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D PROCESSUAL CIVIL - QUESTIONÁRIO

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NOME
	RA
	TURMA
	Paola Giglio
	21801
	4º AD
QUESTIONÁRIO
1. Indicar e explicar, de forma breve, os sucedâneos recursais internos e externos
Os sucedâneos recursais abrangem todos os demais meios de impugnação de decisão judicial que não se encaixem nem na categoria das demandas autônomas de impugnação, nem na dos recursos. Assim, eles nunca dão origem a um novo processo e o legislador não os trata como recursos. É o que acontece com a remessa necessária (prevista no artigo 475 do CPC e muito impropriamente chamada por alguns de recurso ex officio) e com o pedido de reconsideração permitido pelo artigo 527, parágrafo único, do CPC.
Os sucedâneos recursais internos são desenvolvidos no próprio processo. Já o externo é desenvolvido em processo distinto. Pode ocorrer o primeiro em reexame necessário, correição parcial, impugnação ao cumprimento de sentença e o pedido de reconsideração. O outro pode ocorrer em ação rescisória, reclamação constitucional, mandado de segurança contar decisão judicial, querela nullitatis, embargos à execução contra a Fazenda Nacional.
2. Indicar e explicar, de forma breve, como os recursos processuais civis estão classificados
Os recursos são divididos conforme três classificações: total e parcial; ordinários e extraordinários; e de fundamentação livre ou de fundamentação vinculada.
O recurso total se baseia no conteúdo a ser impugnado e divide os recursos entre aqueles que abrangem a sua totalidade; e o recurso parcial é aquele que não abrange a totalidade do conteúdo impugnável da decisão. Qualquer recurso pode ser total ou parcial, bastando tão somente da opção, em concreto, tomada pelo recorrente quanto à sua vontade de se insurgir contra a decisão.
Os recursos extraordinários são considerados recursos de estrito direito ou excepcionais. Eles visam somente averiguar se a lei foi corretamente aplicada aquele determinado caso concreto, não buscam, portanto, a correção da “injustiça” da decisão. Já os recursos ordinários não são excepcionais e são aqueles que garantem a tutela dos direitos subjetivos das partes, inclusive o direito ao duplo grau de jurisdição. Nestes recursos, basta que seja alegada e fundamentada a injustiça da decisão de primeiro grau, para que então a discussão seja reanalisada – sempre observando aos requisitos. Estes recursos estão previstos na própria Constituição Federal, e são: recurso extraordinário, cabível em caso de afronta à CF;  recurso especial, em casos de afronta à lei infraconstitucional; e embargos de divergência, que visam obter do STF e do STJ seu real entendimento a respeito de determinada matéria.
 A fundamentação dos recursos considera-se um recurso de fundamentação vinculada quando a lei exige a presença de determinados tipos de vícios na decisão, para que então tenha cabimento. o recurso de fundamentação livre não se prende a diretamente a determinado defeito ou vício da decisão. Para que o recurso seja admissível basta que o vício existente, independentemente de qual, seja alegado e fundamentado pelo recorrente e que haja uma decisão. São os recursos de fundamentação livre: a apelação, o agravo, os embargos infringentes, o recurso ordinário e os embargos de divergência.
3. Indicar e explicar, de forma breve, os efeitos que os recursos processuais civis podem provocar
São 5 efeitos que podem ser provocados pelos recursos processuais civis.
O efeito devolutivo reabre a oportunidade de reapreciar e, novamente, julgar questão já decidida; o efeito suspensivo dá o impedimento da imediata execução do decisório impugnado. A nova legislação processual civil tratou esse efeito recursal como exceção, pelo fato de apenas o recurso de apelação possuir efeito suspensivo automático; o efeito substitutivo é atribuído pelo artigo 1.008 do CPC aos recursos em geral. Consiste ele na força do julgamento de qualquer recurso de substituir, para todos os efeitos, a decisão recorrida, nos limites da impugnação; o efeito expansivo delimita a área de cognição e decisão dos Tribunais Superiores, na espécie, consiste em reconhecer que a devolução operada pelo recurso não restringe às questões resolvidas na sentença, compreendendo também as que poderiam ter sido decididas, seja porque suscitadas pelas partes, seja porque conhecíveis de ofício; e, por fim, o efeito translativo diz respeito à limitação de cognição do tribunal, salvo se tratar de matéria de ordem pública. Insta observar que as questões de ordem pública podem ser conhecidas pelo Tribunal ainda que não tenham sido reconhecido objeto de recurso.
