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< DESCRIÇÃO A importância da Psicologia do Esporte dentro do contexto da formação de um atleta e sua solidificação como campo de saber científico. PROPÓSITO Conhecer os conceitos e as aplicações da Psicologia do Esporte nas interfaces e múltiplas dimensões que compõem a carreira esportiva de um atleta profissional contemporâneo é fundamental para a sua futura atuação profissional. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever as principais demandas e características da Psicologia do Esporte na formação do atleta MÓDULO 2 Identificar as principais teorias da motivação e como elas podem ser aplicadas no contexto esportivo MÓDULO 3 Reconhecer os processos que englobam a tomada de decisão no esporte e como eles podem ser trabalhados nos treinamentos com o atleta MÓDULO 4 Reconhecer como se configura o planejamento e a gestão da carreira esportiva MÓDULO 1 Descrever as principais demandas e características da Psicologia do Esporte na formação do atleta Fonte: Shutterstock.com INTRODUÇÃO A Psicologia tem como objetivo de estudo a formação da personalidade e comportamento humano no contexto individual, social e comunitário. É uma ciência que estuda o comportamento e suas dimensões mentais, abrangendo os processos que envolvem as ações dos homens e seus grupos inseridos no ambiente que os cercam, na sociedade como um todo e/ou de forma individualizada. Dentro deste campo de saber, não somente o comportamento e a mente são objetos de estudo, pois os aspectos fisiológicos e biológicos também são abordados neste campo de possibilidades. O comportamento é um fim originado por estruturas específicas que envolvem mecanismos extremamente complexos, tanto conscientes, quanto inconscientes, destacando-se: memória, linguagem, percepção, reflexos, traumas, personalidade e processos de aprendizagem. Embora a área mais conhecida de atuação deste profissional seja a clínica, existe uma gama de possibilidades de atuação como área da Psicologia: PROCESSOS DE APRENDIZAGEM Estes processos envolvem a plasticidade cerebral, composta por milhares de neurônios e sinapses derivadas do nosso sistema nervoso central. Escolar Hospitalar Organizacional Trânsito Jurídica javascript:void(0) Psicomotricidade Psicopedagogia Neurociência Neuropsicologia Psicologia do Esporte Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal É de fundamental importância falarmos do papel da Psicologia do esporte inserida no contexto de formação de um atleta, e como estas contribuições auxiliam no processo de formação e competências na área da Educação Física. Na literatura, é possível encontrarmos autores como Feltz (1992), que defendem a concepção de que a Psicologia do esporte é considerada uma subdisciplina da Psicologia, e Gill (1986), que a identifica como derivante das ciências do esporte. Com base nestas influências, nos cursos de graduação de Educação Física, a disciplina é obrigatória, o que faz com que as demandas psicológicas dos atletas ganhem cada vez mais espaço. No campo acadêmico e profissional, evidencia-se a grande expansão da Psicologia do Esporte, que tem como campo de estudo o ser humano inserido em um contexto específico destinado às práticas e modalidades esportivas profissionais. Desta forma, devemos considerar um sujeito que sofre a influência do meio externo e vivencia os diversos desafios que compõem sua experiência cotidiana. Segundo Araújo (2002), a Psicologia do Esporte está inserida na formação do atleta e seu desenvolvimento, permitindo ir além da identificação de atletas das diversas modalidades esportivas. Assim, no campo acadêmico, ficam evidenciadas as contribuições das ciências do esporte, motricidade humana e Educação Física. Fonte: Shutterstock.com Esta vertente da Psicologia ainda está ganhando seu espaço, uma vez que, na graduação em Psicologia, não é disciplina obrigatória. Desta forma, a atuação na Psicologia do Esporte por profissionais de áreas como a Educação Física, Medicina e membros da comissão Técnica