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● FARMACOLOGIA DO SNA A farmacologia do SNA autônomo é a primeira parte em que se estuda, de fato, os fármacos com atividades agonistas ou antagonistas Frequência cardíaca, movimento do TGI, dilatação, contração da pupila, broncodilatação, broncoconstrição, aumento da pressão arterial: funções que ocorrem de maneira autônoma O fármaco anti-hipertensivo é um dos autônomos que atuam bloqueando o papel fisiológico relacionado ao aumento da pressão arterial. Ao bloquear esse papel fisiológico mediado pelo SNA, tem- se o efeito farmacológico Quais neurotransmissores fazem parte do SNA autônomo? Adrenalina, noradrenalina (para o sistema simpático) e acetilcolina (para o sistema parassimpático ou adrenérgico) O SNA parassimpático também é chamado de colinérgico e apresentam suas ações mediadas pela acetilcolina O SNA simpático é chamado de adrenérgico e suas ações são mediadas pela adrenalina e noradrenalina O SNA entérico apresenta um controle mais local e pode envolver a presença de outros transmissores Sistema Nervoso somático = músculo Envolve a acetilcolina CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS Sistema somático: controle voluntário de funções (por exemplo: locomoção); um neurônio eferente se comunica do SNC ao músculo sem passar por gânglios A acetilcolina medeia esse processo Sistema autônomo (SNA): controle involuntário de funções orgânicas; ocorre sem a participação consciente do cérebro; controle das funções vitais; composto por neurônios eferentes que inervam músculos lisos de vísceras (por exemplo: digestão), glândulas (por exemplo: secreções), musculatura cardíaca e vascular ● DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Simpático x Parassimpático SNA simpático: adrenérgico; ações mediadas pela adrenalina e noradrenalina ‘’luta e fuga’’ A adrenalina causa aumento da frequência cardíaca; então aumenta-se a pressão arterial e se aumenta a pressão, aumenta-se a saída de sangue do coração (órgãos mais oxigenados), causa broncodilatação SNA parassimpático: colinérgico; ações mediadas pela acetilcolina ‘’repouso e digestão’’ A acetilcolina diminui a frequência cardíaca; diminui o débito cardíaco e a pressão arterial, causa broncoconstrição EFEITOS DOS SISTEMAS EM ÓRGÃOS ALVO A adrenalina fisiologicamente faz broncodilatação; então a partir do momento que se tem um indivíduo com deficiência respiratória, DPOC; eu posso usar um agonista da adrenalina (fármaco que imita) para fazer a broncodilatação Enquanto noradrenalina têm-se dois neurônios (pré e pós-ganglionar); na adrenalina têm-se somente um NEUTRONSMISSORES DO SNA Cada um desses neurotransmissores se ligam a uma família específica de receptores, localizados de forma diferenciada nos diversos tecidos; Principais neurotransmissores do SNA: 1) Noradrenalina/Adrenalina (neurônio adrenérgico) 2) Acetilcolina (Neurônio colinérgico) TRANSMISSÃO SIMPÁTICA Receptores do sistema simpático: Receptores α1: vasoconstrição; relaxamento do músculo liso gastrointestinal, secreção salivar e glicogenólise hepática Descongestionantes nasal ● Receptores α2: inibição da libertação de transmissores (incluindo a noradrenalina e a libertação de acetilcolina dos nervos autonômicos), agregação de plaquetas, contração do músculo liso vascular, inibição de insulina Receptores β1: aumento da frequência cardíaca e a da força Receptores β2: broncodilatação, vasodilatação, relaxamento do músculo liso visceral, glicogenólise hepática e tremor muscular Receptores β3: lipólise FÁRMACOS DO SIMPÁTICO Agonista adrenérgico direto: o fármaco ativa os receptores Antagonista direto: o fármaco bloqueia