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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES MAYARA LOUZADA FRANCO ELER A PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL COMO FERRAMENTA PARA A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO GOVERNADOR VALADARES - MG 2019 UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES MAYARA LOUZADA FRANCO ELER A PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL COMO FERRAMENTA PARA A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Engenharia da Qualidade. GOVERNADOR VALADARES- MG 2019 1 A PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL COMO FERRAMENTA PARA A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO MAYARA LOUZADA FRANCO ELER1 RESUMO O intuito básico deste estudo é refletir sobre a pesquisa de clima organizacional como ferramenta para a qualidade de vida no trabalho (QVT). Através de revisão bibliográfica, considerando as contribuições de autores como Chiavenato (2009), Fernandes (1996), Limongi-França (1997), Luz (2003), dentre outros, buscou-se trazer os conceitos de clima organizacional, pesquisa de clima, QVT e a relação entre os temas. A pesquisa de clima organizacional é uma forte ferramenta para a gestão estratégica das empresas, através de seus resultados pode-se traçar um plano de ação para melhoria de processos, e assim como as demais ferramentas da qualidade, a pesquisa busca trazer controle da qualidade. Se utilizada de maneira específica a melhorar a qualidade de vida do trabalhador, pode trazer grandes benefícios às empresas. Palavras-chave: Clima. QVT. Ferramenta. Benefícios. Introdução Este artigo pretende explanar os conceitos e o relacionamento entre os temas Pesquisa de Clima Organizacional e QVT. Busca também explicar como a pesquisa de clima pode ser utilizada nas organizações como uma ferramenta para a qualidade de vida no trabalho. As organizações têm sofrido mudanças durante os últimos séculos, mudanças que influenciaram e que ainda influenciam a vida das pessoas. Com a revolução industrial, os produtos, serviços, processos e o comportamento dos funcionários mudaram. Tais mudanças podem ser divididas em eras, sendo elas: Era da Industrialização Clássica, Era da Industrialização Neoclássica e a Era da Informação. Após grandes pesquisadores e influenciadores como Frederick Taylor, Henri Fayol, Max Weber e Henry Ford na era da industrialização e Mary Parker, Elton Mayo e Chester Barnard na era da industrialização neoclássica, hoje vive-se a era da comunicação, que segundo Chiavenato (2009), iniciou-se em 1990, com a chegada da internet ao mundo. O capital financeiro continua sendo importante, porém o recurso mais valioso passa a ser o conhecimento adquirido pelas pessoas. 1 Graduação: Bacharelado em Engenheira de Produção pelo Instituto Federal de Minas Gerais 2 Foi quando surgiu o termo Gestão de Pessoas. Segundo Chiavenato (2009), as pessoas passaram a ser consideradas como seres dotados de inteligência, habilidades, percepções, personalidades e outros, ao invés de serem abordadas como simples recursos organizacionais. A Pesquisa de Clima organizacional vem para valorizar ainda mais as qualidades das pessoas citadas por Chiavenato, transformando-as em dados importantes para a solução de problemas e em plano de ação para melhoria dos processos. Além de se trazer melhorias aos processos como ferramenta de controle da qualidade, usada estrategicamente, também pode trazer melhorias para a qualidade de vida no trabalho (QVT). Considerando o que foi mencionado acima como o objetivo primordial deste estudo, pretende-se tratar a Pesquisa de Clima como uma ferramenta para alcançar melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores. Utilizou-se como recurso metodológico a pesquisa bibliográfica, através de trabalhos científicos já publicados no meio eletrônico e físico. Desenvolvimento 1- Conceito de Clima Organizacional Para Puente—Palácios (1995) apud Ferreira (2005, p. 26), “clima organizacional é um fenômeno de natureza complexa, pois é resultado da interação de variáveis que o compõe”. Segundo Stefano et. al. (2014, p.99): O clima organizacional diz respeito à percepção coletiva que as pessoas têm com relação ao ambiente de trabalho, através da experiência prática, sobre políticas, estrutura, cultura, normas e valores da organização; é, portanto, sua interpretação e reação, positiva ou negativa, quanto à imagem da organização, sob análise das condições financeiras, políticas, administrativas, e à estrutura organizacional, incluindo diferenças de percepção e visão dos colaboradores. Para Coda (1998, p.06): O Clima Organizacional diz respeito ao que as pessoas acham que existe e que está