Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED AULA 1 – CAPÍTULO 12 Funções das secreções, oque são, quem produz e seus COMPONENTES Órgãos principais e anexos e suas diferenças papel de cada um no Processo Digestório (químico e mecânico) *Queixas gastrointestinais diagnóstico por imagem + bioquímica (complementar) Órgãos Ocos = Lúmen = passagem própria Órgãos Anexos = produtores das secreções Lúmen Gastrointestinal – Principais Camadas: 1) Mucosa: epitélio + lâmina própria (1ª etapa da digestão) +muscular mucosa 2) Submucosa: tecido conjuntivo + tecido linfático (1ª barreira aos microrganismos) + plexo submucoso (ou plexo de Meissner faz parte do sistema nervoso entérico. É formado por uma cadeia de neurônios interconectados que controlam principalmente a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local. Situa-se na camada submucosa em todo o trato gastrointestinal) 3) Muscular Externa: músculos lisos circulares e longitudinais + plexo mioentérico (ou plexo de Auerbach faz parte do sistema nervoso entérico. É formado por uma cadeia de neurônios e células da glia interconectados, que coordenam principalmente as contrações no trato gastrintestinal. Situa-se entre as fibras longitudinais e circulares da camada muscularis) 4) Serosa ou Adventícia: tecido conjuntivo + Peritônio Visceral Principais Processos Digestórios: Todos orquestrados de forma a se complementarem e, em caso de falhas, se compensarem. Mecanismos da digestão: Digestão = Enzimas digestivas luminais e da borda em escova Hidrólise de macronutrientes Secreção = Glândulas salivares, pâncreas e vesícula biliar Água, íons e enzimas digestivas e gástricas Absorção intestinal = Lúmen intestinal (transporte para correntes sanguínea e linfática) Produtos de hidrólise, água, íons e vitaminas; Enterócitos – principal local de absorção Excreção = eliminação fecal Produtos não digeridos e/ou não absorvidos Funções do Sistema Digestório: Digestiva Imunológica - Células, nodos, gânglios linfáticos secretores - GALT = gut associated lymphoid tissue BIOQUÍMICA CLÍNICA DO TRATO GASTROINTESTINAL INTRODUÇÃO – INFORMAÇÕES GERAIS CAVIDADE ORAL BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED Boca e faringe Função principalmente física trituração dos alimentos e transporte ao estômago Glândulas salivares - Secreção salivar A saliva é volumosa e hipotônica em relação ao plasma SECREÇÃO SALIVAR: Eletrólitos e solutos orgânicos Líquido gengival, detritos celulares, microrganismos e líquido de glândulas menores Higiene, saúde e conforto da cavidade oral - Xerostomia pode levar a infecções crônicas e cáries Saliva primária ou acinar : Sem alimento na boca Intensa atividade metabólica Transporte de íons Drenagem por ductos excretores Saliva final: Presença de alimento na boca Resultado da ação de células acinares e dos Ductos Composição favorável para atuação enzimática - Mucina (glicoproteína principal do muco e responsável por sua viscosidade) - Enzimas: a-amilase (fragmenta polissacarídeos como o amido ou o glicogénio em moléculas de maltose e dextrinas), lipase lingual (liberada pelas glândulas serosas da língua, junto com a saliva, inicia a hidrólise dos ácidos graxos (AGs) dos triacilgliceróis (TGs)), ribonuclease, calicreína (vasodilatadora que provoca mais produção e secreção de saliva) - Outros: lactoperoxidase (ação antibacteriana: destrói microorganismos ao catalizar peróxido de oxigênio), lactoferrina (antimicrobiana e bactericida), lisozima (ação antibacteriana; inibe o crescimento bacteriano.), receptor para IgA, IgA ( parâmetro de estudo do status imunológico da cavidade oral), fatores de crescimento - As glândulas serosas de von Ebner, também conhecidas por glândulas gustativas, são glândulas exócrinas encontradas na boca. Estão presentes nas papilas foliadas e circunvaladas da língua Movimento do bolo alimentar da cavidade oral para o estômago Processo de deglutição - Voluntário, faríngeo e esofágico Movimento peristáltico Esfíncter Esofágico