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UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Problema 3 Conteúdo Diarreia, síndrome diarreica e classificações Fisiopatologia da diarreia crônica e obstipação intestinal Diagnostico diferencial das síndromes diarreicas Manejo e investigação da diarreia Problema 3 – Fechamento Fisiopatologia e diagnostico da síndrome do intestino irritável Tratamento da síndrome do intestino irritável Análise do caso Diarréia Os eletrólitos e os fluidos são absorvidos tanto no delgado quanto no cólon. Nutrientes são absorvidos pelo Intestino delgado É composto pelo duodeno, jejuno e íleo. A principal função deste segmento do tubo digestivo é a absorção dos nutrientes, fluidos e eletrólitos. As vilosidades representam a superfície absortiva do intestino delgado, enquanto as criptas contêm as células secretoras. O epitélio intestinal é do tipo cilíndrico simples, contendo os enterócitos: células colunares prismáticas, cuja membrana plasmática da superfície luminal contém microvilos. O duodeno é totalmente retroperitoneal, ao passo que o jejuno demarca a entrada do intestino delgado no interior do peritônio. Jejuno: 1/3 proximal Íleo: 2/3 distais Cólon 1,5m de comprimento Composto por enterócitos Sem vilosidades Reabsorve eletrólitos, molda as fezes e controla as evacuações Absorção de sódio (1) nutriente-dependente, acompanhando a glicose, a galactose ou os aminoácidos, (2) nutriente-independente. Diarreia: eliminação de fezes amolecidas, de consistência líquida. Vem acompanhado de: Aumento no número de evacuações (>3x dia) Aumento da massa fecal (>200g/dia) A diarreia ocorre quando o balanço entre absorção e secreção de fluidos pelos intestinos (delgado e/ou cólon) está prejudicado, por redução da absorção e/ou aumento da secreção. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: INCONTINENCIA FECAL Perguntando ao paciente com que frequência ele tem perda involuntária de fezes... Se a reposta for SEMPRE, pode-se dizer que existe uma incapacidade em reter as fezes Classificação Duração: 1- Diarreia aguda (< 2 semanas) 2- Diarreia protraída ou persistente (entre 2-4 semanas) 3- Diarreia crônica (> 4 semanas) Origem: Na diarreia “alta” (proveniente do intestino delgado), os episódios diarreicos são mais volumosos. O cólon saudável só consegue aumentar sua absorção de líquidos para um máximo de 4 litros/dia. Se o volume de fluido proveniente do delgado estiver acima desse valor, o paciente terá diarreia. Na diarreia “baixa” (proveniente do cólon), as evacuações são em pouca quantidade, mas muito frequentes e ainda associadas a tenesmo (desconforto ao evacuar) e urgência fecal, sintomas clássicos de irritação do reto. Se o problema for exclusivo do cólon, o total de líquido eliminado não excede 1,5 litros... UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Mecanismo fisiopatológico 1. Diarreia osmótica: Existe alguma substância osmoticamente ativa e não absorvível pelo epitélio intestinal. Que uma quantidade maior de água obrigatoriamente será retida na luz do tubo digestivo (equilibrando a osmolalidade de seus conteúdos inabsorvíveis com a do meio extracelular, a qual está em torno de 290 mOsm/L). a. Cessa com o jejum b. Não há diarreia noturna, ao contrário das secretórias c. Sódio e potássio reduzido nas fezes (absorção está intacta) 2. Diarréia secretória não invasiva: Algum fator, geralmente uma toxina, droga ou substância neuro-hormonal, está estimulando a secreção ou inibindo a absorção hidroeletrolítica pelo epitélio intestinal. Pode ser uma diarreia “alta” ou “baixa”, ou as duas ao mesmo tempo. a. Não cessa com o jejum b. Muito Na e k nas fezes c. Baixo gap osmolar fecal 3. Diarreia invasiva ou inflamatória: Decorrente da liberação de citocinas e mediadores inflamatórios por lesão direta da mucosa intestinal (enterite, colite ou enterocolite), o que estimula a secreção intestinal e o aumento da motilidade. O marco deste tipo de diarreia é a presença de sangue, pus e muco nas fezes, podendo ser chamada de disenteria. Pode ser infecciosa