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Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Funções Biológicas 31/03/2021 Sangue e sua Importância ❖ Transporte dos nutrientes para os tecidos e remoção dos metabólitos ❖ Via de comunicação e sinais de longa distância – hormônios até a célula-alvo ❖ Composição : suspensão de elementos celulares em uma solução que possui uma ampla gama de moléculas, de metabólitos de pequeno peso molecular a grandes proteínas com múltiplas subunidades ❖ A função dos componentes sanguíneos é participar da defesa do corpo contra patógenos externos, cicatrização de feridas e reparo tissular ❖ O sangue como biomarcador A obtenção de amostrar de sangue é fácil e, portanto, este é, de longe, o material mais comumente usado em exames bioquímicos A maioria dos exames laboratoriais de diagnósticos em bioquímica, hematologia e imunologia são realizados com sangue, plasma ou soro Análise Bioquímica das Proteínas ❖ É realizada por meio da Eletroforese, que consiste na separação das proteínas ❖ Elas são classificadas em dois grupos, a Albumina e as Globulinas, que são heterogêneas ❖ Os principais componentes das Globulinas são as imunoglobulinas, produzidas pelos plasmócitos da medula óssea Outros grupos são as globulinas α–1, globulinas α–2, glubulinas β e globulinas γ ❖ O gráfico ao lado constitui o padrão eletroforético normal/comum ❖ As proteínas denominadas séricas, são as que se encontram no soro/plasma ❖ Quando se diz que uma proteína é reativa é porque ela constitui a fase aguda de alguma doença/patologia ❖ A concentração proteica é mediada pela relação massa/volume e está relacionada diretamente com o metabolismo Metabolismo das Proteínas ❖ Sempre que se fala em metabolismo tem que se pensar na junção do anabolismo com o catabolismo ❖ Três principais fatores irão determinar a concentração das proteínas, a velocidade de síntese, a velocidade do catabolismo e o volumo do liquido no qual as proteínas estão distribuídas ❖ A síntese de uma grande parte das proteínas plasmáticas ocorre no fígado (hepatócitos) Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Funções Biológicas 31/03/2021 Outras são produzidas pelos linfócitos, como as imunoglobulinas, pela superfície celular, como a β–2–microglubilina, e pelos enterócitos (cél. epitelial da superfície do intestino delgado e grosso), como as apolipoproteínas Albumina ❖ Possui uma cadeia de 584 aminoácidos com um peso molecular em torno de 69000 Daltons ❖ Reguladora osmótica e oncótica (pressão que segura a água dentro do vaso) ❖ É um reservatório de aminoácidos e transporta pequenas moléculas Algumas medicações são transportadas por ela, por isso, diz-se que ela influencia alguns aspectos farmacológicos ❖ Arranja-se em estrutura de α–hélices sendo sustentadas e unidas por pontes dissulfeto ❖ Constitui 50% das proteínas do plasma ❖ Sua concentração normal é de 35 a 45 g/L ❖ Sua meia-vida é de aproximadamente 20 dias ❖ A pele é o maior local em que há albumina extravascular ❖ Hiperalbuminemia x Hipoalbuminemia Hiperalbuminemia ➔ Excesso de albumina no sangue ➔ Muito rara, exceto em casos de desidratação Hipoalbuminemia ➔ Queda dos níveis de albumina no sangue ➔ Pode ocorrer devido a comprometimento da sua síntese, como em casos de hepatopatias, desnutrição ou má absorção (Ex.: doenças de Crohn) ➔ Pode ocorre por contar de perdas proteicas, como no caso de ascites, nefropatias, hemorragias, queimaduras ou enteropatia ➔ Resulta em sério desequilíbrio da pressão oncótica intravascular ➔ Essa perda se manifesta clinicamente pelo desenvolvimento do edema periférico Pré–Albumina/Transtiretina ❖ Se junta a proteína RBP (ligadora de retinol) para transportar a vitamina A ❖ Ela evita a retirada renal da RBP por meio da sua ligação à ela Observação : Pressão Hidrostática Pressão Osmótica x Pressão Oncótica (pressão de saída) (pressão que segura) Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Funções Biológicas 31/03/2021 α–1–Antitripsina ❖ Sintetizada predominantemente nos hepatócitos ❖ Função de proteção alveolar, atuando como antiprotease e evitando o enfisema mediado pelas elastases liberadas pelos leucócitos ❖ Inativa a elastase dos neutrófilos, enzima liberada durante a fagocitose, que destrói a parede alveolar α –1– Fetoproteína (AFP) ❖ Proteína sintetizada no fígado e usada como marcador tumoral ❖ É produzida desde o primeiro ano de vida e vai diminuindo a sua concentração com o passar do tempo, por isso que se nos exames ela estiver alta é porque os hepatócitos voltaram a produzi-la ❖ Presente em até 75% das hepatopatias, como cirrose, hepatite alcóolica, doenças inflamatórias intestinais e colite ulcerativa ❖ A α–fetoproteína tem valores normais de até 8,1 ng/ml Ceruloplasmina ❖ A α–2–Ceruloplasmina é responsável por transportar 90% do cobre no organismo ❖ Ficam com suas concentrações elevadas em casos de infecções, doenças malignas e traumas ❖ Importante no diagnóstico da Doença de Wilson Rara doença hereditária em que o fígado não excreta o excesso de cobre na bile, resultando em um acúmulo desse íon que será liberado na corrente sanguínea Desencadeia uma cirrose Pode causar sérios danos por conta do cobre se dirigir para o cérebro, olhos, rins e outros órgãos Diagnóstico : dosagem de ceruloplasmina baixa, cobre livre no sangue e cobre na urina durante 24 horas Ferritina x Trasnferrina ❖ A Ferritina é uma proteína globular localizada no citoplasma das células e produzida pelo fígado que promove a reserva de ferro nas células, especialmente nas envolvidas com a síntese de compostos férricos e no metabolismo do ferro Ela sozinha não é um biomarcador suficiente para ser relacionado com a produção de hemácias, mas os valores altos dela podem indicar inflamações Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Funções Biológicas 31/03/2021 ❖ A β–1–Transferrina é uma proteína sintetizada principalmente pelo fígado (pode ser produzida por outros órgãos também) que é responsável pelo transporte de ferro das células para os tecidos, tendo sua função antagônica a da ferritina A sua avaliação é útil no diagnóstico de anemia ferropênica/ferropriva, que se caracteriza pela carência de ferro para formação das hemoglobinas Na deficiência de ferro, o teor de TRF está aumentado devido à elevação da síntese, contudo, a TRF está menos saturada com o ferro ❖ São dependentes da ceruloplasmina e outras proteínas que façam a movimentação dos elétrons α–2–Haptoglobina ❖ Responsável por pegar a hemoglobina e leva-la para o fígado para formar bilirrubina – os eritrócitos são destruídos depois ❖ A concentração sérica de haptoglobina aumenta em resposta ao estresse, infecções, inflamação aguda ou necrose tecidual, possivelmente em decorrência da estimulação da sua síntese ❖ Após um episódio hemolítico, a concentração de haptoglobina cai, à medida que os complexos haptoglobina–hemoglobina são eliminados da circulação ❖ Baixas concentrações de haptoglobina podem ser detectadas na doença hepática quando há comprometimento da sua síntese ❖ Pode servir também como marcador de hemólise Determinada condição ocorre devido a uma hemólise excessiva dos eritrócitos que liberam hemoglobina para o plasma Essa hemoglobina se dissocia de dímeros, que irão se ligar à Haptoglobina formando um complexo chamado hemoglobina–haptoglobina Esse complexo é metabolizado mais rápido que a haptoglobina sozinha, tanto no fígado quanto no sistema reticuloendotelial, o que produz um outro complexo chamado ferro–globulina e bilirrubina Certo processo tem a vantagem de evitar a perda de ferro pela urina, mas no caso de uma hemólise excessiva há formação de mais complexos hemoglobina–haptoglobina, o que reduz a concentração da haptoglobina no plasmaSistema Retículoendotelial Observação : Hemoglobina Livre Caso ocorra a dissociação entre o grupamento heme e a globina, o heme livre liga-se à hemopexina, que ao contrário da haptoglobina que é uma proteína de fase aguda, ela não é afetada pela resposta de fase aguda de uma doença. O complexo heme–hemopexina é capturado pelas células hepáticas, nas quais o ferro se liga à ferritina Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Funções Biológicas 31/03/2021 Região β – Fibrinogênio ❖ Sintetizada no fígado ❖ É o substrato da enzima trombina ❖ Valores reduzidos levam a coagulação intravascular descompensada, resultando em episódios esporádicos de sangramento Região γ – PCR – Proteína C Reativa ❖ Sintetizada pelo fígado ❖ Está presente no plasma de pacientes com patologias agudas ❖ Marcador não específico de resposta da fase aguda ❖ Está associado com o sistema autoimune e atua na ativação do complemento fagocitose ❖ Sempre que tiver algum quadro de infecção no organismo ela vai estar presente Região γ – Imunoglobulinas ❖ Conhecidas como anticorpos (glicoproteínas) ❖ São secretadas pelos linfócitos B ❖ Reconhecem imunógenos definidos pelos antígenos que são reconhecidos por um anticorpo ❖ As imunoglobulinas são um grupo diversificado de moléculas que reconhecem e reagem com uma ampla quantidade de estruturas antigênicas específicas (epítopos) e dão origem a uma série de efeitos que levam à eliminação do antígeno apresentado (resposta imunológica) ❖ Algumas imunoglobulinas têm outras funções efetoras além da resposta imune, como no caso da IgG que participa da ativação do sistema complemento Tipos de Ig Características IgG - Migração por toda a fração γ - Representa 73% das Ig’s normais - Age contra antígenos bacterianos IgA - Migração na junção das frações β e γ - Representa 19% das Ig’s normais - Promove a proteção das mucosas e fluidos corporais IgM - Migração na junção das frações β e γ - Representa 5% das Ig’s normais - Age na fase aguda de doenças infecciosas IgD Possui função desconhecida IgE Reação de hipersensibilidade e alérgica
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