco somente pode ser confirmada ao final do processo gestacional, após o parto e o puerpério. O processo dinâmico e a complexidade das alterações funcionais e anatômicas que ocorrem no ciclo gestacional exigem avaliações continuadas e específicas em cada período. A atenção básica deve ser entendida como porta de entrada da Rede de Atenção à Saúde, como ordenadora do sistema de saúde brasileiro. Nas situações de emergência obstétrica, a equipe deve estar capacitada para diagnosticar precocemente os casos graves, iniciar o suporte básico de vida e acionar o serviço de remoção, para que haja a adequada continuidade do atendimento para os serviços de referência de emergências obstétricas da Rede de Atenção à Saúde. Dessa forma, a classificação de risco é um processo dinâmico de identificação dos pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, os agravos à saúde ouo grau de sofrimento. A caracterização de uma situação de risco, todavia, não implica necessariamente referência da gestante para acompanhamento em pré-natal de alto risco. As situações que envolvem fatores clínicos mais relevantes (risco real) e/ou fatores evitáveis que demandem intervenções com maior densidade tecnológica devem ser necessariamente referenciadas, podendo, contudo, retornar ao nível primário, quando se considerar a situação resolvida e/ou a intervenção já realizada. De qualquer maneira, a unidade danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 9 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S básica de saúde deve continuar responsável pelo seguimento da gestante encaminhada a um diferente serviço de saúde. FATORES DE RISCO QUE PERMITEM A REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL PELA EQUIPE DE ATENÇÃO BÁSICA Fatores relacionados às características individuais e às condições sociodemográficas desfavoráveis: ➢ Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos; ➢ Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; ➢ Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se tratando de adolescente; ➢ Situação conjugal insegura; ➢ Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular); ➢ Condições ambientais desfavoráveis; ➢ Altura menor do que 1,45m; ➢ IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade. Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: ➢ Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado; ➢ Macrossomia fetal; ➢ Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; ➢ Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que cinco anos; ➢ Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos); ➢ Cirurgia uterina anterior; ➢ Três ou mais cesarianas. Fatores relacionados À gravidez atual: ➢ Ganho ponderal inadequado; ➢ Infecção urinária; ➢ Anemia. FATORES DE RISCO PARA INDICAR ENCAMINHAMENTO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO O pré-natal de alto risco abrange cerca de 10% das gestações que cursam com critérios de risco, o que aumenta significativamente nestas gestantes a probabilidade de intercorrências e óbito materno e/ou fetal. Atenção especial deverá ser dispensada às grávidas com maiores riscos, a fim de reduzir a morbidade e a mortalidade materna e perinatal (grau de recomendação A). Fatores relacionados a condições prévias: ➢ Cardiopatias; ➢ Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica); danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 10 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ➢ Nefropatias graves (como insuficiência renal crônica e em casos de transplantados); ➢ Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus, hipotireoidismo e hipertireoidismo); ➢ Doenças hematológicas (inclusive doença falciforme e talassemia); ➢ Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente que faça uso de anti- hipertensivo (PA>140/90mmHg antes de 20 semanas de idade gestacional – IG); ➢ Doenças neurológicas (como epilepsia); ➢ Doenças psiquiátricas que necessitam de acompanhamento (psicoses, depressão grave etc.); ➢ Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); ➢ Alterações genéticas maternas; ➢ Antecedente de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; ➢ Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras); ➢ Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (ultrassonografia com malformação fetal) e outras DSTs (condiloma); ➢ Hanseníase; ➢ Tuberculose; ➢ Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; ➢ Qualquer patologia clínica que necessite de acompanhamento especializado. Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: ➢ Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior, principalmente se for de causa desconhecida; ➢ História prévia de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado obstétrico e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal intrauterina, síndrome Hellp, eclâmpsia, internação da mãe em UTI); ➢ Abortamento habitual; ➢ Esterilidade/infertilidade. Fatores relacionados á gravidez atual: ➢ Restrição do crescimento intrauterino; ➢ Polidrâmnio ou oligodramnio; ➢ Gemelaridade; ➢ Malformações fetais ou arritmia fetal; ➢ Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão crônica preexistente, hipertensão gestacional ou transitória); ★ Obs.: É necessário que haja evidência de medidas consecutivas que sugiram hipertensão. Nestas situações, não se deve encaminhar o caso com medida isolada. Em caso de suspeita de pré-eclâmpsia/eclâmpsia, deve-se encaminhar a paciente à emergência obstétrica. 