os receptores Agonista indireto: aumenta a concentração da adrenalina/noradrenalina para que eles dois ativem os receptores simpáticos Antagonista indireto: o fármaco impede a liberação de adrenalina/noradrenalina, logo não vai ter ativação do simpático EFEITOS DO SISTEMA SIMPÁTICO Os receptores da adrenalina e noradrenalina são receptores α e β AGONISTAS ADRENÉRGICOS SIMPATOMIMÉTICOS Simpatomimético: mimetiza/imita a adrenalina ou aumenta a sua concentração para que ativem os receptores • Agonistas não seletivos • Agonistas α adrenérgicos • Agonistas α2 adrenérgicos • Agonistas β adrenérgicos • Agonistas β2 adrenérgicos • Agonistas adrenérgicos indiretos Agonistas não seletivos: ativam α1, α2 e β1, β2 e β3 – todos os receptores Agonistas α adrenérgicos: ativam α1, fazendo vasoconstrição, e ativam α2, diminuindo a liberação de noradrenalina da mesma forma que ele promove vasoconstrição, ele promove vasodilatação Agonistas α2 adrenérgicos: diminui a liberação de adrenalina e noradrenalina; ativa apenas α2 Agonistas β adrenérgicos: ativa β1, β2 e β3 Agonistas β2 adrenérgicos: ativam somente os receptores β2 Agonistas adrenérgicos indiretos: aumentam a concentração de noradrenalina/adrenalina, ao aumentar essas concentrações, elas ativam todos os receptores ● AGONISTAS NÃO SELETIVOS São os fármacos sintéticos que imitam os agonistas fisiológicos; têm-se a epinefrina e norepinefrina Epinefrina (adrenalina): Ações: vasoconstrição (α1), inotropismo e cronotropismo positivos (β1), broncodilatação (β2) Utilidade clínica: asma, choque anafilático, choque cardiogênico, parada cardíaca, vasoconstritor associados a anestésicos locais Efeitos adversos: hipertensão, vasoconstrição, taquicardia, arritmia Ino= força de contração Crono= frequência cardíaca Inotropismo então é o aumento da força de contração Cronotropismo é o aumento da frequência cardíaca A epinefrina vasoconstritor é indicada em associação com anestésico local e é utilizada em choque anafilático e choque cardiogênico Em cirurgias não eletivas se faz o uso do anestésico local sem vasoconstritor Norepinefrina (noradrenalina): Ações: vasoconstrição (α1), bradicardia por refluxo vagal Utilidade clínica: tratamento do choque séptico Efeitos adversos: hipertensão, vasoconstrição, taquicardia, arritmia A afinidade da epinefrina sobre receptores β é maior do que a norepinefrina E a norepinefrina tem maior afinidade sobre receptores α Se há um aumento na frequência cardíaca, então também há uma diminuição na força de contração Se o paciente tem insuficiência cardíaca (sem força) e choque séptico, ele pode fazer o uso de norepinefrina porque causa bradicardia por reflexo e não taquicardia AGONISTAS ΑLFA 1 - ADRENÉRGICOS • Epinefrina (efedrin®): ativa α e β (indireto) • Fenilefrina (naldecom®): ativa α1 • Levanordefrina: ativa α1 • Fenoxazolina (aturgyl®): ativa α1 • Nafazolina (privina®) • Oximetazolina (afrin®): ativa α1 • Pseudoefedrina (cedrin®) (disofrol®): ativa α1 α1 estar relacionado a vasoconstrição e a vasoconstrição é interessante nos casos de choque séptico, midríase, descongestivo nasal + antigripal, associado a anestésico local o fenilefrina é o que mais está associado ao anestésico local Corrigindo a imagem: a efedrina aumenta a liberação de noradrenalina, DIMINUI a pressão arterial e estimula o SNC ● AGONISTAS ALFA-2 ADRENÉRGICOS Clonidina (atensina®): Ações: agonista α2 de ação central, inibe a liberação de norepinefrina no CVM diminuindo a descarga simpática Utilidade clínica: anti-hipertensivo, adjuvante anestésico Efeitos adversos: sonolência, sedação, hipotensão postural, edema Se retirado abruptamente pode causar hipertensão por