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A cefalometria surgiu a partir da craniometria. Craniometria era feita a partir de medidas do crânio para reconhecimento dos corpos. Também derivados da craniometria, temos os pontos craniométricos. O estudo do crescimento craniano humano foi desenvolvido com um segurador de cabeça chamado de cefalostato por Broadbent (1931), que também publicou sobre o crescimento do crânio sendo considerado o pai da radiografia. Radiografia cefalométrica lateral: O receptor da imagem fica paralelo ao plano sagital mediano e perpendicular ao plano horizontal. O plano de Frankfurt deve estar paralelo ao plano horizontal. O feixe central do raio X incide através das olivas encaixadas no meato acústico externo. O receptor de imagem pode ficar do lado esquerdo (padrão americano) ou do lado direito (padrão europeu) do paciente. É importante que todas as telerradiografias do mesmo paciente sejam feitas com uma padronização do lado do receptor, porque isso muda a interpretação da imagem. A tomada radiográfica lateral é feita com plano de Frankfurt paralelo ao solo, sagital perpendicular ao solo. Ampliação mínima de 7 a 8%, tornando as medidas mais reais possíveis. Temos estruturas mais centrais na face e estruturas bilaterais e isso numa imagem bidimensional, devemos conseguir distinguir as imagens unilaterais das bilaterais. A estrutura que está mais atrás e mais acima é a que está mais próximo ao receptor de imagem. DEFINIÇOES: Cefalometria radiográfica: imagem radiográfica da morfologia do complexo craniofacial em posição padronizada e pré-estabelecida, utilizando um cefalostato (posicionador de cabeça). Telerradiografia: radiografia da cabeça tomada a uma distância pré-determinada (geralmente 1m) que possibilita a minimizar a ampliação da imagem real. Cefalograma: desenho das principais estruturas anatômicas da face onde são feitas medidas lineares e angulares que permitem identificar por comparação a morfologia craniofacial de um determinado indivíduo. No Cefalograma é muito importante conhecer a anatomia radiográfica para marcar corretamente os pontos. É importante saber a anatomia correta para que na hora de fazer o cefalograma seja mais fácil de traçar as estruturas anatômicas, o que vai possibilitar a marcação correta dos ponto craniométricos que são a base dos traçados cefalométricos. Base do crânio: É uma estrutura que não aparece duplicada na radiografia por estar próxima a linha sagital mediana do indivíduo. O contorno é referente a uma parte do osso esfenoide, etmoide e occipital, destacando o contorno da sela túrcica. Nessa estrutura podemos destacar dois pontos: Ponto Sela (S) no centro geométrico da sela túrcica; e o Ponto Básio (Ba) no limite inferior do desenho Osso frontal e nasal: Marcação dos ossos nasais e sua divisão com o osso frontal (estruturas também na linha media-na). Na sutura entre o osso nasal e frontal há o Ponto Násio (N). ANATOMIA RADIOGRÁFICA Cavidade Orbitária: É uma estrutura bilateral difícil de ser marcada corretamente, e é muito importante, pois no ponto mais baixo da base da cavidade orbitária se encontra o Ponto Orbitário (Or). A base da órbita é geralmente mais radiopaca na radiografia. Para facilitar a marcação, podemos marcar o osso zigomático (tracejado), seguindo o contorno dele desde as raízes do 1° molar superior. No formato de U até a parte mais radiopaca superior desse contorno que logo acima é a base da órbita. Não confundir a base da órbita com a área de menos densidade óssea e mais radiolúcida na radiografia, que corresponde a cavidade orbitária. Meato Acústico Externo: O meato auditivo/acústico externo fica posterior ao côndilo. Fazemos a