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1 ESTRATÉGIAS EM GESTÃO DE PESSOAS: CULTURA, MUDANÇA, COMPETITIVIDADE E GESTÃO DO CONHECIMENTO 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2. GESTÃO DE PESSOAS MODELOS E EVOLUÇÃO ............................................ 4 2.1 2.1 Do “Departamento de Pessoal” à “Gestão de Pessoas” ......................... 7 2.2 Conceitos Básicos de Gestão de Pessoas ..................................................... 9 3. CULTURA ORGANIZACIONAL .......................................................................... 16 3.1 A Cultura Organizacional como Orientadora da Gestão de Pessoas ........... 18 4. GESTÃO DE PESSOAS: MUDANÇAS .............................................................. 20 5. GESTÃO DE PESSOAS E SEU IMPACTO NA COMPETITIVIDADE DA ORGANIZAÇÃO ........................................................................................................ 23 6. COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE PESSOAS ................................................... 26 7. GESTÃO DO CONHECIMENTO ........................................................................ 29 7.1 O que é gestão do conhecimento nas empresas ......................................... 30 7.2 Ferramentas para gestão do conhecimento nas empresas ......................... 31 Referências ............................................................................................................... 34 2 1. NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 2. INTRODUÇÃO A estratégia de Gestão de Pessoas é um conjunto de atitudes, técnicas, métodos e implantação de modelos administrativos que visam o desenvolvimento pessoal e profissional do funcionário. Tal desenvolvimento, porém, deve estar alinhado aos objetivos da empresa para que haja um crescimento saudável. Esse, portanto, é o modelo que vem sendo adotado nos últimos anos no RH das empresas. Mas nem sempre foi assim. Ainda no século 19 surgiram os primeiros departamentos pessoais das empresas com o objetivo de fazer o trabalho burocrático de pagamento e controle das faltas. Os funcionários, nesse sentido, eram vistos apenas como números. Contudo, com a criação das leis trabalhistas, a partir dos anos 30, as empresas se estruturaram criando os setores de Recursos Humanos. O intuito era conduzir os trabalhos objetivando o respeito à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A partir dos anos 70, as organizações passaram a se preocupar com o comportamento dos funcionários, visando o desenvolvimento pessoal com foco nos resultados da empresa. Mais recentemente, os RHs se abriram para novos processos, com programas de avaliações de desempenho, pesquisas internas, feedbacks sistematizados, planos de carreira, entre outros. 4 3. GESTÃO DE PESSOAS MODELOS E EVOLUÇÃO Figura 1 Fonte: Google Quase todos os gerentes reconhecem que o principal fator de sucesso das organizações são as pessoas. Apesar disso, muitas pessoas sentem que não são valorizadas, que não encontram as oportunidades merecidas, que não são tratadas de modo justo e por isso encontram-se desmotivadas. A relação entre as organizações e seus colaboradores é uma área instável, na qual cooperação, sucesso e recompensas merecidas convivem com conflitos, fracassos, injustiças e ressentimentos. Tradicionalmente, os cuidados com as pessoas que trabalham na organização ficam a cargo do setor de Recursos Humanos. Recursos Humanos é uma das quatro funções organizacionais (as outras três são Operações, Marketing e Finanças). A função Recursos Humanos compreende: Planejamento dos colaboradores de que a organização precisa, Agregação de novos colaboradores (em caso de crescimento) ou desligamento (em caso de redução), Engajamento dos colaboradores no trabalho, Sua avaliação e desenvolvimento. Esses processos estão representados na figuraabaixo – Processos de Administração de Recursos Humanos. 5 Figura 2 Fonte: Google Segundo Chiavenato o setor de Administração de Recursos Humanos deve desempenhar as seguintes tarefas: Provisão: Quem irá trabalhar na organização? Aplicação: o que as pessoas farão na organização? Manutenção: como manter as pessoas trabalhando na organização? Desenvolvimento: como preparar e desenvolver as pessoas? Monitoração: como saber o que são e o que fazem as pessoas? 6 Figura 3 Fonte: Google A gestão de pessoas não é atribuição exclusiva do setor de RH da empresa, uma vez que todos os gerentes devem assumir uma parcela da responsabilidade pelo relacionamento entre a organização e seus colaboradores. Milkovich e Boudreau descreveram os seguintes papéis dos administradores de RH: 1. Prestar serviços técnicos de RH 2. Defender o tratamento justo dos colaboradores 3. Parceiro de negócios 4. Agente de mudanças Figura 4 Fonte: Google 7 1. Do “Departamento de Pessoal” à “Gestão de Pessoas” A maneira como as organizações se relacionam com as pessoas vem evoluindo ao longo do tempo, à medida que a sociedade, a economia e o conhecimento evoluem, e novas exigências são impostas a organizações e seus colaboradores. A economia tornou-se mais dinâmica, a competição entre as empresas tornou-se mais acirrada, o ritmo de inovação acelerou-se, exigindo um fluxo de novas ideais e conhecimentos sobre os negócios. Hoje o desempenho das organizações depende da iniciativa e criatividade das pessoas, que são incompatíveis com o trabalho monótono e os controles rígidos que prevaleciam no início da era industrial. Como as organizações devem relacionar-se com seus colaboradores de modo a obter