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O PROCEDIMENTO EXTRAJUDICIAL DOS CONTRATOS DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA: UMA GARANTIA EFICAZ E CÉLERE DE CONSTITUIÇÃO E EXECUÇÃO Resumo: O presente estudo visa analisar as questões referentes ao contrato de alienação fiduciária, bem como seu procedimento em caso de inadimplência do fiduciante. Será possível observar como o procedimento ocorre desde o momento do registro do contrato de alienação fiduciária até onde a propriedade pode retornar ao credor através da resolução do contrato. Esse procedimento tem necessária atuação do Registrador de Imóveis, que é responsável pelo trâmite sem necessidade de intervenção do Judiciário. Eis o tema de estudo que irá demonstrar a celeridade e segurança jurídica trazida pelo Oficial contribuindo economicamente para a celebração e eficácia destes contratos. Para esse fim, serão analisados os conceitos e trâmites auferidos pela Lei 9.514/97. Palavras-Chave: Alienação fiduciária - mora -intimação do devedor - consolidação da propriedade - execução extrajudicial - desjudicialização. Abstract: This study aims to analyze the issues related to the fiduciary alienation agreement, as well as its procedure in case of default of the fiduciante. It will be possible to observe how the procedure takes place from the moment of registration of the fiduciary alienation contract until the property can return to the creditor through the resolution of the contract. This procedure has the necessary action of the Real Estate Registrar, who is responsible for the process without the intervention of the Judiciary. This is the subject of study that will demonstrate the speed and legal security brought by the Official contributing economically to the celebration and effectiveness of these contracts. For this purpose, the concepts and procedures obtained by Law 9,514 / 97 will be analyzed. Keywords: Fiduciary alienation - arrears - subpoena of the debtor - consolidation of the property - extrajudicial execution - disjudicialization. 2 Sumário: 1. Introdução. 2. Do Contrato de Alienação Fiduciária em Garantia. 2.1. Requisitos da Alienação Fiduciária. 2.2. Das Partes. 3. Da Mora. 4. Do Procedimento de Intimação em Alienação Fiduciária. 5. O papel do Registrador de Imóveis na Consolidação da Propriedade Fiduciária. 6. Conclusão. 7. Referências. 1. INTRODUÇÃO O presente artigo busca esclarecer e demonstrar a efetivação do Instituto da Alienação Fiduciária de Bens Imóveis, bem como sua importância nos dias atuais, além de analisar a Lei 9.514, de 20/11/1997, seus requisitos, a constituição da mora, o procedimento de intimação, consolidação, leilão e etc. Com a referida lei, foi criado o Sistema de Financiamento Imobiliário e a Alienação Fiduciária em garantia de bem imóvel. Esta lei é de suma importância, pois facilitou o acesso do usuário ao crédito para compra de imóvel, reduzindo o risco do credor, pelo fato do bem dado em garantia ficar alienado. A alienação fiduciária é uma garantia de fácil e rápida constituição e execução, isso porque o procedimento é totalmente realizado no Ofício de Registro de Imóveis e não precisa da intervenção do Poder Judiciário. A presente pesquisa tem como tema central esclarecer algumas questões relativas ao procedimento da alienação fiduciária em garantia de bens imóveis e sua influência na área econômica imobiliária nos dias atuais. A indagação sobre a execução de garantias possui relevância não só acadêmica, mas também prática, e reflete diretamente nos registros públicos. Por esta razão, a proposta do presente estudo é vislumbrar a este aspecto, conciliando as previsões da Lei nº 9.514/97 e o que vem sendo executado pelos Oficiais de Registro de Imóveis. Assim, o objetivo é elencar e discutir o procedimento de Constituição e Execução da Alienação Fiduciária. A escolha do tema deste artigo justifica-se pela incessante evolução do registrador como importante ferramenta de desjudicialização e andamento do sistema de Justiça. É necessário resolver, o mais rápido possível, o problema da demora judicial nos Tribunais, tendo em vista a quantidade de processos que o sistema não consegue vislumbrar em tempo razoável. Cada novo passo dado pela legislação no sentido das atribuições sociais das serventias extrajudiciais, trazem esperança e benefício a inúmeras pessoas. 