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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA INTRODUÇÃO: · É uma doença crônica não transmissível com níveis elevados e persistentes de pressão arterial (PA) com aumento de risco cardiovascular. ETIOLOGIA: · Primária: · 90 - 95% → maior parte dos casos · Predisposição genética · Secundária: · 5 a 10% · A pessoa tem alguma doença base que acaba desencadeando a HAS, as principais são: → Apneia do sono - comprovação diagnóstica com a polissonografia e tratamento com o CPAP. → Estenose da artéria renal - comprovação com angiografia e estabilização do quadro com a colocação de um Stent (dilatação da artéria). → Na secundária, ao controlar a doença de base, na maioria dos casos, há uma melhora do quadro de HAS, porém nem sempre. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: · Doença assintomática → não existe sintoma, logo não pode falar que dor de cabeça, dor na nuca significa PA alta. · Pode ter lesão de órgão alvo → Fase avançada da doença (HAS a longo prazo leva a complicações) · Coração → HVE (hipertrofia do ventrículo esquerdo), ICC, Coronariopatia → É importante solicitar um ECG e ECO. · Cérebro → AVC (geralmente os de origem hipertensiva tendem a ser mais hemorrágico → aumento da pressão leva a um rompimento do aneurisma. Porém, existe também decorrente da hipertensão relatos de AVC isquêmico → hipertensão pode levar a uma arritmia cardíaca, consequentemente o coração não vai bombear corretamente (só vibra), com isso leva a formação de trombos e posteriormente esse pode se deslocar e chegar até o cérebro causando um AVC isquêmico). · Retina → Retinopatia hipertensiva → Solicitar Fundoscopia (exame de fundo de olho) · Rim → Nefropatia hipertensiva → Analisar função renal (Uréia, creatinina e urina I). CLASSIFICAÇÃO: *Para ser hipertenso → Maior ou igual a 140x90! Sempre vai ser sistólica ou diastólica, ou seja, sempre vai considerar a mais alta para classificar o estágio. Por exemplo, PA: 130 x 94 → PAS 130 = se encaixa em pré-hipertenso; PAD 94 = se encaixa em HA estágio 1. Com isso, considera a PA mais alta, em que nesse caso seria PAD, assim paciente é classificado como HA estágio 1. Logo, nem sempre a pressão arterial vai estar no mesmo estágio. DIAGNÓSTICO: · Aferir a pressão arterial em duas consultas diferentes → Não pode aferir no início e final da consulta, precisa ser em duas consultas diferentes para fechar o diagnóstico. · Para fechar o diagnóstico de HAS → PA no consultório > ou = 140 x 90/ Pode pedir também o MAPA (aparelho 24 horas) ou MRPA (pessoa mesmo mede a PA) se for uma PA > ou = 130 x 80 fecha diagnóstico · Média da PA em 2 consultas → > ou = 140/90 mmHg. → Hipertensão do avental branco → PA alta só no consultório, em casa não! → HA em estágio 3 fecha diagnóstico (não precisa do MAPA) - aferição no consultório em momentos diferentes! TRATAMENTO: · Para tratar o paciente é preciso entender em qual sistema os fármacos agem, como por exemplo, SRAA. · Diminuição da PA (hipoperfusão) → Rim libera Renina → A renina é capaz de converter o angiotensinogênio (que é produzido do fígado) em angiotensina I → Angiotensina I é convertida em angiotensina II (através da enzima conversora de angiotensina ECA - que está no pulmão) → Angiotensina II tem ação vasoconstritora quando se liga no receptor AT1 (vasos) aumentando a PA e ação nas supra renais, a qual estimula a liberação de aldosterona e essa retém sódio consequentemente aumenta o volume e por fim aumenta a PA. · INIBIDOR DIRETO DA RENINA (IDR) → ALISQUIRENO (pouco usado, estudos não confirmatórios, alto custo). · INIBIDOR ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA) → CAPTOPRIL, ENALAPRIL. · BLOQUEADOR DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA (BRA) → LOSARTANA · BLOQUEADOR DO RECEPTOR MINERALOCORTICÓIDE (BRM) - ALDOSTERONA → ESPIRONOLACTONA. O SRAA acontece quando a PA está baixa com intenção de aumentar a PA. Pelo fato desse sistema aumentar a pressão arterial é preciso inibir fases desse mecanismo para diminuir essa pressão - não ter vasoconstrição. FATORES DE RISCO: · Os fatores de risco são importantes para avaliar os riscos cardiovasculares do paciente e posteriormente a meta terapêutica. Além do diagnóstico de HAS o paciente pode ter outros fatores de risco associados como: (fatores de risco coexistente na hipertensão arterial) · Sexo masculino → maior risco · Idade: > 55 anos no homem e > 65 anos na mulher · Doença cardiovascular (DCV) prematura em parentes de 1º grau (homens < 55 anos e mulheres < 65 anos) · Tabagismo · Dislipidemia: LDL - colesterol > ou = 100 mg/dL e/ou HDL - colesterol 130 mg/dL e/ou HDL - colesterol < ou = 40 mg/dL na mulher e/ou TG > 150 mg/dL · Diabetes Mellitus · Obesidade (IMC > ou = 30 kg/m²) CLASSIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR: META TERAPÊUTICA: · PA alvo (meta) → < 130/80 mmHg (baixo, moderado e alto) TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO: · Mudança no Estilo de Vida · Dieta → Dieta adequada e saudável, principalmente com restrição sódica · Perda de peso → Manter IMC adequado · Prática de atividade física regular → 150 min/sem (aeróbica) · Cessar tabagismo TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: · 1ª LINHA → BCC, Diurético tiazídico, IECA ou BRA. · Até 3 medicamentos pode-se classificar como 1ª linha de tratamento. · Nunca usar IECA e BRA juntos! Pois, atuam na mesma cadeia (SRAA) - É UM OU OUTRO! · Quando precisar de um 4ª medicamento a escolha é ESPIRONOLACTONA. · 2ª LINHA → BB, Espironolactona, clonidina, hidralazina, furosemida, metildopa. · 2ª linha são medicações utilizadas quando os medicamentos de 1ª não foram eficazes. · Betabloqueador (BB) só é usado com anti-hipertensivo quando o paciente já tem alguma outra comorbidade que necessita de BB, por exemplo, paciente hipertenso e com insuficiência cardíaca/arritmia. · BB nunca por si só vai ser colocado para efeito simplesmente hipertensivo. · Espironolactona é a 4ª droga de escolha. · Clonidina atua no SNC fazendo vasodilatação e diminuição da pressão. · Hidralazina é um vasodilatador direto · Furosemida é um diurético de alça → utilizado em alternativa para o diurético tiazídico - HCTZ (1ª linha). Quando tem uma Cr > 3 (função renal acometida) o HCTZ não funciona como antes, por isso troca pela furosemida. · Metildopa é uma medicação utilizada na gravidez (não pode usar os outros medicamentos pois são teratogênicos). MEDICAMENTOS DE 1ª LINHA: BLOQUEADOR DO CANAL DE CÁLCIO - BCC: NIFEDIPINO, ANLODIPINO e VERAPAMIL. · Bloqueia os canais de cálcio na membrana das células musculares lisas das arteríolas, reduz a disponibilidade de cálcio no interior das células, dificultando a contração muscular e, consequentemente, diminui a resistência vascular periférica (RVP) por vasodilatação, diminuição da PA. · Nifedipino e Anlodipino (disponíveis no SUS) · DAOP (doença arterial obstrutiva periférica) → Melhora claudicação intermitente (vasodilatação). · Achados DAOP: Diminuição de pulso e claudicação intermitente. · Negro → BCC tem boa resposta em pacientes negros. · EA: Edema de MMII (tornozelo). IECA (“prils”)/ BRA: ENALAPRIL, CAPTOPRIL (IECA); LOSARTANA, VALSARTANA (BRA) · IECA → Inibem a enzima conversora de