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PATOLOGIAS HEPÁTICASpatologias hepáticas Introdução O fígado é a glândula mais pesada do corpo, pesando aproximadamente 1,4 kg em um adulto médio. De todos os órgãos do corpo, é o segundo em tamanho, perdendo apenas para a pele. O fígado encontra-se inferiormente ao diafragma e ocupa a maior parte do hipocôndrio direito e parte das regiões epigástricas da cavidade abdominopélvica). O fígado é quase totalmente coberto pelo peritônio visceral e é completamente coberto por uma camada de tecido conjuntivo denso irregular que se encontra profundamente no peritônio. O fígado é dividido em dois lobos principais – um lobo hepático direito grande e um lobo hepático esquerdo menor – pelo ligamento falciforme, uma prega do mesentério. Embora muitos anatomistas considerem que o lobo direito inclui o lobo quadrado inferior e o lobo caudado posterior, de acordo com a morfologia interna (principalmente a distribuição dos vasos sanguíneos), os lobos quadrado e caudado mais apropriadamente pertencem ao lobo hepático esquerdo. HISTOLOGIA Hepatócitos. Os hepatócitos são as principais células funcionais do fígado e realizam uma grande variedade de funções metabólicas, secretoras e endócrinas. São células epiteliais especializadas com 5 a 12 lados que compõem aproximadamente 80% do volume do fígado. Os hepatócitos formam arranjos tridimensionais complexos chamados lâminas hepáticas. As lâminas hepáticas são placas de hepatócitos de uma célula de espessura limitada em ambos os lados por espaços vasculares revestidos por células endoteliais chamados sinusoides hepáticos. As lâminas hepáticas são estruturas irregulares altamente ramificadas. Os sulcos nas membranas celulares entre hepatócitos vizinhos oferecem espaços para os canalículos (descritos a seguir) para os quais os hepatócitos secretam bile. A bile, um líquido amarelo, marrom ou verde-oliva secretado pelos hepatócitos, atua tanto como um produto de excreção quanto como uma secreção digestiva. Lóbulo hepático Canalículos de bile. Os canalículos de bile são pequenos ductos entre os hepatócitos que coletam a bile produzida pelos hepatócitos. Dos canalículos de bile, a bile passa para os ductos biliares e, em seguida, para os ductos biliares. Os ductos biliares se unem e, por fim, formam os ductos hepáticos esquerdo e direito, que são maiores e se unem e saem do fígado como o ducto hepático comum (ver Figura 24.15). O ducto hepático comum junta-se ao ducto cístico da vesícula biliar para formar o ducto colédoco. Por ele, a bile entra no duodeno do intestino delgado para participar da digestão. Sinusóides hepáticos. Os sinusóides hepáticos são capilares sanguíneos altamente permeáveis entre fileiras de hepatócitos que recebem sangue oxigenado de ramos da artéria hepática e sangue venoso rico em nutrientes de ramos da veia porta do fígado. Recorde-se de que a veia porta do fígado traz o sangue venoso dos órgãos gastrintestinais e baço para o fígado. Os sinusóides hepáticos convergem e entregam o sangue a uma veia central. A partir das veias centrais, o sangue flui para as veias hepáticas, que drenam para a veia cava inferior (ver Figura 21.28). Em contraste com o sangue, que flui em direção à veia central, a bile flui na direção oposta. Nos sinusóides hepáticos também estão presentes fagócitos fixos chamados células estreladas do fígado, que destroem eritrócitos e leucócitos envelhecidos, bactérias e outros materiais estranhos do sangue venoso que drena do canal alimentar. Juntos, o ducto biliar, um ramo da artéria hepática e um ramo da veia hepática são chamados de tríade portal. Lóbulo hepático- a unidade funcional do fígado. De acordo com este modelo, cada lóbulo hepático tem o formato de um hexágono. No seu centro está a veia central, e irradiando para fora dele estão fileiras de hepatócitos e sinusóides hepáticos. Localizada nos nos cantos do hexágono está uma tríade portal. O fígado