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NestléSA Estratégia de Nutrição, Saúde e Bem-estar

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314-P05 
1 2 M A I O , 2 0 1 2 
 
________________________________________________________________________________________________________________ 
Caso LACC # 314-P05 é a versão traduzida para Português do caso # 311-119 da HBS. Os casos da HBS são desenvolvidos somente como base 
para discussões em classe. Casos não devem servir como aprovação, fonte primária de dados ou informação, ou como ilustração de um 
gerenciamento eficaz ou ineficaz. 
Copyright 2012 President and Fellows of Harvard College. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em um sistema 
de dados, usada em uma tabela de dados, ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio - eletrônico, mecânico, fotocopiada, gravada, 
ou qualquer outra - sem a permissão da Harvard Business School. 
 
R E B E C C A H E N D E R S O N 
R Y A N J O H N S O N 
Nestlé SA: Estratégia de Nutrição, 
Saúde e Bem-estar 
 
A visão da Nestlé é ser a empresa de nutrição, saúde e bem-estar líder do mundo. Quando se tem uma boa 
visão, ela não é drasticamente alterada a cada ano. 
— Paul Bulcke, CEO1 
A Nestlé, a maior empresa alimentícia do mundo em vendas, com US$ 116,62 bilhões em 2010, 
empregava 280 mil funcionários e comercializava produtos em 130 países.2 O lema da empresa – 
“Good Food, Good Life” – era reiterado por sua declaração de missão: “fornecer aos consumidores as 
opções mais saborosas e nutritivas numa ampla gama de categorias de comidas, bebidas e petiscos, 
desde a manhã até a noite”. A Nestlé manufaturava mais de 10 mil produtos diferentes, incluindo 
café, água engarrafada, outras bebidas, comida congelada e refrigerada, produtos de confeitaria, 
comida para animais de estimação, comida para bebês, chocolate, sorvete, condimentos e nutrição 
para alto desempenho e para saúde.3 Em 2010, suas 29 maiores marcas, cada uma com receita de pelo 
menos US$ 1 bilhão, correspondiam a 70% das vendas da empresa.4 
Em 1997, a Nestlé se comprometeu com a visão estratégica de se tornar a empresa de nutrição, 
saúde e bem-estar (NSB) líder do mundo. O então presidente e CEO Peter Brabeck acreditava que 
isso ajudaria a Nestlé a atingir uma diferenciação real com os consumidores e maiores margens de 
lucro. O CFO da empresa, James Singh, comentou: “Nosso maior objetivo era ser reconhecida como 
‘a’ empresa de nutrição, saúde e bem-estar e, ao mesmo tempo, dar um retorno competitivo aos 
nossos acionistas”.5 
Nos 13 anos seguintes, a estratégia de NSB pautava as decisões estratégicas e as escolhas da Nestlé 
sobre fusões e aquisições, melhoria de produtos e inovação de embalagens, que ajudavam a empresa 
a ganhar credibilidade com os consumidores, aumentar as margens de lucro, dar continuidade ao 
forte crescimento e diferenciar a empresa. (Anexo 1 – vendas da Nestlé e de concorrentes 
selecionados de 2000 a 2010, despesas de P&D e margem de lucro líquido.) 
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314-P05 Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 
2 
O Surgimento de uma Estratégia 
Apenas alguns meses após assumir como CEO, em 1997, Brabeck estava convencido de que a 
Nestlé precisava de uma visão estratégica de longo prazo para se direcionar para um crescimento 
com margens maiores: “Estava claro que, com extrato de tomate, óleo e massa desidratada, eu não 
conseguiria criar valor a longo prazo. Eu tinha de identificar novas áreas de onde poderia originar 
um novo crescimento”.6 Brabeck mostrava resistência a mudanças radicais para alcançar lucros a 
curto prazo, mas valorizava grandes mudanças estratégicas com o potencial de produzir forte 
crescimento ano após ano.7 Percebendo um mercado em transformação, crescentes preocupações com 
a saúde e mudanças nas preferências alimentares, Brabeck criou a divisão de negócios estratégicos de 
nutrição, com a tarefa de desenvolver passos viáveis para transformar a Nestlé num negócio de NSB.8 
A aquisição da Powerbar (uma fabricante de barrinhas energéticas e nutritivas) em 2000, por uma 
quantia não revelada, marcou o primeiro passo significativo da empresa nessa direção. 