3 Para o desenvolvimento do presente trabalho, serão utilizadas diversas fontes de consulta, legislações, expondo opiniões de autores, doutrinas de direito civil, jurisprudências presentes em revistas jurídicas, livros e internet. Destarte, cumpre salientar que a presente pesquisa não tem a pretensão de esgotar o tema proposto, mas sim contribuir de alguma forma para aprimoramento de conhecimentos jurídicos. Por fim, será apresentada uma possível solução para o problema relatado acima, culminando-se nas conclusões finais. 2. DO CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA O artigo 22 da lei 9.514/97 conceitua alienação fiduciária de bens imóveis como negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. Através da Alienação Fiduciária, o devedor fiduciante transfere a propriedade do imóvel para o credor, o que é em caráter fiduciário, até a dívida ser quitada. Após a quitação da dívida, a propriedade plena volta ao devedor. Se acontecer o caso do devedor não pagar a dívida, a propriedade plena consolida-se para o credor fiduciário. Este instituto pode ser contratado por pessoa física ou jurídica, por se autônomo. A Alienação Fiduciária deve ser instrumentalizada por meio de um contrato, mas sua constituição, por ser direito real, somente se dá com o registro no cartório de registro de imóveis competente, ou seja, o lugar da situação do bem. Como a legislação até então em vigor não presumia alienação fiduciária para bens imóveis, antes mesmo da publicação da Lei n. 9.514/97, parte da doutrina e da jurisprudência já adotava a possibilidade de alienar fiduciariamente a propriedade imobiliária como garantia de uma obrigação sob a figura de negócio fiduciário atípico. Como não existia embargo legal, a solução encontrada pela doutrina era válida. Para Moreira Alves, se o devedor quisesse transferir a propriedade de coisa imóvel, para fins de garantia, ao credor, teria de valer-se do negócio fiduciário indireto, ou de negócio jurídico indireto, e não de alienação fiduciária, o que tornaria o contrato nulo por impossibilidade jurídica de seu objeto. Apesar da divergência de expectativas entre os doutrinadores quanto aos principais beneficiados da alienação fiduciária, os quais divergiam entre os consumidores e a intenção do legislador de beneficiar as instituições financeiras, acredita-se na boa intenção do legislador uma vez que a Lei permitiu o acesso da população às duas moradias. 4 Após as considerações na esfera da origem histórica da alienação fiduciária e sua implantação no ordenamento jurídico brasileiro, passa-se ao conceito propriamente dito do regulamento. A doutrina assim direciona a Alienação Fiduciária como: “contrato mediante o qual o devedor, com intuito de garantia, transmite a propriedade de um objeto ao credor, permanecendo com a sua posse direta; recuperará o domínio pleno tão logo satisfaça o compromisso 16 pendente. Há dois negócios jurídicos diferentes, se bem que conexos. Em primeiro lugar há o mútuo; em segundo, a alienação fiduciária, de caráter acessório.” 1 A alienação fiduciária é definida como um contrato jurídico pelo qual uma das partes adquire em confiança a propriedade de um bem, obrigando-se a transferir de volta quando se realizado o acontecimento a que se tenha dependente de tal obrigação. Orlando Gomes interpreta que:“a alienação fiduciária é o negócio jurídico pelo qual uma das partes adquire, em confiança, a propriedade de um bem, obrigando-se a devolvê-la quando se verifique o acontecimento a que se tenha subordinado tal obrigação, ou lhe seja pedida a restituição.” 2 O artigo 22, caput, da lei 9.514/97 estabelece em seu §1º que a alienação fiduciária poderá ser contratada por pessoa física ou jurídica e podem ter como objeto, além da propriedade plena: os bens enfitêuticos, o direito de uso especial para fins de moradia, o direito real de uso - desde que suscetível de alienação, a propriedade superficiária ou os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas, e respectiva cessão e promessa de cessão. Pode ser contratado para fins de financiamento imobiliário, imóveis urbanos ou rurais, com edificações finalizadas ou em andamento. Caso o imóvel esteja em comum com outras pessoas, não impende que seja alienado e independe da anuência dos condôminos. Entretanto, em casos de inadimplência do devedor e o imóvel for a público leilão, terá prioridade pelo maior valor de lance o coproprietário ou em concorrência com o credor em caso de leilões frustrados. A jurisprudência propiciou a possibilidade de alienação de bens que já integrava o patrimônio do fiduciante, editando a Súmula 28 do Superior Tribunal de Justiça sendo a qual: 1 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Volume IV, Direitos Reais, 24ª ed. Forense, 2017. 