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Desenvolvimento Neuromotor

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Desenvolvimento neuromotor da criança
Puericultura – Celso Eduardo Oliver – 2ªed.
	Desde o nascimento, a criança possui um padrão prévio de reações comportamentais definido pela herança genética e pelas influências intra-uterinas. Essa programação é baseada em uma estrutura cerebral primitiva e sujeita a modificações provenientes de estímulos sensoriais externos e é capaz de evoluir para formas mais complexas de funcionamento, acompanhando o amadurecimento do sistema neurológico. 	
	A estrutura primária, que define comportamentos, reações e emoções, é chamada de inteligência não-verbal. Apesar de ser mais evidente na fase não linguística do lactente, acompanha as pessoas durante toda a vida. 
Noções de histologia e fisiologia cerebral – ao contrário da maioria dos órgãos, que pouca ou nenhuma influência recebem do ambiente externo, o sistema nervoso continua sua evolução após o nascimento, recebendo influências do meio e estruturando a sua arquitetura celular em função dessas influências.
O cérebro é formado por dois conjuntos de células: as células gliais, que fornecem o arcabouço de sustentação, nutrição e metabolismo do órgão e os neurônios, que são responsáveis pela transmissão e processamento das informações codificadas através de impulsos elétricos. Ambos os grupos celulares são derivados da camada germinal.
A partir do sexto mês de vida intra-uterina e estendendo-se por anos após o nascimento, ocorre o processo de organização celular cerebral. Esse processo se inicia com o agrupamento de determinados neurônios pela disposição em camadas de outros, pela diferenciação funcional e morfológica dos neurônios imaturos, pela elaboração de prolongamentos neuroniais, pelo alinhamento dos prolongamentos neuronais, pelo estabelecimento de contatos sinápticos entre os diversos neurônios, pela estabilização seletiva dos contatos sinápticos e pela mielinização.
A organização celular cerebral é um processo estritamente dependente da interação com o meio ambiente, pois todas as informações recebidas pelo sistema nervoso central através dos órgãos sensoriais serão processadas, armazenadas, interrelacionadas e contribuirão, de uma forma ou de outra, para a estabilização das sinapses, moldando e esculpindo os detalhes da arquitetura neuronal em formação.
Puericultura – Princípios e Práticas – Rubens Garcia Ricco
Há em nosso organismo receptores sensíveis aos diferentes estímulos do meio externo e no meio interno. Neurônios sensitivos conduzem informações geradas no nível desses receptores até o SNC, onde ocorre um processo de integração dessas informações. Do SNC podem partir impulsos nervoso pelos neurônios motores, que promoverão a contração muscular. 
O SNC encontra-se protegido dentro da cavidade craniana (encéfalo) e do canal vertebral (medula). Pela medula espinhal ascendem fibras nervosas que levarão a níveis superiores a informação obtida. São as vias sensitivas. Fibras nervosas descendentes vão influenciar neurônios motores que serão os responsáveis pela contração dos músculos esqueléticos. Vários reflexos ocorrem a nível medular.
O encéfalo é constituído de tronco encefálico, cerebelo e cérebro. Estruturas do tronco encefálico respondem pelos controles cardiovascular, respiratório e da musculatura ocular, além de participar das vias auditivas e de inúmeros reflexos. O cerebelo tem importância para coordenação motora e equilíbrio. O hipotálamo é responsável pelo controle autonômico e pelo controle endócrino. O córtex cerebral está envolvido na percepção sensorial, com funções cognitivas, de aprendizagem, de memória e como planejamento motor voluntário, dentre outras funções.
