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TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL PRECOCE EM PACIENTES COM RESPOSTA METABÓLICA AO TRAUMA. Resumo construido por Renata Duarte. Do ponto de vista semântico, a palavra trauma, vem do grego ‘traûma’, que significa ferida. No entanto, o trauma é uma lesão produzida por uma ação violenta, física ou química, externa ao organismo, podendo causar lesões graves e simultâneas em diversos órgãos e, se não for tratado adequadamente desde o início, leva a sequelas e até mesmo à morte em curto período de tempo. No Brasil, o trauma reflete uma grande causa de mortalidade ocupando o primeiro lugar nas primeiras quatro décadas de vida, por consequência de infecções e insuficiência orgânica (que ocorre dias ou semanas após a injúria inicial), relacionadas a hipercatabolismo e consequente desnutrição proteica aguda no paciente. Portanto, o trauma também é responsável por elevado percentual de internações, operações e dias de internação em UTI e, por isso, está associado com custo muito elevado para o país. Dentre as causas que aumentam a mortalidade dos indivíduos hospitalizados com traumas ou politraumas, pode-se apontar a negligencia em relação a aquisição precoce de uma via de suporte nutricional e, consequentemente, o atraso na introdução da terapia nutricional, ocasionando piora nas condições clínicas de um paciente já seriamente debilitado. Ao longo da última década, têm-se demonstrado que esses pacientes são beneficiados com o emprego de terapia nutricional precoce e principalmente se esta contiver imunomoduladores. @nattaduartee Os objetivos da imunomodulação para o paciente vítima de trauma moderado e grave são o de minimizar a resposta pró-inflamatória (SIRS) e a resposta anti- inflamatória compensatória (CARS) e, por conseguinte, o equilíbrio do ponto de vista imunoinflamatório, para que ele atinja o MARS (mixed anti-inflammatory- inflammatory response syndrome), com mínimo de repercussão sistêmica. Todos esses objetivos visam diminuir morbidade, mortalidade e acelerar a recuperação do indivíduo. Embora não haja consenso, têm sido demonstrado benefícios adicionais da TNE com os imunonutrientes mais utilizados isoladamente ou em associação, entre eles: ● A glutamina (no trauma ocorre escassez de glutamina, e a sua adição à Terapia Nutricional visa melhorar a imunidade e a barreira mucosa do intestino, para evitar translocação bacteriana); ● Arginina (substrato para síntese proteica e quando metabolizada produz diversos componentes bioativos, como o óxido nítrico, poliaminas e ornitina. Sua ação durante a sepse tem sido interpretada por alguns como danosa e, por outros, como benéfica); ● Ácidos graxos ômega-3 (ação anti-inflamatória, notadamente por diminuir a formação de mediadores da inflamação, derivados do ácido araquidônico, podendo diminuir a incidência de Síndrome de Angustia Respiratória do Adulto (SARA) e de falência de múltiplos órgãos). ● O uso de probióticos, prebióticos e simbióticos, apesar da presença dos benefícios em pacientes com trauma, os estudos existentes utilizaram cepas diferentes, quantidade variada e dose não padronizada. Assim, apesar de potenciais benefícios, a recomendação do uso de probióticos no trauma carece de melhor sistematização terapêutica. O inicio precoce da alimentação por via enteral pode reduzir complicações relacionadas a ferida operatória e cicatrização, complicações sépticas, perda de peso e melhora do balanço nitrogenado no pós-operatório. Logo, a Terapia Nutricional Enteral é preferencial no pós-operatório de pacientes traumatizados. Todavia, a Terapia Nutricional Parenteral deve ser prescrita quando a via enteral está contraindicada ou insuficiente. @nattaduartee Referências 1. CORREIA, M. I. T. D.; TAVARES, G. M. Terapia Nutricional no Trauma. Disponível em: https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_no_tra uma.pdf 2. BICUDO-SALOMÃO, Alberto; MOURA, Renata Rodrigues de; AGUILAR- NASCIMENTO, José Eduardo de. Terapia nutricional precoce no trauma: após o A, B, C, D, E, a importância do F (FEED). Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 40, n. 4, p. 342-346, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010069912013000400015&script= sci_arttext
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