linha do côndilo e marcamos para posterior nesta mesma altura, preferencialmente depois da oliva ou do meato acústico externo. Essa estrutura tem sua visualização dificultada porque é um círculo radiolúcido localizado em uma região muito pneumatizada. Marca-se então o Ponto Pório (Po). Incisivos e molares: Desenhar os primeiros molares superior e inferior (na ausência, traçar os últimos molares em oclusão) a fim de traçar e identificar o plano oclusal. Desenhar os incisivos superiores e inferiores de forma que acompanhamos o canal do dente (pois dá direcionamento da inclinação do dente) e isso é importante pela definição do longo eixo e sua face vestibular. Não precisa ser a anatomia exata do dente, o importante é o plano oclusal e o longo eixo. Deve-se marcar os pontos que correspondem ao plano de oclusão de acordo com a posição dos molares e os pontos do longo eixo dos incisivos. É importante marcar esses pontos ainda com a radiografia abaixo para que na hora de fazer o traçado tenha as referências corretas. Ossos da maxila: É uma estrutura localizada na linha média que corresponde ao contorno interno da maxila. Marcamos a espinha nasal anterior, posterior (para ter uma ideia do plano palatal) e a profundida anterior da maxila, onde é marcao o Ponto A (ponto mais profundo da concavidade anterior desse contorno). Espaço pterigomaxilar: Fica posterior ao túber da maxila e anterior aos processos pterigoideos do esfenoide. Tem forma de gota invertida e é identificada por uma área radiolúcida, logo acima da espinha nasal posterior. Algumas análises utilizam o ponto mais superior e mais posterior desse traçado na avaliação do crescimento anterior da maxila, ao se sobrepor duas radiografias do mesmo paciente. Chamado de Ponto Pterigoideo Vertical (Ptv). Mandíbula: Traçado do contorno externo da mandíbula. Nem sempre é tão fácil de marcar por ser uma estrutura bilateral, mas ao longo de seu contorno temos pontos importantes, Muitas vezes é difícil de ver todo o contorno, mas o importante são os pontos. O ponto mais profundo da sínfise mentoniana é o Ponto B, ponto mais inferior do mento é o Ponto Mentoniano (Me), o mais anterior é o Ponto Pogônio (Pg) e entre os dois o Ponto Gnátio (Gn). Traçando uma linha pela borda posterior do ramo e uma linha pela borda inferior do corpo, a bissetriz do ângulo de encontro dessas linhas origina um ponto próximo ao ângulo da mandíbula chamado de Ponto Gônio (Go). Marca-se também o Ponto D, no centro do mento. É utilizado somente em casos em que os incisivos estão muito lingualizados e alteram muito a posição dos pontos A e/ou B, então usamos o Ponto D como referência. Perfil facial de tecido mole: Fazer o desenho anatômico com o paciente com lábios fechados sem contração. Se ele tiver o habito de contrair fazer com os lábios abertos. Esse traçado é importante ver a posição dos lábios e do mento em relação ao perfil. Marca o Ponto Pogônio Linha (o ponto mais anterior do mento do tecido mole), pontos mais anteriores dos lábios superior e inferior e outro ponto na metade do S do nariz. PONTOS CEFALOMÉTRICOS: Com o fim do traçado e marcação dos pontos, podemos retirar a radiografia debaixo do desenho e usar somente a folha do traçado para realizar a análise. Abaixo, uma imagem com todos os pontos craniométricos marcados. Para fazer o diagnóstico da cefalometria, precisamos utilizar métodos analíticos desses pontos, para que possamos analisar o padrão esquelético e dentário do paciente e avaliar o seu crescimento ósseo e as movimentações dentárias antes, durante e após o tratamento ortodôntico. É muito importante para o diagnóstico da condição do paciente e definição do plano de tratamento. Na UFES