4. Diferenciar juízo de delibação do juízo de prelibação recursal, indicando os pressupostos de admissibilidade recursal, diferenciando preparo de deserção.
O julgador, ao apreciar um recurso, depara-se com duas fases: uma inicial chamada de JUIZO DE PRELIBAÇÃO, ou admissibilidade. E uma posterior chamada de JUÍZO DE DELIBAÇÃO.
Juízo de prelibação é o exame de admissibilidade realizado nos recursos, antes do juízo de seu mérito. É a aferição do preenchimento dos pressupostos recursais por parte do impetrante. Preenchidos os requisitos, o recurso é admitido. Já o juízo de delibarção é o juízo superficial sobre a legalidade de um ato, sem, entretanto, inferir no exame de mérito.
Os requisitos de admissibilidade se dividem em duas categorias: os intrínsecos ou subjetivos e os extrínsecos ou objetivos, nos quais os primeiros são inerentes à existência do direito de recorrer e os segundos são relativos ao exercício do direito de recorrer. Preenchidos tais pressupostos o recurso será conhecido ou admitido pelo juízo de admissibilidade estando apto para a análise do mérito, podendo este ser provido, parcialmente provido ou não provido.
No Novo CPC, a pena de deserção pelo não pagamento do preparo não é imediata, devendo o juiz dar ao recorrente a chance de recolhê-lo. Todavia, terá que recolher em DOBRO. De acordo com o artigo 1.007, § 4o do NCPC, o recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
5. Indicar e explicar, de forma breve, os principais recursais mais importantes.
São princípios recursais: o duplo grau de jurisdição, a taxatividade, a singularidade ou unirrecorribilidade, a fungibilidade, a vedação da “reformatio in pejus”, a  voluntariedade, a dialeticidade, a preclusão consumativa e complementaridade.
O princípio do duplo grau de jurisdição está previsto da nossa CF de forma implícita, em decorrência do devido processo legal e da competência recursal conferida aos nossos tribunais. 
Já o princípio da singularidade ou unirrecorribilidade se verifica em razão de caber somente um recurso para cada decisão judicial.
Com relação ao princípio da fungibilidade, está diretamente relacionado ao princípio da instrumentalidade das formas, e em decorrência desse princípio o juiz pode aceitar a interposição de um recurso em lugar de outro.
Com relação ao princípio da fungibilidade, está diretamente relacionado ao princípio da instrumentalidade das formas, e em decorrência desse princípio o juiz pode aceitar a interposição de um recurso em lugar de outro.
Com relação à voluntariedade, a parte não é obrigada a interpor o recurso, com relação a decisão que lhe é desfavorável. O artigo 998 do CPC também estabelece que o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
Com relação à dialeticidade a parte deverá expor as razões do seu inconformismo na interposição do recurso.
Com relação a preclusão consumativa e complementaridade, tem-se que a parte tem um prazo para interpor o recurso e passado este prazo não pode complementar as suas razões, ainda que dentro do prazo. 
6. Indicar as hipóteses em que o relator pode julgar um recurso monocraticamente
São hipóteses nas quais, invariavelmente, a decisão monocrática fundada em tese jurídica, acórdão ou jurisprudência divergente seria contrastada pelo Agravo (legal),não somente com a finalidade de buscar uma decisão de consenso e a mais justa possível do órgão colegiado, mas também como forma de viabilizar a admissibilidade de eventual Recurso Especial ou Extraordinário suprindo possível ausência de prequestionamento da matéria (esgotamento das instâncias recursais ordinárias), considerado o conceito de causa decidida – artigo 102, inciso III, e artigo 105, inciso III, da Constituição Federal.
