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Experiência 1 Determinação de água em sólidos e aferição de materiais volumétricos Química Analítica Quantitativa Experimental – QUI027 Professora Milady Nome: Juliene Morais de Faria 2017002864 Yumi dos Santos Terasaka 2017017464 Data do experimento: 07/03/2018 Introdução - TIPOS DE ÁGUA Uma variedade de substâncias sólidas encontradas na natureza contém água. A água pode estar quimicamente ligada à substância ou como contaminante proveniente de interferências externas (atmosfera ou da solução em que a substância se formou). Essa água contida nos sólidos depende da umidade e temperatura do ambiente e do seu estado de subdivisão¹. Há 2 tipos de água que podem se alojar nos sólidos, sendo essas subdivididas: Águas Não-Essenciais: Não afetam o retículo cristalino dos sólidos se estas forem retiradas². A caracterização química do sólido independe deste tipo de água. São divididas em: · Água de adsorção: é a água confinada na superfície do sólido, quando este está em contato com um ambiente úmido. Depende da temperatura e da superfície específica do sólido. Quanto maior a temperatura, menos água adsorvida e quanto mais finamente dividido está esse sólido, maior será sua superfície específica e maior será seu contato com o ambiente, logo maior será a quantidade de água. · Água de absorção: Ocorrem em sólidos amorfos ou coloidais. Ao contrário do que ocorre nas águas de adsorção, a quantidade de água absorvida é muito grande. Os sólidos que as contém mantém uma aparência de estarem totalmente secos, pelo fato de elas estarem retidas na fase condensada nos interstícios ou capilares. · Água de oclusão: está retida nas cavidades microscópicas nos sólidos cristalinos e sua quantidade é insensível à mudança de umidade no ambiente. Águas-Essenciais: parte integrante da superfície dos sólidos. Essa água não pode ser simplesmente retirada sob pena de destruir todo o retículo cristalino do sólido². Suas subdivisões são: · Água de constituição: neste caso a água não está presente como H2O no sólido, mas é formado quando este se decompõe pela ação do calor.¹ · Água de hidratação: ocorre em vários sólidos formando os hidratos cristalinos (compostos que contém água de cristalização)¹. A água está ligada a esses sólidos por ligações coordenadas covalentes, que são mais fracas que as eletrostáticas. Por essa razão, essa água é mais facilmente eliminada pela ação do calor. - AFERIÇÃO DE MATERIAIS VOLUMÉTRICOS Para se saber o quão exato está a medida de alguns materiais volumétricos, é comum usar uma técnica chamada aferição (ou calibração). A nomenclatura para este método é fruto de várias controvérsias, porém de acordo com o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM), realizado com o proposito de padronizar os conceitos de metrologia internacionalmente e com o apoio de alguns institutos e organizações, entre eles a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), o termo correto é calibração (INMETRO, 2012). Em suas primeiras edições o termo correto era aferição, passando a ser, edições mais tarde, sinônimo de calibração. E atualmente o termo correto é calibração, tornando aferição em desuso. De acordo com o VIM, calibração significa uma “operação que estabelece, sob condições especificadas, numa primeira etapa, uma relação entre os valores e as incertezas de medição fornecidos por padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza esta informação para estabelecer uma relação visando a obtenção dum resultado de medição