acontecendo no ambiente da organização em determinado momento, sendo, portanto, a caracterização da imagem que essas pessoas têm dos principais aspectos ou traços vigentes na organização. Talvez seja esse o maior desafio em relação ao conceito de Clima Organizacional: só pode ser compreendido em termos das percepções das pessoas que fazem parte da organização. Em resumo, Clima Organizacional é uma medida da percepção que os empregados têm sobre o grau de satisfação em relação a determinadas características do ambiente de trabalho da organização onde atuam. As organizações refletem nas pessoas a estratégia de desenvolvimento e seu poder competitivo, por isso a importância do estudo do clima organizacional. Bedani (2006) afirma que a gestão do clima é uma poderosa ferramenta de estudo do comportamento humano 3 (individual e coletivo) nas organizações, pois através dela observa-se os diversos aspectos (objetivos e subjetivos) atuantes no ambiente de trabalho, que são passíveis de respostas diversas, pois se sustentam na percepção pessoal. Este comportamento humano é decisivo para a eficácia e eficiência na entrega de um produto ou serviço. Dias (2010) apud Gomes (2018, p. 30) diz que a produtividade não é conseqüência somente das pessoas em máquinas ou processos de produção, como também da vontade, satisfação, necessidades e anseios das pessoas que trabalham nas empresas, aspectos estes que devem ser avaliados por uma pesquisa de clima, que consiga mensurar o grau de satisfação dos empregados. O número de estudos sobre clima organizacional tem aumentado a cada dia no Brasil e no mundo. Empresas tem se preocupado com seu ambiente de trabalho e estão buscando se destacar em publicações de listas de empresas pelo bom ambiente de trabalho, como no ranking do GPTW (Great Place do Work). Martins (2008) apud Gomes (2018, p. 30) relata a importância do estudo do clima organizacional, uma vez que “afeta a qualidade de vida do trabalhador e conseqüentemente seu desempenho funcional levando ele a permanecer ou não no trabalho”. 2- Determinantes do Clima Organizacional Para entender se um clima organizacional é bom, prejudicado ou ruim precisamos de indicadores determinantes que possa o classificar. Segundo Eler (2016) o clima pode ser mensurado por percepção ou coleta de dados sobre rotatividade, absenteísmo, programas de sugestões, avaliação de desempenhos e outros, o que vai determinar é quão grave estarão os indicadores. De acordo Litwing (1968) apud Chievenato (2009), o clima organizacional depende dos seguintes fatores: • Estrutura da organização: o sentimento que afeta os funcionários sobre as restrições em momentos de trabalho; exemplo: regras excessivas, procedimento, autoridade hierárquica etc.; • Responsabilidade: o sentimento de ter supervisão sobre si mesmo, de não depender de nenhum colega e nem dupla para verificar em suas decisões; • Riscos: o sentimento que direciona a iniciativa, no termo de arriscar e de aceitar desafios no cargo atuante;4 • Recompensas: o sentimento de ser recompensado por um bom trabalho; a troca dos criticismos e das punições pela recompensa; • Calor e apoio: o sentimento de compartilhamento e de auxílio mútuo entre os colegas de trabalho; • Conflito: o sentimento de que a empresa não se rejeita, muito menos teme sugestões e diferentes opiniões. Figura 1 - Fatores determinantes do clima organizacional Variáveis de Entrada Saídas Próximas Saídas Últimas Determinantes do clima organizacional Variáveis dependentes intermediárias Variáveis dependentes finais • Condições econômicas • Estilo de liderança • Políticas • Valores • Estrutura da organização • Característica das pessoas • Natureza do negócio • Estagio de vida da organização • Nível de motivação • Estimulação de motivos específicos • Satisfação no cargo • Métodos de trabalho • Absenteísmo • Produtividade no trabalho • Organização bem- sucedida • Organização mal- sucedida Fonte: Adaptado Chievenato (2009) Dubrin (1974) apud Chievenato (2009) afirma a existência de fatores determinantes do clima. O que influencia o clima dentro da empresa são os níveis de sucesso desses determinantes. Esses determinantes (variáveis de entrada) são responsáveis pelas variáveis de saídas próximas, as últimas saídas correspondem às organizações bem-sucedidas e mal- sucedidas (Figura 1). 3- Pesquisa de Clima Organizacional Estudar, medir e analisar o clima organizacional não é uma tarefa fácil, pois o principal fator avaliado é o que as pessoas pensam e tudo que é relacionado às pessoas possui certa complexidade de avaliação. Dessa maneira o clima organizacional pode ser avaliado de várias formas: através do contato entre o empregador e o empregado, de programas de sugestões, de questionários impressos ou até mesmo em um jantar. 