Segundo o preceito legal, ao relator somente é autorizado decidir monocraticamente, negando provimento ao recurso que for contrário: a súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; ao acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça; ao entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência.
7. Discorrer sobre as hipóteses de recursos previstas no § 1º do art. 1.009; no parágrafo único do art. 354; e no § 5º do art. 356 do CPC/15
O caput do artigo 1.009 do CPC/2015 é direto e remete, dessa forma, ao artigo 513 do CPC/1973. Segundo o dispositivo, portanto, o recurso cabível em face de sentença (com ou sem resolução de mérito, nos moldes dos artigos 485 e 487 do Novo CPC) é a apelação. Devem ser suscitadas na preliminar de apelação ou nas contrarrazões, todas as questões resolvidas na fase de conhecimento cuja decisão a respeito não comportasse agravo de instrumento e, dessa forma, não tenham sido cobertas pela preclusão.
O artigo 354 reúne casos de negativa da resolução do mérito (mediante a menção ao artigo 485) e de resolução do mérito, quando se reconhece haver prescrição ou decadência (artigo 487, II) ou se homologa ato de disposição de vontade (artigo 487, III). O artigo 355, por sua vez, trata de outra hipótese de resolução de mérito, quando há acolhimento ou rejeição do pedido (artigo 487, I).
A novidade trazida pelo artigo 356 do novo CPC, o julgamento antecipado parcial de mérito, tem levado a jurisprudência a examinar, em especial, a tese acerca de sua natureza e recurso cabível.
8. Do que se trata a teoria da causa madura, prevista no § 3º do art. 1.013 do CPC/15?
A teoria da causa madura é instituto do direito processual (em especial do processo civil). Tal instituto tem como finalidade promover a celeridade para o processo, o mesmo se aplica nos casos em que houve julgamento sem resolução de mérito.
A teoria da causa madura disciplinada no artigo 1.013, § 3º, que consiste na possibilidade do tribunal julgar o processo que não obteve resolução do mérito, de imediato, é inaplicável aos recursos que exigem o pré- questionamento.
Portanto, pode-se afirmar com total certeza que a teoria da causa madura está para cumprir com um dos preceitos fundamentais do processo, que é a buscar a máxima celeridade da prestação jurisdicional, bem como á duração razoável do processo.
9. Indicar as hipóteses de cabimento da Apelação, explicando a diferença entre error in procedendo e error in judicando do juízo a quo
O error in procedendo é o erro que o juiz comete no exercício de sua atividade jurisdicional, no curso procedimental ou na prolação de sentença, violando norma processual na sua mais ampla acepção.
O error in iudicando é, portanto, o erro de julgamento, e o error in procedendo, é o erro de procedimento. 
Se o juiz se equivoca ao aplicar o mérito do direito substancial incorre em vício de juízo (error in iudicando), mas não incorre, com isto, na inobservância do direito substancial, pois este não se dirige a este. Se o juiz comete uma irregularidade processual, incorre em vício de atividade (error in procedendo) , isto é, na inobservância de um preceito concreto, dirigindo-se a este, impõe-lhe, tenha o processo, certo comportamento.
10. Explicar as hipóteses de cabimento do Agravo de Instrumento, explicando a razão pela qual o rol do art. 1.015 não se aplica às decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
O artigo 1.015 do CPC veicula um elenco de decisões interlocutórias que comportam agravo de instrumento. As hipóteses de cabimento são taxativas, embora não estejam todas elas contidas nesse dispositivo. O inc. XIII do artigo 1.015 remete ainda a "outros casos expressamente referidos em lei".
Desse panorama extrai-se que existem inúmeras outras questões resolvidas na fase cognitiva, mediante interlocutória, que não comportam agravo de instrumento, pois não estão elencadas no rol do artigo 1.015 nem há qualquer outra previsão legal expressa. Tais situações não são acobertadas pela preclusão, podendo ser suscitadas em preliminar de apelação ou nas contrarrazões (art. 1.009, § 1.º).