11 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ➢ Infecção urinária de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite (toda gestante com pielonefrite deve ser inicialmente encaminhada ao hospital de referência, para avaliação); ➢ Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de tratamento com sulfato ferroso; ➢ Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária (ultrassonografia com malformação fetal) e outras ISTs (condiloma); ➢ Infecções como a rubéola e a citomegalovirose adquiridas na gestação atual; ➢ Evidência laboratorial de proteinúria; ➢ Diabetes mellitus gestacional; ➢ Desnutrição materna severa; ➢ Obesidade mórbida ou baixo peso (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante para avaliação nutricional); ➢ NIC III (neoplasia intra epitelial cervical grau 3 [displasia do colo do útero]; nestes casos, deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); ➢ Alta suspeita clínica de câncer de mama ou mamografia com Bi-rads III ou mais (nestes casos, deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); ➢ Adolescentes com fatores de risco psicossocial. FATORES DE RISCO QUE INDICAM ENCAMINHAMENTO À URGÊNCIA/ EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA Os profissionais de saúde dos hospitais regionais e da emergência obstétrica deverão avalia as gestantes encaminhadas e confirmar, ou não, o diagnóstico inicial, assim como determinar a conduta necessária para cada caso: internação hospitalar, referência ao pré-natal de alto risco ou contrarreferência para acompanhamento pela atenção básica. São fatores de risco: ➢ Síndromes hemorrágicas (incluindo descolamento prematuro de placenta, placenta prévia), independentemente da dilatação cervical e da idade gestacional; ➢ Suspeita de pré-eclâmpsia: pressão arterial > 140/90, medida após um mínimo de 5 minutos de repouso, na posição sentada. Quando estiver associada à proteinúria, pode-se usar o teste rápido de proteinúria; ★ Obs.: edema não é mais considerado critério diagnóstico (grau de recomendação C). ➢ Sinais premonitórios de eclâmpsia em gestantes hipertensas: escotomas cintilantes, cefaleia típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito; ➢ Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-eclâmpsia); ➢ Crise hipertensiva (PA > 160/110); ➢ Amniorrexe prematura: perda de líquido vaginal (consistência líquida, em pequena ou grande quantidade, mas de forma persistente), podendo ser observada mediante exame especular com manobra de Valsalva e elevação da apresentação fetal; 12 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ➢ Isoimunização Rh; ➢ Anemia grave (hemoglobina < 8); ➢ Trabalho de parto prematuro(contrações e modificação de colo uterino em gestantes com menos de 36 semanas); ➢ IG a partir de 41 semanas confirmadas; ➢ Hipertermia (Tax > = 37,8C), na ausência de sinais ou sintomas clínicos de Ivas; ➢ Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes; ➢ Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra infecção que necessite de internação hospitalar; ➢ Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes (dor no membro inferior, edema localizado e/ou varicosidade aparente); ➢ Investigação de prurido gestacional/icterícia; ➢ Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento, com comprometimento sistêmico com menos de 20 semanas; ➢ Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre; ➢ Restrição de crescimento intrauterino; ➢ Oligoidrâmnio; ➢ Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma etc. Nos casos com menos de 20 semanas, as gestantes podem ser encaminhadas à emergência clínica. Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) CALENDÁRIO DE CONSULTAS IDEAL Consulta pré-concepcional) » Sorologias; » Vacinas (tomar vacina que não pode na gestação antes de engravidar); » Comorbidades (tratar para começar a gestação mais tranquilamente); » Hábitos e alimentação (uso de drogas etc); » Medicamentos (as vezes faz uso de uma medicação teratogênica e precisa mudar); » Avaliar as condições de trabalho que possam ser danosas à gestação; » Avaliação do parceiro (sorologia). Primeira consulta deve ser o mais precoce possível (preferivelmente no primeiro trimestre → possível prevenir várias intercorrências); o Determinar aquelas mulheres que tenham alguma alteração, que tenham doenças, que tenha m comorbidades... e por isso precisarão de um acompanhamento especializado. Número de consultas preconizadas pelo ministério da saúde e pela OMS: » Mínimo de 6: o 1 no primeiro trimestre; 13 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S o 2 no segundo trimestre; o E 3 no terceiro trimestre. » Porém o IDEAL é: o Consultas mensais até a 28ª semana; o Consultas quinzenais entre 28ª e 36ª semana; o Consultas semanais entre a 36ª e a 41ª semana (maior risco de desenvolver grandes comorbidades e grandes complicadores que possam culminar com a antecipação do parto). ▪ Caso a mulher não tenha entrado espontaneamente em trabalho de parto até a 41ª semana, ela pode ser encaminhada para a maternidade para a indução do trabalho de parto ou cesariana a depender do bem-estar e da vitalidade fetal. Não existe alta do pré-natal. 90% das gestantes que chegam à UBS são de Baixo Risco. Por isso nem sempre essas pacientes poderão ser atendidas pelo próprio médico da UBS, sem a necessidade de referenciamento a um especialista. Algumas das pacientes de alto-risco devem ser referenciadas para o pré-natal de alto risco — principalmente aquelas que possuem doenças preexistentes. Algumas pacientes de alto risco inclusive não necessariamente precisam ser encaminhadas — é o caso de obesas, adolescentes, mulheres mais idosas. A não ser que possuam doenças preexistentes, elas não precisam de atendimento especializado. » É importante saber da história reprodutiva (casos de óbitos intrauterinos por exemplo), pois pode ser necessário o encaminhamento para atenção especializada; » Alterações fetais e maternas na gestação atual que demandem atenção especializada também devem ser encaminhadas. Fonte: (Serra, 2021) PRIMEIRA CONSULTA Sistematização 1. Anamnese geral e específica; 2. Exame físico geral e específico; 3. Exames de pré-natal; 4. Planejar a evolução do pré-natal. » Anamnese. o Identificação: ▪ Nome; 14 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ▪ Idade (paciente <15 e >35 já são pacientes de alto risco que não necessariamente serão referenciadas, mas demandam consultas mais frequentes, mais atenção etc); ▪ Etnia (algumas doenças tem diferença de prevalência entre etnias); ▪ Estado civil (solteira, casada, existe um suporte de um parceiro?); ▪ Profissão (se ela tem intensa atividade física ou se é mais intelectual; mulheres expostas a exercícios mais intensos, as vezes, no começo na gestação somado a ocorrência de sangramento, ameaça de abortamento, descolamento ovular, pode ser que seja necessária a diminuição dessas atividades); ▪ Procedência (em alguns estados/cidades a procedência é importante em relação à prevalência de certas doenças endêmicas); o Antecedentes pessoais: ▪ Pesquisar se a gestante tem histórico de hipertensão; ▪ Diabetes (o ideal nesse caso é que a paciente tenha engravidado com hemoglobina glicada menor que 6); ▪ Se já recebeu alguma transfusão sanguínea (importante para a prevenção de eritroblastose fetal caso tenha recebido um sangue positivo sendo