rebote; ou seja, é uma crise hipertensiva repentina Sonolência é o início do sono e sedação é quando o paciente já estiver dormindo; causa edema por conta da vasodilatação Ao ativar αlfa 2: diminui a liberação de nora adrenalina ecom isso apresenta ação anti-hipertensiva, mas por promover sedação, hipnose e analgesia (medicação pré-anestésica, na anestesia geral e em anestesias raquídeas) Ao ativar alfa 2: diminui a liberação de insulina e promove aumento do glucagon. O que pode estar associado a risco de diabetes Metildopa (aldomet®) Ações: forma a metil-norepinefrina que age como falso NT e ativa receptores α2 no CVM diminuindo a descarga simpática Utilidade clínica: anti-hipertensivo (Primeiro fármaco de escolha na gravidez) Efeitos adversos: hipotensão, sonolência, diarreia, impotência Causa diarreia porque há uma diminuição na liberação de noradrenalina e aumentando a liberação de norepinefrina. Com o parassimpático aumentado, há um aumento do peristaltismo intestinal Em relação a hipotensão, diminui a noradrenalina, logo diminui outros neurotransmissores estimulantes, então vai diminuir a quantidade de serotonina etc. Foco do uso clínico dos agonistas α2 adrenérgicos: anti-hipertensivos e adjuvante anestésico AGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS Isoprenalina Ações: ativa receptores β1 e β2, efeitos inotrópicos e cronotrópicos positivos, broncodilatação Utilidade clínica: pouca utilidade devido à baixa seletividade (capacidade de se ligar nos receptores) Usado para reverter bradicardia em paciente transplantado cardíaco Efeitos adversos: arritmias Dobutamina (dobutrex®) Ações: maior seletividade sobre β1, Inotropismo e cronotropismo positivo Utilidade clínica: choque cardiogênico Efeitos adversos: arritmias Foco do uso clínico dos agonistas β adrenérgicos: choque cardiogênico ● AGONISTAS BETA-2 ADRENÉRGICOS Atua somente sobre β2 Salbutamol (Aerojet®), Terbutalina (Bricanyl®), Fenoterol (Berotec®), Salmeterol (Serevent®), Indacaterol (Onbrize®), Formoterol (Fluir®) Ações: broncodilatadores (β2) com ação variada em 1. Ou seja, eles promovem broncodilatação, entretanto eles não são específicos β2 e sim seletivos, então em alguns pacientes eles podem também ativar β1 Utilidade clínica: tratamento da asma brônquica e relaxamento da musculatura uterina Efeitos adversos: efeitos cardíacos, como a taquicardia, arritmias, tremores, vasodilatação periférica Causa vasodilatação periférica por conta da ativação do β1 – aumenta risco de edema Ao ativar β2 aumenta a concentração plasmática de glicose O Salbutamol e o Fenoterol são dois fármacos de ações curtas utilizados em crises asmáticas; insuficiências respiratórias agudas Salmeterol e Formoterol são mais para tratamento contínuo de asma Em condições de parto prematuros, esses são os medicamentos mais comumente utilizados: Terbutalina e Indacaterol Foco do uso clínico do agonista β2: broncodilatação e parto prematuro AG0NISTAS ADRENÉRGICOS INDIRETAS • Efedrina • Metilfenidato • Antidepressivos tricíclicos • Fármacos que afetam a degradação (iMAO) Efedrina (Efedrin®) Ações: inibe a recaptação de NE, tem atividade nos receptores α e β Utilidade clínica: pouca utilização Efeitos adversos: hipertensão, taquicardia, insônia, todos menos pronunciados que as Anfetaminas Aumentam a noradrenalina, aumentam a transmissão central Anfetaminas, Metilfenidato (Ritalina®) Ações: inibem a recaptação de monoaminas da fenda sináptica entre outras Utilidade clínica: anorexígenos, TDAH Efeitos adversos: hipertensão, taquicardia, insônia, psicose Podem causar dependência química Aumentam a noradrenalina, serotonina e dopamina Foco do uso clínico dos