Buscar

peça 2 - trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 50ª VARA DO TRABALHO DE MACEIO/AL
 
Processo: xxx
 
 The Gamble Apostas Ltda, pessoa jurídica de direito privado, cnpj, situada em Maceió/AL, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, com fulcro no art. 847 da CLT, com os arts. 335 e seguintes do CPC, aplicados subsidiária e supletivamente ao processo do trabalho, por força do art. 769 da CLT e do art. 15 do CPC, oferecer
 CONTESTAÇÃO TRABALHISTA, movida por Deiveson Figueiredo, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fatos e fundamentos a seguir expostos. 
I- DOS FATOS
 Em 08 de março de 2019, Deiveson Figueiredo ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária The Gamble Apostas Ltda, distribuída para a 50ª Vara de Maceió, sob o número 4321.
 Deiveson Figueiredo afirma que trabalhou na empresa de 13 de janeiro de 2012 a 25 de fevereiro de 2019, quando foi dispensado sem justa causa. Afirma, ainda, que trabalhava de 2ª a 6ª feira, das 7h às 14h, com intervalo de uma hora para refeição.
 Ele relata que sempre foi cumpridor de suas tarefas e prestativo para com os prepostos da empresa, e que, duas semanas após receber o aviso prévio, decidiu inscrever-se numa chapa como candidato a presidente do sindicato dos empregados, para lutar por melhorias para a sua categoria.
 Deiveson Figueiredo afirma que, além de processar os jogos feitos pelos clientes, também realizava atividade bancária referente a saques de até R$ 100,00 e o pagamento de contas de serviços públicos (água, luz, gás e telefone), bem como de boletos bancários de até R$ 200,00. 
 Ele confirma que, dentre os clientes do empregador, estava uma companhia de energia elétrica da cidade, daí porque, uma vez por semana, tinha que ir até essa empresa para pegar, de uma só vez, as apostas de todos os seus empregados, o que fidelizava esses clientes; contudo, nesse dia, ele permanecia em área de risco (subestação de energia) por 10 minutos.
 Deiveson Figueiredo relata que, durante o período em que trabalhou na The Gamble Apostas, faltou algumas vezes ao serviço e que teve essas faltas descontadas; diz, ainda, que substituiu o gerente da empresa, quando este se afastou por auxílio doença, pelo período de três meses, mas que não teve qualquer alteração de salário. Ele afirma que existe o benefício de ticket-alimentação, previsto em acordo coletivo assinado pela sociedade empresária Apostas Já Ltda., mas que jamais recebeu esse benefício durante todo o contrato. 
 O empregado em questão informa que adquiriu empréstimo bancário, consignado em folha de pagamento, e que por três meses, quando houve sensível diminuição do movimento em razão da crise econômica, realizou serviço do seu próprio domicílio (home office), conferindo as planilhas de jogos, mas que não recebeu vale-transporte; ainda informa que não trabalhava nos feriados e que recebia vale-cultura do empregador no valor de R$ 30,00 mensais.
 Na reclamação trabalhista, Deiveson Figueiredo requer adicional de periculosidade, vantagens previstas na norma coletiva dos bancários, reintegração ao emprego, horas extras, horas de sobreaviso, ticket previsto na norma coletiva, vale-transporte pelo período em que trabalhou em home office e integração do vale-cultura ao seu salário. 
II- DA PRELIMINAR 
 II.1- PREJUDICIAL DE MÉRITO- PRESCRIÇÃO QUINQUENAL 
 
 O reclamante ressalta em sua reclamação trabalhista ajuizada em 08 de março de 2019 o pagamento de verbas derivadas de todo o contrato tratado. 
 Portanto, o art. 7ª, inciso xxix, da constituição federal, art. 11 da CLT e Súmula 308, inciso I, do TST, a prescrição trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação.
 Diante disso, requer a extinção do processo, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso II, do CPC, no que tange às verbas pleiteadas anteriores aos últimos cinco anos contatos do ajuizamento da reclamação.
III- DO MÉRITO 
 III.1- DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
 
 O reclamante quer fazer jus ao adicional de periculosidade, qual seja 30% sobre o salário, alegando que permanecia em área de risco ( subestação de energia) por 10 minutos, enquanto ia até a empresa para realizar pagamento que era uma vez na semana. A pretensão improcede.
 Conforme demostra o artigo 193 da CLT, o adicional é devido ao empregado que desenvolver labor em:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
 O reclamante passava apenas 10 minutos no máximo e uma vez na semana, um tempo reduzido, ou seja, não faz jus ao referido adicional, nos termos da súmula 364, inciso I do TST. Ademais, a prova da periculosidade requer perícia, o que não houve em questão, nos termos do art. 195 da CLT.
 