2 GOMES, Orlando, Direitos Reais. 21ª Ed. Forense 2012. 5 “O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor”. Ainda, em relação às partes alienantes, o Código Civil de 2002 e a Lei n. 1.076/04, que veio a alterar dispositivos da Lei n. 9.514/97, não trazem qualquer requisito no que se refere ao credor ou ao devedor, os quais poderão ser pessoas jurídicas ou físicas, nos termos do Art. 22, conforme já referido acima. Assim, o contrato de alienação fiduciária em garantia de bem imóvel não é privativo de entidades que integram o SFI. Para realizar a securitização dos créditos, todavia, é fundamental que o credor fiduciário seja pessoa jurídica vinculada ao Sistema Financeiro imobiliário ou autorizada pelo Conselho Monetário Nacional – CMN, sendo que poderá emitir Certificado de Recebíveis Imobiliário a companhia que realizar a securitização dos créditos. Destaca-se ainda que o Art. 1.368 do Código Civil permite a sub-rogação da dívida a terceiros que pagar o débito do devedor. Dessa forma, qualquer pessoa poderá ser garantidora da dívida, gozando dos privilégios do credor. O Certificado de Recebíveis Imobiliários – também conhecido como CRI, são títulos de créditos emitidos por uma empresa securitizadora, fundamentados em contratos de financiamentos, locação, arrendamento ou qualquer outro que tenha como finalidade garantir o pagamento do título. Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária. Art. 1.368-A. As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária submetem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais, somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for incompatível com a legislação especial. Art. 1.368-B. A alienação fiduciária em garantia de bem móvel ou imóvel confere direito real de aquisição ao fiduciante, seu cessionário ou sucessor. Parágrafo único. O credor fiduciário que se tornar proprietário pleno do bem, por efeito de realização da garantia, mediante consolidação da propriedade, adjudicação, dação ou outra forma pela qual lhe tenha sido transmitida a propriedade plena, passa a responder pelo pagamento dos tributos sobre a propriedade e a posse, taxas, despesas condominiais e quaisquer outros encargos, tributários ou não, incidentes sobre o bem objeto da garantia, a partir da data em que vier a ser imitido na posse direta do bem. 3 Através da Lei 9.514/1997, foi instituída no ordenamento jurídico brasileiro a alienação fiduciária de bens imóveis, tendo sido acrescentado aos incisos I e II do art. 167 da 3 BRASIL. Código Civil, Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.406-2002?OpenDocument 6 lei 6.015/73 (lei de registros públicos), itens relativos a este novo instituto. Encontramos seu conceito no art. 22 da lei supracitada, que nos diz: Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. O artigo 1.361 do Código Civil, diz que: Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. Pontes de Miranda, doutrinador de direito, enfatiza sobre o conceito de Alienação Fiduciária: “Sempre que a transmissão de um bem tem um fim que não é a transmissão mesma, de modo que ela serve a negócio jurídico que não é o da alienação a quem se transmite, diz-se que há fidúcia ou negócio jurídico” 4 (PONTES DE MIRANDA, 1977, p. 123) Embora a lei que regulamenta o instituto, ou seja, a Lei nº 9.514/97, também ser a lei que regulamenta o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), entende-se que alienação fiduciária é um instituto autônomo, podendo ser contratada por pessoa física ou jurídica, não sendo privativa das entidades que operam o SFI. O § 1º do citado artigo 1.361 do Código Civil, designa quais os bens que podem ser objeto do instituto da alienação fiduciária. Sendo eles: a