negativa); ▪ Identificar anemia (fator de gravidade, mais risco de hemorragia, mais risco de complicação); ▪ Pesquisar doenças infecciosas (ISTs, doenças crônicas como hepatite); ▪ Alergias; ▪ Histórico de doenças neuropsiquiátricas (anticonvulsivantes exigem que suplementação de ácido fólico seja maior [5mg]; a dose preconizada de 400 a 800 microgramas não resolve nesses casos); ▪ Tireoidopatias (aumentam o risco de abortamento); ▪ Cardiopatias (se ela tem alguma alteração cardíaca que possa evoluir para um quadro de hipóxia ou de descompensação cardíaca que possa ser grave na gestação); ▪ Existência de alguma doença rena; ▪ Asma; ▪ Cirurgias prévias (exemplo: miomectomia [retirada de mioma] cicatriz longitudinal no útero: contraindicação ao parto normal). o Antecedentes familiares: ▪ Hipertensão/eclampsia (existe relação entre a ocorrência desses episódios na mãe e na filha); ▪ Diabetes (filhas de mulheres diabéticas tem tendência a evoluírem com diabetes na gestação); ▪ Doenças congênitas familiares (que possa ser herdado pelo filho); ▪ História de gemelaridade (há um componente hereditário de famílias que tem maior número de gemelares); ▪ Câncer de mama; 15 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ▪ Tuberculose (saber se precisa de tratamento, se a mulher está exposta); ▪ Hanseníase (prestar atenção aos medicamentos); ▪ Doenças infectocontagiosas. o Hábitos: ▪ Tabagismo — orientar cessar o tabagismo completamente; • De 10 a 14 cigarros por dia já uma causa importante de abortamento. ▪ Etilismo — não existe dose segura de álcool na gestação. Não existe essa de uma tacinha. Não pode beber de jeito nenhum (dar suporte para que ela consiga parar); o Antecedentes ginecológicos: ▪ Investigar ciclos menstruais; ▪ Investigar se estava em uso de métodos anticoncepcionais (atenção ao DIU: maiores chances de gravidez ectópica); • Gestação tópica: o Sim → retira o DIU nas condições especificas (diminui as chances de abortamento); o Não → deve-se tomar condutas específicas ao caso. ▪ Infertilidade ou esterilidade (saber se a paciente fez técnicas de fertilização assistida ou fertilização in vitro → há mudança de prognóstico); ▪ Presença de ISTs (herpes genital pode ser um complicador do parto se houverem lesões ativas na vulva na hora do parto, não pode parto por vias baixas); ▪ Doenças ginecológicas (mamas, ovários ou útero...); ▪ Cirurgias ginecológicas (no caso de lesão por hpv a cirurgia diminui o tamanho do colo; ▪ Ínicio da atividade sexual; ▪ Numero de parceiros (ter uma noção da exposição da paciente à ISTs). o Antecedentes obstétricos: ▪ Número de gestações (terminologia GESTA PARA); ▪ Se houveram abortos espontâneos ou induzidos/curetagens; ▪ Partos prematuros — fator de risco mais importante para outros partos prematuros; ▪ Doença induzida por gestação — hipertireoidismo transitório gestacional, diabetes gestacional, pré-eclampsia em gestações anteriores; ▪ Números de filhos vivos, neomortos e natimortos(ter noção de como foi a assistência no pré-natal, no parto e qual o cuidado dessa paciente para com seus filhos; ▪ Peso dos recém-nascidos (exemplo: se todos os filhos tiverem nascido com mais de 4kg provavelmente essa mulher fez diabetes gestacional e foi subnotificada); 16 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ▪ Aleitamento (se conseguiu; se não conseguiu, porque? Estimular a tentar nessa nova gesetação); ▪ Existência de parto cesária anterior e puerpério (se houve um quadro femorragia pós-parto, se foi tratado adequadamente etc); ▪ Intervalo interpartal (o ideal é o intervalo de 2 anos). o Gestação atual: ▪ Calcular a data provável do parto: • Data da ultima menstruação (dia/mês/ano) → dia provável do parto (dia/mês/ano); o Se o ciclo for regular, a técnica é mais precisa; o Se o ciclo for irregular, a taxa de falha é alta e podem ser necessários outros meios como ultrassonografias etc. ▪ Gravidez desejada e planejada (investigar se há apoio do parceiro); ▪ Investigar se fez uso de drogas no início da gestação; ▪ Investigar se houve tentativa de aborto (pode haver negligência da gestação). o Sintomas gravídicos no primeiro trimestre: ▪ Dor na mama; ▪ Cefaleia; ▪ Náuseas e vômitos (tendem a diminuir); ▪ Tontura; ▪ Pirose e sialorreia/ptialismo (salivação excessiva); ▪ Perda de peso (há perda de apetite); ▪ Diminuição da libido (primeiro trimestre); ▪ Podem haver sangramentos (no colo uterino há hipertrofia das glândulas da endocervice que podem exteriorizar e apresentam sangramentos, principalmente pós-coito. • Se for um sangramento pequeno → tranquilizar a paciente e não se preocupar tanto; • Vale uma investigação para dispensar ameaça de abortamento. » Exame físico geral: o Estatura x peso (ter noção do ganho de peso); ▪ Perguntar o peso antes de engravidar para ter noção se já houve alteração de peso. o Pressão arterial, pulso e características da pele; ▪ Se a paciente no começo da gestação, com menos de 20 semanas já está tendo picos hipertensivos ela é uma paciente hipertensa crônica e ela deve receber atenção a isso. o Cabeça e pescoço (dentes e tireoide); ▪ Dentes: infecções dentárias são uma das principais causas de partos prematuros. o Tórax → ausculta cardíaca e pulmonar; o Abdome → palpação órgãos internos (fígado, baço e útero); 17 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ▪ Identificar visceromegalia. o Membros → presença de edemas e varizes (elas podem piorar ao longo da gestação); o Calcula o índice de massa corporal → IMC = peso/altura². ▪ Normal → 20 – 25; ▪ Baixo peso → <20; ▪ Sobrepeso → >25; ▪ Obesidade → >30. • Tem uma tabela específica para a gestante na qual há uma curva em o peso é calculado para o peso da gestante (PESQUISAR); o Mamas e mamilos: ▪ Aureola pode aumentar de tamanho e/ou escurecer; ▪ Podem aparecer glomérulos de montgomerry. o Altura uterina; o Batimentos cardíacos fetais (se for possível — com Doppler é possível a partir das 12 semanas e pelo Pnar a partir da 20ª semana; o Especular; ▪ Investigar presença de corrimentos ou se precisa de algum tratamento; o Toque vaginal; ▪ Saber o tamanho do útero, se está compatível com a idade gestacional ou não. » Exames complementares (BÁSICOS E PROTOCOLOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE); o Hemograma; o Glicemia de jejum (saber se tem diabetes ou não, se é diabetes gestacional); o Urina tipo 1; o Urocultura e antibiograma; ▪ Toda gestante com