60/40+ 
Nos seus primeiros anos, a divisão de negócios estratégicos de nutrição reuniu executivos de 
diferentes equipes de produtos para discutir iniciativas de nutrição e fazer brainstorming sobre formas 
de se alcançarem mudanças em grande escala. Um dos resultados foi o 60/40+, uma métrica 
desenvolvida em 2003 pela qual a Nestlé media objetivamente e, portanto, melhorava a qualidade 
nutritiva de seus produtos.9 A métrica incrementava o padrão 60/40 preexistente na empresa, que 
requeria que, em testes cegos de sabor, os consumidores preferissem os produtos Nestlé ao do 
principal concorrente pelo menos 60% das vezes.10 O produto Nestlé também precisava de um 
“adicional” nutritivo quando comparado com um produto anterior ou similar, com base em critérios 
recomendados por autoridades de saúde reconhecidas mundialmente.11 Singh explicou: “É uma 
questão de retirar ingredientes – sal, açúcar, gordura – para dar a eles um perfil mais saudável e, 
então, acrescentar outras coisas – grãos integrais, mais cálcio, ômega-3s, antioxidantes – para que 
fiquem mais nutritivos. A cada ano, um terço do nosso portfólio de produtos é testado com relação ao 
60/40+”.12 A Nestlé começou imediatamente a fazer ajustes nas receitas de produtos, retirando 34 mil 
toneladas métricas de ácidos graxos trans, 5 mil toneladas métricas de sal e 204 mil toneladas métricas 
de açúcar de seus produtos entre 2003 e 2006.13 
A Construção da Nutrição Nestlé 
Em 2005, Brabeck uniu as divisões de nutrição para saúde, nutrição para alto desempenho, 
nutrição infantil e de gestão de peso sob o controle de uma equipe executiva responsável por uma 
unidade de negócios independente, a Nutrição Nestlé. Essa consolidação fez com que aumentassem 
os investimentos em P&D, atraiu mais atenção da equipe de vendas para NSB e aumentou os gastos 
de mídia e marketing com a área.14 Embora esse passo sinalizasse ao mercado um maior 
compromisso com a estratégia, alguns analistas questionaram a lógica, especialmente a curto prazo. 
“Não espero sucesso a curto prazo”, observou um analista. “Podem passar outros dez anos antes de 
as pessoas aceitarem com tranquilidade: ‘Sim, é uma empresa de saúde e bem-estar’. Você precisa 
mudar as percepções do consumidor, e elas demoram muito para ser mudadas”.15 O passo não 
resultou num aumento do valor das ações da Nestlé, e os investimentos iniciais da empresa em 
nutrição, que incluíam as marcar Powerbar, Pria e Good Start (uma fórmula em pó para bebês), 
lutaram para conseguir crescimento de vendas e participação do mercado, enfrentando forte 
concorrência.16 
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Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 314-P05 
3 
Apesar do entusiasmo contido dos analistas, a Nestlé seguiu com a iniciativa, notando as 
oportunidades de crescimento substancial com alimentos funcionais e produtos alimentícios com 
benefícios para a saúde.17 Em 2005, começou a implementar uma inovação em todas as embalagens 
da empresa: a Bússola Nutricional Nestlé. Era um painel impresso na embalagem que dava 
informações nutricionais num formato fácil de ler. (Anexo 2 – exemplo da bússola.) Ela continha 
quatro elementos: 
 Uma tabela padronizada de nutrientes informando as quantidades por 100 g, por porção e 
como porcentual da quantidade diária recomendada. 
 Um painel “Faz bem saber” explicando ingredientes ou nutrientes relativos ao produto como 
quantidade de gordura, açúcar, fibra ou cálcio. 
 Um painel “Faz bem lembrar”, com dicas para um aproveitamento responsável do produto e 
seu lugar numa dieta diária balanceada. 
