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av3 antropologia e sociedade

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1. Sobre a questão do etnocentrismo, Roque de Barros Laraia escreve que o fato de o indivíduo ver o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É comum a crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo sua única expressão. [...] A dicotomia nós e os outros expressa em níveis diferentes essa tendência. Dentro de uma mesma sociedade, a divisão ocorre sob a mesma forma de parentes e não parentes. Os primeiros são melhores por definição e recebem um tratamento diferenciado. [...] Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais. (LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2001, p. 73-74.)
Conforme o texto justifique quais os pontos centrais que define o etnocentrismo.
 Inicialmente podemos colocar que o fenômeno do etnocentrismo é a justificativa de ocorrerem muitos conflitos sociais e acontece pelo fato dos indivíduos verem o mundo através de sua própria cultura e considerarem o seu modo de vida como sendo o mais correto e normal. Em segundo lugar, o etnocentrismo sempre observa com muito estranhamento qualquer diferença, ocasionando situações de insulto e intolerância. Temos como exemplo o caso do machismo que se materializa como um etnocentrismo por considerar as formas do feminino como de menores valores socialmente e culturalmente, outro caso claro de etnocentrismo seriam as situações de xenofobia por considerar a cultura do outro como menor e sem sentido.
Por fim, no etnocentrismo não existe a empatia, que é exercício ou a postura de tentar se colocar no lugar no outro.
2. Os saberes tradicionais e os costumes, passados e perpetuados através das gerações, historicamente estruturaram o ciclo de vida das comunidades quilombolas e norteiam, atualmente, a estrutura social. Hoje em dia, em grande parte das comunidades quilombolas do país, há pessoas que tradicionalmente dominam o conhecimento acerca de rezas curadoras e de ervas e remédios concebidos de forma tradicional, e pessoas que detêm enorme saber sobre o processo reprodutivo e o parto. Mais conhecidas como parteiras, remedieiras, curandeiras(os), rezadeiras(os), benzedeiras(os), essas são pessoas muito presentes na estrutura social dessas comunidades¿ (Fonte: Educação Quilombola. Salto para o Futuro.TV Escola SEED-MEC. Boletim 10, junho 2017. p. 15). A partir desse trecho como apoio para uma reflexão, descreva práticas de sua comunidade quilombola que você considera como saberes tradicionais e costumes.
 A forma como tenho acesso as práticas culturais dos quilombolas é através da internet e das redes sociais quando são debatidos aspectos de heranças culturais, como culinária, adereços, músicas, um outra forma de contar a história do Brasil que foi o último país a abolir de maneira definitiva a escravidão e que infelizmente ainda tem o racismo estrutural. Acredito que existem muitas possibilidades de ressignificar a cultura e a história brasileiras, haja vista a existência do fenômeno do multiculturalismo na sociedade.
3. Para Roque Laraia, em seu clássico livro Cultura, um conceito antropológico, uma das premissas da antropologia, ao estabelecer uma centralidade do conceito de cultura, é assumir o relativismo como princípio e romper com quaisquer determinismos. O que autor justifica como romper com o determinismo biológico?
 O tema do determinismo biológico ganhou evidência no ocidente europeu depois da Segunda Guerra Mundial, pesquisadores de várias áreas do conhecimento não só de Ciências Humanas se reuniram e criaram a Declaração universal de Direitos Humanos onde um dos pontos importantes colocados é a crítica de que a genética determinaria o comportamento humanos, práticas abomináveis como o fascismo na Itália e o nazismo na Alemanha não poderiam mais se repetir na história da humanidade. O antropólogo Roque Laraia argumenta que os comportamentos humanos não são inatos, a cultura é aprendida e absorvida socialmente e as pesquisas científicas demonstram que a questão das aptidões mentais é praticamente a mesma em todos os grupos étnicos, lembrando que o conceito antropológico de etnia envolve os valores e traços culturais construídos por um grupo, povo ou nação.
4. Comunidade é uma dessas organizações conceituada por teóricos da sociologia como forma de diferenciar de sociedade. Nessa perspectiva como podemos afirmar que é comunidade?
 Para a Sociologia, o conceito de sociedade humana refere-se à totalidade das relações sociais e os limites entre as sociedades são baseados em fronteiras políticas entre o Estado e a sociedade. Em termos sociológicos não existe um consenso sobre o que seja comunidade, exceto quanto ao entendimento de que se trata de uma coletividade de atores sociais que compartilham uma área territorial específica onde exercem atividades cotidianas e interagem quando consomem serviços básicos. Numa comunidade as pessoas partilham uma cultura comum e demonstram características de identidade.
5. Como o conceito de família, segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em sua redação original, reconheceu expressamente como entidades familiares?
 A família enquanto grupo social primário existe praticamente em todas sociedades conforme afirmação do antropólogo Claude Levi Strauss. Com as transformações sociais e culturais a definição de família não pode ser mais entendida nos moldes tradicionais (um casal heterossexual e sua prole biológica ou adotiva), não existe um modelo único de família, o correto é falarmos em famílias pois existem diferentes modelos familiares em todas as sociedades e culturas, seria uma postura preconceituosa e também etnocêntrica categorizar este ou aquele modelo com sendo o correto ou ideal de família
A Constituição Federal de 1988 estabelece como princípio fundamental a dignidade da pessoa humana que reforça no Direito Civil brasileiro o entendimento jurídico de pluralidade de formas de família. Desta maneira, as entidades familiares são concebidas como meio instrumental de promoção da felicidade de cada um dos seus integrantes, independentemente de orientação sexual, é reconhecido em termos constitucionais o instituto da união estável e as famílias homoparentais presentes na realidade social.

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