vêm se desenvolvendo na formação da criança, jovem ou adulto, praticantes de uma modalidade específica ou em atletas de alta performance. A Psicologia do Esporte é um campo democrático, que busca colaborar para o acolhimento, compreensão e ação para lidar com as questões de cunho emocional que surgem no cenário esportivo, contribuindo para a performance do atleta. As variáveis psicológicas que não estejam relacionadas ao contexto esportivo, como, por exemplo, doenças e transtornos mentais, não serão de competência da Psicologia do Esporte. Nesses casos, o atleta será encaminhado para acompanhamento fora do contexto esportivo, para sanar suas demandas de cunho emocional e mental. ATENÇÃO As atividades do psicólogo do esporte poderão incluir a realização de psicodiagnóstico, treinamento mental e aconselhamento, mas não atuarão no tratamento de psicopatologias ou transtorno mental grave. Buscamos a compreensão sobre as esferas subjetivas, emocionais, instintivas e psicológicas que influenciam na formação do atleta. Esta visão permite preparar os profissionais da área do mundo esportivo, para obterem conhecimento e respaldo técnico científico a fim de lidar com diversas variáveis e desafios. O treinador, preparador físico e auxiliares, possuem contato direto com os atletas, e desempenham uma grande influência no contexto emocional. Para Rubio (2000), estes terão a participação no processo de construção e formação do indivíduo em um profissional do esporte. Segundo Aníbal e Kuroda (2000), esses profissionais são figuras de referência que transmitem valores, ensinamentos e contribuições para diversas áreas da vida fora dos treinamentos. Abordaremos a motivação, atenção, concentração, tomada de decisão no esporte e planejamento de carreira. Apresentaremos como a Psicologia do Esporte está inserida em todos estes processos, realizando um trabalho multidisciplinar, como o preparador físico, fisioterapeuta, nutricionista e técnico, diretamente com os atletas e seus familiares. Contudo, por ser uma ciência em desenvolvimento, a ausência de um psicólogo especialista não é excludente da possibilidade de realização deste trabalho integrador e dinâmico. Muitas vezes, este papel é desempenhado por outros profissionais, que permitem o manejo das variáveis psicológicas, emocionais, fisiológicas e biológicas que se apresentam no cotidiano do atleta. O objetivo é compreender o indivíduo inserido no contexto esportivo como um ser biopsicossocial que não pode ser restringido apenas a uma mente e corpo de forma dissociada. Queremos entender o atleta como construto em constante desenvolvimento, que sofre influências de diversas variáveis, em permanente relação com o meio ambiente. Fonte: Shutterstock.com COMO SE FORMA UM ATLETA? A palavra formação significa constituir algo; criação. Maneira pela qual uma pessoa é criada ou educada; o que lhe molda o caráter, a personalidade. Dentro do esporte, o significado da expressão formar um atleta é contribuir para formação de um indivíduo social, um cidadão, que no mesmo período cronológico à sua formação pessoal, será moldado com características específicas de um campo, que é o das práticas esportivas, desempenhando um papel profissional. Então, temos o âmbito individual, social, comunitário e profissional que o cerca, influenciando e sendo influenciado a todo instante. EXEMPLO Como exemplo dessas linhas tênues, podemos mencionar: eu x esporte; indivíduo x meio; pessoal x profissional; profissional x social; entre diversas outras possibilidades. Um atleta é um ser humano complexo com uma personalidade sendo formada, no caso de crianças e adolescentes, e posteriormente com uma história de vida, traumas e uma trajetória de desenvolvimento única quando já se tornam adultos. É um construto singular que envolve diversas variáveis biológicas, fisiológicas, genéticas e subjetivas da personalidade e do contexto ambiental no qual foi desenvolvido.Quando um indivíduo se torna atleta, traz consigo uma história de vida, motivações