os melhores resultados em termos de competitividade, produtividade e lucratividade, Essa questão vem sendo respondida pelos administradores dos diversos tipos de organizações e ao longo dos vários estágios da história da Administração, levando a diferentes modelos de gestão de pessoas, que são estudados por André Luiz Fischer no texto “Um resgate conceitual e histórico dos modelos de gestão de pessoas” (as Pessoas na Organização. Os conceitos expostos por Fischer podem ser sintetizados graficamente, Condicionantes, componentes e modelos alternativos de gestão de pessoas. Um modelo de gestão de pessoas é constituído por uma combinação dos seguintes elementos: 1. Princípios, isto é, crenças e valores adotados pelas organizações; 2. Políticas, isto é, diretrizes a serem seguidas pela organização; 3. Processos, isto é, métodos usados para execução das várias atividades e obtenção dos resultados desejados; 4. Estilo dos gerentes, isto é, modelos de comportamentoe relacionamento. 8 Figura 5 Fonte: Google As mudanças nesses elementos vêm sendo causadas por vários fatores condicionantes, a saber: 1. Tecnologia adotada, 2. Estratégia de organização do trabalho 3. Cultura organizacional 4. Estrutura organizacional 5. Fatores externos As mudanças nos elementos dos modelos de gestão de pessoas caracterizaram quatro diferentes modelos, a saber: a) Departamento de pessoal, b) Gestão do comportamento humano (ou ARH – Administração de Recursos Humanos), c) Gestão estratégica de pessoas, d) Gestão por competências 9 2. Conceitos Básicos de Gestão de Pessoas São listados a seguir alguns conceitos muito usados em gestão de pessoas, cujo conhecimento deve facilitar a compreensão Tabela 1 Função de recursos humanos O papel da função de recursos humanos é atrair e selecionar candidatos qualificados para os cargos, desenvolver sistemas de gestão e recompensa do desempenho que alinhe os comportamentos dos empregados aos objetivos organizacionais, e que apóie o desenvolvimento e retenção de uma força de trabalho diversificada para atender aos requisitos organizacionais atuais e futuros. Os funcionários da função de RH também prestam serviços de apoio e consultoria aos gerentes de linha que são os responsáveis diretos pela administração dos recursos humanos da organização. Atividades específicas incluem: projeto dos cargos e da estrutura organizacional; recrutamento e seleção; gestão do desempenho; recompensas e benefícios; desenvolvimento e treinamento de funcionários; planejamento de recursos humanos; relações de trabalho; 10 gestão da diversidade; conformidade com diretrizes legais e governamentais. Estratégia de recursos humanos Conjunto de decisões e fatores que orientam a gestão de recursos humanos (aquisição, alocação, utilização, desenvolvimento e recompensa) no contexto da organização. É diretamente relacionado à estratégia do negócio e focaliza a formulação e alinhamento das atividades de recursos humanos para atingir os objetivos de competitividade organizacional. Integração Introdução planejada dos novos funcionários em seus cargos, colegas de trabalho, políticas, processos e cultura da organização. Deve criar uma imagem favorável da organização, dar aos empregados as informações que eles precisam para iniciar o novo trabalho, ajudar a reduzir a tensão de lidar com o novo ambiente de trabalho. Descrição de cargo Descrição da natureza de um cargo, incluindo: a) identificação ou título do cargo; b) objetivos do cargo e resultados que devem ser produzidos pelo empregado; c) tarefas envolvidas no cargo; d) lista de equipamentos, máquinas e outros instrumentos usados no cargo; e) matérias-primas, bens, dados e outros materiais usados no cargo; 11 f) processos usados para transformar os materiais em produtos; g) diretrizes e controles que devem ser seguidos pelos trabalhadores, como supervisão; h) conhecimentos, habilidades, capacidades e outras características pessoais; i) descrição do contexto do trabalho, como condições de trabalho; j) qualificações exigidas, como nível educacional e certificados. Competência (individual) Um saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos habilidades, que agregue valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Competência essencial (organizacional) Conjunto de habilidades e tecnologias que permite a uma empresa oferecer um determinado benefício aos clientes. Treinamento no trabalho Consiste em atribuir trabalhos aos aprendizes, encorajando-os a observar e aprender com trabalhadores experientes ou supervisores. O treinamento no trabalho é uma técnica muito usada devido ao baixo custo e à oportunidade de realimentação rápida que proporciona. Infelizmente, essa técnica é muitas vezes usada de modo desorganizado e seu sucesso vai depender da boa vontade e competência 12 dos funcionários responsáveis pelo treinamento. Avaliação de desempenho Processo de identificação, observação, medição e desenvolvimento do desempenho das pessoas numa organização. Identificação: análise da tarefa e estabelecimento de padrões de desempenho; Observação: comprovação sistemática do cumprimento dos resultados e padrões de desempenho; Medição: traduzir o desempenho observado numa escala comparativa de desempenho; Desenvolvimento: aconselhamento, decisões e ações visando melhoria do desempenho futuro. Avaliação 360 graus A ideia do sistema de avaliação de desempenho de 360 graus é obter avaliações do desempenho de um funcionário a partir de múltiplas perspectivas ou fontes. As avaliações são feitas por supervisores, pares e