Inclusive, há inúmeras hipóteses de interlocutórias que foram submetidas à regra geral da irrecorribilidade imediata, mas relativamente às quais se punham razões análogas às que justificaram o cabimento do agravo nos casos do art. 1.015 e de outras regras esparsas. Ou seja, são situações para as quais também teria sido plenamente justificável - e conveniente - o cabimento do agravo (ex.: decisão que nega eficácia a um negócio jurídico processual; decisão que rejeita ou acolhe arguição de incompetência absoluta ou relativa; decisão que defere provas...). Na doutrina, já houve quem defendesse a aplicação extensiva das regras do artigo 1.015 a esses casos. Mas não parece ser essa a solução adequada. 
Por mais criticável que sejam algumas das hipóteses "esquecidas" pelo legislador, não é dado ao intérprete flexibilizar um critério de cabimento que se pretendeu verdadeiramente restritivo.
11. Analisar, de forma breve, o julgamento do STJ no RESP nº 1.696.396  (Corte Especial , Rel. Min. Nancy Andrighi, de agosto/2018)
O recurso de agravo de instrumento e suas hipóteses de cabimento sofreram diversas alterações ao longo dos anos, sendo a mais recente destas a promovida pelo Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015). O sistema predecessor estabelecia, em termos gerais, o cabimento do recurso para a impugnação de decisões interlocutórias que poderiam causar dano grave ou de difícil reparação, concebendo uma ampla recorribilidade imediata das interlocutórias.
Na ocasião, a Corte votou, por maioria, pela admissibilidade da interposição do agravo contra decisões interlocutórias que não estejam expressamente previstas no código processual civil, se constatada urgência excepcional na apreciação da matéria recorrida – mitigando-se, assim, a taxatividade das hipóteses listadas no artigo 1.015.
Muito embora o próprio STJ já tivesse reconhecido anteriormente o cabimento de agravo segundo uma interpretação extensiva do rol do artigo 1.015 do CPC, como no caso da decisão que versa sobre competência (Recurso Especial nº 1.679.909), a tese proposta pela ministra Nancy Andrighi foi um passo além, ao afirmar que a taxatividade mitigada não depende de interpretação extensiva ou analógica das hipóteses expressas de cabimento do recurso, sendo suficiente o requisito da necessidade de julgamento imediato.
Desse modo, dentre as três correntes de posicionamento dominantes, a ministra relatora optou por uma quarta alternativa, ao utilizar o critério da urgência para definir o cabimento do recurso, de modo que a tese jurídica fixada foi a seguinte: “O rol do artigo 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação”. Outrossim, conheceu e deu parcial provimento ao recurso, no que tange à interlocutória que declinou a competência.
12. Explicar a técnica de ampliação de julgamento prevista no art. 942 do CPC
A técnica de ampliação do colegiado foi estabelecida como sucedâneo ao recurso dos embargos infringentes nas hipóteses de julgamento não unânime de apelação, ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, e no agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
O instituto tem aplicação em casos dedecisão não unânime em julgamento de apelação, ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença e agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgou parcialmente o mérito. Dada a novidade da técnica, o STJ recentemente julgou caso em que definiu algumas controvérsias que pairavam sobre a forma de aplicação do instituto.
De acordo com o artigo 942 do CPC/2015, em casos de julgamento não unânime, este terá prosseguimento na mesma sessão ou, não sendo possível, em nova assentada, a qual contará com a presença de novos Desembargadores convocados, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial.
Assim, a técnica de ampliação do colegiado resulta em julgamentos mais maturados ao possibilitar um melhor exame sobre questões controvertidas na origem, especialmente as de natureza fática, cuja reapreciação é vedada às instâncias superiores.
13. Indicar as situações que justificam o cabimento dos Embargos de Declaração (obscuridade, omissão, contradição e erro material), explicando porque os mesmos não podem ser interpostos com efeito infringente. 