pessoais, simbolismo, propósitos, personalidade, habilidades e limitações que o compõem e que geram grandes desafios nesta formação. São estes fatores que serão o campo de estudo e atuação da Psicologia do Esporte, levando-se em consideração a constituição e o bem-estar do indivíduo, para que, em um segundo plano, desenvolva-se a fim de atingir sua máxima performance através do trabalho que envolve a relação entre as teorias e práticas da Psicologia na formação do atleta. AFINAL, COMO SE FORMA UM ATLETA? COMENTÁRIO A prática esportiva contribui para uma formação integral do indivíduo, sendo este um aspecto que envolve não somente o corpo físico do esportista, mas também influenciando nas funções psicológicas e sociais. É interessante que o processo de formação do atleta envolva desde as fases iniciais da vida, contribuindo para uma educação permanente passando por todas as etapas etárias. Assim, os benefícios não se restringem aos atletas, mas à população, já que os valores do esporte e suas contribuições favorecem o desenvolvimento psicomotor, envolvendo também o processo de socialização através do esporte (TUBINO, 1996). Com os avanços tecnológicos, diversos aplicativos e sistemas avaliam a performance de um atleta em tempo real, por isso chegamos cada vez mais próximo de quantificar o desempenho e a atuação do esportista. Com estas inovações, tem-se a necessidade de gestão emocional para lidar com o excesso de estímulos, variáveis e demandas, que acarretam novas exigências do meio em que estamos inseridos. Dentro do esporte, a formação do atleta está sujeita a este ‘’aceleramento’’ do tempo, que precisa ser gerido diante das inúmeras exigências e competências que um profissional do ramo necessita desenvolver, como a exigência de vitórias, campeonatos etc. Nesta relação de tempo comum x tempo corrido, há incongruências dimensionais, como o intervalo de pouco descanso entre as obrigações da agenda do esportista. Tudo isto envolve fatores como desenvolvimento, amadurecimento, falhas, treino, adaptação, tempo, foco, força, atenção, nutrição, repouso, lesões, preparação fisiológica, biológica e psicológica alinhados aos aspectos pessoais da vida. No esporte, o autoconhecimento é fundamental. Este elemento está relacionado à resiliência, afetando positivamente o processo de desenvolvimento do indivíduo, possibilitando-o reconhecer seus limites, habilidades e qualidades inerentes ao processo de adaptação frente à diversidade, que envolvem tanto expectativas, quanto frustrações. Trata-se de reconhecer potencialidades e trabalhar para o processo de formação (TROMBETA, 2000). As competições e vitórias que são características do desempenho esperado no mundo esportivo são marcadas por conflitos, tanto do corpo físico, quanto emocional. Neste contexto, a Psicologia do Esporte está inserida em debates na realidade destes profissionais, que se importam cada vez mais com o desempenho nos treinamentos e competições (RAMIREZ, 1999). Fonte: Shutterstock.com RESUMINDO Na formação do atleta, o Psicólogo do Esporte ou as contribuições acadêmicas da Psicologia do Esporte, possuem como objetivo auxiliar a comissão técnica e atletas, através da gestão emocional pelo autoconhecimento, amadurecimento das potencialidades, compreensão e manejo das limitações. Assim, contribuímos para alcançar a performance máxima, aprendendo a administrar as interferências emocionais que possam atrapalhar o processo. Fatores psicológicos afetam diretamente o desempenho, dentro ou fora dos esportes. Eles possuem influência no desenvolvimento e formação da criança, adolescente ou adulto atleta. Por isso, além da maturação física esperada do atleta, necessita-se de uma intervenção em níveis mentais, a fim de dar suporte e integração às respectivas dimensões: corpo, mente e ambiente externo profissional, social e cultural. É importante compreender que, tanto a Psicologia, quanto a Psicologia do Esporte, enquanto derivada dela, vão abordar o atleta, comissão técnica, diretores e patrocinadores, como objetos de estudo inseridos