possui um suprimento sanguíneo duplo: a veia porta fornece 60% a 70% do fluxo sanguíneo hepático e a artéria hepática fornece 30% a 40%. A veia porta e a artéria hepática entram no fígado pelo hilo, também chamado de porta hepatis, que é uma fissura transversa na superfície inferior do fígado. Hilo Hepático -Veia esplênica + mesentérica superior = veia porta (principal vaso que penetra o fígado) -Veia porta se ramifica e começa a entrar no fígado. -Ducto hepático direito e esquerdo juntos formam o ducto hepático comum -Ducto hepático comum se junta com o ducto cístico e formam o ducto colédoco Mecanismo de lesão e reparo Os hepatócitos podem ser submetidos a uma série de alterações degenerativas, mas potencialmente reversíveis, tais como o acúmulo de gordura (esteatose) e de bilirrubina (colestase). Quando a lesão não é reversível, os hepatócitos morrem principalmente por dois mecanismos: necrose ou apoptose. - Na necrose dos hepatócitos, as células sofrem tumefação devido à regulação osmótica defeituosa na membrana celular: o fluido flui para dentro da célula, que incha e se rompe. Mesmo antes da ruptura, formam-se bolhas na membrana, levando os conteúdos citoplasmáticos (sem organelas) para o compartimento extracelular. Quando o hepatócito está sob estresse, o material genético que está dentro dele é liberado, e as células do sistema imune migram exatamente para o local onde o DNA se acumulou. Os macrófagos se aglomeram em tais locais de lesão e marcam os locais de necrose dos hepatócitos, assim as células mortas se rompem e desaparecem. Esse tipo de lesão é o modo predominante de morte em lesões isquêmicas/hipóxicas e uma parte significativa da resposta ao estresse oxidativo. - A apoptose de hepatócitos é uma forma ativa de morte celular “programada” que resulta em encolhimento dos hepatócitos, condensação da cromatina nuclear (picnose), fragmentação (cariorrexe) e fragmentação celular em corpos apoptóticos acidófilos. A regeneração dos hepatócitos perdidos ocorre principalmente pela replicação mitótica dos hepatócitos adjacentes àqueles que morreram, mesmo quando há uma necrose confluente significativa. A principal célula envolvida na formação de cicatrizes é a célula estrelada hepática. Na sua forma de repouso, ela é uma célula que armazena lipídio e (vitamina A) . No entanto, em várias formas de lesão aguda e crônica, as células estreladas podem ser ativadas e convertidas em miofibroblastos altamente fibrogênicos. PATOLOGIASpatologias HEPATITES VIRAIShepatites virais Hepatite é um termo genérico que significa inflamação no fígado, que pode ser causada por medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas, genéticas, álcool, substâncias tóxicas e vírus. Etiologia ● Vírus A, B, C, D, E Classificação ● Hepatite aguda: pode ser causada por todos os vírus (A, B, C, D, E) , até 6 meses. ● Hepatite crônica: pode ser causada pelos vírus B, C, D ● Hepatite fulminante: encefalopatia hepática que surge nas primeiras 8 semanas do início do quadro de hepatite viral, pode ser causada por todos os vírus ( A, B, C, D, E). O que faz a hepatite evoluir para crônica ou fulminante ? É a resposta imune quem determina isso, se essa resposta for muito agressiva (fulminante) o u não for capaz de eliminar totalmente (crônica). Fases clínicas Logo após a contaminação do vírus, surge um período inicial que é um período d e incubação (esse período depende do agente viral). ● Fase prodrômica: início dos sintomas (inespecíficos), febre, astenia, cefaleia. Quem dá início a esses sintomas é a resposta imune, portanto vai acabar surgindo um anticorpo. Com esse aparecimento do primeiro anticorpo, começa a ter lesões no fígado então as aminotransferases (TGO e TGP) vão estar aumentadas. ● Fase ictérica : pico de TGO e TGP e icterícia, também podem estar presentes acolia fecal e colúria. ● Fase de convalescência : melhora clínica e laboratorial O paciente não obrigatoriamente passa por todas essas