subordinados, além de autoavaliações e avaliações por clientes. Carreira A carreira é constituída pelas ocupações e cargos que as pessoas ocupam ao longo de suas vidas de trabalho. O estudo das carreiras nas organizações tem focalizado seis tópicos: 13 1. Como as aptidões, interesses e atitudes dos indivíduos mudam ao longo de suas vidas de trabalho; 2. como os indivíduos escolhem os cargos a que almejam e que posições organizacionais aceitam ou abandonam; 3. como as pessoas se ajustam às situações de novos cargos; 4. Como as organizações planejam e gerenciam esses processos de transição 5. o impacto de decisões de curto prazo sobre as carreiras sobre as opções de carreira a longo prazo; 6. Integração ou conflito entre as demandas da carreira e as demandas da vida pessoal. Desenvolvimento de equipes Processo sistemático que visa melhorar os esforços cooperativos de pessoas que devem trabalhar juntas para realizar objetivos. Empregabilidade Relação entre empresa e empregado em que, apesar da ausência da estabilidade no emprego, busca-se resgatar a confiança do empregado através das seguintes condições: 1. o empregado é responsável por desenvolver as habilidades que lhe asseguram boas oportunidades de emprego dentro e fora da organização; 2. o empregador é responsável por disponibilizaraos empregados informações, tempo, recursos e oportunidades para avaliar e 14 desenvolver as habilidades necessárias; 3. A relação de emprego pode ser dissolvida se a contribuição ou aspiração do empregado não corresponder às necessidades do empregador. Pagamento por desempenho Sistemas de pagamento baseados em desempenho baseiam-se em três pontos: a) estabelecer critérios de desempenho para os indivíduos; b) avaliar se esses critérios foram atingidos; c) relacionar o desempenho à recompensa financeira. Incentivos por equipe Recompensas financeiras oferecidas aos funcionários com base no desempenho de seu grupo de trabalho. Participação nos resultados a) Programas de incentivo em grupo que distribuem a grupos de empregados parte dos ganhos obtidos por aumentos de produtividade, melhorias de processos ou reduções de custos. b) Política de remuneração variável que oferece aos funcionários um benefício proporcional à lucratividade da organização. Remuneração por conhecimento, habilidades ou competências Planos de remuneração que se baseiam nos conhecimentos, habilidades e competências das pessoas e não nos cargos que elas estão ocupando. Aumentos de salário são relacionados a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências valorizados 15 pela organização. Os funcionários devem passar por um processo de certificação ou avaliação antes de receber os aumentos correspondentes. Diversidade A expressão diversidade serve para reconhecer que as pessoas de uma organizaçãoprovêm de diferentes origens e grupos, de acordo com gênero, etnia, cultura, etc. A gestão da diversidade se refere às práticas que as empresas adotam para melhorar o aproveitamento do potencial dos diversos perfis humanos disponíveis. Relações industriais Interações entre trabalhadores e empregadores, no local de trabalho e na sociedade, que determinam as relações de emprego. 16 4. CULTURA ORGANIZACIONAL Figura 6 Fonte: Google Além das raças, etnias e classes sociais, as instituições e organizações também produzem cultura. Toda sociedade, em maior ou menor medida, se conduz apartir da cultura que lhe é própria. Da mesma forma as organizações possuem pressupostos básicos, os costumes, crenças, valores e artefatos baseados na cultura de seus membros integrantes. Qualquer lugar de trabalho desenvolve a cultura com o passar do tempo. Edgar Schein (1992) afirma que se uma organização tem uma história, tem uma cultura compartilhada. A cultura organizacional é frequentemente muito forte com uma história longa que asseguram muitos temas como verdades pelas pessoas que vivem naquela organização. Para Schein (1985, p. 9): “Cultura organizacional é um padrão de pressupostos básicos – inventados, descobertos ou desenvolvidos por um dado grupo, na medida em que ele aprende a lidar com seus problemas de adaptação externa e integração interna – que tem funcionado suficientemente bem para ser considerado válido e então para se ensinar a novos membros o modo correto de pensar, perceber e sentir em relação a esses problemas.” 17 A pesquisa mais promissora em mudança mostrou que a cultura organizacional existente em uma organização facilita ou bloqueia o esforço de mudança. (Sarason, 1990). Edgar Schein, que fez a pesquisa mais extensa em cultura organizacional afirma que antes de qualquer mudança significativa acontecer, a cultura presente da organização deve ser descongelada. (Schein, 1992). Kilmann (1988), que desenvolveu uma estratégia de mudança afirma que a cultura organizacional é o lugar para começar uma mudança de transformação porque sem uma mudança cultural é altamente improvável que qualquer outro esforço de mudança terá êxito. Há um lugar para começar uma mudança cultural em escolas. O lugar é a parte do sistema deconvicção; as convicções e suposições que o pessoal escolar segura sobre um ao outro. (Rico, 2003). Se o pessoal pode mudar um jogo de convicções e suposições que segura sobre um ao outro, então outras convicções dificultadoras também podem ser mudadas. Uma vez descongelado o sistema de convicções profundamente asseguradas, outros jogos de convicções têm uma grande chance de também ser descongelados. Desafiar estas primeiras convicções cria resistência quase imediata. Há dúvidas sérias entre