dentro de um contexto específico, no qual formam interconexões, influenciando e sendo influenciados entre si. Assim, devemos considerar, tanto os fatores externos (meio), quanto os fatores internos; subjetivos e construídos durante o desenvolvimento de cada ser humano, como emoção, concentração, foco, metas, desempenho, resposta sob pressão, gatilhos, traumas, relacionamentos, adaptação, entre outros fatores específicos ao campo de atuação. Ao compararmos a formação do sujeito no âmbito esportivo, podemos traçar semelhanças que contribuam para uma exemplificação do trabalho e importância das variáveis psicológicas que surgem no processo. EXEMPLO É comum que alguns alunos apresentem transtornos ou déficits na atenção associados a falhas no modelo de aprendizagem. Outros exemplos são indivíduos que apresentam algum tipo de transtorno ou doença mental: autismo, transtornos de hiperatividade, borderline, depressão, bipolaridade, ansiedade generalizada, pânico etc. Devemos considerar também as questões psicológicas relacionadas à história de vida do sujeito, como agressividade familiar, histórico de agressões físicas e psicológicas, desnutrição, debilidades de higiene e outras variantes do contexto social que se configuram na atuação, formação e aprendizado de crianças. Neste contexto específico, o psicólogo trabalha na dinâmica de inclusão e manejo das variáveis psicológicas, contribuindo para um papel ativo da escola na formação da criança e desenvolvimento de possíveis habilidades e potenciais - dando suporte às suas fragilidades individuais, que acabam por se externalizar e participar no contexto escolar e de aprendizado na sala de aula. Nesta perspectiva, podemos traçar uma analogia com o contexto de formação de um atleta, inseridos em ‘’escolas’’ como os clubes, seleções ou instituições. Neste contexto de multidimensões e influências na formação do atleta, torna-se de extrema importância o papel da Psicologia do Esporte, que atua como centralizadora na liderança da gestão das ferramentas e instrumentos disponíveis para lidar com os aspectos simbólicos, subjetivos e individuais. Esses aspectos influenciam o indivíduo ou grupo inseridos no contexto esportivo, através do diálogo entre as outras áreas científicas. Fonte: Shutterstock.com RECOMENDAÇÃO É fundamental que o psicólogo mantenha um diálogo próximo no dia a dia do atleta, com treinadores, fisioterapeutas, nutricionistas, médicos e outros componentes da comissão técnica. Fonte: EnsineMe Aspectos simbólicos, subjetivos e individuais da psicologia do esporte. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A PSICOLOGIA DO ESPORTE É UMA CIÊNCIA RELATIVAMENTE NOVA QUANDO COMPARADA AOS OUTROS CAMPOS DE SABER CIENTÍFICOS. RECENTEMENTE, ELA VEM GANHANDO CADA VEZ MAIS ESPAÇO DENTRO DO CONTEXTO ACADÊMICO E PROFISSIONAL. COM ISSO, NAS PRÁTICAS ESPORTIVAS, É COMUM IDENTIFICARMOS ESTE TIPO DE TRABALHO DENTRO DOS CLUBES, SELEÇÕES E INSTITUIÇÕES PATROCINADORAS. EM RELAÇÃO A ESTE CAMPO DE SABER, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) Dedica-se exclusivamente à análise do ser humano por uma perspectiva individualista, compreendendo sua história singular de vida, traumas, personalidade, potencialidades e fragilidades, excluindo em sua análise e intervenção, a dinâmica de relação ‘’indivíduo-meio’’, e como o desempenho no meio esportivo, acarreta ou sofre influências das emoções. B) Dedica-se à uma análise multidimensional que engloba e envolve o ser humano, levando em consideração todos os aspectos fisiológicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais que envolvem a vida do indivíduo, abordando-o enquanto um ser biopsicossocial, inserido em um contexto relacional com o meio ambiente que o cerca. C) O psicólogo do esporte trabalhará somente com o indivíduo-atleta em questão, não abrangendo o grupo ou seleçãoao qual ele pertence. Realizará um trabalho individualizado com cada membro da equipe em separado, uma vez que o processo de formação é individual e não sofre influência do meio externo e de outros atletas e membros da equipe. D) A Psicologia do Esporte e suas contribuições acadêmicas só podem estar presentes dentro de um determinado contexto do esporte na formação do atleta, quando efetivamente haja um psicólogo especializado no assunto. E) A Psicologia do Esporte é uma abordagem que só é utilizada em clubes grandes e seleções de países desenvolvidos, pois ter este diferencial requer investimento financeiro alto por parte dos gestores. Uma vez que este tipo de formação só é ensinado em pós-graduações muito específicas e caras. 