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DISCIPLINA: PARASITOLOGIA ESTUDO DIRIGIDO 1. Desenhe o ciclo biológico do Trypanosoma cruzi. 2. Como é feita a transmissão da Tripanossomíase Americana? A transmissão pelo vetor é um mecanismo que tem maior importância epidemiológica. A infecção ocorre pela penetração de tripomastígotas metacíclicas, presentes nas fezes do barbeiro. Porém, o parasita não atravessa a pele em si, mas através da picada do vetor. Outra forma de transmissão é pela via transplacentária a qual ocorre quando há ninhos de amastigotas na placenta, que liberam tripomastígotas que chegariam à circulação fetal; transmissão oral pela ingestão de alimentos contaminados com fezes ou urina de triatomíneos infectados, onde a penetração do parasito pode ocorrer pela mucosa da boca íntegra ou lesada; e também por transfusão de sangue e de órgãos, visto que nas áreas endêmicas, não há seleção dos doadores. 3. Quais os sintomas da Tripanossomíase Americana? Como é feito o tratamento? Descreva um Programa de Prevenção e/ou Controle da Doença? A doença de Chagas apresenta dois estágios em seres humanos: uma fase aguda, que ocorre pouco tempo após a infecção, e uma fase crônica que se desenvolve ao longo de muitos anos. A fase aguda ocorre durante as primeiras semanas ou meses desde a infecção. Geralmente, ela não é notada por ser assintomática ou exibir apenas sintomas moderados que não são únicos da doença de Chagas. Os sintomas podem incluir febre, fadiga, dor no corpo, dor de cabeça, exantema, perda de apetite, diarreia e vômitos. Os sinais no exame físico podem incluir aumento moderado do fígado, do baco e de linfonodos, e inchaço no local da picada do barbeiro (o chagoma). O marcador mais conhecido da fase aguda da doença é chamado sinal de Romanã. O sinal é caracterizado pelo edema do mesmo lado do rosto em que se localiza a ferida produzida pela picada do barbeiro, onde as fezes foram depositadas pelo inseto ou mesmo quando acidentalmente esfregadas para dentro do olho. A doença crônica sintomática afeta vários sistemas do organismo, como nervoso, digestório e cardíaco. A doença não tem cura, portanto seu tratamento é paliativo. É feito com o uso de medicamentos contra o T. cruzi: Nifurtimox (ação oxidativa do parasito – essa droga foi recentemente retirada do mercado); Alupurinol e Benzimidazol (inibe a produção de ATP). O último é utilizado na fase aguda e em jovens com a forma indeterminada, e pode curar a meningoencefalite (que quase sempre é fatal). Nas perturbações do ritmo cardíaco o tratamento é o mesmo para cardiopatas normais, e no caso de megaesôfago e megacólon, somente intervenção cirúrgica. A profilaxia da doença de Chagas deve ser feita integrando-se vários métodos: ▪ Melhoria da habitação, com adequada higiene e limpeza; ▪ Combate ao triatomíneo por meio de inseticidas e outros métodos auxiliares (combate biológico, etc.); ▪ Identificação e seleção dos doadores de sangue ou esterilização do sangue pela violeta-de-genciana; ▪ A vacinação da doença de Chagas ainda está em fase de estudos, com resultados grandemente contraditórios e pouco promissores. 4. Desenhe o ciclo biológico do Plasmodium falciparum. 5. Quais os sintomas da Malária? Como é feito o tratamento? Quais as formas preventivas da doença? A malária começa como a gripe, com os primeiros sintomas surgindo entre 9 e 14 dias após a infecção. Os sintomas incluem febre (podem ocorrer ciclos típicos de febre, calafrios e suor em grande quantidade), dor nas articulações, dores de cabeça, vômitos frequentes e convulsões. O sintoma clássico da malária são ataques paroxísticos, a ocorrência cíclica de uma sensação súbita de frio intenso seguida por calafrios e posteriormente por febre e sudação. Nos casos mais graves os sintomas de desta variante manifestam-se ente 9 a 30 dias após a infecção, e apresentam muitas vezes sintomas neurológicos, entre os quais postura anormal, nistagmo, paralisia do olhar conjugado (incapacidade de mover em conjunto os olhos na mesma direção), opistótono, convulsões ou coma. Mortes por malária podem ocorrer devido a danos cerebrais (malária cerebral) ou danos aos órgãos