propriedade plena; os bens enfitêuticos, que será devido o laudêmio em casos de consolidação a favor do credor fiduciário; os direitos de uso especial para fins de moradia; o direito real de uso (quando suscetível de alienação) e também a propriedade superficiária. Trata-se, portanto de negócio jurídico de transmissão condicional, que serve de título para a constituição da propriedade fiduciária em garantia, e esta se considera constituída mediante registro no Ofício de Registro de Imóveis do lugar da situação do bem. Em virtude do registro, o fiduciário se torna titular de propriedade sob condição resolutiva e o fiduciante é investido em direito real de aquisição sob condição suspensiva, conservando consigo a posse do bem. No tocante ao instrumento da alienação fiduciária, percebe-se que há divergências criadas pelo artigo 38 da Lei nº 9.514/97. O mencionado artigo dispõe que os atos e contratos referidos nesta lei ou que resultam de sua aplicação, até mesmo os que visem a constituição, 4 PONTES de Miranda, p. 123. Tratado de Direito Privado. 1ª Ed. Bookseller, 1977. 7 transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis, poderão ser celebrados através de escritura público ou qualquer outro instrumento particular com efeitos de escritura pública. Analisando este artigo, grande parte da doutrina entendeu que qualquer instrumento que constituir alienação fiduciária em garantia de bem imóvel, independente de escritura pública, pode ser realizado por instrumento particular, mesmo que esse materialize também outros direitos reais relacionados, como a transmissão da propriedade. Desta forma, a maioria dos contratos de alienação fiduciária envolvem um negócio triangular, em que o proprietário aparece transmitindo o bem, enquanto o comprador aparece recebendo, e ao mesmotempo dando o imóvel em alienação fiduciária a terceiro, que lhe emprestou , total ou parcialmente a quantia usada para a aquisição. Ocorrem então, dois negócios interligados, a compra e venda e a constituição da alienação fiduciária em garantia da dívida que se formou pelo mútuo de dinheiro que se utilizou na aquisição do imóvel. O contrato de Alienação, assim como qualquer contrato de garantia, tem sua existência vinculada a uma obrigação e se extingue pelo adimplemento desta obrigação, ou em outro caso, o inadimplemento. 2.1. Requisitos da Alienação Fiduciária Na Lei 9.514/97, encontramos no Art. 24, os requisitos que devem constar do título que formalizará o negócio fiduciário. Art. 24. O contrato que serve de título ao negócio fiduciário conterá: I - o valor do principal da dívida; II - o prazo e as condições de reposição do empréstimo ou do crédito do fiduciário; III - a taxa de juros e os encargos incidentes; IV - a cláusula de constituição da propriedade fiduciária, com a descrição do imóvel objeto da alienação fiduciária e a indicação do título e modo de aquisição; V - a cláusula assegurando ao fiduciante, enquanto adimplente, a livre utilização, por sua conta e risco, do imóvel objeto da alienação fiduciária; VI - a indicação, para efeito de venda em público leilão, do valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão; VII - a cláusula dispondo sobre os procedimentos de que trata o art. 27. É notável, analisando o artigo supracitado, que o contrato que elencará a constituição da propriedade fiduciária, convenciona previamente os elementos principais do instituto, com o 8 intuito de evitar posteriormente possíveis ações judiciais, por causa de discordâncias durante sua vigência. 2.2. Das Partes Nos termos do art., 2º da lei 9.514/97, poderão operar no SFI as caixas econômicas, os bancos comerciais, os bancos de investimento, os bancos com carteira de crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as associações de poupança e empréstimo, as companhias hipotecárias e, a critério do Conselho Monetário Nacional - CMN, outras entidades. Art. 2º Poderão operar no SFI as caixas econômicas, os bancos comerciais, os bancos de investimento, os bancos com carteira de crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as associações de poupança e empréstimo, as companhias hipotecárias e, a critério do Conselho Monetário Nacional - CMN, outras entidades. Companhias securitizadoras de créditos imobiliários tem a finalidade