fases. Exames laboratoriais ● Hemograma: linfócitos aumentados aminotransferases muito aumentadas. ● Bilirrubinas : icterícia as custas do aumento de bilirrubina direta.A excreção de bilirrubina nos canalículos é prejudicada ● Fosfatase alcalina/ GGT: discretamente elevadas ● TAP: geralmente normal ● Metabolismo da bilirrubina A bilirrubina, principal componente dos pigmentos biliares, é o produto do catabolismo da hemoglobina e outras hemoproteínas, após a destruição normal ou patológica das hemáceas. Quando os eritrócitos chegam ao fim dos seus 120 dias e se tornam muito frágeis para permanecerem na circulação sanguínea, suas membranas se rompem e a hemoglobina liberada é fagocitada por macrófagos teciduais ou sistema retículo endotelial (S.R.E.) em todo organismo. Mas esse processo ocorre predominantemente no baço. Onde há o sistema fagocitico mononuclear que possui macrofagos e monócitos. Essas células irão fagocitar o eritrocito. A hemoglobina é inicialmente desdobrada em globina e heme, e o anel heme é aberto, produzindo ferro livre, que é transportado pela transferrina e uma cadeia linear de quatro núcleos pirrólicos, que constitui o substrato a partir do qual será formada a bilirrubina (heme). O grupo heme, pela ação da hemo-oxidase, irá formar à BILIVERDINA. Que sofrerá ação da enzima biliverdina-redutase, formando à BILIRRUBINA INDIRETA. À bilirrubina indireta, vai para à corrente sanguínea ligada à albumina, vai ser captada pelos hepatócitos e irá para o retículo endoplasmático. No retículo, vai ser processada pela enzima UDP-glicorotranversas e passará a ser à BILIRRUBINA DIRETA. À bilirrubina irá para a vesícula biliar, para formar a bile. É, posteriormente, liberada no intestino. As bactérias intestinais irão processar a bilirrubina direta em UROBILINOGÊNIO- que seguirá para o rim ou continuar no intestino. ● Somente a forma conjugada de bilirrubina, que é solúvel em água, é eliminada pelo fígado e rins. HEPATITE Ahepatite A Denominado vírus da hepatite A (HAV), que se replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes, resultando na transmissão pela via fecal-oral Etiologia ● Doença endêmica em países subdesenvolvidos. ● Transmissão fecal oral ● Pico em crianças de 5 a 14 anos de idade ● Raramente pode levar a hepatite fulminante A partir a contaminação pelo vírus, tem-se um período de incubação que dura em torno de 1 mês (pico de viremia) , após isso entra na fase prodrômica após 1 mes,, onde surge o anticorpo anti- HAV (IgM) – anticorpo da fase aguda - e começamos sintomas e também tem aumento de TGO e TGP. Gradativamente, o anticorpo de fase aguda (anti-HAV – IgM) vai sendo trocado pelo anticorpo anti-HAV – IgG, essa troca completa ocorre dentro de 3 meses. ● A maioria dos pacientes com hepatite A são assintomáticos. Existem duas formas clínicas ● Colestática: icterícia que dura mais de 3 meses ● Recidivante e: icterícia que aparece e some com frequência. HEPATITE Ehepatite E A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus E da hepatite (HEV). O vírus causa hepatite aguda de curta duração e autolimitada. Na maioria dos casos, é uma doença de caráter benigno. O vírus da hepatite E é transmitido principalmente por meio de água potável contaminada com matéria fecal. Os sintomas incluem icterícia (amarelamento da pele), falta de apetite e náuseas. Em casos raros, pode progredir para insuficiência hepática aguda. Geralmente, a hepatite E se cura por conta própria em quatro a seis semanas. - São raros os casos que chegam a hepatite fulminante, exceto em grávidas que é muito comum (risco de 20% ). HEPATITE Dhepatite D A hepatite D, também chamada de Delta, está associada com a presença do vírus B da hepatite (HBV) para causar a infecção e inflamação das células do fígado. Existem duas formas de infecção pelo HDV: coinfecção simultânea com o HBV e superinfecção pelo HDV em um indivíduo com infecção crônica pelo HBV Etiologia ● Transmissão