os membros de qualquer organização sobre a capacidade daquela organização para mudar. Há alguns que têm dúvidas sobre si mesmos, alguns que têm dúvidas sobre a habilidade dos administradores para conduzir uma mudança significativa e muitos têm dúvidas sobre a sua própria habilidade para mudar. Trabalhar na cultura é trabalhar ao nível organizacional mais fundo. (Rico, 2003). Lidar com as convicções coletivas e suposições profundamente arraigadas envolve transformação pessoal como também transformação organizacional. Pode-se efetuar algumas mudanças isoladas na organização, mas as pesquisas indicam que sem mudar a cultura não é possível efetuar mudanças profundas. Realmente, é mais fácil fazer que mudar. (Rico, 2003). Mediante uma análise dos valores prevalecentes na organização, pode-se identificar e desvendar as possíveis subculturas e contraculturas que ali existem. Estas se diferenciam da cultura dominante na organização. A subcultura ou cultura de grupos que não partilham da cultura dominante é construída a partir de valores 18 diferenciados do mainstreamorganizacional. A contracultura ou cultura alternativa emerge de grupos, cujas normas, valores e comportamentos contradizem frontalmente aquilo que a cultura dominante ou a organização representa. De modo subjacente à construção de uma contracultura, poderá estar imerso uma tentativa de preencher espaços ou até mesmo de desestabilizar a cultura organizacional dominante. Uma vez que os valores são elementos identificadores e definidores dos grupos sociais humanos (fundamentos básicos das distinções culturais), acabam por determinar comportamentos, sentimentos e outras expressões típicas e particularizadas de um determinado grupo. No momento em que uma cultura dominante ou convergente se enfraquece, outras culturas surgem para tomar o seu espaço político. Nesse momento, se estabelece um conflito entre a cultura tradicional e àquela que tenta impor uma nova matriz de significados. Esse conflito se dá no plano abstrato e simbólico, da memória e da ordem moral e, ainda, no nível dos processos grupais por meio de posições estratégicas, onde diferentes grupos tentam mudar ou manter as coisas, da forma mais conveniente. 1. A Cultura Organizacional como Orientadora da Gestão de Pessoas Figura 7 Fonte: Google 19 Atualmente, o termo cultura organizacional é amplamente utilizado no meio corporativo. A naturalidade com a qual este termo é utilizado esconde as controvérsias que existem entre os estudiosos do tema. Sabe-se que o uso do termo cultura, no âmbito acadêmico, surge na Antropologia, sendo apropriado mais tarde pela Sociologia e, mais recentemente, na Administração de Empresas. Pettigrew (1996) define a cultura organizacional, em seu nível mais profundo, “como um conjunto complexo de valores, crenças e pressupostos que definem os modos pelos quais uma empresa conduz os seus negócios” (p. 146). A ideia de que existe a cultura não elimina a noção de que os indivíduos possuem características próprias que os distinguem entre si, mas significa que diferentes indivíduos podem compartilhar valores, crenças e concepções acerca do mundo, envolvendo as suas noções de trabalho, conhecimento, papel social das organizações dos indivíduos, lazer, entre outros. Ao se falar de cultura organizacional, o que está em questão são estes elementos compartilhados pelas pessoas. Estes constituem a comunidade específica que opera, de maneira mais ou menos solidária, a condução de uma organização, incluindo os aspectos formais e informais. Ou seja, os códigos explícitos, aceitos como normativas formalizadas, e os códigos de aceitação tácita, que vigoram como normas não escritas. Além disso, é preciso reconhecer que podem existir as chamadas subculturas, envolvendo grupos com habilidades, experiências e/ou interesses semelhantes e que podem adotar posições não harmônicas entre si. Neste cenário, um dos aspectos fundamentais é o conjunto de valores compartilhados. Às vezes, pode-se incorrer no erro de se supor que os elementos da cultura organizacional, por serem intangíveis e, muitas vezes, informais, estão em uma condição inferior às técnicas reconhecidas para a gestão do capital humano, portanto, podem simplesmente ser ignorados. Além disso, há também o risco de o profissional de recursos humanos pensar que está sendo neutro, quando, na verdade, está implementando, junto a uma determinada prática sancionada pela literatura, o conjunto de seus valores pessoais. Diante destas possibilidades, surge como uma necessidade primária, no processo de implementação de um sistema de gestão de pessoas, a avaliação criteriosa dos elementos que caracterizam a cultura da organização. Nesse sentido, autores como Schein e Hofstede oferecem subsídio teórico e técnico para que sejam construídas análises da cultura de uma organização. Porém, não deve ser desprezada 20 a análise de profissionais experimentados e o diálogo com aqueles que possuemmaior tempo de convivência no ambiente que está sendo estudado. Fleury (1996) alerta que é preciso distinguir cultura organizacional daquilo que normalmente se denomina “clima organizacional”, pois, por se tratarem de coisas diferentes, exigem abordagens diferentes no seu tratamento. 