Superior= após faringe Esfíncter Esofágico Inferior ou Cárdico= separa o esôfago do estômago - algumas doenças e condições especiais do esôfago – doença do refluxo gastroesofágico e esofagite de refluxo *Bioquimicamente, muito importante para digestão Quatro regiões principais: Região cárdia mais próxima do esôfago Fundo Corpo Antro ou região pilórica distal única região estomacal onde acontece digestão química de fato quase no intestino delgado Maceração e mistura do alimento com a secreção gástrica (quimo = alimento + secreção gástrica movimentos ESÔFAGO ESTÔMAGO Preparam o alimento para a digestão, produzindo ácido, enzimas ... BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED peristálticos vigorosos (também encaminham o quimo para os intestinos) mucosa do estômago é revestida com células epiteliais colunares que secretam muco poços gástricos contendo células parietais (ou oxínticas) que secretam ácido células-chefe ou principais que secretam pepsinogênio. ácido clorídrico (HCl) secretado extermina muitas bactérias ingeridas, fornece o pH ácido necessário para a pepsina (a partir do pepsinogênio) para iniciar a digestão de proteínas e estimula a secreção biliar. O muco é necessário para proteger a superfície mucosa da parede do estômago dos seus conteúdos ácidos O estômago secreta também fator intrínseco, que se liga à vitamina B12 e permite ser absorvida no íleo terminal. *Zimogênio= proteína sintetizada na forma inativa SECREÇÃO ÁCIDO GÁSTRICA: HCl - Sintetizado pelas células parietais ou oxínticas - Converte pepsinogênio em pepsina: HCl propicia o ambiente ácido (pH<5) necessário à conversão do pepsinogênio (enzima inativa) em pepsina (enzima ativa que quebra proteínas = endoenzima proteolítica) - hidrólise ácida de TAG (triacilglicerol) - Desnatura proteínas - Libera nutrientes de complexos orgânicos - Atua como bactericida - Enzimas: pepsina, amilase, lipase * Lipase gástrica: produzida pelas células Pépticas ou principais (corpo, antro e cárdia), catabolisa lipídeos da dieta para fornecer energia ao organismo Muco - Umedece o alimento - "insolúvel ou visível” (HCO3-) = barreira da mucosa gástrica - “solúvel” = mistura com alimentos e lubrificação - células mucosas superficiais e do pescoço (que secretam muco, água e bicarbonato(HCO3)) Fator intrínseco - é uma glicoproteína secretada pelas células parietais do estômago - sua secreção é controlada pelos mesmos processos bioquímicos que regulam a secreção ácida - função= auxiliar na absorção de vitamina B12. Carrega B12 até o Íleo terminal Cirurgia Bariátrica retira a parte do estômago que produz o Fator Intrínseco. Assim, há a necessidade de suplementar B12 via PARENTERAL. - A causa mais comum de deficiência do fator intrínseco é a autoimunidade = a razão para solicitar a medição de BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED anticorpos anti fator íntrínseco geralmente é a detecção de uma concentração plasmática baixa de vitamina B12 GASTRINA: É um hormônio peptídeo liberado por células endócrinas da mucosa gástrica e que induz a liberação de ácido clorídrico pelo estômago e estimula sua motilidade. A forma G₁₇ ou "pequena gastrina" é secretada pela célula G no antro do estômago em resposta à alimentação. * O tipo de tumor endócrino denominado gastrinoma, que pode causar a síndrome de Zollinger-Ellison (caracterizada por múltiplas úlceras gastroduodenais) é, na maioria dos casos, associados a concentrações elevadas de Gastrina primeira etapa é medir a gastrina sérica em jejum - concentraçõesplasmáticas de gastrina persistentemente altas resultam não somente em hipersecreção acentuada de ácido gástrico, mas também no aumento da massa das células parietais, considerando que a gastrina é um hormônio que atua como fator trófico para essas células - diagnóstico diferencial de uma concentração de gastrina ligeiramente elevada inclui hipocloridria, terapia com medicamentos inibidores da bomba de prótons, anemia perniciosa e hiperplasia antral de células