bacteriúria assintomática deve ser tratada. o Coleta de ABO, fato Rh e Coombs indireto (principalmente se for Rh negativo; o Exames sorológicos: ▪ Sorologia sífilis (VDRL [teste não treponêmico] FTAbs [treponêmico]; ▪ Sorologia HIV (ELISA) e teste rápido no dia da consulta (se a paciente tiver carga viral mais baixa próximo do parto o risco de transmissão vertical é menor, então o ideal é iniciar com tratamento antiretroviral o quanto antes); ▪ Sorologia toxoplasmose (IgM e IgG; pode gerar muitas malformações fetais; observar se a paciente é suceptivel ou não vai direcionar como será a conduta de como ocorrerá a repetição dos exames no pré- natal); ▪ Sorologia de hepatite b (HBSAg [é o preconizado pelo MS; se vier negativo, a paciente não é exposta, não tem a doença e em teoria ela foi vacinada para hepatite b]/anti-HBC [indica se já houve contato 18 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S com o vírus em algum momento]/anti- HBs [se já foi vacinada/imuzinada e se teve resposta = positivo]); ▪ Sorologia de rubéola (IgM e IgG) → não é preconizado pelo MS; • O ideal é ser realizada antes da gravidez, pois se a paciente não for imune à rubéola, o ideal é ela ser vacinada, pois a rubéola na gestação pode gerar complicação. ▪ Sorologia citomegalovírus (IgMe IgG) → não é preconizado pelo MS; ▪ Sorologia hepatite C (anti-HVC) → não é preconizado. • Não é contraindicação para amamentação; • É contraindicação apenas se houverem lesões ou estiver expelindo sangue. » Exames não obrigatórios (DE ACORDO COM O PROTOCOLO BÁSICO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE): o Ultrassonografia obstétrica (caso tenha acesso, é interessante realizar); ▪ Ideal → após o diagnostico de gravidez — 6 a 9 semanas e 11 a 14 semanas (morfológico da transluscência nucal, doppler do ducto venoso e presença do osso nasal para predizer a presença de alguma alteração cromossômica. o Colpocitologia oncótica (Papanicolau) → porém se o exame estiver atrasado pode colher (não é obrigatório); o Exame de secreção vaginal → caso haja algum corrimento pode fazer; o Parasitológico de fezes → em pacientes que tenham queixas/sintomas ou que moram em áreas endêmicas de doenças parasitológicas de fezes; o Eletroforense de hemoglobina → interessante para pacientes com histórico prévio de anemia, história de anemia na família, em negros é comum o quadro de anemia falciforme (serve para identificar anemia falciforme por exemplo). o NIPT — Non invasive pre natal test → disponível apenas na rede privada. ▪ Pelo sangue periférico materno ele detecta células fetais por meio das quais é possível investigar alterações cromossômicas — importantes causas de morte perinatal. Exemplo: trissomia 21, 18 e 13. ▪ Exame de rastreio e detecta em mais de 99% dos casos as alterações cromossômicas; ▪ Superior a todos os métodos utilizados inclusive a ultrassonografia morfológica no primeiro trimestre; ▪ Diminui falsos positivos e testes invasivos; ▪ Porém ele vier com alguma positividade de aneuploidia, deve ser feita investigação amniocentese ou biópsia de vilo (invasivos). » Suplementos: o Sulfato ferroso (a demanda é maior no 2º trimestre); ▪ 40 a 60mg Fe/dia (ferro elementar); ▪ 200-300mg de sulfato ferroso; ▪ Dose terapêutica (caso a paciente tenha anemia): 3x dose profilática. 19 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S o Ácido fólico. ▪ O ideal é dar inicio 3 meses antes da concepção, pois ele está intimamente ligado aos defeitos do tubo neural (então é interessante já ter uma boa suplementação no período de embriogênese); ▪ 0,4-0,8mg/dia; ▪ Fatores de risco (que já tenham história de filho com defeito no tubo neural ou se toma anticonvulsivantes): 4-5mg/dia. o Cálcio: ▪ RECOMENDAÇÃO DO MS: pacientes com baixa ingesta e com risco de hipertensão vale a pena usar suplementação de cálcio → previne pré- eclampsia. ▪ Não há uma dose muito bem estabelecida, mas 1-1,250g/dia seria o suficiente. » Vacinas: o Influenza; ▪ Geralmente é anual (vírus são muito mutante → vacina é anualmente atualizada); ▪ Deve tomar as vacinas de influenza que houverem em seu período de gravidez. o Hepatite B; ▪ Se já foi vacinada para três doses não precisa vacinar de novo; ▪ Se nunca foi vacinada e/ou as sorologias mostram que ela não tem imunidade contra o vírus, ela deve tomar três doses davacina: • 0, 1 e 6 meses. ▪ Se começou o processo de vacinação e não terminou, complementa até fechar as três doses. o DTPa (Difteria, tétano e pertussis acelular) ▪ 3 doses na vida de DT; • 2 doses na vida de DT → a 3ª dose vai ser a DTPa; • Nunca tomou vacina de tétano → faz uma DT, uma DTPa e uma outra DT. ▪ Reforço de tétano a cada 10 anos (gestantes a cada 5 anos). ▪ Componente Pertussis a cada gestação — após 20 semanas. • Objetivo → prevenção de coqueluche do recém nascido; • Coqueluche pode levar a criança a óbito e a vacina previne essa situação; • A cada gestação ela deve receber essa imunização; o Febre amarela (não preconizadas na gestação). ▪ Importante em áreas endêmicas. o Raiva (não preconizadas). ▪ Toma no caso de contato com animal que possa ter raiva; ▪ Não tem contraindicação para gestação. o Vacinas com vírus vivos atenuados. 20 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ▪ NÃO VACINAR GESTANTE!!!! » Orientações gerais. o Relação sexual — pode ter normalmente a não ser em caso de contraindicação. ▪ Sem descolamento, sangramento etc. o Repouso → evitar exercícios de impacto!!!! o Constipação (progesterona deixa o intestino mais lento). ▪ Mudança de hábitos alimentares é interessante → ingerir mais fibras, tomar bastante líquido e se necessário, há medicamentos que podem ajudar. o Atividades físicas → se fazia exercícios antes de engravidar, ela pode continuar fazendo essa atividade (mantem a performance, peso, segura contra diabetes gestacional). ▪ Porém se a paciente não tinha hábito de fazer exercício físico e quer começar na gravidez, ela não pode realizar qualquer tipo de atividade. ▪ Deve começar com uma atividade mais leve, aquáticas (estas inclusive amenizam quadro de dores na coluna etc); o Fumo → orientar a parar e falar dos riscos: malformações, restrição de crescimento, óbito intraútero etc. o Álcool → sempre frisar que não existe dose de álcool segura na gestação. o Drogas ilícitas → explicitar que é uma contraindicação. o Medicamentos → eles precisam ser seguros para a gestação, então se necessário