parenteral- Sangue e derivados. ● É um vírus incompleto, precisa estar acompanhado de outro vírus para poder se replicar no ser humano Então, o vírus D precisa do vírus B para poder utilizar se deu envoltório lipídico para poder se replicar. ● Co-infecção: Se o paciente contrai ao mesmo tempo o vírus D e o B - a evolução é a mesma de uma hepatite B normal . ● Super-infecção : se o paciente já é portador do vírus B e adquire o vírus D – pode evoluir com hepatite fulminante. Os anticorpos nessa fase são o anti -HBC (IgM ou IgG). A transmissão exige o contato com sangue infectado. As populações de risco incluem usuários de drogas intravenosas e homens que fazem sexo com homens. Os sintomas incluem dor abdominal, náuseas e fadiga. HEPATITE Bhepatite B É uma doença infecciosa que agride o fígado, sendo causada pelo vírus B da hepatite (HBV). O HBV está presente no sangue e secreções, e a hepatite B é também classificada como uma infecção sexualmente transmissível. ● É um vírus de DNA, todos os outros são RNA ● Transmissão variável de várias formas (sexual, vertical, percutânea, transplante de órgãos). Possui 3 antígenos ● Antígeno de Superfície : HBS- Ag – envoltório que o vírus B utiliza para se replicar. ● Antígeno do Core (centro): HBC -Ag ● Antígeno secretado pelo core: HBE -Ag Anticorpos Os anticorpos são de acordo com cada antígeno ● Anticorpo anti -HBS Ag (superfície) ● Anticorpo anti -HBC Ag IgM E IgG ● Anticorpo anti -HBE Ag (secretado) Fisiopatologia Vírus entra no corpo e dentro de 6 semanas surgem antígenos de superfície - HBSAg - que induz a produção de anti-HBS TEMPO DEPOIS. Igm e IgG é antes. (anticorpo de superfície). Vamos ter antígeno do core HBCag, e criamos antígeno contra o core- anti HBC. - que vai ser IgM e IgG. Consequentemente o antígeno HBE Ag também vai estar alto- indica que há replicação viral), que é onde está acontecendo o período de incubação. Ao entrar em contato com o antígeno HBS Ag, começa a ser produzido o anticorpo antiHBC – IgM, e então começam os sintomas e tem-se aumento de TGO e T GP (fase prodrômica). Ao longo do tempo o IgM gradativamente vai sendo trocado pelo IgG (geralmente o IgM está negativado depois de 6 meses, quando inicia a hepatite aguda) . 30% das pacientes podem passar pela fase ictérica . HEPATITE Chepatite C A hepatite C é um tipo específico de hepatite viral, provocada pelo vírus HCV (vírus da hepatite C) ● Transmissão por sangue e secreções ● 80% dos casos de crônifica. ● 30 % dos casos evolui para cirrose. ● 1 a 10% chega a carcinoma hepatocelular O período de incubação é em média 7 semanas, o anticorpo produzido é o anti -HCV (+ ou -, identificado pelo PCR. Doença hepática alcoólica Doença hepática alcoólica A doença hepática alcoólica é a lesão hepática provocada pelo consumo de muita bebida alcoólica por um período prolongado de tempo. Em geral, a quantidade de álcool consumido (quanto, com que frequência e por quanto tempo se consome) determina a possibilidade de uma lesão hepática e a sua gravidade. ● Esteatose hepática ● Hepatite alcoólica ● Cirrose Esteatose hepáticaesteatose hepática ‘’Fígado gorduroso’’- Ingesta de álcool diária, maioria assintomático, pode gerar hepatomegalia discreta . Mesmo após uma ingestão moderada de álcool, gotículas lipídicas microvesiculares se acumulam nos hepatócitos. Com a ingestão crônica de álcool, os lipídeos se acumulam, criando glóbulos macrovesiculares grandes e claros, que comprimem e deslocam o núcleo d o hepatócito para a periferia da célula. Ao contrário da esteatose leve, a esteatose hepática moderada a grave pode causar inflamação e lesão do fígado. Quanto maior e mais prolongado for o acúmulo de gordura, maiores serão os riscos de lesão hepática. Quando há gordura em excesso de forma crônica, as células do fígado podem inflamar e sofrer danos- hepatite gordurosa. A maior parte da oxidação do etanol acontece via ADH para formar acetaldeído, que é uma molécula altamente reativa