2. A FORMAÇÃO DO ATLETA REQUER NÍVEIS DE COMPREENSÃO, DESENVOLVIMENTO, MATURAÇÃO, TRABALHO PEDAGÓGICO ESPECÍFICO, APRIMORAMENTO FÍSICO, TREINO, FOCO E DIVERSAS OUTRAS QUESTÕES E VARIÁVEIS QUE NÃO SÃO TANGÍVEIS OU BEM ESTRUTURADAS EXTERNAMENTE NO CAMPO EM QUE SE CONFIGURAM. DIANTE DESTA AFIRMAÇÃO, É POSSÍVEL ACRESCENTAR, SEGUNDO O CONTEÚDO TRABALHADO, QUE: A) A dimensão psicológica humana subjetiva está envolvida em todos os momentos deste processo de formação do atleta, contribuindo para o seu desenvolvimento e performance, focando no desenvolvimento de suas potencialidades e no manejo das fragilidades emocionais que se apresentam no contexto de forma simbólica e subjetiva. B) A formação do atleta é simples e objetiva, com padrões específicos e rigorosos a serem seguidos por todos os clubes e instituições formadoras. Nada tem a ver com a formação dele como cidadão. C) A Psicologia do Esporte na formação do atleta trabalha apenas com as evidências quantitativas e qualitativas, visíveis e expostas pelo atleta ou grupo. D) A Psicologia do Esporte engloba as variáveis psicológicas, emocionais, fisiológicas e biológicas que se apresentam, mas o foco de atuação é apenas no trabalho motivacional para conquista de vitórias, medalhas e premiações, não levando em consideração a história de vida do indivíduo, seus traumas, suas dinâmica familiar, seus limites e estresse. E) A formação do atleta dentro do contexto da Psicologia do Esporte envolve somente a compreensão das potencialidades dele, desenvolvendo-as e as aprimorando cada vez mais através dos conceitos da Psicologia. O que não estiver relacionado a aprimoramento físico para conquista de títulos e medalhas não necessita de atenção, pois não gera influências nos treinos. GABARITO 1. A Psicologia do Esporte é uma ciência relativamente nova quando comparada aos outros campos de saber científicos. Recentemente, ela vem ganhando cada vez mais espaço dentro do contexto acadêmico e profissional. Com isso, nas práticas esportivas, é comum identificarmos este tipo de trabalho dentro dos clubes, seleções e instituições patrocinadoras. Em relação a este campo de saber, é correto afirmar que: A alternativa "B " está correta. A Psicologia do Esporte é uma abordagem multidimensional, holística e sistêmica, que aborda as demandas e os aspectos emocionais dos atletas sem excluir qualquer conceito, dimensão ou estrutura que o compõe. Visa sempre compreender tais fenômenos na relação indivíduo-meio. 2. A formação do atleta requer níveis de compreensão, desenvolvimento, maturação, trabalho pedagógico específico, aprimoramento físico, treino, foco e diversas outras questões e variáveis que não são tangíveis ou bem estruturadas externamente no campo em que se configuram. Diante desta afirmação, é possível acrescentar, segundo o conteúdo trabalhado, que: A alternativa "A " está correta. A Psicologia do Esporte trabalha as subjetividades e os simbolismos inseridos no inconsciente do atleta, suas influências na performance e desenvolvimento dentro do processo de formação. MÓDULO 2 Identificar as principais teorias da motivação e como elas podem ser aplicadas no contexto esportivo Fonte: Shutterstock.com Agora, chegou o momento de compreender como a Psicologia penetra as estruturas e as dinâmicas que competem ao processo de formação do atleta: Dentre um arsenal de aleatoriedades, propagandas, pessoas, barulhos, cheiros, texturas, o que prende a atenção de um esportista no momento dos treinos, jogos