ou não infecciosa (ex.: doença inflamatória intestinal). a. EAF (Elementos Anormais nas Fezes) avalia a presença de sangue, pus e muco nas fezes b. Lactoferrina fecal aumentada (marcador de ativação leucocitária) 4. Diarréia + Esteatorréia: síndrome disabsortiva a. Origem intestino delgado b. Principais exemplos: doença celíaca, Espru tropical, doença de Crohn, doença de Whipple, giardíase, estrongiloidíase, linfangiectasia, linfoma intestinal. c. Fisiop. Mecanismo secretório colônico (“diarreia dos ácidos graxos”), o mecanismo osmótico da má absorção de carboidratos dissacarídeos e a própria massa lipídica fecal 5. Diarreia funcional: hipermotilidade intestinal, como na SII e na diarreia diabética UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO DIARREIA AGUDA DURA MENOS QUE 2 SEMANAS COMPONENTE INFECCIOSO PODE APRESENTAR TBM COMPONENTE FARMACOLOGICO, TOXINAS, ISQUEMIA,DII LEVES (3-7 EVACUAÇÕES DIA) PERDA MENOR QUE 1 LITRO PODE SER GRAVE – 20X DIA + MAIS DE 5L DE PERDA (CÓLERA) As diarreias agudas inflamatórias geralmente afetam o cólon, manifestando-se com diarreia de pequeno volume e múltiplos episódios ao dia, além de dor no quadrante inferior esquerdo do abdome, tenesmo e urgência fecal (sinais de “irritação” do retossigmoide) As diarreias agudas não inflamatórias geralmente afetam o delgado, manifestando-se com diarreia de grande volume, poucos episódios e dor periumbilical, não raro sendo acompanhadas pelos demais sinais e sintomas que constituem a síndrome de gastroenterite aguda. Não precisa de inestigação etiológica Não indica tratamento especifico UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Tratamento 1. Dieta: alimentos de digestão fácil. 2. Hidratação Oral ou intravenosa 3. Agentes antidiarreicos (só em casos de diarreia aguda não inflamatória) 1.Racecadotril (Tiorfan®): 100 mg VO 8-8h. 2.Loperamida (Imosec®): 4 mg de “ataque” seguido de 2 mg VO após cada evacuação, até um máximo de 16 mg/dia. 3.Subsalicilato de Bismuto (Pepto-Bismol®): 30 ml VO 6- 6h. 4. Probióticos 5. Antimicrobianos Diarreia crônica + que 4 semanas Primeira conduta -> definir a classificação fisiopatológica D. osmótica Soluto não absorvível na luz intestinal Sintomas desaparecem após o jejum... e retornam após alimentação - Gap osmolar > 75-125 mOsm/L Causado por: o Uso de laxativos à base de magnésio, fosfato ou sulfato. o Deficiência de lactase (intolerância à lactose) primária ou secundária – neste caso, a diarreia é precipitada pela ingestão de laticínios. o Ingestão de quantidades expressivas de sorbitol, presente em certos doces e gomas de mascar. o Uso de lactulose ou manitol oral. Diarreia secretória Substancias que estimulem a secreção intestinal Gap osmolar fecal é normal (50) Síndrome Carcinoide A síndrome carcinoide é resultado da produção de serotonina e outros mediadores por um tumor carcinoide, derivado de células neuroendócrinas. A síndrome é caracterizada por diarreia secretória, episódios de rubor facial e taquicardia, broncoespasmo e fibrose das valvas do coração direito Carcinoma Medular de Tireoide A diarreia faz parte do quadro clínico de 30% dos pacientes com CMT, e a substância que determina a hipersecreção intestinal é a calcitonina. Síndrome disabsortiva Má absorção de carboidratos e ácidos graxos Perda ponderal Deficiência nutricional As fezes são oleosas, grudam ou boiam no vaso, e são mal cheirosas. A esteatorreia é confirmada pelo método quantitativo (>6-7 g/24h de gordura, medido pela coleta de fezes em 72h após uma dieta contendo 100 g de gordura) ou qualitativo (teste do Sudam III). Exame microscópico com corante Sudam III. Trata-se de um teste de triagem mais simples, com boa correlação com a dosagem na investigação da esteatorréia Causa mais comum de diarreia osmótica crônica Flatulência e cólica associadas pH fecal< 5,5 UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO 4- Diarreia invasiva ou inflamatória São doenças inflamatórias ou infecciosas que acometem o delgado ou o cólon, inibindo a absorção (lesão da mucosa) e estimulando a secreção (pelas