Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Teresa Raquel – Med XV { Tipos de estudos epidemiológicos analíticos e medidas de associação } Buscam investigar possíveis causas para as doenças e confirmá-las. Relaciona “causa” e “efeito” ou “exposição” e “doença”. Classificam-se quanto/ variáveis determinantes: tempo, tipos de dados, pesquisador ou procedimento experimental. * TEMPO: • Retrospectivo: dados são prevalentes - grupo de estudo é doente. (Caso-controle, transversal, ecológico). - Retrospectivos: amostra tem doentes e sadios. - Transversal: na amostra tem doentes e sadios. DICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ESTUDOS RETROSPECTIVOS: Separo o que é a doença do que é fator de risco (o que está provocando a doença? Ou o que provoca o que?). Verificar se na amostra existem doentes e sadios. Chegamos ao tempo retrospectivo: pesquisa começa separa a amostra em dois grupos (caso-controle); pesquisa começa analisando a amostra inteira (transversal). • Prospectivo: dados são incidentes - grupo de estudo é sadio. (Coorte, ecr, ecológico). DICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ESTUDOS PROSPECTIVOS: Separo o que é a doença do fator de risco (o que está provocando a doença? Ou o que provoca o que?) Verificar se na amostra o evento ainda não aconteceu. Chegamos ao tempo prospectivo: pesquisa começa somente com sadios sendo acompanhados a fim de verificar quem e quantos irão adoecer (coorte clássica); pesquisa tem como objetivo avaliar um tratamento, uma imunização, um procedimento cirúrgico, um medicamento preventivo, quanto a sua eficácia (ECR). * TIPO DE DADOS: • Primário: dados pessoal – expositivo. (Caso-controle, transversal, coorte, ECR). • Secundário: dados populacionais ou territorial - dados não expositivo retirados de bases de dados oficiais / são públicos. (Ecológico). * PESQUISADOR OU PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: Teresa Raquel – Med XV • Passivo: observador - estudo observacional. (Caso-controle, transversal, ecológico, coorte). • Ativo: controlador - estudo controlada ou experimental. (ECR). - Pesquisa de dados oficiais da saúde brasileira: https://datasus.saude.gov.br/ - Tabnet Doenças – CID10 (código internacional das doenças). GRAU DE CONFIABILIDADE DOS ESTUDOS: Ensaio clínico randomizado ECR (controlado) – (observacionais) coorte – transversal – caso-controle – ecológico – estudos descritivos – revisão bibliográfica. TIPOS DE ESTUDO: * ECOLÓGICO Estado probabilístico ou POPULACIONAL. Caráter estatístico. Não permite montar tabela 2x2. * CASO CONTROLE: Separa grupos de pesquisa antes do seu início. Amostra selecionada pela presença da doença. AMOSTRAL. Caso: doentes x Controle: sadios. Caso: expostos x Controle: não expostos. Expostos = quem teve contato com o fator de risco. Não expostos = quem não teve contato com o fator de risco. Pesquisador investiga os registros de cada participantes. * TRANSVERSAL: Amostra única representativa da população. Populacional. Dados de doença e exposição coletados num mesmo momento – Fotografia do momento. Toda a amostra será avaliada para identificação de doentes e sadios. * COORTE: Clássica: Amostra única sadia, representativa da população. POPULACIONAL. São acompanhados. https://datasus.saude.gov.br/ Teresa Raquel – Med XV Dados de doença são coletados ao final do período experimental. Pode formar dois grupos de comparação, mas não obrigatoriamente. COORTE HISTÓRICA: amostra única de doentes, sendo analisada de forma profunda "até achar" a causa. Normalmente aplicado ao estudo de doenças novas. * ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO: Objetivo: avalia a eficácia (o quanto que o remédio é bom) no tratamento preventivo e/ou curativo da doença. Também vale para procedimento cirúrgico e exame para confirmação de diagnóstico. Randomização: amostra aleatória. Dividida em grupo de estudo que recebe o teste e grupo controle que recebe o referência ou placebo. POPULACIONAL. ECR é feito mediante comparações. Cegamento: único (participante é cegado), duplo (participante e coletador de dados são cegados) ou triplo (participante, coletador de dados e analisador são cegados). Desenvolvido em três fases: 1ª. LABORATORIAL (químico-física). 2ª. TESTES EM VIVOS NÃO HUMANOS (pode ser células cultivadas). 3ª. EPIDEMIOLÓGICA DE TESTES EM SERES HUMANOS (grupos até população): 1ª ETAPA - 10 a 50 PESSOAS. 2ª ETAPA - 50 a 100 PESSOAS. 