e decisões? O que é preciso para se concentrar em um objetivo ou meta estabelecida pelo atleta? Qual é a função dos mecanismos cognitivos e como eles podem ser trabalhados para contribuição do processo de formação? O que faz um atleta se concentrar? Como prender a atenção de um atleta na importância do descanso e recuperação, alinhado à Fisioterapia em detrimento do medo de se machucar novamente ou no tempo perdido? Como lidar com a atenção e a concentração inseridos no contexto de performance, nas metas e objetivos finais, não deixando de enfatizar a importância de se passar por todo processo aprimorando suas habilidades, potenciais e trabalhando seus medos e fragilidades? ATIVIDADE DE REFLEXÃO DISCURSIVA PARA FALAR SOBRE COMPORTAMENTO HUMANO, PSICOLOGIA, ESPORTE, FORMAÇÃO DO ATLETA E OUTROS FENÔMENOS É CRUCIAL COMPREENDERMOS DE MANEIRA CIENTÍFICA OS PRESSUPOSTOS DA EXISTÊNCIA DE TAIS ESTRUTURAS NA CONFIGURAÇÃO DA NOSSA ESPÉCIE. AFINAL, POR QUE NÓS, HUMANOS, MANTEMOS, DESENVOLVEMOS E APRIMORAMOS TAIS MECANISMOS NO DECORRER DO NOSSO DESENVOLVIMENTO? RESPOSTA Quando abordamos qualquer fenômeno ou atividade humana, precisamos buscar as referências científicas que colaborem para o ensinamento deste processo de construção do sujeito em um período específico, javascript:void(0) dentro de um contexto sócio-histórico, alinhado às produções de saberes científicos. Isto só seria possível de forma clara através das bases científicas do comportamento humano. A motivação, atenção e concentração do atleta são fenômenos cognitivos que possuem uma função estruturada de acordo com suas especificidades, funções, representações e possibilidades. Estas ações possuem pressupostos fisiológicos, bioquímicos e sociais que os precedem. Desta maneira, iremos compreender as bases destes processos para então compreender como eles se manifestam dentro do contexto esportivo. PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA Nossos antepassados viviam em uma realidade muito diferente da que usufruímos atualmente. O ambiente era hostil, inseguro e nada era possível de ser comprado enlatado em um supermercado próximo. Não existia eletricidade, tecnologia, segurança e garantias de sobrevivência. A expectativa de vida era baixíssima e existia uma constante luta pela adaptação, sobrevivência e procriação da espécie humana, garantindo-lhe a evolução e aprimoramento genético. No percorrer do desenvolvimento humano, algumas estruturas se atrofiaram e outras se tornaram aguçadas, desenvolvendo-se de acordo com as exigências do meio e de nosso organismo. Neste primeiro momento da evolução, a capacidade de atenção e concentração era direcionada às necessidades dos instintos primitivos: alimentação, através da habilidade de caça; à socialização com outros seres humanos, a fim de formar grupos para caça e sobrevivência, mantendo-se seguros e procriando a espécie. Fonte: Shutterstock.com As estruturas cerebrais envolvidas para sobrevivência das espécies, permanecem no nosso aparelho psíquico até hoje. Contudo, no decorrer da história, novas estruturas foram emergindo. A principal delas é o que chamamos de neocórtex, que se desenvolveu como a parte mais recente do córtex nos homo sapiens, levando-nos a uma categoria muito desenvolvida que envolve raciocínio simples, complexo e abstrato; linguagem e, consequentemente, o desenvolvimento de cultura, manipulando o ambiente através de novas tecnologias, instrumentos e domínio da natureza. VOCÊ SABIA A natureza é inteligente e obedece à lei da necessidade; se algo não é mais necessário para sobrevivência, ele é então, com o tempo, eliminado de nossos genes que serão passados para as próximas gerações. Por outro lado, diversas estruturasmantiveram-se, pois comportam uma função específica no processo evolutivo e de garantia da vida. ATENÇÃO, CONCENTRAÇÃO E MOTIVAÇÃO Nossa mente é regida por um órgão extremamente complexo e pouco conhecido em sua totalidade, com capacidade de plasticidade ou atrofia; é o órgão também mais pesado e que consome maior