capaz de induzir múltiplos efeitos. Por fim, o acetaldeído é metabolizado em acetato pela aldeído-desidrogenase (ALDH). A ingestão de etanol acarreta maior acúmulo intracelular de triglicerídeos, porque aumenta a captação de ácidos graxos e reduzsua oxidação. Achados laboratoriais Exame laboratorial: normal ou discret o aumento de TGO/TGP E GGT ● Orientação dietética HEPATITE ALCOÓLICAHEPATITE ALCOÓLICA Patogenia: Indução do citocromo p450: faz degradação de substâncias exógenas (o álcool ativa o p450 para poder degradar o álcool). Quando se toma álcool em grande quantidade, esse p450 é ativado constantemente e isso acaba induzindo a produção de hidrogênios reativos que são danosos a o hepatócito. ● Álcool faz liberação de radicais livres durante o processo de oxidação: isso começa alterar a membrana celular dos hepatócitos, e com isso, todo o metabolismo de gordura que o fígado faz fica prejudicado e ao invés de ser drenado, começa a se acumular no fígado porque a metabolização da gordura é falha -acúmulo intracelular de triglicerídeos, porque aumenta a captação de ácidos graxos e reduz sua oxidação. Tá chegando gordura, mas não ta conseguindo ser oxidada. ● O álcool afeta os microtúbulos, mitocôndrias e membrana celular: diminuindo a respiração celular e favorece alterações nos componentes citoplasmáticos, tudo isso lesa mais ainda os hepatócitos ● Álcool libera acetaldeído: induz a peroxidação dos lipídeos, destruindo a função citoesquelética da membrana . ● O álcool pode levar a um ataque imunológico: por ser uma substância tóxica, pode acabar gerando uma reação inflamatória caracterizada por uma hepatite. Achados histológicos ● Esteatose (por acúmulo de triglicérides ) ● Balonização de hepatócitos: Focos únicos ou dispersos de células sofrem tumefação (balonização) e necrose. A tumefação resulta do acúmulo de gordura e água, ● Neutrófilos ao redor dos lóbulos hepáticos: Neutrófilos permeia o lóbulo hepático e sofrem acúmulo ao redor dos hepatócitos em regeneração, particularmente aqueles que possuem corpos de Mallory-Denk ● Corpúsculos de mallory : Esses corpos estão geralmente presente como material eosinofílico, amorfo e acumulado em hepatócitos balonizados. ● Fibrose perivenular : A fibrose é a característica essencial da lesão progressiva do fígado. A fibrose é um processo dinâmico de deposição de colágeno e remodelagem. Tudo isso pode ser reversível se ocorrer a retirada do álcool. Hepatite crônica irreversível caracterizada por: ● Fibrose (significa que houve substituição tecidual, ou seja, perda da função d o órgão) ● Desarranjo arquitetural ● Formação de nódulos de regeneração O fígado tem capacidade de regeneração e mantém exatamente a estrutura daquele lóbulo hepático (em casos de agressão aguda ). Em casos de agressão crônica, chega um determinado momento que ele não consegue mais se regenerar, começando o processo de cirrose. Patogenia Célula chamada célula estrelada, dentro dos sinusóides e entre os sinusóides e hepatócitos (espaço de disse). Essa célula tem como função fazer o armazenamento de vitamina Ae é grodura. Quando o fígado é agredido constantemente, as células estreladas vão mudar sua função, deixando d e armazenar vitamina A e passando a sintetizar colágeno, o colágeno faz um preenchimento no espaço de disse, dando origem a fibrose, então começam aparecer faixas de fibrose entre o cordão de hepatócitos e o sinusóide hepático, formando uma barreira entre eles, dificultando a passagem do sangue do sinusóide para o hepatócito, prejudicando a nutrição. A célula estrelada além de colágeno, também começa a produzir citocinas inflamatórias, que em determinado momento essa agressão crônica faz com que o fígado se “ regenere” de forma anárquica, ou seja, um hepatócito em cima do outro, modificando a arquitetura do lóbulo hepático e diminuindo a função normal do fígado , causando uma insuficiência hepatocelular crônica, perdendo todas as funçõ es do