citocinas e outros mediadores). Os pacientes apresentam febre, dor abdominal, perda ponderal e, algumas vezes, muco e sangue nas fezes. As principais causas são: amebíase, doença inflamatória intestinal, enterite eosinofílica, alergia à proteína do leite de vaca (“APLV” – comum em crianças pequenas), colite colágena e enterite actínica. Com exceção da amebíase, a maioria desses pacientes apresenta exame de fezes positivo para leucócitos fecais ou lactoferrina. O hemograma pode mostrar leucocitose ou eosinofilia. Diarreia funcional SII Fezes mais moles e aumento da frequencia Sem episódios noturnos A maioria intercala períodos de diarreia cm constipação Apresenta cólica associada \ Devem ser solicitados, além do hemograma e bioquímica plasmática, um exame de fezes completo, com parasitológico (3 amostras + pesquisa de antígenos de Giardia e Ameba), EAF e gordura fecal (método quantitativo ou qualitativo). A dosagem dos eletrólitos fecais (cálculo do gap osmolar fecal) e a determinação do pH fecal podem ser úteis (como vimos anteriormente). Nos imunodeprimidos, é fundamental pes- quisar agentes oportunistas como: Cryptosporidium parvum, Isospora belli, Microsporidia e Mycobacterium avium. UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Síndrome do intestino irritável Dor abdominal crônica ou recorrente associada a alterações nos hábitos intestinais na ausência de lesões orgânicas detectáveis. 25 – 50% as consultas gastroenterológicas 10 – 20% dos adultos em países industr. Segunda causa mais frequente de absenteísmo ao trabalho Mais comum em mulheres (3x) Acomete qqr idade, mas + comum em jovens Prevalência aumenta de comorbidades psiquiátricas Diarreia ou constipação funcional + Dor = SII Paciente que preencha todos os critérios para SII, mas que não apresente dor, é considerado portador de diarreia ou constipação funcional Fisiopatologia: Desconhecida mas pode envolver a participação conjunta de três alterações do TGI: 1. Motilidade acelerada ou retardada 2. Hipersensibilidade visceral com diminuição do limiar para percepção da distensão mecânica. 3. Processamento sensorial alterado no SNC (mais sensível a dor visceral) Hiperalgesia Visceral Não existe padrão da dismotilidade intestinal em pacientes com SII, mas a gente consegue perceber em alguns padrões de: Pacientes com SII são frequentemente neuróticos, ansiosos ou deprimidos em comparação a outros pacientes. Período de estresse coincide com o aparecimento dos sintomas Alterações no processamento das informações sensitivas do TGI no SNC A SII é particularmente frequente em pessoas com história de abuso sexual durante a infância. De onde vem a dor? Contrações absolutamente fortes da musculatura intestinal lisa ou da sensibilidade indevida à distensão do intestino. Eles apresentam aumento da percepção da quantidade intestinal de gases, e não aumento necessário de gases. SII e Gastroenterite bacteriana 20% dos pacientes com SII associam o início dos sintomas a um quadro prévio de gastroenterite 20 – 30% dos portadores de gastroenterite bacteriana aguda desenvolve sintomas persistentes compatíveis com SII O risco para SII entre quem já teve um quadro de gastroenterite bacteriana é 14x maior Manifestações clínicas: Dor ou desconforto abs recorrente Alterações no hábito intestinal Outros sintomas do TGI: Distensão abdominal, flatulência, refluxo gastroesofágico, disfagia, náuseas, vômitos, saciedade precoce e dor torácica não cardíaca. Extraintestinais: disfunção sexual, dispareunia, dismenorreia, disúria/polaciúria, lombalgia, fibromialgia, hiper-reatividade brônquica, cefaleia crônica, disfunção psicossocial. Cólica: sintoma + comum Constipação: < 3 evacuações por semana (fezes endurecidas e formato alterado) Diarreia é liquida ou líquido-pastosa com muco em 50% dos casos e menos de 200g dia (pseudodiarreia) UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO OBS.: muitos dos sintomas listados podem ser ocasionados pela intolerância a lactose já que pode existir quadros de pacientes com SII e intolerância a lactose Exame físico