vitais. A redução das células vermelhas no sangue pode causar anemia. A malária é tratada com medicações antimalárica. A escolha do fármaco depende do tipo de gravidade da doença. Apesar de geralmente serem também usados medicamentos para baixar a febre, a sua influência no tratamento não é ainda conclusiva. O tratamento mais eficiente para a malária é uma terapia combinada à base de artemisinina combinada com outros antimaláricos, denominada Terapia Combinada de Artemisinina (ACT). A terapia tem baixo nível de toxicidade, poucos efeitos colaterais e age rapidamente contra o parasita. A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e início da noite. Evitar o acúmulo de água parada a fim de impedir a ovoposição e nascimento de novos mosquitos é outra forma de evitar a malária. Os métodos usados para prevenir a dispersão da malária ou proteger as pessoas em áreas endêmicas incluem: erradicação do mosquito, drogas profiláticas, e prevenção de picadas pelos mosquitos. A transmissão pode ser reduzida prevenindo-se as picadas pelos vetores com repelentes e redes contra mosquitos, assim como controlando a proliferação com inseticidas e drenagem de água parada onde eles depositam seus ovos. Vacinas contra malária estão em desenvolvimento, porém ainda não está disponível nenhuma vacina completamente eficiente. 6. O protozoário Trichomonas vaginalis é o agente etiológico de qual doença? Quais os sintomas dessa doença? Qual a forma de transmissão? O Trichomonas vaginalis é o protozoário causador da tricomonose/tricomoníase. Na mulher a tricomoníase provoca uma vaginite que se caracteriza por um corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais frequente no período pós-menstrual. O processo infeccioso é acompanhado de prurido ou irritação vulvovaginal de intensidade variável e dores no baixo ventre. A mulher apresenta dor e dificuldade para as relações sexuais, desconforto nos genitais externos, dor ao urinar e frequência miccional. A tricomoníase no homem é comumente assintomática ou apresenta-se como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação de prurido na uretra. Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser observado um corrimento claro, viscoso e pouco abundante, com desconforto ao urinar. O T. vaginalis é transmitido através da relação sexual e pode sobreviver por mais de uma semana sob o prepúcio do homem sadio, após o coito com a mulher infectada. Com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados à vagina pelo esperma. A tricomoníase neonatal em meninas é adquirida durante o parto. 7. Os parasitas do gênero Leishmania são responsáveis por algumas doenças consideradas negligenciadas. Quais são? Desenhe o ciclo biológico das espécies. O parasita Leishmania é responsável por causar a Leishmaniose que é uma zoonose (doença dos animais que pode ser transmitida ao homem). As doenças que são causadas por esse parasita são consideradas negligenciadas, que, por serem geralmente típicas de regiões de baixa renda, não despertam o interesse das indústrias farmacêuticas para o desenvolvimento de novos medicamentos. As doenças causadas pelo parasita Leishmania são: ▪ Leishmania donovani: agente da leishmaniose visceral ou calazar; ▪ Leishmania tropica: agente da leishmaniose cutânea ou botão-do-oriente; ▪ Leishmania braziliensis: agente da leishmaniose cutaneomucosa, espúndia ou úlcera de Bauru. 8. Como é feita a transmissão das Leishmanioses e suas sintomatologias? O principal mecanismo de transmissão das Leishmanioses é atravésda picada do inseto vetor (fêmea) popularmente chamado de “mosquito palha”. O mosquito se contamina com o sangue de pessoas e/ou animais doentes e transmite o parasita a indivíduos sadios. Outros mecanismos devem ser considerados em condições especiais: uso de drogas injetáveis, com o compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas; transfusão sanguínea; outros mecanismos são a transmissão congênita e acidentes de laboratório já foram relatados, no entanto, são raros e não representam nenhuma relevância epidemiológica. SINTOMAS: ▪ Leishmaniose visceral ou calazar: Alteração do estado geral, febre irregular e de