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Via Aérea Cirúrgica

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Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 
Via Aérea Cirúrgica 
 
➔ Toda via aérea que não conseguimos obter diretamente, deve ser realizada através 
de um procedimento cirúrgico; 
➔ Dois espaços principais para realização de acesso à via aérea na região cervical: 
✓ Membrana Cricotireóidea ​(membrana que fica entre as cartilagens tireóide e 
cricóide)​; 
✓ Traquéia. 
○ Esses dois pontos são escolhidos pois são os locais em que a via 
aérea é mais próxima da superfície cutânea.] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pontos de maior risco durante a obtenção de via aérea cirúrgica: 
● Lobo da tireóide ​(istmo ou lobo piramidal pode se pronunciar sobre a membrana 
cricotireóidea em algumas pessoas. Lobo direito e esquerdo também podem ser 
volumosos e estarem interpostos entre as estruturas da região cervical na linha 
média na altura em que se deseja fazer o acesso); 
● Veias jugulares anteriores ​(na linha média, geralmente abaixo do subcutâneo e 
antes do m. platisma)​. 
 
Pontos de Reparo: 
➔ Pontos da anatomia superficial, a partir dos quais será escolhido o local da incisão; 
● Proeminência laríngea; 
● Espaço cricotireóideo; 
● Cartilagem tireóide ​(normalmente é a estrutura palpável mais fácil de se 
identificar. Assim que ela termina, logo abaixo, temos a membrana 
cricotireóidea, e, abaixo dela, os primeiros anéis traqueais)​; 
● Traquéia ​(pode ser palpável em indivíduos mais magros)​. 
 
Procedimentos: 
★ Cricotireoidostomia: Incisão é realizada em cima da membrana cricotireóidea; 
★ Traqueostomia: Incisão é realizada em cima da traquéia, geralmente pelo 3º - 4º 
anel traqueal, logo abaixo da glândula tireóide (pode não ser palpável através da 
superfície cutânea). 
 
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Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 
Traqueostomia: 
➔ Indicações: 
○ Obstrução de vias aéreas superiores (mais frequente); 
✓ Anomalias congênitas; 
✓ Corpo estranho em VAS; 
✓ Trauma cervical; 
✓ Neoplasias; 
✓ Paralisia bilateral de cordas vocais ​(rara, mais comum em decorrência 
de cirurgias de tireoidectomia. Os nervos laríngeos recorrentes 
[inervam as cartilagens aritenóides, as quais movimentam as cordas 
vocais], têm relação íntima com os lobos direito e esquerdo da tiróide, 
assim, nas tireoidectomias totais existe o risco de que esses nervos 
sejam lesados, podendo parar de funcionar temporária ou 
definitivamente)​. 
○ Intubação orotraqueal prolongada ​(traqueostomia é um procedimento menos 
danoso do que a presença do tubo orotraqueal por longo período - acima de 
7, 10 dias. Pacientes com traqueostomia podem ser acordados, fazer 
fisioterapia, falar, comer, etc, diferente dos com intubação orotraqueal, que 
necessitam ficar sedados)​; 
○ Edema devido à queimaduras, infecções ou anafilaxia ​(edema impede a 
passagem do tubo para realização de intubação orotraqueal)​; 
○ Tempo prévio ou complementar a outras cirurgias bucofaringolaringológicas 
(ex.: pacientes que necessitam passar por cirurgias de grande porte para 
retirada de neoplasias, comum em pacientes com tumor de laringe)​; 
○ Facilitar a aspiração das secreções das vias respiratórias baixas; 
○ Síndrome de apnéia hipopnéia obstrutiva do sono. 
 
Técnica: 
1. Posicionamento correto do paciente (hiperextensão cervical); 
2. Definição do local da incisão (geralmente se palpa a cartilagem tireóide e, 2 - 3cm 
abaixo, onde, a princípio, já não há mais glândula tireóide, marca-se o ponto da 
incisão); 
➢ Após, o procedimento prossegue como qualquer outro. 
3. Antissepsia; 
4. Colocação de campos; 
5. Infiltração com anestésico local (se o paciente já não estiver sedado); 
6. Incisão (mediana e transversa, expõe melhor os tecidos profundos); 
7. Dissecção dos tecidos celulares subcutâneos - TCSC (tecidos moles do pescoço); 
8. Divulsão da musculatura na rafe mediana; 
9. Isolamento da traqueia; 
➢ Cuidado com o istmo da tireóide. 
10. Abertura da traqueia (2º ao 4º anel. Tipos de incisões: Cruz, U, T invertido, H, 
ressecamento do anel); 
11. Inserção da cânula; 
12. Posicionamento da cânula; 
13. Insuflação do Cuff; 
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Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 
14. Revisão da hemostasia; 
15. Reparo de bordas; 
16. Fixação da cânula; 
17. Curativo 
 
Complicações: 
❖ Precoces: 
○ Sangramento por HAS, tosse, etc; 
○ Obstrução por sangue e secreção; 
○ Traqueíte; 
○ Infecção; 
○ Deslocamento do tubo com falso trajeto; 
○ Enfisema subcutâneo; 
○ Atelectasia por tubo inapropriado 
❖ Tardias: 
○ Lesão tardia de grandes vasos; 
○ Traqueomalácia (destruição das cartilagens dos anéis traqueais); 
○ Estenose traqueal; 
○ Fístula traqueoesofágica; 
○ Distúrbio de deglutição; 
○ Granuloma com efeito de válvula. 
 
Cricotireoidostomia: 
➔ Procedimento que deve ser reservado para situações em que a obtenção da via 
aérea cirúrgica é temporária e não definitiva; 
➔ Cirurgicamente, é mais simples de realizar do que a traqueostomia; 
➔ Indicações: 
○ Via aérea difícil (“Situação clínica na qual um anestesiologista 
convencionalmente treinado, vivencia dificuldades na ventilação com 
máscara facial da via aérea superior, dificuldade na intubação traqueal ou 
ambos”); 
○ TCE; 
○ Trauma maxilo-facial; 
○ Politrauma; 
○ Obstrução respiratória por corpo estranho, angioedema e outros. 
➔ Contraindicações: 
○ Tumor laríngeo; 
○ Crianças menores de 12 anos (via aérea infantil é muito pequena, 
cricotireoidostomia pode lesar o aparelho vocal e provocar estenoses e 
granulomas); 
○ Infecção laríngea; 
○ Trauma laríngeo. 
 
Técnica Aberta: 
➢ Mais frequente, se assemelha muito à técnica da traqueostomia. 
3 
Técnica Cirúrgica e Anestésica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 
➢ Não necessita, a rigor, realizar hiperextensão cervical. Paciente em decúbito dorsal 
a membrana cricotireoidea já está acessível para manipulação; 
1. Antissepsia; 
2. Colocação de campos; 
3. Palpação da cartilagem cricóide; 
4. Incisão horizontal; 
5. Dissecção do TCSC; 
6. Abertura e divulsão da membrana cricotireóidea; 
7. Passagem da cânula (mais fina); 
8. Insuflação do Cuff; 
9. Revisão da hemostasia; 
10. Fixação da cânula. 
 
Complicações: 
❖ Precoces: 
○ Sangramento por HAS, tosse, etc; 
○ Obstrução por sangue e secreção; 
○ Infecção; 
○ Deslocamento do tubo com falso trajeto; 
○ Enfisema subcutâneo; 
○ Atelectasia por tubo inapropriado. 
❖ Tardias: 
○ Estenose subglótica (3% - 30%); 
○ Distúrbio de deglutição; 
○ Granuloma com efeito de válvula. 
 
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