 III.2- VANTAGENS PREVISTAS NA NORMA COLETIVA DOS BANCÁRIOS – INAPLICABILIDADE
 
 O reclamante não é bancário, a empresa é de apostas e não exercem atividades privativas de uma instituição financeira, mas apenas serviços seus serviços básicos. Ademais, com a exceção da categoria profissional diferenciada, o critério a ser utilizado para o enquadramento sindical é o da atividade preponderante da empresa, e não, a exercida pelo empregado. 
 De acordo com o art. 511 da CLT e Súmula nª 117, do TST. “Não se beneficiam do regime legal relativo aos bancários os empregados de estabelecimento de crédito pertencentes a categorias profissionais diferenciadas”.
Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. 
 Sendo assim, o empregado não se enquadra na categoria profissional do bancários e não podem se beneficiar das normas coletivas da categoria, dai o reclamante não faz jus aos benefícios desta norma coletiva. 
 III.3- DA REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO
 
 O reclamante duas semanas antes de receber o aviso prévio, se inscreveu numa chapa como candidato a presidente do sindicato dos empregados, lhe garantindo a seguridade de emprego, segundo alegou. Assim, requereu a sua reintegração. 
 Ocorre que o mesmo não faz jus a situação descrita, como menciona o art. 543, § 3ª da CLT. 
Art. 543. O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional não poderá, por motivo de serviço, ser impedido do exercício das suas funções, nem transferido sem causa justificada, a juízo da Comissão Nacional de Sindicalização, para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho da comissão ou mandato. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.740, de 19.1.1946, com vigência suspensa pelo Decreto-lei nº 8.987-A, de 1946)
§ 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação.
 Conforme demostrado, o registro de sua candidatura ocorreu no período do aviso prévio. Essa situação não lhe garante a estabilidade, mesmo que este aviso fosse indenizado. Portanto, o reclamante não faz jus à sua reintegração, vez que, quando sua candidatura ao sindicato, já se encontrava cumprindo o aviso prévio. 
 III.4- DAS HORAS EXTRASO empregado trabalhava de segunda a sexta, das 7h às 14h, com intervalo de uma hora para refeição, e que tal jornada lhe dava direito ao pagamento de horas extras no período de trabalho. Porém, a jornada não excede os limites constitucionais, seja o semanal de 44( quarenta e quatro) horas ou diárias de 8 horas, conforme preceitua o art. 7ª, XIII, da CF, e o art.58, caput e 71, ambos da CLT. 
Art. 58. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
 Desta forma, não prospera a pretensão do reclamante em pleitear o pagamento de horas extras. 
 III.5- TICKET PREVISTO NA NORMA COLETIVA 
 
 De acordo com o artigo 611, §1º, da CLT.
Art. 611. Convenção Coletiva de Trabalho é o acôrdo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresa
 da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.
 O pedido deve ser julgado improcedente, uma vez que o acordo coletivo juntado não foi assinado pelo empregador. Entende-se que, o empregado em categoria diferenciada não tem direito as vantagens previstas em instrumentos normativos que sua empresa não foi devidamente representada, daí por que ele não está obrigado a respeitá-la.
 III.6- PAGAMENTO DO VALE-TRANSPORTE 
 
 O reclamante postula vale-transporte no período em que trabalhou em home office por três meses, quando houve uma sensível diminuição do movimento por razão de crise econômica. Sendo que, o vale-transporte visa o custeio de despesas pelo deslocamento no percurso residência/trabalho ou vice-versa, através de transporte coletivo público urbano, intermunicipal ou interestadual, consoante o art. 1º da Lei nº 7.418/85. 
 Art. 1º Fica instituído o vale-transporte, (Vetado) que o empregador, pessoa física ou jurídica, antecipará ao empregado para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa, através do sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente, excluídos os serviços seletivos e os especiais.
 Portanto, como ele laboral o trabalho em casa, sem a necessidade de se deslocar para empresa, não há que se falar em pagamento de vale-transporte. Nesse sentido, art. 4º da Lei 7418/85 e art. 1º, IV do Decreto 95.247/87 “ o empregado em domicílio somente receberá vale-transporte em caso de deslocamento indispensáveis à prestação do trabalho, o que não ocorreu no caso”. 
 
 III.7- INTEGRAÇÃO DO VALE-CULTURA
 
 Não faz jus ao pagamento do vale-cultura, uma vez que o mesmo não integra ao salário, por expressa determinação legal. Nesse sentido, art. 458, § 2º, VIII, da CLT. 
Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. 
IV- DOS PEDIDOS 
 Diante do exposto, requer: 
1. Renovação da preliminar e o acolhimento da prescrição quinquenal bem como a extinção do processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, II da CPC, quanto as parcelas anteriores a cinco anos contados do ajuizamento da ação;
2. A improcedência de todos os pedidos formulados pelo reclamante, condenando-o ao pagamento de custas processuais. 
 
 Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente as provas documentais, testemunhais e outras que se fizerem necessárias ao esclarecimento dos fatos. 
Nesses termos, 
Pede deferimento.
.
Advogado/OAB xxx

Continue navegando

Outros materiais