5 Conforme Rizzatti (2002), os estudos sobre clima organizacional se iniciaram nos Estados Unidos, no início dos anos 1960. Segundo Bispo (2006), no Brasil a pesquisa de clima organizacional foi difundida e aplicada com Souza (1977, 1978, 1980, 1982, 1983), fazendo adaptações do modelo de Litwin & Stringer. Moreira (2008) entende que a pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta de geração de dados para tomada de decisões na área de gestão de pessoas, sendo importante na elaboração do diagnóstico organizacional, para que a dinâmica organizacional seja melhor entendida. A pesquisa de clima organizacional apresenta como vantagem a possibilidade de analisar diversos fatores que dizem respeito ao ambiente de trabalho e às condições laborais existentes (dificuldades, pontos fortes ou fracos), com base na percepção dos colaboradores, que são os principais agentes afetados ou beneficiados por tais condições. (DOS SANTOS & VÁSQUEZ, 2012, p. 53) Não existe um padrão de como realizar a pesquisa de clima, pois depende do seguimento da organização e dos objetivos específicos de cada empresa com a pesquisa. Entretanto, Luz (2003a) destaca alguns objetivos gerais da utilização da pesquisa: • avaliar o grau de satisfação dos funcionários para com a organização, tento esse como o objetivo principal; • determinar o grau de prontidão de uma empresa quanto à mudanças, medindo o quanto a empresa está apta e/ou madura para a implantação de mudanças; • avaliar o grau de satisfação dos empregados quanto ao impacto de alguma transição no quadro de funcionários; • avaliar o grau de disseminação de alguns valores culturais entre os funcionários (valores que interessam a empresa) e o quanto eles estão difundidos no dia-a-dia. Segundo Pirolla et. al. (2013, p. 434): Avaliar a percepção das pessoas sobre a organização em que trabalham fornece à administração indicadores dos níveis globais de satisfação e indica aspectos específicos de satisfação ou insatisfação; melhora a comunicação geral na empresa e os comportamentos, independentemente dos resultados obtidos; indica necessidades de capacitação e fornece subsídios para o planejamento e para a implementação de mudanças. Sorio (2011) destaca algumas contribuições que podem ser obtidas com a ferramenta de pesquisa de clima organizacional, são elas: • Alinhar a cultura com as ações efetivas da empresa; • Promover o crescimento e o desenvolvimento do pessoal; • Integrar os diversos processos e áreas funcionais; 6 • Aperfeiçoar a comunicação na empresa; • Minimizar a burocracia existente; • Detectar necessidades de treinamento e desenvolvimento; • Enfocar o cliente interno e externo; • Melhorar as ações gerenciais, tornando-as mais consistentes; • Maximizar a produtividade; • Minimizar o índice de rotatividade; • Proporcionar um ambiente de trabalho segura; • Aumentar a satisfação dos clientes internos e externos; e • Transformar o ambiente de trabalho de forma que os objetivos sejam atingidos com pessoas que dão o melhor de sim e que trabalham em equipe num ambiente confiável. 4- Conceito de QVT De acordo com Fernandes (1996, p. 40): A origem do termo “Qualidade de Vida no Trabalho” atribui-se a Eric Trist e seus colaboradores do Tavistock Intitute, em 1950. Eles desenvolveram uma abordagem sócio técnica da organização do trabalho, agrupando o indivíduo, o trabalho e a organização, com base na análise e na reestruturação da tarefa, buscando melhorar a produtividade, reduzir os conflitos e tornar a vida dos trabalhadores menos penosa. Ao relacionar Qualidade Total (TQM) com a QVT, Taylor (2000, p. 01) menciona que existe um ponto comum entre os idealizadores do TQM e os autores contemporâneos, as técnicas comportamentais envolvendo gestão participativa, treinamento, atividades lúdicas e empowerment são fundamentais para a implantação da qualidade total em uma organização. Dentre os princípios do TQM, entende-se que as pessoas exercem um papel fundamental no desempenho organizacional. O TQM utiliza-se de conhecimentos a respeito do comportamento humano, aproveitando da criatividade dos colaboradores para o aperfeiçoamento do processo produtivo (NORMAND, 1994). O conjunto de ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da QVT ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o fator diferencial para a realização de diagnóstico, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos voltados para a preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho na empresa. (LIMONGI-FRANÇA (1997, p. 80) 7 Cunha (2014) trata da QVT em duas dimensões: psicológica e social. A autora defende que é importante que as