a partir duma indicação”³. Objetivos - Determinar a porcentagem e quantidade em mol de água de hidratação em CuSO4; - Realizar a aferição de uma pipeta volumétrica de 25,00 mL. Procedimentos 1.DETERMINAÇÃO DE ÁGUA EM SÓLIDOS Lavou-se um pesafiltro e colocou-o em uma mufla para secagem por 30 minutos e, logo após, levou-o ao dessecador por 20 minutos. Em seguida, mediu-se a massa do pesafiltro vazio (com a tampa) que foi chamada de m1. Adicionou-se uma quantidade aproximada a 0,5g de CuSO4.5H2O no pesafiltro e mediu-se novamente a massa, que foi denominada m2. Dessa maneira, pôde-se ter a massa da amostra de acordo com a Equação 1. mCuSO4.5H2O = m2 – m1 (1) Levou-se à mufla por 30 minutos numa temperatura de 120ºC e, logo após, levou-o ao dessecador por 10 minutos. Mediu-se a massa novamente do sistema que foi chamada de m3, podendo assim determinar a massa de CuSO4 (com a água evaporada) de acordo com a Equação 2. mCuSO4 = m3 - m2 (2) Em seguida, pôde ser calculada a massa, a porcentagem e a quantidade em mol de água perdida pela amostra, de acordo com as Equações 3,4 e 5, respectivamente. mágua_perdida = mCuSO4.5H2O - mCuSO4 (3) (4) (5) 2. AFERIÇÃO DE MATERIAIS VOLUMÉTRICOS Mediu-se a massa de um béquer de 100 mL; pegou-se uma pipeta volumétrica de 25,00 mL e fez-se o escoamento da água da pipeta para o béquer e anotou-se a massa do béquer com água. Este procedimento foi realizado 5 vezes. Anotou-se o tempo de escoamento da água em casa procedimento e mediu-se a temperatura da água. Assim, calculou-se a massa da água (Equação 6) em cada procedimento e seu volume de acordo com a equação da densidade descrita pela Equação 7. mágua = mbéquer+água – mbéquer (6) (7) Calculou-se a média dos valores dos volumes, seu erro relativo, o desvio padrão e o desvio padrão da média, descritos pelas Equações 8, 9, 10 e 11, respectivamente. (8) (9) (10) (11) Resultados e discussões 1.DETERMINAÇÃO DE ÁGUA EM SÓLIDOS Após ser realizada a lavagem e secagem do pesafiltro, mediu-se a massa do mesmo com tampa e vazio, obtendo o resultado do valor de m1: m1 = 53,9488g Logo após foi adicionado uma quantidade de CuSO4.5H2O e foi medido a massa do pesafiltro com o composto que é descrito pela m2: m2 = 54,4515g É possível, então, ser obtida a massa exata de CuSO4.5H2O pela Equação 1: mCuSO4.5H2O = 54,4515g – 53,9488g = 0,5027g Foi levado o pesafiltro contendo a amostra para a mufla numa temperatura de 120ºC a fim de evaporar toda a água adsorvida nele. Após 30 min pôde ser observado que o composto, que inicialmente era azul, estava totalmente branco. Isso deve-se ao fato de que, ao ser desidratado, ele forma um sólido anidro branco. A reação que descreve esse procedimento é dada pela Equação 12: (12) Após retirar o pesafiltro da mufla, o mesmo foi colocado no dessecador por 10 min, a fim de resfriar totalmente para que não haja interferência na medição da massa. Após resfriar, mediu-se a massa do sistema, chamado de m3: m3 = 54,2955g Pode ser obtida, então, a massa da amostra pela Equação 2: mCuSO4 =54,2955g - 54,4515g = 0,1560g Pode-se calcular, então, a massa e a porcentagem de água perdida com as Equações 3 e 4: mágua_perdida = 0,5027g - 0,1560 = 0,3467g x100 = 68,97% Pode-se, ainda, calcular a quantidade em mol de água em CuSO4, usando a Equação 5: = 0,01924 mol Comparando-se com o valor teórico de água presente na amostra: O que pode ser observado é que a massa de água perdida encontrada é muito maior que o valor teórico, isso deve-se a presença de água adsorvida na substância, o que faz com que a massa inicial (massa da amostra) tenha uma massa muito maior que a massa teórica considerando somente a presença de CuSO4 pentahidratado, pois há a presença de mais moléculas de água adsorvida. 