utilizamos principalmente medidas da Análise de Downs (1948), Steiner (1953) e Tweed (1953) e as medidas de cada análise serão explicadas mais a frente no resumo. Outras análises podem ser feitas, como: Ricketts (1960), WITS (1975), Wylie (1947), Sassouni (1955), McNamara (1984) e USP/Unicamp. Indicações da análise cefalométrica:Avaliar o crescimento e desenvolvimento da face; auxiliar o diagnóstico das anomalias craniofaciais; acompanhar o tratamento ortodôntico; avaliar os resultados do tratamento ortodôntico; documentação legal. Na análise cefalométrica diferenciamos aonde está o problema. Pois clinicamente não conseguimos definir em qual região atuar. Dessa forma, ela define se alteração é esquelética, dentária ou uma combinação das duas. Identifica se o problema está na maxila ou mandíbula, dentes anteriores ou posteriores. Identifica aonde é o problema no sentido vertical e anteroposterior. Esses resultados são associados aos achados clínicos. ANÁLISES CEFALOMÉTRICAS LINHAS E PLANOS DE REFERÊNCIA: Linhas são formadas pela ligação de dois pontos e planos são formados pela ligação de mais de dois pontos (chamado assim pois liga pontos em estruturas que são bilaterais na imagem). Cada autor toma algumas dessas linhas como referência para fazer a sua análise cefalométrica. - Linha Sela-Násio: liga Ponto Sela ao Ponto Násio, estruturas na linha mediana. Chamado de base anterior do crânio. Usado por Steiner. - Plano de Frankfurt: liga o Ponto Pório ou Ponto Orbitário. Usada pelo Downs e Tweed. É comum errar a posição desse plano, devido a dificuldade de marcar os dois pontos (estruturas bilaterais). - Plano Palatal: liga a espinha nasal anterior com a espinha nasal posterior. Não usa muito. - Plano Oclusal: difícil de marcar devido a subjetivida-de das referências. É para traçar aonde o paciente tem maior numero de dente em oclusão, geralmente no contato dos primeiros molares. - Plano Mandibular (Steiner): liga Ponto Gônio ao Ponto Pogônio. Usado por Steiner. - Plano Mandibular (Tweed): liga Ponto Gônio ao Ponto Gnátio. Usado por Tweed. - Linha Básio-Násio: liga o Ponto Básio ao Ponto Násio. Utilizada por Ricketts. Como vamos utilizar mais de uma análise, vamos dividir as medições em planos de análise: medidas anteroposteriores (mandíbula ou maxila que estão mais para trás ou para frente, ou os dentes que estão inclinados), medidas verticais (direção de crescimento da face e proporção do terço inferior e médio da face), medidas dentárias (posição dos incisivos superiores e inferiores em relação a base óssea) e medidas do perfil facial (relação entre o perfil esquelético e o perfil de tecido mole). MEDIDAS ANTEROPOSTERIORES: Relação das bases ósseas entre si e inclinação mesiodistal dos dentes. Importante para a classifi- cação esquelética (Classe I, II e III) e distinção se o problema é na mandíbula ou maxila ou nos dentes. Isso define aonde vamos atuar, se vai ser no osso (e em qual osso) ou nos dentes. Ângulo SNA Ângulo interno formado pela Linha Sela-Násio e uma linha que liga o ponto Násio com o ponto A. Analisa a posição da maxila no sentido anteroposterior. Esse ângulo, em média, tem 82° (+/- 2°) que corresponde ao posicionamento correto da maxila. Quando é maior que esse valor de referência, quer dizer que a maxila está posicionada mais para anterior (protruída). Quando é menor, a maxila está retraída (deslocada para posterior). (STEINER) Ângulo SNB Ângulo interno formado pela Linha Sela-Násio e uma linha que liga o ponto Násio com o ponto B. Analisa a posição da mandíbula no sentido antero-posterior. Esse ângulo, em média, tem 80° (+/- 2°) que corresponde ao posicionamento correto da mandíbula. Quando é maior que esse