5. GESTÃO DE PESSOAS: MUDANÇAS Figura 8 Fonte: Google As mudanças de contexto e o nível de complexidade do ambiente exercem um forte impacto nas organizações, favorecendo as transformações nas características da área de recursos humanos. Sob a perspectiva de GRAMIGNA (2006, p. 4), com relação à evolução da administração dos recursos humanos: AQUINO (1979) ressalta que a administração dos recursos humanos não pode ficar restrita a uma pessoa ou a um grupo de pessoas ou a um departamento. É uma atividade que deve ser distribuída a toda a organização e cuja 21 responsabilidade e envolvimento vão do diretor-presidente ao supervisor, formando assim um verdadeiro sistema de pessoal. Para acompanhar as novas tendências, a área de recursos humanos precisa inovar em seus subsistemas. Se antes a área era departamentalização, hoje precisa atuar por processos a fim de acompanhar o ritmo das mudanças, e se tornar versátil frente às demandas que se apresentam. Os sistemas de recursos humanos conforme PONTES (1988), se organizavam em torno de cinco microssistemas, são eles: carreira, planejamento, avaliação, apoio e controle. E complementa: Entendendo as mudanças, GRAMIGNA (2006, p. 6) define uma nova era da área de recursos humanos: A autora organiza a área em quatro funções básicas: provimento, capacitação, avaliação e remuneração, e para cada uma delas aponta as práticas desfavoráveis na gestão de pessoas e as tendências. Na função de provimento está incluída a área de recrutamento e seleção de pessoal, na função capacitação, a área de treinamento e desenvolvimento, na função avaliação, a área de gestão do desempenho e na função remuneração, a área de cargos e salários – carreira. GRAMIGNA (2006) aborda que a integração das diversas funções apresentadas, através de uma gestão efetiva, é significativa para a geração de resultados nas organizações. E ressalta que a capacidade de atrair, desenvolver e reter pessoas talentosas tem sido um dos maiores indicadores de desempenho das organizações. Apesar das empresas considerarem que em seus quadros há um grande número de talentos, possuem dificuldades para identificar em suas equipes os profissionais que possam atender as demandas de um mercado globalizado, o que significa dizer que a falta de investimento nos funcionários ao longo dos anos, 22 está se apresentando como uma questão difícil de ser resgatada neste momento. Assim as empresas contratam, por alto salário, profissionais com qualificações no mercado, que na verdade também estão sendo disputados pelas grandes empresas. O diferencial competitivo das empresas está em seus recursos humanos ou em seu capital intelectual. Segundo DAVENPORT e PRUZAK (1998): CHIAVENATO (2004, p. 6) complementa que as pessoas devem ser visualizadas como parceiras de negócio. Como tais, elas são fornecedoras de conhecimentos, habilidades, competências e, sobretudo, são o mais importante aporte para as organizações. Com visão dos recursos humanos como diferencial competitivo, citamos VROOM (1997, p. 16): “Um grupo de funcionários leais e produtivos é a arma competitiva mais eficaz de uma empresa.” Em uma visão bilateral considerando o papel do indivíduo e da organização, MATOS e PORTELA (2001) afirmam que os talentos de uma empresa se potencializam quando o meio oferece condições necessárias para isso. Para fazermos mudanças não basta apenas voltarmos nossa atenção para o funcionário, identificando seu talento e conscientizando-o no sentido de aperfeiçoá-lo. É preciso que a empresa também o faça. E concluem que, ao propiciar o ambiente adequado, alavanca-se a produtividade de cada talento. Nessa mesma linha de pensamento, FAISSAL et al (2005, p. 25) apresentam outra questão que se refere ao fato de que as empresas procuram pessoas competentes, mas nem sempre dão espaço para elas aplicarem e desenvolverem suas competências. E complementam, concordando com MATOS e PORTELA, que as pessoas competentes constroem o capital intelectual de uma organização e garantem o seu sucesso desde que encontrem o ambiente propício. TACHIZAWA et al.(2001, p. 123) destaca a questão da otimização dos recursos para a obtenção de resultados melhores: 23 Na mesma linha BECKER et al. (2001, p. 17) abordam a questão da gestão estratégica de pessoas: “A ideia era que a melhoria do desempenho individual dos empregados se refletiria automaticamente no desempenho da organização.” 6. GESTÃO DE PESSOAS E SEU IMPACTO NA COMPETITIVIDADE DA ORGANIZAÇÃO Figura 9 Fonte:Google As organizações vêm passando por grandes transformações em função de pressões que recebem tanto do contexto externo quanto do contexto interno. As mudanças vividas pelas organizações não estão limitadas a suas estruturas organizacionais, seus produtos ou seus mercados, mas afetam principalmente seus padrões comportamentais ou culturais e seus padrões políticos ou relações internas e externas de poder. Essas mudanças não são de natureza episódica, mas sim de processos contínuos na vida delas (FISCHER, 1992). As pressões relativas ao contexto externo têm sido bastante estudadas, enquanto as relativas ao contexto interno não têm sido ainda objeto de grande 24 aprofundamento. Na década de 1980 o questionamento e as mudanças profundas das práticas organizacionais motivadas por uma sequência de ondas de globalização, inicialmente do sistema financeiro, posteriormente do sistema de comercialização e do sistema de produção. Com a globalização do sistema de produção, busca-se um processo de aquisição, transformação e distribuição globalizado e altamente integrado, agregando-se vantagens competitivas onde elas existirem. À globalização somamos grande turbulência tecnológica e um maior nível de exposição das organizações em função da necessidade de parcerias com fornecedores, clientes e concorrentes em termos globais, tornando-as muito mais susceptíveis às