 Um painel “Fazbem falar”, com as informações de contato e links de atendimento ao 
consumidor, sites da internet e outros materiais.18 
Internamente, a Nestlé criou a Unidade Corporativa de Bem-Estar para impulsionar a NSB em 
todas as suas empresas. O foco principal da unidade era ajudar a Nestlé a fornecer produtos e 
soluções mais saborosos e mais saudáveis pela adoção acelerada do 60/40+ e da Bússola 
Nutricional.19 A unidade também supervisionava e coordenava a rede Wellness Champions 
(Embaixadores do Bem-Estar) da Nestlé, estrategicamente posicionada no mundo todo para ajudar na 
rápida implementação das ferramentas de NSB (60/40+ e a Bússola Nutricional) em níveis local e 
regional. Finalmente, a unidade funcionava como condutor de um fluxo de informações de mão 
dupla em cada zona e mercado em que a Nestlé operava.20 
Em maio de 2006, a Nestlé comprou a fabricante de cereais e petiscos saudáveis Uncle Toby’s por 
US$ 670 milhões, mas excluiu propositalmente da aquisição seu portfólio de petiscos salgados e 
temperados, porque ele contradizia a estratégia de NSB.21 Em 19 de junho de 2006, a Nestlé anunciou 
que pagaria US$ 600 milhões pela Jenny Craig, uma marca estadunidense que vendia comidas 
dietéticas prontas e operava centros de perda de peso por todo o país.22 A aquisição da Jenny Craig 
deu à Nestlé acesso ao mercado de gestão de perda de peso, que valia na ordem de US$ 30 bilhões, e 
deu suporte a sua posição nas refeições prontas, em que já possuía a marca Lean Cuisine.23 Era uma 
aquisição ímpar para uma grande fabricante de alimentos, porque o foco principal da Jenny Craig 
não era a venda de alimentos.24 Na verdade, a Jenny Craig era valorizada pelos consumidores 
principalmente por seus serviços personalizados de dieta e os workshops de seus 600 centros nos EUA, 
Canadá, Austrália e Nova Zelândia.25 
Em dezembro de 2006, a Nestlé adquiriu o braço de Nutrição Médica da Novartis por US$ 2,5 
bilhões, aumentando a participação da empresa no mercado de nutrição médica de 7% para 25% e 
tornando-se a segunda maior empresa do mundo nessa categoria.26 Anunciou que manteria a forte e 
experiente direção da Novartis, o que ajudaria a Nutrição Nestlé a alcançar os objetivos estratégicos.27 
Do ponto de vista de P&D, a Nestlé se favoreceria da experiência farmacêutica e dos elos da Novartis 
com os líderes da indústria para inovar em nutrição para a saúde.28 
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314-P05 Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 
4 
Em abril de 2007, a Nestlé também adquiriu a marca de comidas para bebê Gerber da Novartis 
por US$ 5,5 bilhões.29 O acordo, que elevou o total de aquisição de nutrição da Nestlé a mais de US$ 
9,5 bilhões em 2006-2007, assegurou que a divisão Nutrição Nestlé correspondesse a 10% do total das 
receitas.30 A Gerber se encaixou no grupo líder de nutrição para bebês da Nestlé, que tinha forte 
presença global, especialmente em fórmulas infantis, mas que deixava a desejar em presença no 
mercado dos EUA e em força em comida enlatada.31 A aquisição foi muita aplaudida por analistas, já 
que as vendas de alimentos nutritivos da empresa cresciam 8% ao ano, contra 1%-2% de seus outros 
produtos.32 Analistas do Citibank comentaram: “A compra da Gerber nos dá maior segurança de que 
a Nestlé atingirá as metas da divisão de Nutrição de 10% de crescimento orgânico e 20% de 
margem”.33 Brabeck considerava que a aquisição tinha transformado a Nutrição Nestlé na 
“inquestionável líder global da área de nutrição”.34 
No restante de 2007, a Nestlé enfrentou difíceis decisões sobre crescimento e parcerias. Havia 