valor de refe-rência, quer dizer que a mandíbula está posiciona-da mais para anterior. Quando é menor, a mandí-bula está deslocada para posterior. (STEINER) Esses dois ângulos são importantíssimos para classificação em Classe I, II e III esquelética, pois conseguimos saber se há má posição óssea e se é a maxila ou mandíbula ou as duas que estão erradas. Ângulo ANB Corresponde à diferença entre o ângulo SNA e SNB. É o ângulo entre a linha que liga o Násio ao Ponto A e a linha que liga o Násio ao Ponto B. É idealmente 2° (+/- 2°). Se tiver maior que isso, indica que ou a maxila está mais a frente, ou a mandíbula está mais atrás. Se tiver menor, indica que ou a maxila está mais para trás ou a mandíbula está mais para frente. Os ângulos SNA e SNB determinam aonde está o problema. (STEINER) TRAÇADO CEFALOMÉTRICO AOBO (A-B Ocl) Utilizado de forma similar ao ângulo ANB, essa medida em milímetros é feita a partir da ligação de um linha perpendicular que liga o Ponto A ao Plano Oclusal e outra que liga o Ponto B ao Plano Oclusal. A distância entre essas duas linhas corresponde à medida AOBO. Em média, em indivíduos do gênero masculino tem essa medida de -1mm e feminino tem 0mm. Valor positivo quando A está na frente de B e negativo ao contrário (WITS). Essa medida é muito interessante porque não depende da base do crânio, diferente da ANB que é totalmente dependente. Então se há alguma alteração de inclinação da base do crânio, pode alterar o resultado do ângulo ANB, mesmo que a maxila e mandíbula estejam na posição correta. Com o AOBO isso não acontece porque as medidas estão restritas à maxila e mandíbula e dizem respeito somente à elas. Essa inclinação da face é uma variação anatômica normal, não indica que precisa de nenhum tratamento. Na imagem a seguir vemos que há uma mudança na inclinação da face, que altera o ângulo ANB, mesmo a relação maxilo-mandibular sendo a mesma e estando em normalidade. Um ANB de 8° nesse caso diria que a maxila está muito a frente da mandíbula, mas na verdade a face está inclinada e a maxila está em posição normal com a mandíbu-la. Então o importante é usar os dois, ANB e AOBO. Ângulo SND O ponto D serve de substituto do ponto B, quando ele provavelmente deve estar alterado, como quando há inclinação lingual dos incisivos. Serve também de referência para o crescimento antero-posterior (sagital) da mandíbula, assim como o SNB. O valor normal é 76° a 77° (STEINER). Ângulo Facial (FH.NPg) Esse ângulo também tem o objetivo de avaliar a posição anteroposterior da mandíbula, assim como o SNB e o SND, porém, em relação ao Plano de Frankfurt e não mais a base do crânio (Linha Sela-Násio). É o ângulo formado entre o Plano de Frankfurt e a linha que liga o ponto Násio com o ponto Pogônio. Em média tem 87,8° (varia 82° a 89°). É interessante usar várias análises que tem o mesmo objetivo, mas referencias diferentes para confirmar o diagnóstico. (DOWNS). Todos os ângulos vistos até agora dizem respeito somente a protrusão ou retrusão da maxila e mandíbula (sentido sagital, anteroposterior). MEDIDAS VERTICAIS Avalia a direção do crescimento da face e a proporção do terço inferior e médio da face. Ângulo SN.GoGn Mede a direção de crescimento da face. É o ângulo formado pela Linha Sela-Násio e a linha formada pelos pontos Gônio e Gnátio. Tem uma média de 32° (+/- 2°). Avalia se com o crescimento facial foi para frente e para baixo (normal) ou só para frente ou só para baixo. Quanto maior for o ângulo, mais vertical o crescimento da face e quanto menor for, mais horizontal o crescimento da face. (STEINER) Toda maloclusão com crescimento vertical mais acentuado é muito mais difícil de ser tratada do que uma maloclusão