transformações do ambiente onde se inserem. As características desse contexto levaram as organizações à procura de maior flexibilidade para se adequarem à volatilidade do ambiente, maior prontidão para usufruírem das oportunidades quando estas surgem e maior efetividade para apresentar respostas com qualidade, preço e condições de entrega. O esforço das empresas na década de 1980 para se adequarem às exigências do contexto externo conduziu-as a uma profunda revisão de seu comportamento, sendo a mais dramática a aproximação do processo decisório à base operacional. Esse movimento exigiu a descentralização do processo decisório, levando-o cada vez mais à capilaridade da organização, tornando os gestores responsáveis pela gestão do negócio e de todos os recursos colocados à sua disposição: humanos, materiais, financeiros, tecnológicos e de informação. Ao fazê-lo, as organizações, além de obter maior agilidade na resposta aos estímulos do mercado, reduziram seu custo operacional em torno de 30%, tornando esse movimento obrigatório para a manutenção das suas vantagens competitivas em termos internacionais. Como resultante desse movimento, o perfil dos gestores transforma-se radicalmente, passando de um perfil obediente e disciplinado para um perfil autônomo e empreendedor. Há também grande transformação da relação entre as áreas-meio, responsáveis por atividades e gestão de recursos comuns, tais como: tecnologia de informação, finanças, administração e pessoas, e as áreas-fim, responsáveis pelas operações da organização, produzindo e entregando produtos, serviços, tecnologiaetc. Até os anos 1980, as áreas-meio eram responsáveis pelo controle dos recursos, posteriormente assumem o papel de assessorar os gestores e a empresa 25 na gestão desses recursos, com um consequente enxugamento de suas estruturas; as áreas-fim ganharam importância crescente, sendo o principal foco dos processos de ganhos de eficiência das organizações. As organizações, a partir de então, dependem cada vez mais do grau de envolvimento e comprometimento das pessoas com seus objetivos estratégicos e negócios. O envolvimento e o comprometimento das pessoas tornam-se vitais para: Produtividade e nível de qualidade dos produtos e serviços. Velocidade na absorção de novas tecnologias. Otimização da capacidade instalada. • Criação de oportunidades para a aplicação das competências organizacionais. Velocidade de resposta para o ambiente/mercado. Acompanhando o resultado de pesquisas realizadas nos EUA e em países europeus, as pesquisas realizadas no Brasil demonstram que organizações consideradas “boas para se trabalhar”, na percepção dos trabalhadores, são mais lucrativas e produtivas quando comparadas com organizações do mesmo setor. As organizações percebidas como um bom local para se trabalhar oferecem, em primeiro lugar, condições para a pessoa sentir-se satisfeita e motivada e, em segundo lugar, estímulo e condições concretas para a aprendizagem e o desenvolvimento. Atualmente, questiona-se duramente a eficácia de programas arrojados de benefícios e salários para gerar compromisso; esses programas geram apenas dependência e sentimento de gratidão que se mostram cada vez mais inadequados para suportar as pressões de um ambiente competitivo em escala global. A obtenção de envolvimento e comprometimento das pessoas não se dá com um discurso bonito e bem preparado sobre os objetivos sociais ou sobre a importância da organização, nem se dá com a cooptação das pessoas com salários, benefícios ou facilidades, mas sim através do atendimento de suas expectativas e necessidades no tempo. Ou seja, caso a pessoa não verifique vantagens concretas para si própria com base na relação com a organização no presente e no futuro, ela dificilmente irá comprometer-se. 26 7. COMUNICAÇÃO NA GESTÃO DE PESSOAS Figura 10 Fonte: Google Gerenciar pessoas é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores desafios de uma empresa, mas é também o elemento indiscutível para o sucesso de uma organização. O fato é que coordenar uma equipe não requer só liderança e planejamento. Sem uma comunicação eficaz, os projetos não evoluem, condenando boas ideias e excelentes empresas ao fracasso. Todas as empresas, independentemente de porte ou segmento, possuem dificuldades na comunicação interna. Pensando nisso, selecionei os seis maiores desafios da comunicação interna e como solucioná-los com ações simples do dia a dia. Desencontro entre estratégia organizacional e comunicação: Não importa qual seja o objetivo estratégico, se o planejamento envolve toda a empresa ou apenas algumas equipes segmentas por projetos, todos os colaboradores envolvidos precisam estar cientes das etapas do processo, como quais os detalhes das ações, as metas, como será a mensuração, etc. Um planejamento estratégico, quando bem explicado, tende a gerar engajamento, fazendo com que todos se dediquem em prol do resultado. 