organizações selecionem seus colaboradores de acordo com personalidades e qualidades, para que se sintam motivados. Diz também que a saúde mental e emocional do indivíduo esta interligada com a produtividade, o índice de absenteísmo e acidentes de trabalho. Ao tratar da dimensão social, Cunha (2014) concorda que a cultura dos colaboradores precisa se encaixar à cultura organizacional da empresa para que haja aceitação nas posturas e regulamentos adotados. Um indivíduo sofre influência de todos os meios em que convive, não sendo possível desintegrar-se dos outros meios somente para as atividades laborais. Para Chiavenato (2006) a QVT esta interligada a diversos fatores físicos, ambientais e psicológicos no ambiente organizacional. Não existe um único modelo que possa atender e satisfazer a todos, pois os indivíduos possuem personalidades, necessidades, perspectivas e objetivos diferentes. Neste contexto, não há um conceito único e exato da Qualidade de Vida no Trabalho. A cada dia a Qualidade de Vida no Trabalho têm sido estudada e para Bonfante et. al. (2015, p.119) “tem se tornado um forte índicetanto de desenvolvimento humano no ambiente organizacional quanto do nível de motivação dos trabalhadores”. Os autores defendem que o foco do gerenciamento deve ser em pessoas, para que as organizações alcancem alto grau de qualificação e produtividade. 5- Pesquisa de Clima Organizacional como Ferramenta para a QVT Sabe-se da existência de várias ferramentas da qualidade estudadas e aplicadas hoje no mundo inteiro, como o fluxograma, diagrama Ishikawa, Folhas de Verificação, Diagrama de Pareto, Diagrama de Dispersão, o Controle Estatístico de Processo (CEP) dentre outras ferramentas. Cada uma dessas ferramentas busca como objetivo principal produzir qualidade às empresas. As ferramentas que auxiliam no controle da qualidade são utilizadas para diagnosticar, mensurar e propor soluções aos problemas encontrados nas empresas que interfiram negativamente na produção e no resultado. As ferramentas auxiliam o gestor na elaboração de um plano de ação estratégico para a melhoria contínua dos seus processos. A pesquisa de clima organizacional, por sua vez, possui também as mesmas características; ela busca informações que facilitam em um plano de ação, por isso também pode ser considerada como 8 uma ferramenta de controle da qualidade, e se direcionada corretamente, uma ferramenta para a QVT. Para Fernandes (1996) apud Taylor (2000) no que se refere à abrangência da QVT, esta pode ser sintetizada em quatro pontos: • resolução de problemas envolvendo os membros da organização em todos os níveis; • reestruturação da natureza básica do trabalho; • inovação dos sistemas de recompensas; e • melhorias no ambiente de trabalho. Todos os quatro pontos citados por Fernandes (1996) podem ser obtidos ou direcionados através de uma pesquisa de clima organizacional considerando os fatores determinantes do clima citados neste trabalho por Chievenato (2009). Entender o que o colaborador pensa sobre o ambiente organizacional e buscar opiniões e idéias de todas as hierarquias é uma atitude rica de benefícios que traz qualidade nos processos como também na vida profissional dos colaboradores. Segundo Gonzalez (2000) apud Dos Santos & Vásquez (2012): O clima organizacional poderia ser a porta de entrada para os processos de certificação de qualidade, pois o êxito deste tipo de projeto depende da participação comprometida e responsável dos indivíduos, os quais, por sua vez, são também os responsáveis pelo cumprimento das normas e standards estabelecidos, o que implica em uma mudança de cultura e na forma de realizar as atividades. Da mesma forma, mediante a análise de clima organizacional é possível detectar as forças e fraquezas da instituição, o que denota uma oportunidade para a participação dos colaboradores no processo, no desenho e implantação de soluções, e também cria condições para a motivação pessoal, o que, por sua vez, contribuirá para o cumprimento das metas estabelecidas no processo de garantia da qualidade e, diretamente, terá reflexos na satisfação dos clientes e no êxito das companhias. Avaliar o clima organizacional tentando trazer soluções para o ambiente de trabalho é também buscar a qualidade de vida no trabalho. É importante que as organizações invistam na pesquisa de clima com intuito de otimizar a qualidade de vida dos funcionários, porém o questionário precisa mensurar itens específicos por segmento pois cada tipo de empresa possui características e peculiaridades específicas a serem estudadas e analisadas. Para Lima & Stano (2004) cada empresa precisa desenvolver um questionário específico de acordo suas necessidades. Porém deve-se atentar para os itens essenciais para o conhecimento da qualidade de vida no trabalho: comunicação, condições físicas do ambiente de trabalho, conhecimento da empresa, qualidade, relações internas, motivação, oportunidade de desenvolvimento profissional, treinamento, justiça na remuneração, relacionamento interno externo e imagem institucional. 