G Composição eletrolítica da secreção ácido gástrica - Próton = H+ - Cloreto = Cl- - Bicabornato = HCO3 - Somatostatina: hormônio produzido no pâncreas, mas também pode ser produzida pelas células D antrais do estômago, de forma a regular uma alça de retroalimentação negativa, em que um aumento da acidez promovida pela gastrina leva a um aumento da produção de somatostatina pelas células D antrais, inibindo a produção de gastrina pelas células G antrais, diminuindo a produção de HCl. - atua como tampão de HCl;(resiste ao ácido = protegendo a mucosa gástrica) e inibe a secreção de HCI As células D antrais são estimuladas pelo pH luminal intragástrico, enquanto as células D do corpo do estômago são reguladas por vias neurais e hormonais. Histamina: é um parácrino secretado pelas células enterocromafins da lâmina própria do corpo gástrico. Estimula diretamente a secreção de ácido gástrico através de sua ação sobre os receptores H2 presente nessas células (parietais/oxínticas). BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED RESPOSTAS GÁSTRICAS À REFEIÇÃO: REGULAÇÃO DA SECREÇÃO ÁCIDO GÁSTRICA: Hormônios e Neuropeptídios Inibidores: Peptídeo YY: peptídeo produzido por células em vários locais do trato digestivo, é um inibidor do apetite no intervalo entre as refeições. É fortemente ativado por refeições ricas em proteína. Enterogastrona: qualquer hormônio secretado pela mucosa do duodeno que inibe a motilidade gástrica, além de impedir a liberação da bile e do suco pancreático e a liberação do íon bicarbonato, que alcaliniza o ph duodenal. Peptídeo insulinotrópico dependente de glicose: é um hormônio polipeptídeo secretado pelas células enterócrinas tipo K, encontrados na mucosa do duodeno e do jejuno. É uma incretina (uma classe de substâncias produzidas pelo pâncreas e pelos intestinos e que regulam o metabolismo da glicose. São eles: insulina, glucagon, amilina, GLP-1 e GIP.) Secretina: hormônio polipeptídeo com 27 aminoácidos produzida pelas células S do duodeno em resposta a um pH entre 2 e 4,5 (muito ácido). Somatostatina: inibe a secreção de gastrina, ácido gástrico e pepsina, diminui as secreções endócrinas e exócrinas do pâncreas e reduz a secreção de hormônio do crescimento. A ação favorável da somatostatina no tratamento da cetoacidose diabética é atribuída à sua atividade inibitória sobre a secreção do glucagon. Neuropeptídeos VIP (polipeptídeos intestinais vasoativos): é um neuropeptídio que pertence a superfamília do glucagon/secretina, ou seja, ativam receptores acoplados à proteína G de classe II. SP (substância P ): é um neurotransmissor neuropeptídeo que atua como neuromodulador. Facilita processos inflamatórios, vômito, ansiedade e nocicepção. Pode ser encontrado tanto no sistema nervoso central quanto no periférico. algumas prostaglandinas: sinais químicos celulares lipídicos similares a hormônios, porém que não entram na corrente sanguínea, atuando apenas na própria célula e nas células vizinhas. Óxido nítrico: gás solúvel, altamente lipofílico sintetizado pelas células endoteliais, macrófagos e certo grupo de neurônios do cérebro. Hormônios e Neuropeptídeos Estimuladores: Peptídeo liberador de gastrina (GRP) - gastrina atuação direta nas células parietais (libera HCl) e principais (libera pepsinogênio), motilidade gástrica e crescimento celular do estômago. É liberada em resposta a estímulos vagais, distensões gástricas, contato da mucosa com HCl, GRP, epinefrina e ingestão de substâncias e determinados alimentos Outros fatores - acetilcolina e histamina: Acetilcolina: induz a secreção de gastrina indiretamente quando liberada pelo plexo. Quando liberada pela pressão que o alimento implica na parede do estômago e ativação de mecanoceptores, a acetilcolina induz, diretamente, a secreção de HCl. BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED Algumas doenças e condições especiais do estômago • Úlceras pépticas - Rompimento dos mecanismos de defesa e reparo da mucosa gástrica - Helicobacter