27 Comunicar as etapas de maneira assertiva, apesar de simples, não é fácil. Uma das dicas é transmitir a informação em mais de um canal e, depois disso, manter o comunicado em ambientes onde possam sempre ser consultados. O primeiro passo pode ser a comunicação direta com a liderança, que vai apresentar o plano, o passo a passo das ações, as metas e as ferramentas de mensuração. Depois, é preciso disponibilizar o planejamento detalhadamente na intranet da empresa, ambiente onde os colaboradores envolvidos podem acompanhar as ações e revisitar a estratégia. Atrair a atenção das pessoas para as notícias organizacionais: Fazer a informação chegar aos colaboradores é tão importante quanto atrair a atenção e ter a mensagem entendida por seu público. Estamos vivemos em um mundo líquido, onde uma enxurrada de informação cruza nossos caminhos e nossa atenção é disputada segundo a segundo. Uma das maneiras de ser relevante é contar histórias que envolvam o público interno e as quais eles possam ser representados. As ferramentas de comunicação também exercem grande poder nesse sentido. Uma TV interna ou jornal mural tem limitações físicas e de atenção, enquanto a intranet está baseada no conceito ondemand. Ou seja, o colaborador vai acessar a informação de acordo com sua própria necessidade e disponibilidade. Ter uma ferramenta na nuvem que possibilite o acesso por meio de diversos aparelhos e em qualquer lugar, são outras vantagens. Alguns artifícios podem ser usados para trazer acessos para a intranet, entre eles integrar vantagens e benefícios, documentos empresariais, processos burocráticos, etc. Tecnologias ultrapassadas: Uma grande queixa do público interno é a lentidão com que algumas empresas se adaptam à tecnologia. Uma pesquisa feita em 2017, no Reino Unido, pela agência Gatehouse, ouviu 450 profissionais de comunicação interna. Desses, 49% consideram ultrapassadas as tecnologias utilizadas pelas empresas para se comunicarem com seus colaboradores. O mundo se modernizou, os hábitos mudaram e as empresas precisam acompanhar. Manter os canais de comunicação no mundo off-line não gera engajamento e, consequentemente, faz com que as mensagens mais importantes simplesmente não chegam aos receptores alvo. Reputação e imagem: Poucos sabem que o público interno são os grandes embaixadores da marca. De nada vale investir milhões na comunicação externa e gritar aos quatro ventos todas as maravilhas realizadas pela marca, se o os funcionários não ajudarem a construir a imagem e reputação que a empresa deseja 28 ter. Apesar do advento das redes sociais, as pessoas ainda valorizam o bom e velho boca a boca. A maioria credita credibilidade à informação quando essa é fornecida pelas redes de relacionamento oficiais. Os empregados têm forte influência sobre as percepções que a marca deixa no mercado e, se eles não estiverem bem informados, as chances de sucessos da empresa ficam reduzidas. Existe uma forte correlação entre a boa comunicação interna e o engajamento de funcionários. Quando os empregados entendem o que a empresa espera de seu trabalho e a importância daquilo que realizam todos os dias, é mais fácil se engajar nas causas e objetivos da organização. Eles se veem representados no sucesso obtido. Comunicação com a liderança: Embora os veículos de comunicação interna tenham papel indiscutível, a comunicação com a liderança é um dos maiores influenciadores de uma comunicação interna bem-feita. Em via de regra, o líder é o responsável por permear os valores e as metas dentro de uma equipe. Nesse sentido, mesmo defendendo a comunicação transparente, algumas informações são estratégicas e de responsabilidade de algumas pessoas da hierarquia. Separar o detalhamento das notícias e entregar as informações de maneira segmentada é outro grande desafio. Essa fragmentação também serve para a agilidade dos processos. Estamos vivendo grandes mudanças, e são inúmeros os desafios do ambiente globalizado. Por isso, é importante que os ambientes sejam ágeis e dinâmicos. Entregar a mensagem certa, que ajude o colaborador a desempenhar sua função e não desvie sua atenção para outros fatores irrelevantes, torna o clima mais leve e muito mais agradável. 29 8. GESTÃO DO CONHECIMENTO Figura 11 Fonte: Google O conhecimento é uma ferramenta valiosíssima para empresas e se divide em dois tipos: O tácito; O explícito. O primeiro serefere ao conhecimento pessoal, relacionado à experiência de cada indivíduo. De caráter mais subjetivo, o conhecimento tácito está ligado a aspectos intangíveis, como crenças, valores, costumes, etc. e não está sistematizado ou documentado. Já o conhecimento explícito é aquele que se encontra formalmente instituído por meio de documentos, livros, cartilhas, regimento interno, regras e códigos de conduta, por exemplo. Esse tipo de conhecimento costuma ser transmitido através de cursos e treinamentos. A empresa que consegue gerenciar todo o conhecimento que ela detém, seja ele tácito ou explícito, está mais propensa a ter um bom desempenho e alcançar a excelência organizacional. 30 1. O que é gestão do conhecimento nas empresas A gestão do conhecimento é um conjunto de ações que tem como objetivo identificar e analisar os conhecimentos dos quais a empresa dispõe e que podem contribuir para o desenvolvimento da organização. Trata-se de um processo que organiza, dissemina e aplica os conhecimentos dos colaboradores (e do próprio gestor) de maneira estratégica e sistematizada, promovendo a difusão e a troca de tais conhecimentos dentro da empresa. Como funciona Em um primeiro momento, é preciso fazer um levantamento do capital intelectual que a empresa detém. Isso significa identificar quais conhecimentos os funcionários possuem e que são fundamentais para o funcionamento da empresa. Depois, todo esse conhecimento disponível é transformado em processos. A intenção é evitar que a empresa se torne dependente das competências de determinados colaboradores. Por meio da gestão do conhecimento, descobre-se também quais competências seriam interessantes desenvolver para que a empresa alcance melhores resultados. Assim, é possível dimensionar treinamentos para as equipes de forma a difundir o conhecimento. Vantagens da gestão do conhecimento nas empresas Saber o que é gestão do conhecimento nas empresas é também estar por dentro das suas vantagens. Confira: Mais eficiência na gestão estratégica; Aumento da produtividade; Incentivo ao trabalho em equipe, à inovação e à criatividade; Tomadas de decisão mais assertivas; Processos internos padronizados; Operações mais fluidas; Geração de novos conhecimentos; Aumento da vantagem competitiva; Redução de custos; Otimização de recursos; 31 Aumento do capital intelectual; Sinergia entre as equipes e setores; Fortalecimento da cultura organizacional; Maior qualidade dos produtos e serviços oferecidos. 