adrenérgicos indiretos: TDAH e espectro autista AGONISTAS ADRENÉRGICOS INDIRETOS Imipramina, Amitriptilina (ADT) Tofranil ® Amytril® Ações: inibem a recaptação de noradrenalina no SNC, mas tem ações periféricas Utilidade clínica: antidepressivos Efeitos adversos: taquicardia, arritmias, efeitos anticolinérgicos Aumentam a noradrenalina e causam insônia São os principais medicamentos antidepressivos Deve ser tomado pela manhã Deixam a boca seca ● Fármacos que afetam a degradação IMAO- Fenelzina (Nardi®), Tranilcipromina (Parnatec), Selegilina (Jumexil®) Ações: inibem a enzima que destrói a noradrenalina nas vesículas sinápticas Utilidade clínica: antidepressivos ou adjuvantes na doença de Parkinson Inibem a enzima MAO que degrada a dopamina, serotonina e noradrenalina Ao inibir a enzima não haverá degradação dos neurotransmissores e ao inibirem essa degradação, aumenta-se a produção deles Quando se inibe a MAO, todo neurotransmissor recaptado será armazenado e voltará para a sinapse em um próximo estímulo, aumentando assim a atividade adrenérgica COCAÍNA (AGONISTA INDIRETO) A cocaína é um inibidor dos transportadores das monoaminas e elevam as concentrações sinápticas destes neurotransmissores Causam euforia, agitação, taquicardia e aumento da pressão Inibem a recaptação, então aumentam a concentração de noradrenalina, serotonina e adrenalina REVISÃO DO SISTEMA SIMPÁTICO:AGONISTAS DIRETOS REVISÃO DO SISTEMA SIMPÁTICO: AGONISTAS INDIRETOS ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS SIMPATOLÍTICOS • Antagonistas α não seletivos (bloqueiam alfa 1 e alfa 2) • Antagonistas α1 adrenérgicos (bloqueiam alfa 1) • Antagonistas β não seletivos (bloqueiam beta 1 beta 2) • Antagonistas β1 adrenérgicos (bloqueia só beta 1) • Antagonistas com ação agonista parcial • Antagonistas β e α1 (bloqueia beta 1, beta 2 e alfa 1) • Antagonistas adrenérgicos indiretos (diminuem a liberação de noradrenalina e aumentam a acetilcolina) ANTAGONISTA ALFA NÃO-SELETIVO Vigamed® Fentolamina (reversível) e Fenoxibenzamina (irreversível) Ações: vasodilatações (α1), diminuição de PA com taquicardia reflexa ● Utilidade clínica: feocromocitoma Efeitos adversos: hipotensão, taquicardia, congestão nasal, impotência ANTAGONISTA ALFA-1 Prazosina (carduran ®), Doxazocina (minipress®), Terazosina (hytrin®) Ações: vasodilatação (α1), redução da PA Utilidade clínica: anti- hipertensivos, hiperplasia prostática benigna Efeitos adversos: hipotensão postural, taquicardia reflexa, congestão nasal ANTAGONISTAS BETA Antagonista beta não seletivo: bloqueia beta 1 e 2 e é utilizado como anti- hipertensivo O tratamento com bloqueadores beta não podem ser interrompidos de forma abrupta porque pode causar efeito rebote Propanolol, Nadolol, Timolol Inderal® Corgard® Glaucotrat® Ações: redução do DC (β1) por inotropismo e cronotropismo negativos, redução da liberação de reina Utilidade clínica: angina, HAS, arritmias, tremores da ansiedade, glaucoma, prevenção de enxaqueca Glaucoma: é a inibição da anidrase carbônica nos processos ciliares do olho reduz a secreção do humor Efeitos adversos: broncoconstrição, insuficiência cardíaca, fadiga, hipoglicemia Hipoglicemia: betabloqueadores podem reduzir a glicemia possivelmente devido ao aumento da captação periférica de glicose através do aumento da sensibilidade à insulina Antagonistas beta-1 Atenolol, Metoprolol Angipress® Seloken® Ações: redução do DC (β1) por cronotropismo e inotropismo reduzidos Utilidade clínica: HAS, angina, arritmias Efeitos adversos: pouco risco de broncoconstrição (doses terapêuticas), fadiga, hipoglicemia (menos risco)
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