boatos de uma possível fusão com a PepsiCo Inc., a fabricante do Doritos e da Pepsi-Cola, mas a 
Nestlé declinou da oferta de fusão com base, supostamente, em preocupações de que a dependência 
da Pepsi de petiscos e refrigerantes poderia abalar o novo crescimento em NSB da Nestlé.35 
No mesmo ano, a Nestlé anunciou um modelo para dez anos de crescimento em saúde, nutrição e 
bem-estar.36 O então CFO da empresa, Paul Polman, definiu as principais metas da empresa 
identificando uma oportunidade de US$ 70 bilhões para fornecer nutrição a preço acessível em 
mercados em desenvolvimento e uma oportunidade de US$ 75 bilhões em NSB para a divisão de 
Comidas e Bebidas Nestlé.37 Em 2007, a Nestlé se comprometeu ainda a investir pelo menos US$ 1,5 
bilhão nos dez anos seguintes em empresas start-ups ou em fase de crescimento na área de NSB.38 
Até o fim de 2007, as vendas anualizadas da Nutrição Nestlé haviam aumentado para US$ 11 
bilhões. A empresa era a líder mundial (em vendas) em nutrição para bebês, fórmula e comidas para 
bebês e em nutrição para alto desempenho com base científica; a segunda em nutrição para saúde; e a 
líder da América do Norte em serviços customizados para gerenciamento de peso. Ela tinha 
construído a maior rede de P&D do setor e era a maior editora de informações nutricionais para 
cientistas. Além disso, sua Bússola Nutricional figurava em 90% de suas embalagens, e uma média de 
20% de seus produtos à venda eram testados e desenvolvidos anualmente através do 60/40+.39 
P&D 
Durante a transformação da Nestlé de uma empresa de comidas e bebidas numa de NSB, a 
nutrição fora o foco dos esforços de P&D da empresa.40 O grupo de P&D incluía mais de cinco mil 
funcionários e investia, em média, quase US$ 2 bilhões por ano.41 A operação de P&D incluía o 
Centro de Pesquisa Nestlé na Suíça, que era a maior instalação privada de pesquisa sobre alimentos e 
nutrição, parcerias com 1.500 universidades e mais de 100 mil cientistas em diversos fornecedores e 
governos para desenvolver novas tecnologias para nutrição.42 Os esforços de P&D da Nestlé se 
assemelhavam bastante a um modelo farmacêutico, com tecnologias, testes, aprovações regulatórias e 
processo de inovação com vários projetos em diferentes fases.43 
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Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 314-P05 
5 
Bulcke Assume as Rédeas 
Em 2007, atingido o objetivo de se tornar a principal empresa de nutrição do mundo, a Nestlé 
anunciou que ia separar os cargos de CEO e de presidente,44 que Paul Bulcke, um funcionário de 
longa data e ex-chefe do departamento das Américas na Nestlé, se tornaria CEO e Brabeck 
continuaria como presidente. Bulcke assumiu o cargo em abril de 2008 e reiterou seu compromisso de 
transformar a Nestlé de “uma empresa de comidas e bebidas baseadas em matérias-primas e 
comoditizadas numa empresa de nutrição, saúde e bem-estar inspirada na ciência e de alto valor 
agregado”.45 
A transição do cargo de CEO ocorreu pouco antes da recessão econômica global do fim da década 
de 2000, e Bulcke reconheceu que 2008 e 2009 foram anos desafiadores para ele no cargo, um 
momento em que ele focou em manter a empresa lucrativa e atingir um crescimento modesto e 
regular.46 A Nestlé não adotou nenhuma mudança estratégica drástica nem fez grandes aquisições 
nessa época. Em vez disso, focou em pesquisa, em vendas consistentes e em fazer pequenas 
mudanças internas para melhorar a oferta de produtos e aumentar o crescimento. Bulcke valorizava 
as pequenas mudanças internas impulsionadas pelos processos, que frequentemente passavam 
desapercebidas pelos de fora. Ele observou: “Nós não fazemos revoluções; somos evolucionários. 