for, orienta-se fazer a mudança deles. o Adoçantes → apenas sucralose, stevia e aspartano (são preconizados e podem ser utilizados na gestação). o Exame de radiografia → NÃO SÃO RECOMENDADOS NA GESTAÇÃO. ▪ Porém se valer a pena no risco-benefício, ter o máximo de proteção possível contra a radiação. o Profissão → se tiver contato com elementos tóxicos, tentar mudar de cargo, reduzir frequência etc. o Vestuário e meias ortopédicas → orientar que usos de vestidos, roupas não muito justas, roupas não apertadas e meias elásticas de compressão ajudam a prevenir edemas, estase (estagnação do sangue dentro da veia) e tromboses. o Viagens e transporte → gravidez não é contraindicação para viagem. ▪ Até 28 semanas pode viajar sem atestado médico; ▪ O ideal é que levantem a cada hora e deem uma caminhada para prevenir trombose e elas estejam em uso de meia elásticas ao menos até o joelho (3/4). Fonte: (Serra, 2021) CONSULTAS SUBSEQUENTES » Anamnese — segundo trimestre: 21 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S Para compensar a barriga o Mais específica — como já fizemos a anamnese anteriormente, não há necessidade de realizar de novo; o Questionar os sintomas anteriores e investigar o surgimento de novos sintomas. ▪ Saber se os sintomas existentes melhoraram. o Síndromes dispépticas → começam a diminuir. ▪ Sensação de azia/pirose começam a melhorar no 2º trimestre; o Fraqueza e desmaio (hipotensão) → há um mecanismo de hipotensão que é fisiológico da gestação que deixa a paciente mais sensível a sensação de fraqueza, sensação de desmaio quando levantam subitamente. o Dor abdominal, cólica, flatulência e obstipação intestinal (constipação); o Sangramento gengival (pode ocorrer por conta de mecanismos fisiológicos provocados pelo estrogênio que tornam as mucosas mais sensíveis a sangramentos); o Dispneia (de acordo com o crescimento do útero ele começa a comprimir o diafragma e dificulta a expansão pulmonar levando a dispneia; o Epistaxe (sangramento nasal); o Aumento do numero de micções — no primeiro trimestre já pode haver esse aumento. ▪ Sinal de Hegar → amolecimento do istmo uterino (percebido pelo toque ginecológico) ▪ Útero cai em grande volume sobre a bexiga aumentando o número de micções. o Cãibras; o Corrimento vaginal — grande parte é fisiológico. ▪ Vascularização aumentada da vagina → tem uma transudação maior e aumento do corrimento fisiológico. o Pica ou malácia → desejos de comer coisas estranhas; o Sonolência → associada ao quadro de hipotensão; o Crescimento uterino mais rápido. » Anamnese — terceiro trimestre: o Dor lombar → por conta da modificação da postura. ▪ Marcha anseriana; ▪ Hiper lordose.. 22 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S o Varizes → excesso de progesterona que pode fazer mais estase dos vasos sanguíneos. o Hemorroidas (mesmo mecanismo das varizes - varizes hemorroidárias); o Cloasma gravídico → aumento de produção do hormônio estimulador de melanócitos provoca o aparecimento de manchas na face (linha nigra); o Estrias pelo estiramento da pele; ▪ Tanto na barriga quanto nas mamas — as fibras de colágenos não dão conta e “estouram”/”arrebentam”; o Desconforto para dormir; ▪ Barriga fica grande demais. o Dispneia mais intensa; o Edema; ▪ 1/3 das mulheres terão na gravidez; ▪ Pode ser reduzido com uso de meias elásticas. o Ganho de peso; ▪ Geralmente é um pouco maior; ▪ Pode ser edema e se houver MUITO edema, deve levantar atenção para um quadro de pré-eclampsia se instalando. o Cansaço. » Exame físico das consultas subsequentes: o Avaliar aumento de peso da gestante: na primeira consulta, já foi identificado se a gestante é um gestante de baixo peso, peso adequado, sobrepeso ou obesidade. Baseado nessa identificação, estima-se quanto de peso a paciente deve ganhar na gestação toda. o Avaliar níveis pressóricos → principalmente após a 20ª semana → pode evoluir para pré-eclampsia. o Aferição da altura uterina → principalmente após as 20 semanas. ▪ Da sínfise púbica até o fundo uterino. ▪ É possível identificar a curva de crescimento do feto, saber se é oligodramio, restrição de crescimento etc. ▪ Da 20ª até a 32ª semanas de gestação a idade gestacional é compatível com a altura uterina. • 20 semanas de gestação = mais ou menos 20 cm de altura uterina. 23 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S • o Manobra de Leopold-Zweifel: detecta situação fetal, posição fetal, qual a apresentação odo feto. ▪ 4 tempos de manobra. • 1º sente o fundo uterino, identifica qual parte do feto está nessa região; • 2º sente as laterais; • 3º e 4º região pélvica → identificar a apresentação fetal (pélvica etc). o Movimentação fetal e batimentos cardíacos fetais. ▪ Perguntar pra mãe se a criança mexe com frequência e tentar sentir os movimentos nas consultas. o Observar se apareceu edema ou não. » Exames complementares — 2º trimestre. o TOTG 75mg se glicemia for abaixo de 92 (entre 24 e 28 semanas) — 92 acima já diabetes gestacional ou diagnosticada na gestação; o Coombs indireto se a pacientne for Rh negativo → preconiza-se a realização de imunização com imunologlobulina antiRh com 28 semanas se a gestante for coombs indireto negativo. » Exames complementares — 3º trimestre. o Hemograma → saber se evolui com quadro de anemia (há uma anemia dilussional, por isso hemoglobina de 11 para cima normal); o Coombs indireto se for Rh negativo; o VDRL → para saber se apresentou o desenvolvimento de sífilis (teste não treponemic0) o HIV; o Hepatite B — se enventualmente ela não tiver tomado a vacina; o Toxoplasmose se for susceptivel; o Urocultura — tratar bacteriúria positiva.o 35-37 semanas → colher Streptococcus do grupo B — se a paciente entrar em trabalho de parto, ela deve receber profilaxia de Streptococcus do grupo B se o resultado vier positivo. o Ultrassonografia obstétrica → não é obrigatória para baixo risco. 24 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S ▪ Útil para avaliar idade gestacional (11 a 42% das IG são incorretas quando calculadas pelo DUM); ▪ Avalia intercorrências clínicas e obstétricas (caso por exemplo de uma altura uterina grande ou pequena demais; pode detectar alguma alteração fetal ou de líquido amniótico); ▪ A época ideal é entre 16 e 20 semanas → possível calcular a idade gestacional e detectar malformações fetais. ▪ 2º trimestre → 18 a 24 semnaas (morfológico para avaliação de malformações e cromossopatias); ▪ 3º trimestre → avaliação de crescimento fetal e perfil biofísicio fetal. Fonte: (Serra, 2021). CALCULO DA IDADE GESTACIONAL Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais: o Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); 25 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S o Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de um dos métodos descritos. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade gestacional e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas. Pode-se utilizar a altura uterina e o toque vaginal, considerando-se os seguintes parâmetros: o Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; o Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; o Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual; o Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica; o Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; o Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical; o A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional. Quando não for possível determinar clinicamente a idade gestacional, solicite o mais precocemente possível a ultrassonografia obstétrica. Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) 26 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S CALCULO DA DATA PROVAVEL DO PARTO Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante a utilização de calendário. Com o disco (gestograma), coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês da última menstruação e observe a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto. Outra forma de cálculo consiste em somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março). Esta forma de cálculo é chamada de Regra de Näegele. Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês. 27 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S Fonte: (Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico], 2013) COMPREENDER AS MALFORMAÇÕES FETAIS MEDIANTE FATORES EXTRÍNSECOS OU INTRÍNSECOS CAUSAIS E FATORES PSICOSSOCIAIS Malformações ou anomalias congênitas, são defeitos estruturais presentes ao nascimento, embora algumas, como defeitos cardíacos e anomalias renais, talvez só se tornem clinicamente aparentes anos mais tarde. o termo congênito não implica nem exclui uma base genética para os defeitos ao nascimento. as anomalias congênitas constituem uma causa importante de mortalidade infantil. Ademais, elas continuam a ser uma causa significativa de enfermidade, deficiência e óbito durante os primeiros anos de vida. Termos usados para descrever erros na morfogênese: Malformações representam erros primários da morfogênese. Em outras palavras, há um processo de desenvolvimento intrinsecamente anormal. As malformações geralmente são multifatoriais, em vez de serem resultado de um defeito monogênico ou cromossômico. Elas se manifestam em algum entre diversos padrões. Em algumas apresentações, como doenças cardíacas congênitas, um único sistema de órgãos pode estar envolvido, enquanto em outras múltiplas malformações envolvendo diversos órgãos e tecidos podem coexistir; Rupturas resultam da destruição secundária de um órgão ou região do corpo antes normal no desenvolvimento; assim, em contraste com as malformações, as perturbações advêm de um distúrbio extrínseco na morfogênese. Bandas amnióticas, denotando ruptura do âmnio com formação resultante de “bandas” (faixas) que circundam, comprimem e se fixam a partes do feto em desenvolvimento, constituem um exemplo clássico de ruptura. Uma variedade de agentes ambientais pode causar rupturas. As danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 28 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S rupturas não são hereditárias, é claro, e, portanto, não estão associadas ao risco de recorrência em gestações subsequentes. Deformações, assim como as rupturas, também representam um distúrbio extrínseco do desenvolvimento, em vez de um erro intrínseco da morfogênese. Deformações, ou deformidades, são problemas comuns, afetando aproximadamente 2% dos recém-nascidos em graus variados. Fundamental à patogenia das deformações é a compressão localizada ou generalizada do feto em crescimento por forças biomecânicas anormais, levando posteriormente a uma variedade de anormalidades estruturais. A causa mais comum dessas deformações é a restrição uterina. Entre as semanas 35-38 de gestação, o rápido aumento de tamanho do feto sobrepuja o crescimento do útero, e a quantidade relativa de líquido amniótico (que normalmente age como um coxim) também diminui. Assim, até mesmo o feto normal está sujeito a algum grau de restrição uterina. Entretanto, diversas variáveis aumentam a probabilidade de compressão excessiva do feto, incluindo condições maternas como primiparidade, útero pequeno, útero mal formado (bicorne) e leiomiomas. Causas relacionadas ao feto, como a presença de fetos múltiplos, oligo-hidrâmnio e apresentação fetal anormal, também podem estar envolvidas. Sequência consiste em um padrão de anomalias desencadeadas emcadeia a partir de uma aberração inicial. Aproximadamente na metade dos casos, as malformaçãoes congênitas ocorrem isoladamente; nos casos restantes, múltiplas anomalias congênitas são identificadas. Em algumas situações, um conjunto de malformações pode ser explicado por uma aberração localizada única na organogênese (malformação, ruptura ou deformação), com efeitos secundários em outros órgãos. Um bom exemplo é a sequência oligoidramnio — ou de Potter. O oligoidramnio (liquido amniótico reduzido) pode ser causado por uma variedade de anormalidades maternas, placentárias ou fetais. As causas do oligoidramnio incluem extravasamento crônico de líquido amniótico devido a ruptura do amnio, insuficiência uteroplcentária secundaria à hipertensão materna ou toxemia grave e agenesia renal do feto (uma vez que a urina fetal é um componente importante do líquido amniótico). A compressão fetal associada ao oligodrâmnio significativo acarreta um fenótipo clássico no recém- nascido, incluindo face achatada e anormalidades posicionais das mãos e dos pés. Os quadris podem estar luxados. O crescimento da parede torácica e dos danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 29 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S pulmões também é comprometido, e, por consequinte, esses órgãos costumam ser hipoplásicos, as vezes , em tal grau que são a causa da morte fetal. Com frequencia