longa duração, palidez, anemia com leucopenia, edema, emagrecimento, fraqueza e aumento das vísceras - principalmente do baço, do fígado e da medula óssea – caquexia e morte se não for tratado, dentro de 2 anos. Nos cães também pode haver descamação de pele e crescimento progressivo das unhas. ▪ Leishmaniose tegumentar: Compromete pele e mucosas. Geralmente é caracterizada pela presença de úlcera cutânea única ou em pequeno número, com bordas elevadas e indolor, embora possa assumir formas diferentes. Provoca infiltração, formação de úlceras e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Também podem ocorrer perfurações do septo nasal ou do palato. 9. Descreva um Programa de Controle de uma Patologia incluída nesta unidade. Existe uma vacina contra a Leishmaniose visceral canina registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, porém sem constatação de seu custo-benefício e efetividade para o controle de reservatório da Leishmaniose visceral em programas de saúde pública. A Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (SVS/MS), informa que o “Programa de Vigilância e Controle de Leishmaniose Visceral” (PVCL), do Ministério da Saúde, comtempla estratégias de vigilância e controle para a doença centradas no diagnóstico e tratamento precoces dos casos humanos, monitoramento de reservatórios domésticos, redução da população de flebotomíneos bem como atividades de informação, educação e comunicação. Estudos experimentais apontam que a vacina demonstra eficácia contra os quadros clínicos moderados e graves da doença nos cães, no entanto as evidências até o momento disponíveis, não fazem referência clara ao efeito da vacina na prevenção da infecção nem sobre a infectividade do cão vacinado para o vetor (transmissão do parasito). 10. A Toxoplasmose Humana é considerada uma doença oportunista para pacientes com AIDS? Justifique a sua resposta. Quais as formas de transmissão? As doenças oportunistas se aproveitam dos sistemas imunológicos fragilizados. Embora geralmente tenham pouco ou nenhum impacto significativo sobre o sistema imunológico de indivíduos com sistema imunológico saudável. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de doenças dos EUA a Toxoplasmose é uma infecção parasitária oportunista definidora da AIDS onde costuma atingir pacientes portadores do vírus HIV que tem contagem de células CD4 inferiores a 200 por mm3. Geralmente, um paciente com HIV não apresenta doenças oportunistas se sua contagem de CD4 estiver acima de 500. Se uma pessoa estiver ao mesmo tempo infectada pelo T. gondii e pelo HIV, o agente da toxoplasmose pode “despertar” ou ser reativado e causas serias doenças. Pessoas com HIV podem desenvolver a toxoplasmose se: tiverem sido infectadas pelo agente T. gondii e tiverem sistemas imunológicos seriamente enfraquecidos. VIAS DE TRANSMISSÃO: ▪ Transmissão horizontal (ingestão): Esporozoítos em oocistos esporulados (formas resistentes presentes na água, terra, alimentos mal lavados, etc.). Bradizoítos de cistos tissulares presentes em carnes cruas ou malcozida, especialmente do porco e do carneiro. ▪ Transmissão de animais para humanos (zoonose): Gatos são infectados ao comer roedores, passarinhos e outro pequenos animais contaminados. O parasita então é passado nas fezes do gato na forma de oocisto e pessoas acidentalmente podem engolir o oocisto parasita ao ingerir acidentalmente o oocisto depois de limpar a caixa de fezes de gatos; depois de tocar ou comer alguma coisa que entrou em contato com as fezes do animal; beber água contaminada pelo parasita T. gondii e/ou ingerir alimentos (verduras, frutas, hortaliças, etc.) cultivados em solo contaminado; ▪ Transmissão vertical (congênita): Taquizoítos passam ao feto em caso de infecção aguda materna. A mãe pode não ter sintomas, mas é possível que o feto sofra consequências severas, como doenças no sistema nervoso e olhos; ▪ Tipos raros de transmissão: Pessoas que receberam transplante de órgãos podem ser infectadas se for de um doador infectado. Em ocasiões raras as pessoas podem ser infectadas ao receber transfusão de sangue.
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