2. Ferramentas para gestão do conhecimento nas empresas Lembra dos dois tipos de conhecimento que falamos lá no começo o tácito e o explícito? Figura 12 Fonte: Google O que é conhecimento tácito O termo tácito tem origem no latim tacitus, que significa “não expresso por palavras”. Dessa forma, o conhecimento tácito é aquele tipo de conhecimento mais difícil de ser formalizado e transmitido às outras pessoas. Ele está relacionado às experiências, à visão de mundo e às práticas de determinado indivíduo. No caso das empresas, ele se refere, por exemplo, ao know-how de um profissional. Para entender o que é conhecimento tácito de forma mais clara, imagine a rotina em uma indústria. Existem processos padronizados para garantir a eficiência na produção que são repassados a toda a equipe. Porém, um colaborador que 32 trabalha na empresa há mais tempo sabe que determinada máquina, por exemplo, tem um comportamento diferente das outras do mesmo modelo. Trata-se de um tipo de conhecimento que ele obteve com a prática na sua atividade diária e que faz com que a produção mantenha seu nível de eficiência. No entanto, como é um conhecimento tácito, que está relacionado especificamente à experiência desse colaborador, transmiti-lo ao restante dos funcionários que também operam a máquina é uma tarefa difícil. O que é conhecimento explícito A palavra explícito vem do latim explicitus e quer dizer “declarado”, “claro”. Assim, o conhecimento explícito é aquele que pode ser facilmente formalizado e compartilhado com outras pessoas a partir de recursos como textos, imagens, infográficos, vídeos, entre outros materiais. Trata-se de conteúdo claro e formal, que pode ser transmitido de maneira mais fácil do que o conhecimento tácito. Na rotina de uma empresa, os treinamentos corporativos e outras práticas da educação corporativa são exemplos de como o conhecimento explícito pode ser transmitido. A capacitação sobre como um equipamento funciona, sobre como desenvolver contratos ou sobre as características de um produto é uma forma de transmitir à equipe um tipo de conhecimento formal e claro. O compartilhamento do conhecimento explícito é fundamental para que empresas de qualquer porte e segmento tenham eficiência em suas operações. Se um novo colaborador é admitido, por exemplo, ele precisa saber como fazer suas tarefas e, aí, o conhecimento explícito é essencial. Depois, ele pode utilizar o conhecimento tácito que já detém ou criar esse conhecimento para otimizar suas tarefas. O que é conhecimento tácito e explícito na gestão do conhecimento A gestão do conhecimento contempla metodologias com o objetivo de gerenciar o capital intelectual de uma organização. Ou seja, essa disciplina identifica, cria, renova e compartilha de forma correta aquele conhecimento que já está dentro da empresa, mas que, por vezes, não é aproveitado de maneira eficiente para que o negócio possa ter resultados ainda melhores. Nesse sentido, entender o que é conhecimento tácito e explícito é fundamental para implementar a GC, já que identificar todo o conhecimento que a empresa detém é um dos primeiros passos para avaliar como ele pode ser melhor aproveitado em 33 estratégias de marketing, endomarketing e até mesmo para inovar e trazer vantagens competitivas para o negócio. Pois bem. As ferramentas utilizadas para a gestão do conhecimento nas empresas têm como principal objetivo converter o conhecimento tácito em explícito. Separamos aqui exemplos desse tipo de ferramenta que podem te ajudar bastante nessa tarefa. 1- Confluence O Confluence funciona como um repositório de informações e conhecimento. Seu objetivo é ajudar os colaboradores a descobrirem como fazer determinadas coisas. Com o Confluence é possível publicar e acessar informações relacionadas aos processos e procedimentos da empresa em um só lugar, dentre várias outras funções. A NASA e o Spotify são exemplos de empresas que fazem uso dessa ferramenta. 2- Bitrix24 Mais de 2 milhões de empresas ao redor do mundo já incorporaram o Bitrix24 em suas rotinas organizacionais.Trata-se de uma plataforma colaborativa com 35 ferramentas diferentes para difundir informação e conhecimento entre os colaboradores. O Bitrix24 integra todos os setores da empresa por meio de uma intranet.Com essa plataforma, é possível gerenciar projetos, realizar videoconferências e armazenar documentos na nuvem, além de uma série de outras funcionalidades.O melhor de tudo: o Bitrix24 é uma plataforma online e gratuita. 3- AnswerHub O AnswerHub é uma ferramenta de gestão do conhecimento nas empresas que funciona por meio de uma relação de perguntas e respostas.Ela também auxilia na criação de ideias, oferecendo uma base de conhecimentos para o armazenamento de difusão de informações dentro da organização. 34 1. REFERÊNCIAS FLEURY, M. T. 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