2. AFERIÇÃO DE MATERIAIS VOLUMÉTRICOS Foi realizado a aferição de uma pipeta de 25,00 mL. Mediu-se a massa do béquer e transferiu-se a água da pipeta para o béquer, obtendo-se a massa do béquer com água e o tempo que levou para a pipeta escoar totalmente a água. O procedimento foi repetido 5 vezes e os resultados obtidos encontram-se na Tabela 1. Tabela 1 – Tempo de escoamento e massa da água Procedimento mbéquer (g) mbéuqer+água (g) tempo (s) 1 48,2715 73,0061 16:45 2 48,2015 73,0001 18:15 3 48,2025 73,0012 11:91 4 48,2008 72,9664 15:14 5 48,1993 72,9924 13:32 Fonte: Laboratório LQA – UNIFEI Para uma pipeta de 25,00 mL, o tempo esperado para o escoamento é de aproximadamente 25 segundos. Analisando os resultados da Tabela 1, pode-se concluir que houve erro de operador no manuseio da pipeta, de modo que o tempo de escoamento foi muito inferior ao esperado. Em seguida, calculou-se a massa da água em cada um dos procedimentos de acordo com a Equação 6: m1 = 73,0061g - 48,2715g = 24,7346g m2 = 73,0001g - 48,2025g = 24,7986g m3 = 73,0012g - 48,2025g = 24,9762g m4 = 72,9664g - 48,2008g = 24, 7656g m5 = 72,9924g - 48,1993g = 24,7931g Com um termômetro, foi medido a temperatura da água obtendo-se um resultado de 24ºC. Com isso, de acordo com a tabela de densidade da água (Tabela 2), foi calculado o volume da água, ou seja, o volume da pipeta, de acordo com a Equação 7. Tabela 2 – Densidade (g cm-3) absoluta da água Fonte: Roteiro do Laboratório = 24,8017 mL = 24,8658 mL = 25,0272 mL = 24,8327 mL = 24,8603 mL Enfim, obteve-se o valor médio dos volumes, seu erro relativo, desvio padrão e desvio padrão da média com as Equações 8, 9 , 10 e 11, respectivamente. = 24,8776 mL Errorelativo = 0,004896 = 0,49% dp = 0,078 dpm = 0,035 Logo, com a aferição da pipeta volumétrica, obteve-se um volume de (24,878mL ± 0,035). Uma pipeta volumétrica de 25 mL possui uma tolerância de erro de ± 0,034, logo pode-se observar que essa pipeta não está dentro da tolerância de erro. Isso pode ser explicado tanto pela falta de precisão da mesma quanto por possíveis erros de operadores realizados durante o procedimento de aferição. Conclusão Foi possível determinar a porcentagem e quantidade de água no sólido em questão, porém considerando que o resultado apresentou imprecisão em relação ao teórico, por possíveis interferências e perda de massa da amostra durante o procedimento. A aferição da pipeta foi realizada com sucesso obtendo um volume bem próximo do valor teórico. A falta de exatidão entre o valor encontrado e o valor teórico pode ser explicado tanto pela falta de precisão que pode ocorrer com frequência nos materiais volumétricos quanto possíveis erros de operador durante os procedimentos. Referências Bibliográficas ¹ Baccan, N.; Andrade, J. C. de; Godinho, O. E. S.; Barone J. S.; Química Analítica Quantitativa Elementar, 3ª ed., Blucher: São Paulo, 2001, 308 pp. ² Lucia, A.; Mercê, R.; Iniciação à Química Analítica Quantitativa Não Instrumental, 1ª ed., Intersaberes: Paraná, 2012, 252 pp. ³ Vocabulário Internacional de Metrologia: Conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012). Duque de Caxias, RJ : INMETRO, 2012. 94 pp. 4 Medidas e Erros – PUC. Disponível em www.dfq.pucminas.br/apostilas/quinica_fisica/prática%201.doc. Acesso em 07/04/2018. 2
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