que não tem crescimento vertical facial acentuado. Ângulo FMA Com o mesmo objetivo de avaliar a direção de crescimento da face, esse ângulo utiliza o plano de Frankfurt e a linha que liga os ponto Gônio e Mentoniano. Este tem média de 25°. (TWEED) Eixo Y e Ângulo Y Com o mesmo objetivo ainda, avaliar a direção de crescimento da face, o Eixo Y é o ângulo entre o Plano de Frankfurt e a linha formada entre os pontos Sela e Gnátio (FH.SGn), com média de 59,4° e variação normal de 53° a 66°. (DOWNS) Seguindo a mesma linha de raciocínio, só que usando a Linha Násio-Sela como referência, cria-se o Ângulo Y com a linha que liga os pontosSela e Gnátio (NS.Gn). Este tem média de 67° (+/- 2°). (USP/UNICAMP). Lembrando que as diferentes técnicas para avaliar a mesma coisa são importantes para reafirmar o diagnóstico do padrão de crescimento. Quanto maior o ângulo, mais vertical o crescimento e quanto menor o ângulo, mais horizontal. AFAI Chamada Altura Facial Anterior Inferior, medida em milímetros e relacionada em porcentagem com a AFAS (Altura Facial Anterior Superior). Tem o objetivo de comparar as proporções dos terços faciais. É a proporção do total da altura facial (linha que conecta pontos Násio e Mentoniano = N-Me) e a porção superior e inferior, dividido pelo ponto na espinha nasal anterior. A porção inferior (AFAI) deve ter 55 a 56% do total e a porção superior (AFAS) deve ter 44 a 45% da altura facial total. É medido em milímetros e calculado a regra de três, sendo que os resultados, para que se encontrem em normalidade, devem se encaixar nas proporções descritas acima (WYLIE). Análise de Sassouni Analisa também a direção de crescimento e a altura facial, mas é uma análise mais visual do que numérica. É a análise do comportamento das linhas e planos horizontais da face entre si. A Linha Sela-Násio, Plano de Frankfurt, Plano Palatal e o Plano Mandibular se comportam, na normalidade, de forma em que tenham uma divergência anterior e uma convergência posterior, fazendo com que esses planos se encontrem distantes da face. No entanto quando há um padrão vertical de crescimento, há a tendência que esses planos horizontais da face se encontrem mais próximos da face (principalmente o plano mandibular com o plano palatal), indicando esse crescimento vertical mais acentuado. Uma mordida aberta anterior vista clinicamente pode ser dentária, pela má posição desses dentes, ou pode ser esquelética, pelo crescimento vertical exacerbado. O segundo caso é bem mais complexo MEDIDAS DENTÁRIAS Averiguar a posição dos incisivos superiores e infe- riores, suas relações um com o outro (superior com inferior) e relacionar com a base óssea. Averiguar se o problema é só dentário, se também tem um componente esquelético ou se é só esquelético; e ainda se é superior ou inferior. Ângulo 1/.NA Ângulo formado pelo longo eixo do incisivo supe-rior e a linha que liga os pontos Násio e ponto A. Tem em média 22°. Seu objetivo é saber a inclinação do dente em relação a base óssea maxilar. Se esse ângulo tiver maior, indica que o dente está mais protruido e se estiver menor, está mais retruido. (STEINER) Linha 1/-NA Distância em milímetros, da linha que liga os ponto Násio e A, até a face vestibular do incisivo superior. Em média tem 4mm. Faz-se essa medida porque o dente pode estar em uma inclinação correta em relação a base óssea medida no ângulo 1/.NA, porém pode estar deslocado para anterior ou posterior, estando mal posicionado no sentido sagital na base óssea maxilar. (STEINER) Ângulo /1.NB Ângulo formado pelo longo eixo do incisivo inferior e a linha que liga os pontos Násio e ponto B. Tem em média 25°. Seu objetivo é saber a inclinação do dente em relação