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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Santos “Wilson”, já devidamente qualificado nos autos do processo-crime nº xxx, que lhe move a justiça pública, por seu advogado “xxxxxx”vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar as suas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS com fundamento no art. 403, § 3o, do Código de Processo Penal, nos seguintes termos: 1. DOS FATOS “Wilson” foi acusado de realizar um furto qualificado de aparelhos eletrônicos na empresa DIGITALWEB. A autoridade policial, por iniciativa própria, decidiu dar início a uma interceptação telefônica sem autorização judicial, para investigação do caso. Processado, como incurso nas penas do artigo 155, § 4º, inciso I, do Código Penal, finda a instrução, o juiz pugnou pela condenação de Wilson pelo agravante da reincidência, o Ministério Público, em sua manifestação derradeira, diante das provas da materialidade e autoria que já foram colhidas anteriormente. 2. DO DIREITO 2. Das preliminares 2.1. Da Ilicitude das provas A licitude de provas é um dos princípios norteadores do processo penal, este considera que haja proporcionalidade entre a defesa e a acusação, devendo ser ordenada pelo juiz de origem, mesmo antes de iniciada a ação penal, para produção antecipada de provas. Além desse princípio temos outros que também são fundamentais, como a Carta Magna (art. 5º, LVI, CFRB/88) que prevê a inadmissibilidade de provas ilicitamente obtidas e do desentranhamento das provas ilícitas contidas no processo (art. 157, CPP). Por esse motivo, deve ser anulado o presente processo desde a instrução, onde houve a referida nulidade, com fundamento no artigo 157, § 1º do CPP, não restando provas. 3. DO MÉRITO 3.1. Quanto ao mérito, o órgão acusatório somente conseguiu demonstrar a tipicidade do fato, o que não se nega. Porém, longe está de se constituir crime. Pois, para se caracterizar furto qualificado, o réu deveria romper ou destruir obstáculo para subtração dos bens, caso que se comprova por ausência de perícia e testemunhas. 3.2. Diante da ausência elemento essencial da tipificação do crime, no caso, a falta de provas do cometimento do furto, já que qualquer pessoa pode ter cometido o crime, resta provado que a conduta do acusado não constituiu crime. 4. DO PEDIDO Ante o exposto, requer: 4.1. A absolvição do réu, com fundamento no art. 386, III, do Código de Processo Penal, visto que o fato narrado efetivamente não constitui crime. Ou; 4.2. A anulação do processo desde o momento da Investigação Criminal, onde a colheita de provas se deu de maneira ilícita, derivando outras provas inadmissíveis, nos termos do Art. 157, § 1 º, do CPP; 4.3. Se os pleitos acima não forem acatados, subsidiariamente, a substituição por penas alternativas (art. 44, CP) e o direito de recorrer em liberdade, de acordo com princípio da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII, da CFRB/88). Santos , 21 de julho de 2020. _______________
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