pylori, medicamentos e substâncias - Tratamentos bloqueadores de receptores H2, inibidores da bomba de H+/ATPase - Riscos = sangramento no TGI, perdas nutricionais (ferro, vitamina B12, proteínas) Secreções intestinais duodeno e jejuno - Produção = fígado, pâncreas e células de epitélio intestinal Chegada do quimo ácido no duodeno - Estímulos peristálticos e nervoso (SNA) - Liberação de hormônios e peptídeos intestinais Quimo - pH inicial = 2 (secreção gástrica) - Proteção do ID = secreções locais e pancreática - Secreção local = muco (pH ~ 8,2 a 9,3) - Secreção pancreática = bicarbonato *Úlceras duodenais – alterações da mucosa, pâncreas e/ou excesso de acidez gástrica alterações no duodeno podem levar a alterações na mucosa do próprio órgão, mas também do pâncreas, devido à proximidade e relação destes (ulceras duodenais pancreatite) A motilidade estimula a liberação da secreção intestinal A secreção intestinal é a única com estímulos hormonais E mecânicos com a mesma importância SECREÇÃO INTESTINAL = muco + bicabornato (HCO-3) REGULAÇÃO DAS SECREÇOES INTESTINAIS: Hormônios e peptídeos → secreções e motilidade Polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP) = estímulo de secreções e relaxamento de esfíncteres Neuropeptídeo substância P (SP) = peptídeo motilina e hormônio colicistocinina (CCK) = ↑ motilidade intestinal Peptídeo YY, secretina e peptídeos similares ao glucagon = ↓ ou inibição da motilidade intestinal SISTEMA IMUNE INTESTINAL: Tecido linfático – mucosa e submucosa - Tecido linfoide associado à mucosa (Malt) - Tecido linfoide associado ao trato gastrointestinal (Galt) * diarreia e vômito são sinais de que microrganismos ou suas toxinas destruíram as camadas mucosa e submucosa * Salmonelose= a salmonela é destruída pelo HCl no estômago, mas libera toxina que age no ID caso este não esteja íntegro imunologicamente. Produção de IgA secretora = inibição de crescimento bacteriano patogênico (fonte – alimentos) - ótima para defender contra microrganismos, mas péssima contra toxinas Placas de Peyer + células microprega (M) = fazem a vigilância local e sistêmica - função imunológica dos intestinos Microbiota residente= principal forma de proteção MICROBIOTA RESIDENTE: Bucal: variável de acordo com alimentação, higiene, hidratação... É progressivamente maior ao longo do TGI INTESTINO DELGADO BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED Disbiose Intestinal: alteração/ supercrescimento bacteriano no ID Causas: hipocloridria gástrica, alterações imunológicas locais e sistêmicas, motilidade prejudicada, insuficiência pancreática, medicamentos (antibióticos e ACO – AntiConcepcionais Orais), doença intrínseca do ID e cirurgias Assintomática ou associada a sintomas inespecíficos (diarreia e flatulências) Consequências = deficiência de vitamina B12, altas concentrações de folato no sangue ( mediadir para crescimento celular piora a absorção de B12; é produzido pela microbiota) e má absorção de gorduras DESTRUIÇÃO DA BARREIRA INTESTINAL: Atrofias das camadas da mucosa e submucosa - Causas: doenças, ferimentos, fome ou longo períodosde pouca ingestão alimentar - Consequência: translocação bacteriana = Presença de bactérias do TGI ou de suas toxinas na linfa, infecções, sepse e falência múltipla dos órgãos Glândula tubulo-acinar Tipos celulares - Endócrinas = insulina e glucagon; liberação no sangue - Exócrinas (acinares) = enzimas digestivas e secreção pancreática; liberação na superfície celular Secreção pancreática = bicarbonato + eletrólitos + enzimas digestivas – Componentes aquoso e enzimático SECREÇÃO PANCREÁTICA: Grande volume Concentrações de Na+ e K+ equilibradas Elevadíssima concentração de HCO3 - (bicabornato) Reduzida concentração de Cl- Isotonicidade com o plasma Presença de lipase, amilase, proteases pancreáticas, ribo e desoxirribonucleases Estômago = bacilos Gram-positivos aeróbios ~103/g de conteúdo luminal Jejuno = bacilos Gram-positivos aeróbios ~104/g de conteúdo luminal Íleo = variada (aeróbios e anaeróbios) ~105 a 108/g de conteúdo luminal Intestino grosso = anaeróbios Gram-negativos ~1010 a 1012/g de conteúdo luminal *Cólon distal ~ microbiota fecal PÂNCREAS BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED REGULAÇÃO DA SECREÇÃO PANCREÁTICA: Liberação sob estímulo parassimpático Secretina - células S enteroendócrinas - estímulo = presença do quimo ácido no duodeno - secreção de água, bicarbonato e enzimas pancreáticas * muito importante na regulação da secreção pancreática Outros hormônios estimulantes da secreção: Colicistocinina (células I enteroendócrinas): hormônio gastro-intestinal (GI) que estimula a contração da vesícula biliar e secreção de enzimas do pâncreas, com digestão de Carboidrato, gordura e proteínas. Nervos entéricos e neuropeptídeo substância P (SP) Polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP): liberação de bicarbonato pancreático no ID Somatostatina: inibição da secreção exócrina Liberação de insulina - inibição: hormônios e peptídeos derivados do complexo gastrointestinal = amilina, galanina e somatostatina - estímulo: polipeptídeo insulinotrópico glicose- dependente e peptídeo similar ao glucagon * alimentos que estimulam a secreção de insulina (carboidratos), causam o aumento da velocidade da digestão (aumenta a secreção do suco pancreático) = dieta rica em carboidratos promovem baixa saciedade e sensação de fome precoce. * Cálculos Biliares podem causar pancreatite se escaparem para o ducto pancreático, obstruindo o pâncreas e impossibilitando a saída da secreção pancreática, que é ótima para o intestino, mas péssima para o pâncreas (causa autodigestão do pâncreas = pancreatite) * sem secreção pancreática NÃO há digestão (secreção intestinal não tem enzimas) * o fluxo do suco pancreático aumenta com a presença de alimento * anti transporte = para o bicabornato entrar, o HCl precisa sair A única função digestiva do fígado é a síntese e a secreção da bile Fígado produz a bile X Vesícula Biliar armazena a bile Digestão e absorção das gorduras Excreção de metabólitos finais Secreção biliar = bile NÃO tem função digestiva, não tem enzima = prepara o lipídio para ser digerido no intestino pela secreção pancreática - Produção hepática - Concentração e armazenamento vesícula biliar - Composição básica: água e sais biliares, colesterol, fosfolipídio (lecitina), íons e pigmentos bilíferos - pH final: 7,6 a 8,6 * principal íon é o Na+ * Colesterol: 4% da bile paciente com colesterol alto tem prejuízo no retorno da bile para o fígado e vesícula ( esse retorno evita que a bile precise ser produzida pelo fígado continuamente) FÍGADO E VESÍCULA BILIAR BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED Sistema Hepatobiliar = fígado, vesícula biliar e pâncreas SECRÇÃO BILIAR / BILE: Colicistocinina: hormônio secretado por células I do duodeno - contração da vesícula biliar = efeito colagogo liberação de bile no ID Somatostatina: substância parácrina secretada por células pancreáticas e intestinais - produção da secreção biliar = efeito colerético - inibe contração da vesícula biliar * medicamentos com esse efeito (colerético) são importantes para pessoas sem a vesícula Não é produzida constantemente, é secretada de reaproveitada Fibras dietéticas impedem a absorção da bile no intestino e sua volta para o fígado e vesícula estimulando a produção constante da bile pelo fígado e mantendo o colesterol em níveis bons, pois não há armazenamento deste. Hipercolesterolemia: altos níveis de colesterol no sangue bile com muito colesterol pode levar a litíase biliar = cálculo biliar Redução de macronutrientes em suas unidades fundamentais Enzimas - Boca: alfa-amilase - Estômago: proteases - Intestino delgado : secreções intestinais e pancreática Objetivo = Absorção DIGESTÃO BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED Glicose e Galactose NÃO têm passagem livre na borda em escova = precisam de um transportador (este transportador necessita, obrigatoriamente, da