a base óssea mandibular. Se esse ângulo tiver maior, indica que o dente está mais protruido e se estiver menor, está mais retruido. (STEINER) Linha /1-NB Distância em milímetros, da linha que liga os ponto Násio e B, até a face vestibular do incisivo inferior. Em média tem 4mm. Faz-se essa medida porque o dente pode estar em uma inclinação correta em relação a base óssea medida no ângulo /1.NB, porém pode estar deslocado para anterior ou posterior, estando mal posicionado no sentido sagital na base óssea mandibular. (STEINER) Ângulo 1.1 Ângulo que mede a relação de inclinação do incisivo superior com o incisivo inferior. Medido pela interseção das linhas dos longos eixos dos dois dentes e em média tem 131°. Se esse ângulo estiver maior, indica que esses dentes estão mais verticais (retruidos), se estiver menor estão mais projetados (protuidos). Pode ser só o superior, só o inferior ou ambos, essa medida não distingue (depende dos ângulos 1/.NA e /1.NB. Ideal sempre fazer mais de uma medida. (STEINER). Triângulo diagnóstico de Tweed (IMPA, FMIA, FMA) Tweed baseou toda a sua análise no incisivo inferior e para isso criou um triângulo com três ângulos distintos, cuja soma resulta em 180°. IMPA: longo eixo do incisivo inferior com o plano mandibular de tweed (Go-Me). Média de 87° FMIA: longo eixo do incisivo inferior com o Plano de Frankfurt (Po-Or). Média de 68° FMA: Plano de Frankfurt com o Plano Mandibular de Tweed. Média de 25° formando o triângulo. Qualquer alteração na inclinação do incisivo inferior ou qualquer alteração na direção de crescimento da face (FMA, visto anteriormete), vai alterar os ângulos internos do triângulo de Tweed. Então, dependendo da direção de crescimento facial, Tweed faz sugestões de como deveria ser a posição do incisivo inferior para que haja um crescimento harmônico. O ideal é que o incisivo esteja inserido na base óssea com angulação IMPA de 87°, como proposto. Porém, variando o FMA, alguns valores variam: - FMA ≤ 20°: ideal é IMPA < 94° - 20° > FMA < 30°: ideal é FMIA 68° - FMA ≥ 30°: ideal é FMIA 65° MEDIDAS DO PERFIL FACIAL Relação do perfil esquelético do paciente com o seu perfil de tecido mole. Nem sempre o perfil esquelético, ou seja, a posição da maxila e mandíbula, transparecem no perfil de tecido mole, o que pode confundir algum diagnóstico e também traze resultados insatisfatórios ao tratamento. Ângulo de convexidade (Perfil Esquelético) Análise do perfil de tecido duro. O ideal é que os pontos Násio, Ponto A e Pogônio estejam mais ou menos no mesmo plano. Liga-se o ponto Násio ao ponto A e o Pogônio ao ponto A e o ângulo é a interseção das linhas. A média e ideal é que essa linhas coincidam e o ângulo seja 0°. Porém, é aceito uma variação de -8,5° a 10°, considerado dentro da normalidade. Quando está fora desses limites de normalidade, Se o ângulo tiver muito negativo haverá uma concavidade esquelética (tendência a Classe III) e se tiver muito positivo, será uma convexidade esquelética (tendência a Classe I e II). Na imagem abaixo o ângulo está negativo dentro da normalidade (DOWNS). Linha S (Perfil do Tecido Mole) O ideal é que o ponto dos lábios superior e inferior estejam alinhados com a linha S (que liga o ponto S no nariz até o Pogônio Linha). O normal é que a distância seja de 0mm, mas é aceitável que seja até 2mm. Se estiver para trás, o perfil de tecido mole parece ser mais côncavo e se os lábios ultrapassarem a linha, o perfil aparente ser mais convexo. Na imagem todos os pontos coincidem a distância é de 0mm. (STEINER) Com essas duas medidas é possível comparar a concavidade e convexidade do perfil de tecido esquelético e de tecido mole, onde todas as variações são