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Inspeção de pescados Artigo 205 • Definição de pescado segundo o Art. 205 do RI- ISPOA: “Entende-se por pescado os peixes, os crustáceos, os moluscos, os anfíbios, os répteis, os equinodermos e outros animais aquáticos usados na alimentação humana.” • Paragrafo único: o pescado proveniente da fonte produtoras não pode ser destinado à venda dire- ta ao consumidos sem que haja prévia fiscaliza- ção, sob o ponto de vista industrial e sanitário • Crustáceos – camarão, siri, caranguejo, lagosta, lagostim Moluscos – lula, polvo, ostra, mexilhão, vôngole Anfíbios – rãs • Répteis – jacarés e tartarugas • Equinodermos – ouriço do mar, estrela do mar e pepino do mar Artigo 206: • Os dispositivos previstos neste decreto sao ex- tensivos aos gastrópodes terrestres, no que for aplicável • Gastrópodes: caracol Artigo 207: • Sao vedados a recepção e o processamento do pescado capturado ou colhido sem atenção ao disposto nas legislações ambientais e pesqueiras • Extrativo: retirado de vida livre • Cultivo: proveniente da aquicultura Artigo 208: • É obrigatória a lavagem prévia do pescado utili- zado como matéria-prima para consumo humano direto ou para a industrialização de forma a pro- mover a limpeza, a remoção de sujidades e mi- crobiota superficial Artigo 209: Sem prejuízo das disposições deste Capítulo, os controles do pescado e dos seus produtos realiza- dos pelo estabelecimento abrangem, no que for aplicável: I – Análises sensoriais; II – Indicadores de frescor; III – Controle de histamina, nas espécies formado- ras; IV – Controle de biotoxinas ou de outras toxinas perigosas para a saúde humana; V – Controle de parasitas. Artigo 210: • Na avaliação dos atributos de frescor do pesca- do, respeitadas as particularidades de cada espé- cie, devem ser verificadas as seguintes caracterís- ticas sensoriais para: ‣ Peixes • Superfície do corpo limpa, com relativo brilho metálico e reflexos multicores próprios da espé- cie, sem qualquer pigmentação estranha; • Olhos claros, vivos, brilhantes, luzentes, convexos, transparentes, ocupando toda a cavidade orbitá- ria; • Brânquias ou guelras róseas ou vermelhas, úmi- das e brilhantes com odor natural, próprio e sua- ve; • Abdômen com forma normal, firme, não deixan- do impressão duradoura à pressão dos dedos; • Escamas brilhantes, bem aderentes à pele, e na- dadeiras apresentando certa resistência aos mo- vimentos provocados; • Carne firme, consistência elástica, da cor própria da espécie; • Vísceras íntegras, perfeitamente diferenciadas, peritônio aderente à parede da cavidade celomá- tica; • Ânus fechado; • Odor próprio, característico da espécie. • Quando os peixes são filetamos perdem a maior parte das características sensoriais de avaliação, por isso só pode comprar dessa forma de estabe- lecimentos que confie plenamente na procedên- cia ‣ Crustáceos: • Aspecto geral brilhante, úmido; • Corpo em curvatura natural, rígida, artículos firmes e resistentes; • Carapaça bem aderente ao corpo; • Coloração própria da espécie, sem qualquer pigmentação estranha; • Olhos vivos, proeminentes; • Odor próprio e suave; • Lagostas, siris e caranguejos, estarem vivos e vigorosos. ‣ Moluscos: • Bivalves: - Estarem vivos, com valvas fechadas e com reten- ção de água incolor e límpida nas conchas; - Odor próprio e suave; - Carne úmida, bem aderente à concha, de aspecto esponjoso, da cor característica de cada espécie; • Cefalópodes: - Pele lisa e úmida; - Olhos vivos, proeminentes nas órbitas; - Carne firme e elástica; - Ausência de qualquer pigmentação estranha à espécie; - Odor próprio • Gastrópodes: - Carne úmida, aderida à concha, de cor caracterís- tica de cada espécie; - Odor próprio e suave; - Estarem vivos e vigorosos ‣ Anfibios: • Carne de rã - Odor suave e característico da espécie; - Cor rosa pálida na carne, branca e brilhante nas proximidades das articulações; - Ausência de lesões e elementos estranhos; - Textura firme, elástica e tenra ‣ Repteis: • Carne de jacaré: - Odor característico da espécie; - Cor branca rosada; - Ausência de lesões e elementos estranhos; - Textura macia com fibras musculares dispostas uniformemente • Carne de quelônios: - Odor próprio e suave; - Cor característica da espécie, livre de manchas escuras; - Textura firme, elástica Parágrafo primeiro. As características sensoriais a que se refere este artigo são extensivas, no que for aplicável, às demais espécies de pescados usadas na alimentação humana. Parágrafo segundo. As características sensoriais a que se refere o caput são aplicáveis ao pescado fresco, resfriado ou congelado, recebido como ma- téria- prima, no que couber. Parágrafo terceiro. Os pescados de que tratam os incisos de I a III do caput devem ser avaliados quanto às características sensoriais por pessoal capacitado pelo estabelecimento, com utilização de tabela de classificação e pontuação com emba- samento técnicocientífico, nos termos do disposto em normas complementares ou, na sua ausência, em recomendações internacionais. - Não precisa necessariamente ser o M.V. Parágrafo quarto. Nos casos em que a avaliação sensorial revele dúvidas acerca do frescor do pes- cado, deve-se recorrer a exames físico-químicos complementares. - Só para pescado congelado pois demoram al- guns dias para sair os resultados dos exames Artigo 211: Pescado fresco é aquele que atende aos seguintes parâmetros físico-químicos complementares, sem prejuízo da avaliação das