angiotensina I, responsável pela transformação de angiotensina I em angiotensina II (vasoconstritora) - assim, não acontece a vasoconstrição e pela redução da degradação da bradicinina (vasodilatadora - efeito secundário). · BRA → Antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico dos receptores AT1, responsável pelas ações próprias da angiotensina II (vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e da liberação de aldosterona). Não acontece a vasoconstrição pois o receptor foi bloqueado. · IECA e BRA são Nefroprotetores → medicações utilizadas quando o paciente já tem uma nefropatia (é a longo prazo essa nefroproteção). · Escolha para nefropata crônico, diabético não negro e ICC → alteram sobrevida. · EA: IRA, Hipercalemia/Hiperpotassemia (agudo) · TOSSE CRÔNICA → IECA (degradação de bradicinina) - quando o paciente começa a tossir troca o IECA por BRA. · Contraindicações: Não usar se Cr > 3 K >3,5 ou estenose de artéria bilateral. DIURÉTICO TIAZÍDICO → INDAPAMIDA, CLORTALIDONA, HCTZ · Exercem efeito diurético e natriurético. Perdem água e sal na diurese. Redução do volume circulante e extracelular e assim reduzem a resistência vascular periférica (RVP). · O melhor resultado é a Indapamida, porém disponível no SUS é o HCTZ (mais utilizados). · Melhor resultado em negro, no entanto usados em todos. · EA: Hipovolemia, HipoNA, HipoK, HipoMg e HiperUricemia, Hiperglicemia, Hiperdislipidemia. TRATAMENTO: · Mudança do Estilo de Vida (MEV) para todos · Estágio I risco CV baixo → Aguardar 3 meses e indica MEV, não melhorou entrar com medicação. · Estágio I com moderado e alto risco CV → Começa tratar após diagnóstico. · Estágio II e III → Fez o diagnóstico já começa a tratar. Obs: Primeiro tenta a monoterapia e depois se não melhorar inicia dupla terapia. PA: 130-139 x 85-89 de risco CV alto (pré hipertenso mais com alto risco) ou estágio 1 com baixo risco CV 1. MONOTERAPIA → DIU OU BBC OU IECA/BRA OU BB (só se o paciente estiver indicação específica - ICC, pós-IAM, angina, controle da FC, mulhere jovens que pretendem engravidar) · Não atingiu a meta terapêutica (alto risco < 130 x 80 e mod/baixo < 140 x 90) terapia dupla. 2. TERAPIA DUPLA → IECA ou BRA + BCC ou DIU Estágio 1 com moderado/alto risco CV ou Estágio 2 e 3: 1. TERAPIA DUPLA → IECA ou BRA + BCC ou DIU 2. TERAPIA TRIPLA → IECA ou BRA + BCC + DIU 3. TERAPIA COM 4 FÁRMACOS → IECA ou BRA + BCC + DIU + ESPIRONOLACTONA 4. ADIÇÃO DE MAIS FÁRMACOS (> 4) → IECA ou BRA + BCC + DIU + ESPIRONOLACTONA + BB (propranolol, carvedilol) ou Simpatolíticos centrais (Clonidina) ou Alfa Bloqueadores (doxazosina) ou Vasodilatadores (Hidralazina, minoxidil). ESQUEMA PREFERENCIAL DE ASSOCIAÇÃO DE MEDICAMENTOS: OUTROS MEDICAMENTOS: Utilizadas depois das 4 drogas - não são de 1ª linha · AGENTES DE AÇÃO CENTRAL → Clonidina, metildopa (gestante) · VASODILATADORES DIRETOS → Hidralazina (pode induzir um lúpus medicamentosos - like) e Minoxidil (hirsutismo - aumento de pelos) - (nunca em monoterapia) · ALFA BLOQUEADORES → Doxazosina e Prazosina, usada para Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) · INIBIDOR DA RENINA → Alisquireno (pouco usado e alto custo) SEGUIMENTO DO PACIENTE HIPERTENSO: Investigar lesão de órgão alvo. · Ur, Cr, Urina 1 → Nefropatia (RIM) · Ácido Úrico → Hiperuricemia · K → Medicações podem levar a uma hipo ou hipercalemia · ECG → Sobrecarga de ventrículo esquerdo, arritmia (Coração) · Glicemia e hemoglobina glicada → DM · Perfil lipídico → Dislipidemia (aumenta risco cardiovascular) · Fundo de Olho (fundoscopia)→ Retinopatia Hipertensiva.
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