9 Lima & Stano (2004) apresenta uma metodologia de aplicação da pesquisa de Clima Organizacional representado pelas etapas de implantação envolvendo a QVT, segue abaixo as etapas de implantação: 1. A alta administração em parceria com a área de RH e/ou empresa especializada, definem a realização da Pesquisa de Clima Organizacional (PQO), como os objetivos e periodicidade com intuito de diagnosticar a gestão da Qualidade de Vida no Trabalho; 2. A área de RH (e/ou empresa especializada) decide a metodologia de coleta de dados e o conteúdo a ser investigado, em equipe com representantes das demais áreas da empresa, inerente à Qualidade de Vida no Trabalho. 3. A área de RH e/ou empresa especializada analisa a validade e consistência do questionário/formulário (teste piloto). 4. A área de RH ou empresa especializada deve orientar os gestores quanto à importância, objetivo e necessidade de transparência, para que também orientem seus subordinados quanto à importância em fazer a pesquisa, enfatizando o sigilo, liberdade de expressão, sinceridade nas respostas, anonimato, etc.. 5. A área de RH ou empresa especializada deve aplicar a pesquisa de preferência em ambiente específico, agradável que permita total anonimato, sigilo e discrição para preencher o questionário. 6. A área de RH ou empresa especializada coleta os dados e tabula e analisa os resultados da pesquisa. 7. A área de RH fica responsável por elaborar de relatórios e de passar feedback às gerências e se for o caso, também aos funcionário (com autorização da alta administração). 8. Com base nos resultados da pesquisa, o RH deverá desenvolver em conjunto com a alta administração e demais gerências, um plano de ação que proponha possíveis soluções ou manutenção dos aspectos da Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho coletados na pesquisa. 9. O RH deverá acompanhar a implantação e gerenciamento do plano de ação. 10. Analisar os resultados obtidos no plano de ação. 11. Aplicar uma nova pesquisa de Clima para analisar se as ações implementadas teve resultado positivo na QVT. 12. Elaborar indicadores gerenciais de Qualidade de Vida no Trabalho. 13. Comparar resultados com a pesquisa passada; Conhecer o clima de uma empresa e investir na qualidade de vida do trabalhador deveria ser uma preocupação de todas as empresas. Melhorar as condições de trabalho é também trazer melhoria para qualidade de vida do indivíduo, e conseqüentemente maior 10 produtividade e lucro. O Gestor que visualiza a importância do seu colaborador visualiza também um futuro empresarial promissor. Conclusão Ao longo deste artigo procurou-se conceituar a pesquisa de clima organizacional e a qualidade de vida no trabalho, relacionando os temas como complemento um do outro. Os temas estão relacionados com pessoas, recurso que têm sido cada vez mais valorizado para o sucesso e progresso das empresas. A pesquisa de clima organizacional é um instrumento de diagnóstico para auxiliar os gestores no controle da qualidade de vida no trabalho. É uma poderosa ferramenta de Gestão Estratégica, pois auxilia nas análises e acompanhamento da satisfação e comprometimento dos colaboradores. A empresa que considera valiosos esses dados possibilita o próprio desenvolvimento, produtividade, lucratividade, qualidade e o crescimento das pessoas. A ferramenta se utilizada com intuito de englobar os princípios da QVT, trará resultados significativos para a organização. Para isso, é preciso a elaboração de um conjunto de práticas para melhoria do ambiente de trabalho, ou melhor, do clima organizacional. É preciso trabalhar para que o colaborador tenha boas condições ergonômicas de trabalho, se sinta seguro, veja oportunidade de crescimento pessoal e profissional, seja reconhecido, tenha seus limites respeitados e outros. É importante que as empresas Brasileiras enxerguem a importânciado trabalhador no ambiente de trabalho, um empregado satisfeito contagia seus colegas de trabalho como também os clientes. Além disso, buscar a satisfação, um bom clima organizacional e a qualidade de vida no trabalho são também buscar a produtividade e lucratividade. REFERÊNCIAS BEDANI, M. Clima organizacional: investigação e diagnóstico: estudo de caso em agência de viagens e turismo. Psicologia para a América Latina, n.7, p.11, ago. 2006. 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