A respeito dos efeitos com os quais devem ser recebidos os embargos de declaração, tem-se os: efeito interruptivo, que 'interrompem' o prazo para interposição de outros recursos; o efeito devolutivo, no qual o próprio artigo 536 insinua haver vinculação entre o 'ponto obscuro, contraditório ou omisso' e que será decidido no julgamento do recurso a partir do pedido recursal formulado pela embargante; e o efeito translativo, em que qualquer questão de ordem pública pode e deve ser levantada ao ensejo da apresentação dos declaratórios, já que traduz em 'omissão' a falta de seu exame pelo órgão julgador. Ainda, parte da doutrina sustenta a atribuição de efeito suspensivo aos embargos de declaração se o recurso cabível da decisão 'depois' de seu julgamento também o tiver.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça se alinha no sentido de que não são capazes de interromper o prazo para interpor outros recursos os embargos de declaração não conhecidos em razão de sua intempestividade9 ou em razão de defeito formal.
Além disso, para o Superior Tribunal de Justiça, em regra, a interposição de embargos de declaração não interrompe o prazo para a interposição do agravo previsto no artigo 544 do Código de Processo Civil, vez que para a Corte Superior, nesta situação, o efeito interruptivo ocorre apenas em hipóteses excepcionais, quando a decisão de inadmissão é proferida de forma tão genérica que sequer permite a interposição do referido agravo.
Por outro lado, no âmbito da Justiça do Trabalho, a lei 13.015, publicada no DOU de 22/7/14, com início da sua vigência sessenta dias após a publicação, incluiu o § 3º ao artigo 897-A da Consolidação das Leis do Trabalho, o qual dispõe quanto ao efeito interruptivo dos embargos de declaração.
14. Explicar o efeito interruptivo dos Embargos de Declaração e as consequências possíveis da interposição protelatória de tal recurso
O artigo 1.026 do Código de Processo Civil dispõe que “Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso”. É o chamado efeito interruptivo do recurso de embargos de declaração. Ou seja, o recurso cabível de qualquer decisão jurisdicional que se mostre obscura, contraditória ou que tiver omitido questão sobre a qual seu prolator deveria ter se pronunciado.
É o chamado efeito interruptivo dos embargos declaratórios, ou seja, no momento em que os embargos de declaração são interpostos, os prazos recursais que já se iniciaram a partir da publicação da decisão são interrompidos e voltam a correr após a publicação da nova decisão que será prolatada.
O efeito interruptivo produzido pelos embargos de declaração está previsto no artigo 538, do Código de Processo Civil, e deve ser compreendido como a devolução integral do prazo para apresentar o recurso cabível da decisão embargada após a intimação do julgamento dos declaratórios. Ocorre que, por não prever exceção, a jurisprudência criou hipóteses de não interrupção ao interpretar o referido artigo 538.
Da mesma forma nos tribunais superiores. Publicado acórdão iniciam-se simultaneamente os prazos para interposição dos embargos (se houver omissão, obscuridade ou contradição) e de outros recursos (agravo interno, recurso ordinário, especial ou extraordinário, a depender do caso). Os embargos interromperão o prazo para tais recursos até a publicação da decisão a eles referente. Após, se reiniciará a contagem do prazo para outros recursos.
15. Discorrer sobre cabimento do Reexame Necessário
O reexame necessário constitui exigência da lei para dar eficácia a determinadas sentenças. Consiste na necessidade de que determinadas sentenças sejam confirmadas pelo Tribunal ainda que não tenha havido nenhum recurso interposto pelas partes. Assim, enquanto não sujeito ao reexame necessário, tais sentenças não poderão ser executadas.
Os artigos. 13 da Lei nº 10.259/2001 e 11 da Lei nº 12.153/2009, que tratam, respectivamente, dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal e Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, proibiram, expressamente, o reexame necessário nas causas dos respectivos juizados, porquanto, tendo em vista o pequeno valor limite para a competência, deve prevalecer a simplicidade e a celeridade processual.