Imprescindível para afastar causas orgânicas Paciente apresenta-se um pouco ansioso Pode ocorrer a presença de um sigmoide palpável por conta das fezes e um pouco doloroso Fora isso, paciente BEG, sem evidencia de doença orgânica. Diagnóstico Identificar a síndrome típica + exclusão de outras causas orga Para excluir outras patologias, alguns exames complementares podem ser solicitados de acordo com as características clínicas de cada caso. Paciente que preenche os critérios e não apresente sinais de alarme, eu não preciso fazer exames complementares. Diagnosticos diferenciais: Diarreia funcional, IntolerÂncia a lactose, doença diverticular, ulcera duodenal, doença do trato biliar, Parasitose Intestinal (Giardíase, Amebíase) Gastroenterite Alérgica Doença de Crohn / Retocolite Ulcerativa Pólipos Neoplasias de Cólon, Enteropatia Isquêmica, Hipotireoidismo, Hipertireoidismo, Hiperparatireoidismo, Doença Celíaca Tratamento 1. Medidas de suporte Assegurar a benignidade da doença Medidas comportamentais: Praticar atividades físicas; evitar o tabagismo e o álcool; ter refeições regulares; diminuir fatores geradores de estresse; evitar o trabalho em sistema de plantão. 2. Mudanças dietéticas: Cafeína, alimentos gordurosos e alimentos ricos em carboidratos pouco absorvidos, porém “fermentáveis” devem ser evitados. 3. Tratamento farmacológico: as medidas iniciais promovem bons resultados em 2/3 dos pacientes, então uso de fármaco só em casos graves e refratários. Antiespamódicos: interrompem os espasmos ou contrações dos órgãos abdominais. Reduzem o reflexo gastrológico, diminuindo a dor e a diarreia pós-prandiais. São indicados para melhorar a dor em cólica: Hioscina Escopolamina Brometo de pinavério. Antidiarreicos: indicados para os casos de diarreia refratária às medidas dietéticas. Utiliza-se a loperamida (Imosec) ou o difenoxilato (Lomotil). Anticonstipantes: diversos laxantes osmóticos, como lactulose e sorbitol, aumentam a produção de flatos e promovem distensão abdominal, o que costuma ser mal tolerado por portadores de SII... O polietilenoglicol 3350 (Miralax) é um laxante osmótico que não apresenta este inconveniente. Antagonistas do receptor 5-HT3 de serotonina: reduzem a hipersensibilidade e a motilidade do tubo digestivo, sendo úteis para combater os sintomas de dor abdominal e diarreia da SII. Ondasetron, alosetron Psicotrópicos: pacientes com queixas predominantes de dor abdominal podem se beneficiar de baixas doses de antidepressivos tricíclicos (ex.: amitriptilina, desipramina, nortriptilina), agentes considerados “moduladores da dor UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO visceral”, independente da coexistência de algum distúrbio psiquiátrico. Probióticos: ao modificarem a microbiota intestinal, tais agentes promoveriam uma diminuiçãona produção entérica de gás, reduzindo, em alguns pacientes, a distensão intestinal e os sintomas decorrentes da hipersensibilidade visceral. Antifisético: seu uso é controverso. 4. Psicoterapia a terapia cognitivo-comportamental, hipnose, técnicas de relaxamento, biofeedback e ludoterapia. UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Obstrução intestinal Conteúdo do intestino, tanto delgado quanto grosso, não consegue progredir até o reto, impossibilitando sua eliminação do organismo. A obstrução pode ser funcional, secundária a uma fisiologia intestinal anormal, ou por uma obstrução mecânica do interior ou exterior do intestino. Esse bloqueio pode ser completo ou parcial, no intestino delgado ou no grosso, apresentar sofrimento vascular ou não, e ainda é possível encontrar obstrução em alça fechada, quando existem dois níveis de obstrução e o conteúdo entérico não vai nem para frente nem para trás. Etiologia Mecânica x Funcional Das obstruções mecânicas: 80% ID Fatores de risco • cirurgia abdominal ou pélvica prévia; • hérnia inguinal ou abdominal; • doença inflamatória intestinal; • história ou risco aumentado para neoplasia; • radioterapia prévia; • história de ingestão de corpo estranho. Obstrução funcional: Íleo paralítico