Temos de ter cuidado com revoluções, porque às vezes fazemos mais pelo nosso próprio interesse do 
que pelo bem da empresa; e podemos fazer coisas que destroem mais do que constroem”.47 Bulcke 
reiterou o compromisso da Nestlé com o crescimento a longo prazo: “O que temos é inspiração a 
longo prazo. Nunca desistiremos do longo prazo em busca de ganhos a curto prazo”.48 
Lidandocom contradições 
Apesar de um forte foco em NSB, a Nestlé ainda tinha títulos significativos na categoria de 
“guloseimas” como sorvete, produtos de confeitaria e chocolate.49 Além disso, em janeiro de 2010, 
adquiriu o negócio de pizzas congeladas da Kraft, que incluía as marcas DiGiorno, Tombstone e 
California Pizza Kitchen, por US$ 3,7 bilhões.50 Ativistas da alimentação saudável e comentaristas 
chamavam a empresa de hipócrita por comprar o que consideravam empresas fabricantes de 
produtos não saudáveis.51 Bulcke, porém, manteve-se firme e explicou: “Seria mais fácil, às vezes, 
dizer que não fazemos isso ou aquilo, mas aí você se limita tanto que acaba se complicando. Não é o 
que queremos – queremos ter uma base ampla”.52 Bulcke destacou que os esforços de nutrição da 
empresa focavam em usar ingredientes mais saudáveis e em instruir as pessoas sobre um consumo 
saudável.53 A missão, segundo ele, era fornecer alimentos prazerosos que fossem mais saudáveis, e 
não simplesmente comida saudável. Essa estratégia foi aplicada a todas as categorias de 
“guloseimas” da empresa, o que incluía esforços para produzir sorvetes com 50% menos gordura e 
30% menos calorias e petiscos de chocolate com mais fibra ou recheio de iogurte.54 
Olhando para o Futuro 
Até meados de 2010, os negócios de nutrição existentes da Nestlé não haviam alcançado as metas 
definidas em 2006: as vendas (excluindo aquisições, alienações e flutuações cambiais) aumentaram 
6,2%, contra uma meta de 10%; e a unidade Nutrição Nestlé tinha uma margem operacional de 19%, 
contra a meta de 20%.55 Por outro lado, o mercado de comidas e bebidas saudáveis alcançou US$ 570 
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314-P05 Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 
6 
bilhões em vendas em 2009, e previa-se um aumento anual de 5% nos anos seguintes.56 O objetivo de 
longo prazo da empresa ainda era se tornar a empresa líder mundial em NSB. Bulcke tentou refinar 
essa missão e conseguir margens ainda melhores e resumiu: “Nutrição, saúde e bem-estar têm sido 
nossa agenda básica nos últimos anos. Estamos agora analisando soluções científicas mais profundas 
para problemas nutricionais personalizados e respostas para doenças crônicas.”57 Em agosto de 2010, 
a Nestlé adquiriu a Vitaflo, uma empresa britânica que fabricava produtos alimentícios para pessoas 
com distúrbios metabólicos; as vendas da empresa haviam subido 30% por ano desde 2007. A Nestlé 
também vendeu o restante da sua participação na Alcon, uma empresa de cuidado com os olhos, para 
a Novartis, por US$ 28,3 bilhões.58 Analistas sugeriram que o dinheiro da venda da Alcon fosse usado 
para financiar pesquisa e outras aquisições em NSB.59 
Em setembro de 2010, a Nestlé se comprometeu a investir US$ 500 milhões em dez anos para criar 
alimentos e bebidas que beneficiassem a saúde e criou duas novas unidades, a Ciência da Saúde 
Nestlé SA e o Instituto Nestlé de Ciências da Saúde, para aprofundar as pesquisas sobre produtos 
que poderiam prevenir ou tratar doenças crônicas, incluindo diabetes, obesidade, doenças 
cardiovasculares e mal de Alzheimer.60 O empreendimento Ciência da Saúde Nestlé incorporava o 
negócio de nutrição para a saúde, que tinha alcançado US$ 1,6 bilhão em vendas em 2009; a Nestlé 
esperava que esse fosse mais um motivo para criar uma “indústria entre a alimentícia e a 
farmacêutica”.61 O Instituto de Ciências da Saúde foi agregado à rede de P&D da Nestlé e focava em 
pesquisas biomédicas para entender como a nutrição interferia no processo das doenças. O instituto 
tinha uma visão de mais longo prazo, enquanto a Ciência da Saúde Nestlé tinha acesso ao capital de 
risco e o objetivo de conseguir um impacto imediato e focado, introduzindo rápida e eficientemente 
no mercado comidas e bebidas com benefícios à saúde. Bulcke comentou: “Isso tem um potencial 
enorme. Vai ser um negócio multibilionário. Nosso instituto não tem a intenção de inventar tudo, 
mas de ser uma plataforma para desenvolver e trazer para dentro o que está disponível lá fora”.62 
 
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Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 314-P05 
7 
Anexo 1 – A Nestlé e os concorrentes de 2000 a 2010: vendas, investimentos em de P&D e margem de 
lucro líquido. 
 
 
 -
 500.0
 1,000.0
 1,500.0
 2,000.0
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
2
0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
2
0
0
6
2
0
0
7
2
0
0
8
2
0
0
9
2
0
1
0
U
S 
M
ill
io
n
 $
R&D Spending
Nestle SA
Unilever PLC
Kraft Foods Inc
Danone
Fonte: Thomson Reuters One Banker, acesso em: maio 2011. 