O novo Código estabelece valores diferenciados de acordo com o ente envolvido. De fato, os entes mais bem aparelhados são os que menos precisam desse privilégio, sendo plenamente justificável a diferenciação. Ressalte-se que tal ideia já havia sido proposta em diversos projetos de lei, dentre os quais citamos o PL nº 3.533/2004, que previa a remessa necessária apenas nos casos em que a sentença fosse desfavorável aos Municípios com população igual ou inferior a um milhão de habitantes.
Não cabe reexame necessário quando o juiz de primeiro grau é porta-voz dos tribunais superiores, ou seja, quando a decisão está de acordo com súmula de tribunal superior, acórdão do STF ou do STJ em julgamento de recursos repetitivos e entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas.
16. Discorrer sobre cabimento do Recurso Adesivo
O recurso adesivo não é uma espécie de recurso propriamente dita, mas sim uma forma especial de interposição de recurso. Ele pode se dar apenas em recurso especial, recurso extraordinário e recurso de apelação, conforme prevê o artigo 997, §2º, do Código de Processo Civil.
O instituto do recurso adesivo está prescrito no Novo Código de Processo Civil (Novo CPC) em seu artigo 997, que apresenta como deve ser o comportamento desse tipo de interposição de recurso dentro de um processo.
É aquele que faculta ao recorrido interpor recurso fora do prazo normal, pois este, não tinha inicialmente a intenção de recorrer, entretanto, em virtude de recurso interposto pela parte contrária, apresenta em peça autônoma, porém, juntamente com as contra-razões, o recurso adesivo que irá contestar apenas a parte da decisão em que foi sucumbente.
Cabe quando há sucumbência recíproca na decisão. Ou seja, quando autor e réus são considerados vencidos no processo judicial. Isso ocorre quando não acolhe plenamente os interesses de nenhuma das partes.
Portanto é uma manobra judicial que permite que as partes interponham recursos após o momento apropriado, mas somente se a outra parte entrar com um dos recursos previstos no Novo CPC para o tema.
17. Discorrer sobre cabimento do Agravo Interno
O Agravo Interno é uma espécie recursal que visa impugnar as decisões monocráticas proferidas pelo relator em Tribunal. Estabelecido no artigo 1021 do Código de Processo Civil, o objetivo principal desse recurso é levar a decisão ao conhecimento do órgão colegiado competente para que este se manifeste a favor ou contra.
Inicialmente, cumpre destacar que no segundo grau de jurisdição, o relator tem como papel fundamental preparar ações de competênciaoriginária e dos recursos gerais, sendo certo que suas decisões desafiam impugnações. Sendo assim, a decisão por estes proferidas deve atender ao princípio da colegialidade dos tribunais.
É cabível contra decisões monocrática proferidas pelos tribunais, ou seja, pelo relator; e que será direcionando ao respectivo órgão colegiado. Quando há uma decisão monocrática em Tribunal (segundo o regimento deste), e a parte considera que este entendimento não é o mesmo que seria dado pelo órgão completo. A parte entra com o agravo regimental para que a sua causa seja analisada pelo colegiado. Mesmo não havendo obscuridade, contradição ou omissão, os embargos de declaração são admitidos nos casos em que não há nenhum outro recurso possível e ainda há elementos a serem discutidos no processo (Ex.: necessidade de se prequestionar). Quando meramente protelatórios, aplica-se multa ao embargante, mas os prazos para os demais recursos, ainda assim, são interrompidos. Quando é interposta apelação sem o conhecimento de que a outra parte entrou com os embargos, esta deve ser ratificada posteriormente. (a ratificação é uma peça requerendo o julgamento da apelação) Erro material e matemático não se confunde com obscuridade/omissão/contradição, pois pode ser corrigido qualquer tempo no processo.
18. Discorrer sobre cabimento do Recurso Ordinário
Pode ser julgado tanto pelo STF quanto pelo STJ. O que irá julgar qual deles irá julgar está previsto no artigo 1027 do CPC. Cabe contra as decisões de casos de competência originária de Tribunal. Segue o mesmo regime da apelação, podendo se discutir questões de fato e de direito e analisar provas. Vai para o STF ou STJ, a depender da competência destes.