fígado. Com o tempo o fígado começa a ficar atrofiado Esses pacientes têm maior risco de evoluir para carcinoma. Com o dano dos hepatócitos mediado pelo acetaldeído, algumas espécies reativas do oxigênio podem resultar na ativação das células de Kup�er. Consequentemente, são produzidas citocinas pró-fibrogênicas que desencadeiam e perpetuam a ativação das células estreladas, resultando na formação de quantidades excessivas de colágeno e matriz extracelular Causas: ● Alcoolismo ● Hepatites virais crônicas (B/C), ● Hepatite autoimune ● Doenças metabólicas: hemocromatose ; doença de Wilson ; def. de alfa 1-antitripsina ● Cirrose criptogênica Manifestação clínica Sintomas inespecíficos como dor abdominal difusa no quadrante superior direito, febre, náuseas e vômitos, diarréia, anorexia e mal-estar. - Icterícia das escleras - eritema palmar - angiomas aracneiformes - aumento de volume das parótidas - baqueteamento digital - atrofia muscular - ginecomastia Alternativamente, podem apresentar-se com complicações mais específicas da hepatopatia crônica, incluindo ascite, edema ou hemorragia gastrintestinal (GI) alta. Exames laboratoriais ● TGO e TGP: muito aumentado (agudo), pouco aumentado (crônico). Predomínio de TGO sobre TGP na aguda. (falha de vitamina B6 para fazer a síntese de TGP , por isso TGO e stá maior. Também, TGP é mais dentro da célula, para ser liberado precisa de uma agressão mais ‘’grave’’). LESÃO* ● Fosfatase alcalina /GGT: aumentado. Aumento das duas ao mesmo tempo pensar em colestase (qualquer impedimento no fluxo da bile) ● Bilirrubina: aumentada. Função hepatocelular prejudicada falha na conjugação da bilirrubina aumento de bilirrubina indireta. ● Hipergammaglobulinemia: fígado está hipertenso – hipertensão porta falha na passagem do sangue desvio de sangue para circulação sistêmica resposta do linfócito B que se diferencia em plasmocito liberação de anticorpos ● Hipoalbuminemia : diminuição da a albumina também revela diminuição da função hepática . ● Alargamento do tempo de Protrombina: fatores de coagulação são produzidos no fígado (2 , 7, 9 e 1 0). O fator 7 espelha a função hepática, é o tempo de protrombina quem avalia esse fator. Consequências da cirrose - Disfunção hepatocelular - Hipertensão: dificuldade de passagem do sangue pelo fígado, não consegue passar pela veia porta, ocorre inversão do fluxo sanguíneo. ● Varizes Esôfago ● Hemorróidas ● Circulação colateral ● Esplenomegalia ● Ascite ● Colestase ● Encefalopatia hepática - Insuficiência hepática: problema no hepatócito. ● À hipertransformação de testosterona em estrogênio ● hiperestrogenismo ● Ginecomastia ● Atrofia testicular ● Rarefação de pelos ● Eritema palmar ● Teleangiectasias. (DHGNA) Doença hepática gordurosa não alcoólica A DHGNA inclui esteatose hepática simples, esteatose acompanhada por inflamação mínima e específica e a esteato-hepatite não alcoólica (EHNA). Esteatose com ou sem uma inflamação inespecífica geralmente é uma condição estável , sem problemas clínicos significativos. Os dados atualmente disponíveis sugerem um modelo de dois eventos para a DHGNA. ● Resistência à insulina que dá origem à esteatose hepática. Lesão oxidativa hepatocelular resultando em necrose celular hepática e as reações inflamatórias secundárias. O distúrbio metabólico mais comum é a doença hepática gordurosa não alcoólica, que está associada com a síndrome metabólica, obesidade, diabetes melito tipo 2 ou outras deficiências de resposta à insulina, dislipidemia a e hipertensão. A doença hepática gordurosa não alcoólica pode mostrar todas as alterações associadas com a doença hepática alcoólica: esteatose, esteato- hepatite e esteatofibrose, embora a s características da esteato- hepatite (p. ex ., balonização dos hepatócitos, corpos de Mallory-Denk e infiltração neutrofílica) sejam muitas vezes menos proeminentes do que nas lesões relacionada s com álcool
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