Mielinização – o recém nascido não tem seu sistema nervoso completamente desenvolvido. As fibras nervosas não podem ainda exercer plenamente sua função. Para que isso ocorra, deverão ser envolvidas pela bainha de mielina. O processo de mielinização é decisivo para que o desenvolvimento neuropsicomotor ocorra normalmente. Ele ocorre de modo sincronizado, em uma sequência ordenada, em fibras de sistemas funcionalmente relacionados. No SNC a mielina aparece nos sistemas que levam impulsos sensoriais ao córtex cerebral. Posteriormente, nos sistemas que correlacionam os dados sensoriais ao movimento. No tronco encefálico a mielinização tem início antes do nascimento, em sistemas envolvidos com impulsos de origem vestibular e acústica. O desenvolvimento das funções neuromotoras no período do 8º mês intrauterino até o 2º mês pós-natal explica os sinais clinicamente detectáveis da mudança de controle motor dos centros subcorticais para os centros corticais. De grande importância para que o processo de mielinização ocorra de maneira adequada é a interação do bebê com o meio. Estímulos ambientais que “solicitem” o funcionamento de determinadas vias irão acelerar a mielinização. A maior parte das fibras nervosas tem sua mielinização completada antes do segundo ano de vida.
Desenvolvimento neuropsicomotor – ao acompanharmos o processo de evolução da criança, devemos ter em mente que há manifestações presentes apenas durante algum tempo; são normais somente durante aquele período, desaparecendo e, eventualmente, retornando em condições patológicas (ex. sinal de Babinski). Há outras atividades automáticas ao nascimento que serão inibidas e ressurgirão como atividades mais complexas, voluntárias ou automatizadas em níveis superiores. Há manifestações ditas permanentes, com as quais as crianças nascem e que não se modificam com a evolução. Ao avaliarmos as habilidades já conquistadas pela criança, devemos nos preocupar com a sequência de aparecimento dessas habilidades. Assim, no caso da incapacidade para realizar uma determinada atividade, é possível que ela nunca tenha atingido tal etapa, mas também é possível que esta tenha regredido a uma etapa anterior do desenvolvimento.
O Recém-Nascido – apresenta atitude de flexão generalizada. Há uma hipertonia flexora dos quatro membros e hipotonia da musculatura cervical paravertebral. Movimenta os membros inferiores em pedalagem ou cruzando-os. Resposta em extensão ao ser estimulada a planta do pé. Apresenta apreensão reflexa dos dedos e artelhos, o reflexo da voracidade, o reflexo da sucção, o tonicocervical assimétrico (RN em decúbito dorsal: com uma das mãos na região anterior do tórax da criança e a outra virando a cabeça da criança para os lados, ocorre a extensão dos membros voltadas para o lado facial e a flexão dos voltado para o lado occipital – atitude do esgrimista), reflexo de Moro (quando batemos palmas haverá uma resposta de extensão abdução dos membros, seguida de flexão abdução), reflexo do apoio plantar e marcha reflexa, reflexo dos olhos de boneca (rodar a cabeça do RN lateralmente e observar a posição dos olhos que devem lentamente se voltar para o lado da rotação da cabeça), reflexo cocleopalpebral (batemos palmas a cerca de 30cm de cada ouvido e verificamos o piscamento). Deve-se ainda analisar perímetro craniano, distância biauricular e distância antero-posterior. O choro do RN é inarticulado. Ele consegue fazer diferenças entre luz e escuridão.
Tabela retirada do Caderno de Atenção Básica – Saúde da Criança: Crescimento e desenvolvimento – Ministério da Saúde – 2012.
Neuroanatomia Funcional – Angelo Machado – 3ªed.
Filogênese do Sistema Nervoso – os seres vivos devem se adaptar ao ambiente para sobreviver. Três propriedades são importantes para essa adaptação: irritabilidade (permite à célula detectar as modificações do ambiente), condutibilidade e contratilidade. As células nervosas especializadas são os neurônios que possuem uma parte denominada receptor que transforma estímulos físicos e químicos em impulsos nervosos que podem ser transmitidos ao efetuador.
Os neurônios situados na superfície são especializados em receber estímulos e conduzi-los ao SNC, são, portanto, chamados sensitivos ou aferentes. Já os neurônios localizados nos gânglios e especializados na condução do impulso do SNC ao efetuador denomina-se motor ou eferente.

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