De acordo com o artigo 895 da CLT, o recurso ordinário é cabível: nas decisões definitivas ou terminativas das Varas do Trabalho e dos Juízes de Direito investidos na jurisdição trabalhista para os Tribunais Regionais do Trabalho da respectiva região (inciso I do artigo 895 da CLT). Nesse caso, cabe recurso ordinário que será julgado pelo TRT.
O Recurso Ordinário será sempre recebido no efeito devolutivo. O processo não ficará suspenso, ou seja, a parte que tem a sentença favorável a ela já poderá executar os valores de forma provisória através da extração de carta de sentença. Mas, pode haver exceção em situações peculiares. É possível se conseguir o efeito suspensivo através de uma tutela.
19. Discorrer sobre o recurso previsto no art. 34 da Lei nº 6.830/80
A Lei n.º 6.830/80, em seu artigo 34, prevê uma sentença inapelável. Nas execuções fiscais com valores inferiores ao ali previsto, cabem apenas embargos de declaração e embargos infringentes.
Os embargos de declaração não há grandes cogitações a serem feitas, até porque ele atende perfeitamente às necessidades de prestação jurisdicional e se coaduna com o princípio constitucional da plenitude de jurisdição e da ampla defesa. Mas, os embargos infringentes não haveria aparentemente maiores objeções. Entretanto, tendo a legislação limitado o espectro de recorribilidade quanto ao mérito da decisão, aos embargos infringentes, o que se tem, na prática, é uma decisão irrecorrível.
Nos termos do que dispõe o artigo 1.022 do CPC/2015, cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para esclarecer obscuridade, eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou questão sobre a qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, bem como para corrigir erro material.
Ao passo que os embargos infringentes eram um tipo de recurso previsto no artigo 530 do Código de Processo Civil recém revogado (Lei nº 5.869/1973). Eles tinham a finalidade de provocar o Órgão Colegiado a proferir decisões consensuais, buscando solução unânime para a controvérsia. Atualmente, os embargos infringentes foram substituídos pelo rito do artigo 942 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), e não receberam uma nomenclatura específica, inclusive deixando de se apresentar na forma de recurso. A substituição normativa tornou automática a revisão, pelo Órgão Colegiado, das decisões não unânimes, determinando o artigo 942 do Novo CPC que o julgamento prossiga em sessão futura, com a presença de outros julgadores.
20. Discorrer sobre o recurso previsto no art. 41 da Lei nº 9.099/95
A Lei nº9099/95 prevê apenas dois tipos de recursos: os Embargos Declaratórios e o Recurso Inominado, previstos nos artigos 48 e artigo 41 da Lei nº9099/95.
O recurso inominado tem um papel importante na ampla defesa dentro dos Juizados Especiais, pois é o recurso que serve como apelação em questões cíveis. Uma vez que esse recurso não possui nome próprio apontado no Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015) e nem na lei específica dos Juizados Especiais, a doutrina e a jurisprudência nomearam o recurso justamente de “recurso inominado”.
É uma espécie de recurso exclusiva dos Juizados Especiais, em todos os seus níveis: tanto nos estaduais quanto nos federais. De forma simples, o recurso inominado é uma apelação à sentença proferida pelo juízo de um Juizado Especial.
Conforme o artigo 42 da Lei 9.099/11, os requisitos do recurso inominado são: petição escrita, as razões escritas para a entrada do recurso e o pedido do recorrente. Nos termos do artigo 42 da Lei 9.099/95, o prazo para interposição do recurso inominado é de 10 dias contados da ciência da sentença. Assim, caso a parte esteja representada por advogado, a intimação será dirigida a este. Caso contrário, a própria parte receberá a intimação em sua residência.
O Novo Código de Processo Civil não trouxe nenhuma mudança direta nos regramentos sobre o funcionamento dos Juizados Especiais, nem em relação direta ao recurso inominado.
Portanto, o recurso inominado nada mais é que o recurso previsto no artigo 41 da Lei 9.099/95, cabível em face de sentença em ações que tramitam no Juizado Especial Cível.

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