condição muito comum na pratica clínica. Paciente não elimina gazes e nem fezes e não possui nenhuma obstrução. Pode apresentar náuseas, vômitos, distensão abdominal, dor imprecisa e não tipo cólica como na obstrução mecânica, peristalse e ruídos abdominais diminuídos ou ausentes. Causas: pós-laparotomias, distúrbios eletrolíticos, drogas, processos inflamatórios intra-abdominais, hemorragias retro-peritoneais, isquemia intestinal e sepse. Fisiologia obstrutiva Na obstrução intestinal mecânica ocorre a distensão proximal da alça, resultante do acúmulo de secreções gastrointestinais e de gás, ao passo que a região distal ao bloqueio descomprime assim que o conteúdo luminal passa. O ar engolido e o gás proveniente da fermentação bacteriana podem acumular, adicionando-se à distensão da alça. Com a continuidade do processo, o intestino torna-se edematoso, a função de absorção normal é perdida e o fluido é sequestrado para dentro do lúmen. Inicialmente, essa distensão estimula a peristalse reflexa abaixo do ponto de oclusão, a qual diminui progressivamente até a completa estagnação do movimento intestinal. Conforme a distensão se torna mais grave, a pressão hidrostática interna aumenta até o ponto de compri- mir ductos linfáticos e vênulas da mucosa, diminuindo a perfusão para a parede intestinal. Se a perfusão a um segmento de intestino é insuficiente para satisfazer as necessidades metabólicas, ocorre isquemia, resultan- do, eventualmente, em necrose e perfuração, a menos que o processo seja interrompido.14 Há, pelo quadro edematoso, perda de líquido para o terceiro espaço, gerando quadro de desidratação e hipovolemia. Se a obstrução é proximal, a desidratação pode estar acom- panhada de hipocloremia, hipocalemia e alcalose me- tabólica secundários a vômitos contendo suco gástrico. Quadro clínico História + exame físico detalhado como sempre Dor abdominal periumbilical em cólica Obstruções altas: náuseas e vômitos Pode apresentar taquicardia e hipotensão Desidratação Febre (em casos de estrangulamento) Abs distendido Dor abdominal leve, se or localizada ou defesa, provável peritonite ou estrangulamento Ruidos hidroaéreos de alta frequência, sons metálicos UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Diagnóstico Exame clínico é imperativo. Assim, os exames complementares apenas confirmam o diagnóstico, podendo-se utilizar análises clínicas, exames radio- lógicos, endoscópicos e tomográficos. 1. Exames laboratoriais: hemograma completo e eletrólitos, incluindo ureia e creatinina. Avaliar leucoocitose, avalia (indica patologia específica). Amilase muitas vezes elevadas. Nas fases iniciais, os exames podem vir sem alterações 2. Raio X: escala das alças de intestino delgado dilatadas com níveis hidroaéreos As radiografias também podem demonstrar a causa da obstrução obstrução total, haverá ausência de ar no cólon e no reto 3. Estudo endoscópico: A retossigmoidoscopia pode diagnosticar tumores baixos ou presença de volvo de sigmoide e permite avaliar condições de viabilidade da mucosa colônica 4. USG 5. TC - A tomografia computadorizada nas obstruções colônicas pode identificar massas, assim como permitir estadiar as lesões com grande precisão, e é mais eficaz que o enema opaco na visualização dos segmentos colônicos à montante da lesão obstrutiva, podendo, ain- da, determinar o nível da obstrução Tratamento a conduta operatória depende da causa, da localização da obstrução e da gravidade do quadro obstrutivo. O tratamento da obstrução intestinal é, em sua maioria, cirúrgico. No entanto, a obstrução parcial do intestino delgado pode ser objeto de conduta expectante, contanto que seja mantida a eliminação de fezes e gases. O tratamento conservador deve ser associado às medidas iniciais que consistem em hidratação, sondagem vesical de demora para monitorar o débito urinário e colocação de sonda nasogástrica, que proporciona conforto ao paciente e evita aspiração pulmonar. Antibióticos de largo espectro devem ser utilizados profilaticamente.
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