a aquisição, bem como a securitização desses créditos e após, a sua aplicação no mercado financeiro de certificados de recebíveis imobiliários. Pode também emitir outros títulos de crédito, realizar negócios, e está vinculado á prestação de serviços compatíveis com as suas atividades, conforme expressa o art. 3º da lei 9.514/97. Art. 3º As companhias securitizadoras de créditos imobiliários, instituições não financeiras constituídas sob a forma de sociedade por ações, terão por finalidade a aquisição e securitização desses créditos e a emissão e colocação, no mercado financeiro, de Certificados de Recebíveis Imobiliários, podendo emitir outros títulos de crédito, realizar negócios e prestar serviços compatíveis com as suas atividades. No caso do fiduciante ser pessoa jurídica, deverá ser apresentada a certidão negativa de débitos do INSS e a certidão de quitação dos tributos federais, ainda assim as quitações com o município. Parte-se do princípio que, para as pessoas jurídicas venderem ou alienarem os seus bens, devem os mesmos estar em dia com suas obrigações fiscais e previdenciárias. Uma das vantagens do Instituto da Alienação Fiduciária, é que não impõe limite quantitativo, tendo em vista qualquer pessoa poder recorrer ao instituto, independentemente da quantidade de imóveis que possua, 9 3. DA MORA O devedor fiduciante se obriga a pagar a dívida estipulada no contrato geralmente em parcelas mensais. O atraso ou não pagamento das parcelas, pode gerar a extinção do contrato com sua consequente consolidação, entretanto, é facultada ao devedor a purgação da mora. O simples vencimento do prazo para pagamento da parcela já enseja a mora, ou seja, caso não se efetue o pagamento da parcela na forma, época, valor e lugar estipulados no contrato, daí já se encontra constituída a mora. A lei exige que o devedor seja notificado apenas para efeitos de comprovação da mora, para que o credor tenha algo documentado, deixando claro aqui que o devedor já incorre na mora no dia do vencimento da dívida, no caso de não paga e não no dia da expedição da intimação. O procedimento de notificação do devedor fiduciante, previsto no artigo 26, da lei 9.514/97 não visa constituir o devedor em mora, mas apenas comprovar a mora e dar oportunidade para purgação. O devedor tem ciência que o credor quer ser satisfeito prontamente porque tem ciência das datas de vencimentos das prestações desde o momento da assinatura do contrato, pois já vem estabelecidos os prazos e vencimentos no instrumento. A lei 9.514/97 exige que o credor, após o vencimento, aguarde o decurso do prazo de carência constante do instrumento contratado entre as partes, para após este prazo, haja a comunicação ao devedor fiduciante para que efetue o pagamento no prazo de 15 dias, conforme §1º do art. 26. O art. 401 do Código Civil dispõe: Art. 401. Purga-se a mora:I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. 4. DO PROCEDIMENTO DE INTIMAÇÃO EM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA Existem duas formas de extinção do contrato que, por ato contínuo, levará à extinção da propriedade fiduciária: adimplemento do devedor fiduciante em relação à obrigação principal contratada e o inadimplemento do devedor fiduciante em relação à obrigação principal contratada. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705699/artigo-401-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/código-civil-lei-10406-02 10 A principal forma de extinção da modalidade desse contrato, e a que normalmente é esperada pelas partes, é o adimplemento da obrigação pelo devedor fiduciante. Com o pagamento da dívida e mediante a apresentação do termo de quitação e autorização do cancelamento concedidos pelo credor fiduciário, é cancelado através de averbação o registro da propriedade fiduciária pelo oficial do Registro de Imóveis. Todavia, quando não extinto o contrato por adimplemento da obrigação e o devedor atrasa as prestações, este é constituído em mora e inicia-se o procedimento previsto na Lei 9.514/97. Art. 26. Vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida e constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á, nos termos deste artigo, a propriedade do imóvel em nome do fiduciário. A Lei 9.514/97 trouxe consigo muito mais eficácia, efetividade