3ª ETAPA - 100 a 200 PESSOAS. Tem alguns ECRs que nos permitem testes populacionais, ex.: imunizações específicas. • 4ª FASE – POPULACIONAL (nem sempre existirá). Teresa Raquel – Med XV TOTAL DE EXPOSTOS = A+B TOTAL DE NÃO EXPOSTOS = C+D TOTAL DE DOENTES = A+C TOTAL DE SADIOS = B+D AMOSTRAL: casos-controle – não há uso de coeficiente POPULACIONAIS: transversal, coorte e ecr – uso de coeficiente. • MEDIDA DE ASSOCIAÇÃO = RAZÃO = relação entre dois cálculos previamente realizados. CI = DOENTES NOVOS X K (100) / POPULAÇÃO. RR = CI expostos / CI não expostos RR: AX100/A+B / CX100/C+D Teresa Raquel – Med XV • TRANSVERSAL (POPULACIONAL): CP expostos = DOENTES EXPOSTOS (A) X 100 / POPULAÇÃO EXPOSTA (A+B) CP não expostos = DOENTES NÃO EXPOSTOS (C) X 100 / POPULAÇÃO EXPOSTA (C+D) RP = CP expostos / CP não expostos RP: AX100/A+B / CX100/C+D • CASO-CONTROLE (AMOSTRAL): RAZÃO DOS PRODUTOS DISTINTOS OU CRUZADOS OR = A X D / B X C * FÓRMULAS POR TIPO DE ESTUDO: OR - CASOS-CONTROLE RP - TRANSVERSAL RR ou RI - COORTE e ECR Exemplo: EXPOSTOS (TRANSFUSÃO) = A+B = 2000 NÃO EXPOSTOS (NÃO TRANSFUSÃO) = C+D = 5000 A+B = 2000 - 200 DOENTES (A) C+D = 5000 - 5 DOENTES (C) B = 1800 SADIOS EXPOSTOS D = 4995 SADIOS NÃO EXPOSTOS Teresa Raquel – Med XV Tabela: SIM - 200 (a) | 1800 (b) | total: 2000 NÃO - 5 (c) | 4995 (d) | total: 5000 Legenda: a= expostos doentes b= expostos não doentes c = não expostos doentes d = não expostos não doente INTERPRETAÇÕES: 1 = RELAÇÃO NULA. >1: É CAUSA (É ----- VEZES MAIOR O RISCO (ECR, COORTE ou TRANSVERSAL) ou CHANCE (CASO-CONTROLE) DA DOENÇA NOS EXPOSTOS. <1: É CAUSA (É ----- VEZES MENOR O RISCO (ECR, COORTE ou TRANSVERSAL) ou CHANCE (CASO-CONTROLE) DA DOENÇA NOS EXPOSTOS. * Observação: PARA ECR: quanto mais distante (menor) de 1 for o resultado da razão, mais eficaz será o tratamento. PARA OS OUTROS ESTUDOS: quanto mais distante (maior) de 1 for o resultado da razão, maior é a causalidade Teresa Raquel – Med XV QUESTÕES SOBRE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS ANALÍTICOS: Questão1. Assinale as características de um estudo de coorte: a) Estudo observacional. Uma amostra da população forma o grupo controle. b) Estudo experimental. Feito no momento. Não é bom para investigações para se conhecer a causa. c) Estudo observacional. Conjunto de indivíduos sem a doença. São acompanhados para se comparar a ocorrência da doença em cada grupo. d) Estudo experimental. Conjunto de indivíduos sem a doença. São acompanhados para se comparar a ocorrência da doença em cada grupo. OBS: NA COORTE NÃO É NECESSÁRIO A FORMAÇÃO DE GRUPO CONTROLE. ELE É POSSÍVEL, MAS NÃO OBRIGATÓRIO. Questão 3. Foi realizado um estudo para verificar a possível associação entre alcoolismo e CA gástrico em pacientes do HUB. Em 300 pacientes com CA gástrico 30 eram casos de alcoolismo crônico. Entre outros 500 pacientes internados no HUB por outras causas haviam 50 alcoolistas crônicos. Identifique o tipo do estudo e calcule se pertinente, as medidas de frequência e associação e interprete os resultados. Questão 4. Dois mil adultos com alto risco de contrair hepatite B concordaram em participar de uma pesquisa para uma nova vacina. Por sorteio foram separadosem 2 grupos iguais. Ao final da investigação foram constatados 10 casos de hepatite B nos vacinados e 50 nos não vacinados. Qual o risco de contrair Hepatite B se vacinado e se não vacinado? Essa vacina deve ser comercializada? Por quê? Teresa Raquel – Med XV Questão 5. Todos os adultos da área de abrangência do PSF foram examinados. Entre os resultados havia os seguintes: 40 pessoas com sorologia positiva para toxoplasmose sendo que 4 eram desnutridas. Dentre outras 100 pessoas com sorologia negativa para toxoplasmose 10 eram desnutridas. Identifique o tipo de estudo e calcule se pertinente, as medidas de frequência e associação e interprete os resultados. Questão 8. Identifique o tipo de estudo para cada um: I. Langman et al. (Int J Rare Dis 1993; 68:627-36) mostraram que a incidência internacional de câncer do reto independe do consumo per capita de carne bovina por país. ---- PER CAPITA (DADOS SECUNDÁRIOS) – ECOLÓGICO. II. Pinkman et al. (Br J Cancer 1995; 24:122-3) observaram associação positiva (OR=1,25; IC95%:1,05-3,44) entre câncer do reto e consumo individual de carne bovina estudando 200 pessoas com essa doença e 600 pessoas sem essa doença. ---- CASO-CONTROLE (OR). III. Os autores utilizando informações nutricionais de mais de 15 anos de 50 mil pessoas saudáveis, relataram associação negativa (RR=0,85; IC95%: 0,77-0,99) entre consumo individual de carne bovina e câncer do reto. ----- COORTE.
Compartilhar