há nódulos no amnio (amnio nodoso). Síndrome de malformação refere-se à presença de vários defeitos que não podem ser explicados com base em um único erro precipitador na morfogênese. Essas síndromes com mais frequência advêm de uma única condição causadora (p. ex., infecção viral ou anomalia cromossômica) que afeta simultaneamente diversos tecidos. Além dessas definições globais, alguns termos gerais aplicam-se a malformações específicas de um órgão: agenesia refere-se à ausência completa de um órgão ou de sua aplicação, enquanto aplasia e hipoplasia indicam desenvolvimento incompleto e subdesenvolvimento, respectivamente. Atresia descreve a ausência de uma abertura, geralmente um órgão visceral ou ducto oco, como intestinos e ductos biliares. Fonte: (Kumar, Aster, & Abbas, 2013) CAUSAS DE MALFORMAÇÕES As causas conhecidas de erros em malformações humanas podem ser agrupadas em três categorias principais: genéticas, ambientais e multifatoriais. Ainda não foi identificada uma causa para quase a metade dos casos relatados (de metade a ¾ dos casos não há uma explicação definida). CAUSAS GENÉTICAS Malformações sabidamente genéticas podem ser divididas em dois grupos: Aquelas associadas a aberrações cromossômicas; Aquelas que surgem de uma mutação genética única (distúrbios mendelianos). Anormalidades cariotípicas estão presentes em 10% a 15% dos recém-nasacidos vivos com malformações congênitas — principal é a trissomia do 2: frequência maior que 10 a cada 10000 nascimentos. A maioria dos distúrbios cromossômicos surge durante a gametogênese e, portanto, não são familiares. Mutações monogênicas, caracterizadas por hereditariedade mendeliana, podem ser a base das principais malformações. Entretanto, existem várias anormalidades cromossômicas transmissíveis, como, por exemplo, a forma da síndrome de Down associada à translocação robertsoniana nos pais, a qual é passada de uma geração para outra , constituindo, portanto, um padrão familiar de anormalidades estruturais. É importante ressaltar que 80% a 90% dos fetos com aneuploidia e outras anormalidades cromossômicas morrem no útero, geralmente nos estágios iniciais da gravidez. danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 30 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S CAUSAS AMBIENTAIS Influências ambientais, como infecções virais, drogas/fármacos e radiação aos quais a mãe é exposta durante a gravidez podem causar malformações fetais (a denominação “malformação” é usada livremente nesse contexto, já que tecnicamente essas anomalias representam rupturas). Várias drogas, fármacos e agentes químicos eram suspeitos de ser teratogênicos, mas talvez menos de 1% das malformações congênitas são causadas por esses agentes. Apesar do feto ou do embrião estar protegido pela placenta alguns agentes infecciosos presentes na mãe podem atingi-lo. Os defeitos induzidos por micro-organismos diferem dos induzidos por agentes ambientais, uma vez que nem todas as lesões aparecem no período da gestação, sendo que muitas manifestações clínicas aparecem após o nascimento, mesmo que congenitamente adquiridas. É importante a soroprevalência gestacional de agentes infecciosos que possam ser transmitidos para o feto gerando anomalias. Segundo Costa et al.(2013)20, a transmissão vertical é aquela que ocorre entre a mãe (gestante/lactante) e seu filho, podendo acontecer por diversas vias, como a ascendente (através do canal cervical), a hematogênica (através do aporte sanguíneo placentário) e o aleitamento materno. As infecções verticais hematogênicas resultam da presença na circulação placentária de diferentes agentes como bactérias (sífilis), protozoários (toxoplasmose) e vírus, como no caso da rubéola. A transmissão da rubéola ocorre por via aérea, e após a entrada no hospedeiro, pode se disseminar para diversos órgãos, inclusive para a placenta. A rubéola congênita possui um efeito teratogênico, uma vez que o vírus infecta a placenta, atinge o feto, inibe a mitose e estimula apoptose, comprometendo assim a organogênese, sendo pior no primeiro trimestre gestacional. Quando acontece no primeiro trimestre, a infecção materna produz infecção fetal em mais de 90% dos casos. A evolução da forma congênita é crônica e grave. As principais manifestações são surdez, cataratas, glaucoma, retinopatia, cardiopatias, microcefalia, retardo mental, distúrbios motores, entre outros. A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário intracelular obrigatório T. gondii, e pode ser adquirida por meio da ingestão de oocistos liberados pelas fezes de felídeos, que podem estar presentes na água ou alimentos, ingestão de carne crua ou mal cozida, contendo cistos teciduais e da transmissão de taquizoítos por via transplacentária. Nesse último caso, o parasito atravessa a barreira placentária, atinge o feto, gerando infecção congênita e levando ao desenvolvimento de complicações neurológicas, oculares, auditivas e morte intraútero. O citomegalovírus (CMV), também conhecido como HHV-5, é um herpesvírus humano (HHV) e pertencente à família Herpesviridae. A infecção congênita pode ocorrer por transmissão vertical durante a gestação (via transplacentária), no momento do parto ou no período pós-natal (via leite materno). O CMV pode infectar o feto tanto durante a infecção primária materna, quanto durante a reativação da infecção materna presente danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realcedanie Realce danie Realce danie Realce 31 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S antes da concepção. As crianças que apresentam a doença congênita por CMV podem possuir as seguintes manifestações: retardo do crescimento intra-uterino, prematuridade, icterícia colestática, hepato-esplenomegalia, púrpura, plaquetopenia, pneumonite intersticial e manifestações neurológicas como microcefalia, calcificações intracranianas, crises convulsivas no período neonatal, coriorretinite e deficiência de acuidade visual e auditiva. A surdez neuro-sensorial é a sequela mais frequente, atingindo 57% dos lactentes infectados. A incidência da infecção congênita a CMV é elevada porque, como já mencionado, a transmissão materno-fetal pode ocorrer após a infecção primária ou recorrente. Em relação a drogas e fármacos, a talidomida, por exemplo, antigamente usada como tranquilizante na Europa e atualmente usada no tratamento de alguns cânceres, causa incidência extremamente