presença de Na+) - entrada de 2Na+ a cada molécula de glicose ou galactose a Frutose entra mais rápido na corrente sanguínea porque não requer nenhum recurso eletrogênico e possui transportador próprio - entra ainda mais rápido se for ingerida junto com glicose - benefício = não acumula açúcar na borda em escova evita reações inflamatórias - tem capacidade de induzir a secreção de insulina = índice glicêmico alto digestão de proteínas é realizada através de toda a extensão do intestino delgado é iniciada no estômago com a ação de moagem e mistura da peristalse gástrica, expondo o alimento ao ácido gástrico e à pepsina a pepsina é uma protease que rompe as ligações peptídicas internas adjacentes aos aminoácidos hidrofóbicos e é inativada em um pH > 4,0, sendo sua ação limitada ao estômago. através da ação das proteases pancreáticas ( tripsina, quimotripsina, elastase e carboxipeptidases A e B no jejuno proximal) o quimo é reduzido uma mistura de aminoácidos livres e oligopetídeos (entre dois e seis resíduos de aminoácidos) esses componentes ( 2 a 6 aa) são digeridos pelas peptidases da borda em escova ao contrário dos carboidratos, os peptídeos não são digeridos totalmente a suas unidades integrantes, e a ação das enzimas na borda em escova deixa uma mistura de aminoácidos di e tripeptídeos. existem sistemas específicos de transporte que absorvem efetivamente os di e tripeptídeos em um ritmo mais rápido do que para os aminoácidos livres essa descoberta teve implicações no desenvolvimento dos regimes de alimentação enteral a captação de peptídeos é realizada pelo transporte ativo ligado ao sódio dentro da mucosa, as peptidases nos enterócitos clivam pequenos peptídeos aos seus aminoácidos integrantes comprometimento da microbiota acarreta em dificuldade para digerir lipídios Digestão de triacilgliceróis Digestão luminal 1) emulsificação peristáltica = moagem física de alimentos (mastigação e no estômago – produz uma emulsão inicial relativamente instável que penetra no duodeno) BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED 2) emulsão é estabilizada, considerando que as gotículas de gordura são revestidas com fosfolipídios, fornecidos de forma exógena na dieta e endogenamente a partir da bile. *estabilização adicional por um revestimento de sais biliares e com pequenas quantidades de monoacigliceróis e íons de ácidos graxos. 3) principal digestão da emulsão ocorre por meio da ação da lipase pancreática, mas um componente inicial menor da digestão pode ser fornecido pelas ações das lipases lingual e gástrica, que apresentam um pH ideal na faixade acidez. Esse componente é importante no fornecimento da digestão parcial de triglicerídeos para melhorar e contribuir com a estabilidade da emulsão. - lipase pancreática atua em conjunto com um cofator, a colipase pancreática (secretada em uma forma inativa (procopolipase) e, posteriormente, é ativada pela digestão tríptica). - atividade da lipase pancreática é maior na proximidade do pH neutro = depende da secreção adequada de bicarbonato produzida pelo pâncreas, sob a influência da secretina Os sais biliares são moléculas anfipáticas; ou seja, apresentam componentes lipossolúveis e hidrossolúveis. Essa propriedade permite então agregar em micelas, de tal forma que os componentes hidrofóbicos se alinhem de modo adjacente um ao outro no interior da micela; enquanto os componentes hidrofílicos ficam voltados para a parte externa na fase aquosa. Os ácidos graxos não hidrossolúveis, monoglicerídeos e colesterol são, desse modo, mantidos “dentro” da micela para formar uma emulsão com partículas altamente estáveis. Enquanto a absorção de triacilglicerol apresenta eficiência razoável na ausência dos sais biliares, a absorção de colesterol e vitaminas lipossolúveis, em contrapartida, estará severamente comprometida, a menos que a concentração de sais biliares no duodeno esteja acima de uma concentração micelar crítica. 