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314-P05 Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 
8 
Anexo 2 – A Bússola Nutricional® da Nestlé 
 
Fonte: Website da empresa Nestlé®, http://www.Nestlé.ca/en/articles/Health_Wellness/Tools/compass.htm, acesso em: 
May 2011. Todas as marcas e outros direitos de propriedade intelectual desta página são de propriedade da Société 
des Produits Nestlé S.A., Vevey, Suíça. 
 
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Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 314-P05 
9 
Notas de fim 
 
1 Jonathan Sibun, “Nestlé chief savours the challenge of simplicity,” The Daily Telegraph, 12 May 2008, via 
Factiva, acesso em: May 2011. 
2 Website da Nestlé, “About Us,” http://www.nestle.com/AboutUs/Pages/AboutUs.aspx, acesso em: May 
2011. 
3 Nestlé, Relatório Anual de 2010, http://www.nestle.com/Common/NestleDocuments/Documents/ 
Library/Documents/Annual_Reports/2010-Annual-Report-EN.pdf, acesso em: May 2011. 
4 Nestlé, Relatório Anual de 2010. 
5 David E. Bell e Mary Shelman, “Nestlé in 2008,” HBS No. 509-001 (Boston: Harvard Business School 
Publishing, 2009). 
6 Deborah Ball, “Nestlé, facing a crunch in its sales, puts food, science on same plate—company sees a recipe 
for growth in nutritionally enhanced products—early failures are ‘phood’ for thought,” The Wall Street Journal 
Europe, 18 March 2004, via Factiva, acesso em: May 2011. 
7 Bell e Shelman, “Nestlé in 2008.” 
8 Website da Nestlé, “Quick Facts,” http://www.nestle.com/Common/NestleDocuments/Documents/ 
Library/Documents/About_Us/Quick-Facts-2010-EN.pdf, acesso em: May 2011. 
9 Website da Nestlé, “60/40+: making nutrition the preferred choice,” 
http://www.nestle.com/CSV/CreatingSharedValueCaseStudies/AllCaseStudies/Pages/6040-making-
nutrition-preferred-choice.aspx, acesso em: May 2011. 
10 Website da Nestlé, “60/40+.” 
11 Website corporativo da Nestlé, “60/40+.” 
12 Bell e Shelman, “Nestlé in 2008.” 
13 Bell, David E. e Mary Shelman, “Nestlé in 2008,” HBS No 9-509-001. Boston: Harvard Business School 
Publishing, 2009. 
14 Stephanie Thompson, “Nestlé Makes Nutrition its No. 1 Priority in U.S.,” Advertising Age, 21 March 2005, 
http://adage.com/article/news/nestle-makes-nutrition-1-priority-u-s/102610/, acesso em: May 2011. 
15 Josiane Kremer, “Nestlé rides health bandwagon; investors stand by,” Reuters, 25 Sept. 2006, via Factiva, 
acesso em: May 2011. 
16 Kremer, “Nestlé rides health bandwagon.” 
17 Kremer, “Nestlé rides health bandwagon.” 
18 Website da Nestlé, “Nestlé Nutritional Compass,” http://www.nestle.com/CSV/CreatingSharedValue 
CaseStudies/AllCaseStudies/Pages/Nestl%C3%A9-Nutritional-Compass.aspx, acesso em: May 2011. 
19 Nestlé, Relatório Anual de 2005, http://www.nestle.com/Common/NestleDocuments/Documents/ 
Library/Documents/Annual_Reports/2005-Management-Report-EN.pdf, acesso em: May 2011.This document is authorized for use only in Rodrigo Lamas's Gestão Estratégica - GRADTECNOLÓGICA at Fundacao Getulio Vargas-FGV EBAPE from Jul 2020 to Oct 2020.
314-P05 Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 
10 
 
20 Nestlé, Relatório Anual de 2005. 
21 Hugo Miller, Robert Fenner, “Nestlé to Buy Australia's Uncle Tobys for A$890 Mln,” Bloomberg, 23 May 
2006, http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=newsarchive&sid=aTsm9bqcwfVI&refer=europe, acesso 
em: May 2011. 
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Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 314-P05 
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314-P05 Nestlé SA: estratégia de nutrição, saúde e bem-estar 
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61 “Nestlé seeks to Expand in Health Foods.” 
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