alta (50-80%) de malformações dos membros. O álcool, talvez o agente mais usado hoje em dia, é um importante teratogênico ambiental. Os bebês afetados exibem retardo do crescimento pré-natal e pós-natal, anomalias faciais (microcefalia, fissuras palpebrais curtas, hipoplasia do maxilar) e transtornos psicomotores. Esses aspectos combinados são denominados síndrome alcóolica fetal. Se, por um lado, ainda não foi demonstrado convincentemente que a nicotina derivada do cigarro é um teratógeno, existe alta incidência de abortos espontâneos, parto prematuro e anormalidades placentárias entre gestantes tabagistas; bebês nascidos dessas mães com frequência têm baixo peso de nascimento e podem ser suscetíveis à síndrome da morte súbita do lactente (SMSL). À luz desses achados, é melhor evitar a exposição à nicotina durante a gravidez. O diabetes melito é uma entidade comum e, a despeito dos avanços na monitoração e no controle obstétrico pré-natal da glicemia, a incidência de malformações importantes em bebês nascidos de mães diabéticas fica entre 6-10% na maioria das séries relatadas. A hiperinsulinemia fetal induzida por hiperglicemia materna resulta em macrossomia fetal (organomegalia e aumento da gordura corporal e da massa muscular); anomalias cardíacas, defeitos do tubo neural e outras malformações do SNC são as principais anomalias vistas na embriopatia diabética. Um estudo realizado no Vale do São Francisco (PE), em 2011, revelou uma íntima ligação entre a exposição a agrotóxicos e o aumento do risco de AC, quando foram considerados: ambos os pais trabalhando na lavoura e morando nas proximidades, moradia materna próxima à lavoura, pai trabalhando na lavoura, pai aplicando os produtos na lavoura e exposição de pelo menos um dos genitores. A exposição paterna foi mais associada aos neonatos com AC (26%) quando comparados aos saudáveis (13%). Dessa forma, foi possível sugerir que existe uma tendência na associação entre a exposição dos pais aos agrotóxicos no período periconcepcional e nascimentos com AC. Os sistemas nervosos e musculoesqueléticos foram descritos como os principais afetados. Em 2001, um estudo associou o uso de abortifacientes e AC, mostrando que elas ocorreram em 4,7% de um total de 800 recém-nascidos e em 14 desses casos foi registrado uso gestacional de abortivos. Entre os recursos abortifacientes mais comumente utilizados danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 32 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S estão os chás e as infusões de plantas medicinais, além do misoprostol, análogo sintético da prostaglandina E1. Em 2010, um estudo sugeriu que o uso de antiretrovirais durante a gestação esteve associado com o aumento dos casos de AC, sendo as cardiovasculares e osteomusculares as mais prevalentes. Os autores descreveram que mulheres infectadas por HIV- 1 podem tomar outras drogas potencialmente teratogênicas além dos antiretrovirais, tais como trimetoprim, pirimetamina, sulfadiazina, e outros antagonistas de folato, tais como carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, podendo assim aumentar os riscos de defeitos do tubo neural, bem como fissuras orais, cardiovasculares, do trato urinário e defeitos de redução de membros. HEREDITARIEDADE MULTIFATORIAL Implica a interação de influências ambientais com dois ou mais genes de efeito pequeno, é a causa genética mais comum de malformações congênitas. Incluídas nessa categoria estão algumas malformações congênitas relativamente comuns, como fenda palatina e lábio leporino (fissura labial) e defeitos do tubo neural. A importância das contribuições ambientais à hereditariedade multifatorial é ressaltada pela redução drástica na incidência de defeitos do tubo neural pela ingesta periconcepcional de ácido fólico na dieta. Fonte: (Kumar, Aster, & Abbas, 2013), (Mendes, Santos Amorim Jesuino, da Silva Pinheiro, & Silva Rebelo, 2018). COMPREENDER AS CARACTERÍSTICAS DO CRESCIMENTO FETAL RESTRITO, CLASSIFICAÇÃO, FATORES PSICOSSOCIAIS E SUAS CAUSAS CONCEITO A restrição do crescimento fetal (RCF), também chamada de crescimento intrauterino restrito (CIUR), pode ser definida como a limitação patológica de um feto em atingir o seu potencial de crescimento, geneticamente determinado. Tradicionalmente, um feto é dito como tendo restrição de crescimento quando seu peso é inferior ao percentil 10 para uma determinada idade gestacional. Ressalte-se aqui a inadequação de tal conceito que, de forma equivocada, define a RCF como sinônimo de feto PIG – Pequeno para a Idade Gestacional (este sim, feto com peso inferior ao percentil 10 para a idade gestacional correspondente), como se fosse este último sempre resultado de uma limitação patológica de seu crescimento. DIAGNÓSTICO A suspeita clínica da RCF requer uma adequada datação da gestação, a qual é obtida, idealmente, por exame ultrassonográfico realizado até a vigésima semana gestacional. Uma altura uterina menor que a esperada para a idade gestacional permite sua suspeita e impõe a realização de uma ultrassonografia obstétrica para a determinação do peso fetal. A estimativa ultrassonográfica de um peso fetal abaixo do percentil 10 danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce danie Realce 33 RESUMO P1: PRÉ-NATAL D A N I E L L A S O A R E S para uma determinada idade gestacional confirma o diagnóstico de um feto PIG. Uma vez confirmado se tratar de um feto PIG, faz-se necessária a distinção entre os fetos PIG constitucionalmente pequenos (70% dos casos) e aqueles que, por algum motivo, tenham sido impedidos de atingir seu potencial de crescimento (30% restantes e os únicos fetos PIG que, verdadeiramente, apresentam restrição do crescimento). Esse último grupo de fetos apresenta elevada morbidade e mortalidade perinatais, bem como risco de sequelas na vida adulta, beneficiando-se de um diagnóstico precoce e de uma intervenção oportuna. CAUSAS As causas da RCF podem ser divididas em três grandes grupos: Fatores fetais: Essa categoria consiste em condições que reduzem intrinsecamente o potencial de crescimento do feto a despeito de um aporte adequado de nutrientes da mãe. As principais condições fetais são distúrbios cromossômicos, anomalias congênitas e infecções congênitas. As anormalidades cromossômicas podem ser detectadas em até 17% dos fetos avaliados quanto à restrição
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