4) Absorção de triacilgliceróis: o transporte de lipídeos através da superfície de enterócitos é realizado por difusão passiva; ou seja, a partição de lipídeos por meio de componentes desses elementos na membrana de borda em escova. O microclima na superfície dos enterócitos é ligeiramente mais ácido que no lúmen do jejuno, o que estimula a liberação de ácidos graxos das micelas. - existe alguma indicação, no entanto, de que um componente de absorção de gorduras para certos ácidos graxos, especialmente os ácidos oleico e linoleico, pode ocorrer pela difusão facilitada. - triacilgliceróis são ressintetizados a partir dos monoacilgliceróis e ácidos graxos nos enterócitos e incorporados nos quilomícrons. A proteína transportadora apoliproteína B48 é essencial para a síntese de quilomícrons e, na ausência de tal proteína, ocorre a incidência de má absorção severa de gorduras. Digestão e absorção de outras gorduras: - fosfolipídios são hidrolisados em ácidos graxos e lisofosfatidilcolina pela fosfolipase pancreática A2; são ressintetizados nos retículos endoplasmáticos das células da mucosa - ésteres de colesterol são hidrolisados por uma esterase pancreática; o colesterol é esterificado pela acil- CoA:colesterol aciltransferase (ACAT) antes de ser incorporado nos quilomícrons. - ácidos graxos formam micelas com ácidos biliares e, assim, os lipídeos são transportados finalmente para os enterócitos de modo semelhante aos produtos da digestão de triacilgliceróis., A eficiência da absorção de gorduras é considerável, de modo que, em saúde, o processo é praticamente completo. A maior parte da absorção de gorduras ocorre no jejuno proximal BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED FORMAS DE APRESENTAÇÃO DE MÁ ABSORÇÃO Fezes pálidas e volumosas (gorduras) Distensão abdominal, diarreia e flatulências (carboidratos) Indisposição indefinida, cansaço, perda de peso e retardo do crescimento (nutrientes) Anemia (ferro, folato e vitamina B12) Facilidade de contusão ou sangramento (vitamina k) DISFUNÇÕES DO TGI COM IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS Alterações em órgãos e anexos e/ou secreções → digestão ineficiente → absorção de nutrientes prejudicada Possíveis causas: redução da síntese e liberação de secreções, alterações da motilidade ou esvaziamento do conteúdo gastrointestinal (refluxo), processo inflamatório da mucosa Ex.: doença do refluxo gastroesofágico, doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca, pancreatite crônica Doença do refluxo gastroesofágico Alterações ou redução da pressão do esfíncter gastroesofágico - Causas mecânicas: excesso de força, vômitos e tosse recorrentes, etc - Alimentos ricos em gordura, chocolate, nicotina, álcool, cafeína e carminativos (hortelã e menta) Ingestão de alimentos que aumentam a pressão do esfíncter proteínas Doenças inflamatórias intestinais Colite ulcerativa e doença de Crohn = inflamações agudas, crônicas ou intermitentes Principais causas da má absorção: ↓ dissacaridases e peptidases, ↓ tempo de trânsito dos nutrientes, danos diretos às células absortivas da mucosa e baixa ingestão alimentar Doença Celíaca Reconhecimento precoce= Fezes soltas frequentes, esteatorreia, anemia (deficiência de ferro ou ácido fólico), crescimento deficiente ou incompatível, osteomalácia (má absorção de vitamina D e cálcio), tétano (hipocalcemia) e, BIOQUÍMICA FISIOLÓGICA VITÓRIA NOVAIS - MED ocasionalmente, facilidade de contusões (deficiência de vitamina K) Anticorpos antitransglutaminase Biópsia ID = atrofia vilosa total Pancreatite crônica Quadro inflamatório prolongado ou permanente Perda de funcionalidade do tecido pancreático - Células acinares ↓ produção enzimática e quantidade de secreção Fortes dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia Causas: uso excessivo de álcool, cálculos biliares, doença hepática, infecções virais e uso de medicamentos Consequências: má digestão e absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis, redução de bicarbonato, alterações da secreção de insulina
Compartilhar