possíveis. Essa avaliação nos guia no planejamento de deixar a face mais harmônica. O que vamos fazer com o que analisamos nas medidas encontradas na cefalometria. Em cada categoria abaixo serão descritas as possibilidades de diagnóstico encontrados com as medidas que foram feitas e analisadas. PADRÃO ESQUELÉTICO Em relação a posição anteroposterior da maxila e mandíbula e podemos encontrar: retrusão maxilar, protrusão maxilar, retrusão mandibular, protrusão mandibular, Classe I esquelética, Classe II esque-lética e Classe III esquelética. DIAGNÓSTICO CEFALOMÉTRICO Então dessa forma conseguimos diagnosticar a posição das bases ósseas. Por exemplo, um Classe II esquelética com protrusão maxilar e mandíbula em normalidade; ou com protrusão maxilar e retrusão mandibular. De acordo com as medidas. PADRÃO DENTÁRIO Conseguimos diagnosticar a posição dentária, em relação a análise de inclinação dos incisivos: - Protrusão dentária superior(IS protruidos) - Protrusão dentária inferior (II protruidos) - Retrusão dentária superior (IS retruidos) - Retrusão dentária inferior (II retruidos) - Biprotrusão dentária (IS e II protruidos) - Birretrusão dentária (IS e II retruidos) Dessa forma, conseguimos comparar a posição dentária com a posição esquelética e relacionar tudo isso à maloclusão presente no indivíduo. RESULTANTE DO CRESCIMENTO MANDIBULAR Diz respeito à análise vertical ou à direção do crescimento facial. Possibilidades: - Crescimento (predominantemente) vertical - Crescimento normal (para frente e para baixo) - Crescimento (predominantemente) horizontal - Mordida aberta esquelética - Mordida profunda esquelética - Proporção entre os terços faciais: 1/3 inferior da face aumentado, normal ou diminuído CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE Em relação a posição anteroposterior dos dentes (primeiros molares) e podemos encontrar: Classe I dentária, Classe II dentária e Classe III dentária. Importante comparação com os achados antero- posteriores esqueléticos. PERFIL FACIAL Dizer se o perfil esquelético é convexo, reto ou côncavo e se o perfil de tecido mole é convexo, reto ou côncavo. ANÁLISE DE VIA AÉREA SUPERIOR Devemos medir a largura da naso e orofaringe: 1) Largura da nasofaringe (Linha de McNamara): não deve ser menor que 5mm, pois pode provocar alterações de crescimento na face (e consequente maloclusão) e à apneia do sono. Quanto mais hipertrofiada está adenoide, menor é essa linha. 2) Linha da orofaringe (Linha PAS, espaço aéreo posterior): deve estar entre 5 e 15mm. Quando essa linha está maior do 15mm pode ser uma imagem radiolúcida provoca pela hipertrofia das tonsilas palatinas, que impede a passagem de ar (devemos avaliar clinicamente e fazer a Classifi-cação de Brodsky). ANÁLISE DA IDADE ÓSSEA: VÉRTEBRAS CERVICAIS Buscar saber em qual parte do surto de cresci-mento puberal o paciente se encontra (antes, durante ou após o pico do surto). A forma dessas vértebras apresentam boa relação com o surto de crescimento, como em resumos anteriores. A análise das vértebra antes do pico do surto é importante para definir quando e como agir. A análise da descendência do pico é importante para avaliar o final do crescimento para poder fazer uma cirurgia ortognática ou retirar a contenção de uma expansão, por exemplo. Porém, essa análise da descendência do pico não é confiável tanto quanto a radiografia de mão e punho, pois um indivíduo adulto depois que para de crescer pode se manter no estágio 4 de maturação da vértebra, que indicaria o início do declínio do pico de crescimento. A maioria dos indivíduos nunca passa do estágio 5. OUTRAS POSSIBILIDADES COM CEFALOMETRIA
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