e seriedade aos contratos de Alienação Fiduciária de bem imóvel, uma vez que, os efeitos da inadimplência, incentivam ao bom cumprimento das obrigações, e preceitua que vencida e não paga a dívida em todo ou parcialmente, encontra-se o devedor em mora com suas obrigações contratuais, havendo a possibilidade de o credor fiduciário consolidar a propriedade em seu nome. Assim sendo, ressalta Eduardo Takemi, citado por Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald: “A grande facilitação da retomada e consolidação da propriedade do imóvel pelo credor, em caso de inadimplemento, inclusive com a dispensa do processo – ao contrário da lenta execução que ocorre no sistema hipotecário, torna-se um fator de estímulo à construção civil, pois incita o financiador a buscar a atividade cujo risco é mitigado pelo ordenamento jurídicopela célere recuperação do crédito, reflexamente, esta confiança conduzirá a uma redução nas taxas de juros, muito influenciadas pelo fator de risco” 5 . O procedimento é extrajudicial e é realizado no Ofício de Registro de Imóveis da localidade onde se situa o imóvel objeto da garantia, porém pode o Oficial do Registro de Imóveis delegar ao Oficial de Títulos e Documentos, ou ainda, ao Correios, onde será encaminhada a notificação com aviso de recebimento e somente poderá ser entregue ao destinatário/fiduciante, através da modalidade mão própria. 5 FARIAS, Cristiano Chaves de. ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil, 14ª Ed. Juspodivm, 2017. 11 Contudo, o parágrafo 1º do artigo 26, da Lei 9.514/97 impõe a necessidade de o procedimento de execução extrajudicial ser iniciado através do oficial de registro de imóveis. Vejamos: § 1º. Para os fins do disposto neste artigo, o fiduciante, ou seu representante legal ou procurador regularmente constituído, será intimado, a requerimento do fiduciário, pelo oficial do competente Registro de Imóveis, a satisfazer, no prazo de quinze dias, a prestação vencida e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros convencionais, as penalidades e os demais encargos contratuais, os encargos legais, inclusive tributos, as contribuições condominiais imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança e de intimação. Desta forma, o devedor será notificado pessoalmente pelo Oficial do Registro de Imóveis ou por delegação deste ao Oficial do Registro de Títulos e Documentos para purgação da mora mediante requerimento devidamente assinado pelo credor, demonstração de já haver transcorrido o prazo de carência estipulado no contrato, os possíveis endereços de residência ou domicílio do devedor, além de planilha atualizada demonstrando diariamente o valor do débito em atraso. O devedor terá a opção de efetuar o pagamento diretamente ao credor, ou até mesmo no Ofício de Registro de Imóveis, através de cheque administrativo com cláusula não à ordem. Se frustradas as tentativas de intimação pessoal, estando o devedor em local inacessível, desconhecido, incerto ou não sabido, far-se-á a intimação por edital a requerimento do credor fiduciário, realizado no mínimo por três dias consecutivos, em jornais de grande circulação na comarca da situação do imóvel. Não havendo imprensa diária na localidade, o Edital poderá ser publicado em comarca próxima e de fácil acesso. No caso de o fiduciário não ter requerido intimação por Edital, o Oficial de Registro de Imóveis lhe informará da não localização do devedor, para que, caso queira o fiduciário, arcar com as despesas para o procedimento de Intimação por Edital. Uma repercussão econômica recentemente atribuída pela Lei 13.465/17 que alterou a Lei 9.514/97 foram as mudanças que possibilitaram de forma análoga ao procedimento de citação no Código de Processo Civil, a intimação por hora certa, quando motivada a ocultação do fiduciante. Sem dúvida alguma, essa novidade elencada pela Lei, demonstra e deposita ainda mais confiança, eficiência e celeridade aos procedimentos de execução extrajudiciais conferidos ao registrador de imóveis, além de contribuir para o “desafogamento” do judiciário. § 3 o -A. Quando, por duas vezes, o oficial de registro de imóveis ou de registro de títulos e documentos ou o serventuário por eles credenciado houver procurado o 12 intimando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita motivada de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, retornará ao imóvel, a fim de efetuar a intimação, na hora que designar, aplicando-se subsidiariamente o disposto nos arts. 252, 253 e 254 da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) § 3 o -B. Nos condomínios edilícios ou outras espécies de conjuntos imobiliários com controle de acesso, a intimação de que trata o § 3 o -A poderá ser feita ao funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) Concluída a notificação e intimado o fiduciante, este tem o prazo legal de quinze dias para purgar a mora. Não purgada a mora, o Oficial do Registro de Imóveis certificará esse fato e o credor poderá requerer a consolidação da propriedade fiduciária. § 7 o Decorrido o prazo de que trata o § 1 o sem a purgação da mora, o oficial do competente Registro de Imóveis, certificando esse fato, promoverá a averbação, na matrícula do imóvel, da consolidação da propriedade em nome do fiduciário, à vista da prova do pagamento por este, do imposto de transmissão inter vivos e, se for o caso, do laudêmio. Nos termos do art. 865, § 2º, do Provimento 260/CGJ/2013, com redação pelo Provimento 306, de 30/09/2015, decorridos 120 (cento e vinte) dias da certidão expedida pelo Oficial de registro de imóveis, sem as providências para consolidação da propriedade fiduciária em nome do credor exigir-se-á novo e integral procedimento de execução extrajudicial para a consolidação da propriedade fiduciária. No caso de financiamento com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (inclusive Minha Casa Minha Vida), a consolidação da propriedade se dá em 45 dias, levando-se em conta os 15 dias da notificação e 30 dias previstos no art. 26-A, § 1º da Lei. E, na hipótese de o fiduciante purgar a mora, o Oficial de Registro entregará ao credor a quantia recebida no prazo de três dias, e assim, convalescerá o contrato de alienação fiduciária, que retomará seu curso normal. § 5º Purgada a mora no Registro de Imóveis, convalescerá o contrato de alienação fiduciária. § 6º O oficial do Registro de Imóveis, nos três dias seguintes à purgação da mora, entregará ao fiduciário as importâncias recebidas, deduzidas as despesas de cobrança e de intimação. Por último, depois de demonstrado como funciona essa execução extrajudicial se faz necessário destacar que a celeridade do procedimento e a eficácia cumprida pelo registrador http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art67 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art67 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art67 13 de imóveis, atinge a celebração de contratos e acelera a construção civil, os projetos de incorporações e construtoras, e em contrapartida dificulta a vida do comprador no sentido de ter que cumprir rigorosamente as prestações assumidas. 5. O PAPEL DO REGISTRADOR DE IMOVÉIS NA CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA A consolidação é uma etapa do procedimento da execução extrajudicial previsto na Lei nº 9.514/97, que é quando o credor, em ato contínuo, retoma de forma resolúvel a propriedade. Esta etapa é realizada mediante averbação na matrícula do imóvel, caso em que o devedor não purgou a mora após os quinze dias da notificação. Trata-se de propriedade resolúvel, e por essa natureza, essa consolidação se dá independente de intervenção judicial. Possuindo a certidão de inadimplemento que é emitida pelo Ofício de Registro de Imóveis, no procedimento de Intimação em Alienação Fiduciária, o credor deverá recolher o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e solicitar ao registrador a consolidação da propriedade do imóvel em seu nome. Uma vez consolidada a propriedade em nome do fiduciário, em 30 dias este promoverá público leilão para a alienação do imóvel. De modo que o imóvel ira a leilão para sua venda. É o teor da Lei 9.514/97: Art. 27. Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da data do registro de que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá público leilão para a alienação do imóvel. O primeiro leilãoserá pelo valor do imóvel indicado no contrato ou sobre o valor de referência para o ITBI, o que for maior (inovação do art. 39, parágrafo único da Lei). Se neste primeiro leilão o maior valor oferecido for inferior ao valor do imóvel será feito um segundo leilão em até 15 dias do primeiro. No segundo leilão, será aceito o maior lance oferecido, desde que igual ou superior ao valor da dívida, das despesas, dos prêmios de seguro, dos encargos legais, inclusive tributos, e das contribuições condominiais. Caso o valor da arrematação seja superior ao da dívida e das despesas, ocorre a entrega do valor que sobejar ao devedor. Portanto, verificando-se um saldo, este será entregue pelo fiduciário ao fiduciante a título de benfeitorias porventura realizadas no imóvel. 14 Caso o valor da arrematação seja inferior ao da dívida e das despesas, fica o devedor exonerado, recebendo quitação da dívida em 05 (cinco) dias. As datas e locais dos leilões serão comunicados ao devedor, mediante correspondência dirigida ao endereço constante do contrato. 6. CONCLUSÃO Demonstrado o conceito de alienação fiduciária e o procedimento de execução aplicado nesta modalidade de garantia real, fica visível que a alienação fiduciária de bem imóvel é uma das modalidades de garantia mais segura, célere e eficaz no ordenamento jurídico atual. Por possuir leilão extrajudicial, traz o benefício de não exigir a prestação do Poder Judiciário, diferentemente de outras modalidades de garantia que se mostram muito mais burocráticas, como a hipoteca, por exemplo. Atualmente é notório o fortalecimento de atribuições que vêm sendo conferidas às serventias extrajudiciais. Um exemplo disso é a matéria que foi objeto do presente artigo, que é a execução dos contratos de alienação fiduciária. Se, por exemplo, comparado à hipoteca que está cada vez mais decrescente na prática, o procedimento da alienação é extremamente rápido e eficiente, levado a cumprimento apenas no cartório do Registro de Imóveis, sem necessidade de processo judicial. A presente pesquisa demonstrou a evidente necessidade de iniciativas legislativas que visem a transformar o atual cenário jurídico brasileiro, trazendo mais efetividade e credibilidade à solução das questões de caráter não contencioso. No Brasil, o poder judiciário não tem conseguido dar respostas rápidas e satisfatórias às demandas das partes, em razão de fatores diversos, dentre os quais se destaca o número excessivo de ações que poderiam ser evitadas caso houvesse um meio alternativo para os jurisdicionados resolverem suas questões. Fato é que, a eficácia no procedimento de alienação fiduciária de imóveis auxilia para a desjudicialização, confirmando ainda mais a segurança jurídica e a responsabilidade delegada aos registradores, contribuindo para que o Estado possa efetivamente prestar uma digna Justiça, em tempo razoável e com qualidade. Especificamente, conclui-se que, atribuir funções as serventias extrajudiciais pode cada vez mais alcançar um compromisso com a proteção e a concretização de todos os direitos fundamentais. A atuação do registrador imobiliário vem se expandindo, como se vê 15 pela evolução legislativa. Reconhece o legislador federal, portanto, serem os profissionais adequados, em razão de sua tradição e de sua independência jurídica, a colaborar para a solução mais célere de diversas questões, sem que se prescinda da segurança jurídica e da eficácia. Com isso, apresenta solução no sentido de que cada vez mais, é certo que as serventias extrajudiciais apresentam com resguardo e confiança a desjudicialização trazendo atribuições que antes eram apenas da esfera judicial, como por exemplo, inventário e partilha, divórcio, usucapião e a matéria do presente artigo. Finalmente conclui-se que, desafogar o sistema econômico judicial e conferir maior celeridade, economia e segurança jurídica devem ser uma meta urgente do legislador brasileiro, posto que, evitar conflitos e procurar solucionar os já existentes da forma mais simples, rápida e segura possível é o desejo maior de todos os cidadãos brasileiros. 7. REFERÊNCIAS ALVARES, R. Luís. Manual do Registro de Imóveis: Aspectos Práticos da Qualificação Registral.1. ed. – São José dos Campos, São Paulo: Editora Crono, 2015. AZEVEDO, O.F.; MELO, B, A. M. Direito Imobiliário. São Paulo: Atlas, 2014. BRASIL. Código Civil, Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002. BRASIL. 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