características sensoriais: I – pH da carne inferior a 7,00 (sete inteiros) nos peixes; II – pH da carne inferior a 7,85 (sete inteiros e oi- tenta e cinco décimos) nos crustáceos; III – pH da carne inferior a 6,85 (seis inteiros e oi- tenta e cinco décimos) nos moluscos; IV – Bases voláteis total inferiores a 30 mg (trinta miligramas) de nitrogênio/100g (cem gramas) de tecido muscular. PH próximo à neutralidade, ou seja, favorável a multiplicação dos microrganismos (um dos fatores que contribui para rápida decomposição do pes- cado – validade curta) Artigo 212 • Nos estabelecimentos de pescado, é obrigatória a verificação visual de lesões atribuíveis a doen- ças ou infecções, bem como a presença de para- sitas. • Parágrafo único. A verificação de que trata o ca- put deve ser realizada por pessoal capacitado do estabelecimento, nos termos dos disposto em normas complementares ou, na sua ausência, em recomendações internacionais. • Quem faz essa função de avaliar não precisa ser necessariamente M.V. (só se for abatedouro, ai precisa inclusive ter o pessoal do MAPA) Artigo 333 • Para os fins deste decreto, pescado fresco é aquele que não foi submetido a qualquer proces- so de conservação, a nao ser pela ação do gelo, mantido em temperaturas próximas à do gelo fundente, com exceção daqueles comercializados vivos Artigo 334: • Para os fins deste Decreto, embalado e mantido em temperatura de refrigeração. • Parágrafo único. A temperatura máxima de con- servação do pescado resfriado deve atender ao disposto em normas complementares ou, na sua ausência, ao disposto em recomendações inter- nacionais. Artigo 335: • Para os fins deste Decreto, é aquele submetido a processos de congelamento rápido, de forma que o produto ultrapasse rapidamente os limites de temperatura de cristalização máxima. • Congelamento lento forma cristais de água muito grandes dentro da célula, e acaba rompendo as fibras musculares (extravasa água e nutrientes); ao descongelar tem prejuízo nutricional e na tex- tura • Parágrafo primeiro. O processo de congelamento rápido somente pode ser considerado concluído quando o produto atingir a temperatura de -18°C (dezoito graus Celsius negativos) Artigo 336 • Durante o transporte, o pescado congelado deve ser mantido a uma temperatura nãosuperior a -18°C (dezoito graus Celsius negativos). Artigo 214 • É permitida a destinação industrial do pescado que se apresentar injuriado, mutilado, deformado, com alterações de cor, com presença de parasitas localizados ou com outras normalidades que nao o tornem improprio para o consumo humano na forma em que se apresenta, nos termos do dis- posto em normas complementares ou, na sua au- sência, em recomendações internacionais. Artigo 215: • Nos casos do aproveitamento condicional a que se refere está Subseção, o pescado deve ser submetido, a critério do SIF, a um dos seguintes tratamentos: I – Congelamento; II – Salga; III – Calor. Exemplos de industrializados • Equipamento para carne mecanicamente separa- da (farinha de peixe) • Lavagem CMS • File submetido a defumação à frio • Embutido de pescado — linguiça Artigo 216 • Os produtos da pesca e da aquicultura infectados com endoparasitas transmissíveis ao homem nao podem ser destinados ao consumo cru sem que sejam submetidos previamente ao congelamento à temperatura de -20º por 24h ou - 35º durante 15h • Parágrafo primeiro. Nos casos em que o pescado tiver infestação por endoparasitas da família Ani- sakidae, os produtos poderão ser destinados ao consumo cru somente após serem submetidos ao congelamento à temperatura de -20°C (vinte graus Celsius negativos) por sete dias ou a -35°C (trinta e cinco graus Celsius negativos) durante quinze horas. • Parágrafo segundo. Nas hipóteses de que tratam o caput e o §1°, podem ser utilizados outros pro- cessos que, ao final, atinjam as mesmas garantias, com embasamento técnico-científico e aprova- ção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agro- pecuária do MAPA. Decomposição do pescado • Menor qtd. de tecido conjuntivo • Maior qtd. de água • Degradação rápida do ATP • Maior qtd. de ácidos graxos insaturados Muito propício para multiplicação de microrganismos Aspectos microbiológicos ‣ Origem da microbiota: • Ambiental (marítima) - Natural: estão na água. Ex: C. Botulinum - Adquirida: não estavam naturalmente na água, mas forma parar la através da ação do homem. Ex: E.coli - contaminação da água • Pós adquirida: - Higiene dos manipuladores - Qualidade da água/gelo - Higiene dos equipamentos Características • As bactérias que contaminam a água, apresen- tam uma grande diversificação de espécies. • O pescado vivo (em águas contaminadas), apre- senta contaminações bacterianas principalmente na pele, guelras e vísceras, que passam para os demais tecidos quando o animal morre. • Estas bactérias normalmente são psicrófilas, que podem se desenvolver a 0°C, tendo como faixa ideal de 20° a 35°C. Microbiota • Pseudomonas, alteromonas, acinetobactermora- xella, archomobacter, flavobacterium, vibrios, ae- romonas e plesiomonas Bacterias patogênicas: Grupo 1: • Ocorrem naturalmente no meio aquático/ ambi- ente: - Clostridium botulinum - Vibrio parahaemolyticus - Vibrio cholerae Vibrio vulnificus - Aeromonas sp. - Listeria monocytogenes Grupo 2 • Transferidos ao pescado como resultado da con- taminação humana: - Salmonella - E. coli - Shigella - Staphylococcus aureus - Clostridium perfringens
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