energia: o cérebro. Além dos processos cognitivos, é responsável por todo o resto que está relacionado ao funcionamento fisiológico e bioquímico, como regulação da homeostase, respiração, temperatura corporal, ritmo cardíaco etc. Por questões óbvias de sobrevivência, na qual nosso cérebro que muito consome energia torna-se um ‘’problema’’ de gestão de recursos, foi preciso desenvolver estratégias, garantindo que haveria energia suficiente para estabelecer todas as suas obrigações. RESUMINDO Poupar energia é um dos pilares do mecanismo de funcionamento do nosso aparelho psíquico, garantindo nossa sobrevivência, eficiência e pouco desperdício com aquilo que não nos garante a vida, não nos mantém seguros ou que não dá prazer, o que colabora para existência de processos mentais que garantam tais fins: atenção, concentração e motivação. Dentro desta perspectiva que envolvem estes processos, levaremos em consideração as bases fenomenológicas que estão inseridas nestes mecanismos cognitivos: segurança, autopreservação e prazer. Estes mecanismos colaboraram para comportamentos instintivos, primitivos e inconscientes que facilitem a busca por uma zona de conforto, pouco desperdício de energia, ativação do nosso sistema de recompensa e poucos riscos. Partindo desta perspectiva evolucionista, nosso foco, atenção e concentração eram elementos essenciais para a caça e para a construção de abrigos que permitissem passar uma noite segura. Esses fatores continuaram se aprimorando e existindo até os dias atuais em nosso aparelho psíquico. Afinal, qual é o papel desses processos dentro da Psicologia do Esporte, e como podemos abordar os mesmos de maneira eficiente na sua atuação, contribuindo para um bom trabalho dentro do esporte de formação? Fonte: EnsineMe Ancestrais x Homem moderno. COMENTÁRIO A relação atleta-meio ambiente não são separáveis de forma simples, o indivíduo e o seu meio são indissociáveis do ponto de vista interpretativo de uma realidade. Por isso, abordar atenção, concentração e motivação é levar em consideração tudo o que foi ensinado até aqui; lembrando que existe uma predominância neurocientífica, psicológica, fisiológica, biológica e subjetiva que envolve todos os processos derivados do comportamento humano. ATENÇÃO A todo instante somos bombardeados com diversos estímulos e informações, os quais podem ser percebidos pelos nossos sentidos: visão, olfato, audição, tato e paladar. Estes órgãos sensoriais interligados diretamente ao sistema nervoso central, que após análise e integração da informação pelos circuitos neurais, compreende a realidade. Este processo sofre influência de diversos fatores contidos no ambiente em que se apresenta e no processo que envolve as representações simbólicas que estes estímulos nos representam. Os estímulos ambientais são interpretados através das associações feitas com memórias já registradas em nossa mente, influenciados pelos aspectos subjetivos de cada ser humano: MOTIVAÇÃO ESTADO EMOCIONAL NÍVEIS DE ESTRESSE Os processos conscientes e inconscientes que envolvem os sentidos, chamados de modalidades, possuem submodalidades. A pele está relacionada ao nosso sentido de tato, envolvida em circunstâncias que podem estar ligadas a sensações como temperatura, dor e pressão. Esta interação entre uma ou mais modalidades, e suas respectivas submodalidades, é o que chamamos de sinestesia. javascript:void(0) Todo esse aglomerado de variáveis nos dará uma impressão da realidade que ficará armazenada em nossa mente como se fosse uma foto ou vídeo daquele momento. Trata-se de uma representação acrescida das nossas próprias percepções e compreensão, que ficará registrada na memória do indivíduo. SINESTESIA É a relação entre diferentes sistemas sensoriais. E o que isso importa para o contexto esportivo? Precisamos compreender que cada atleta irá registrar uma impressão daquele momento, refletido em seus mecanismos cognitivos individuais, biológicos, inconscientes e simbólicos de acordo com as experiências vividas e registradas anteriormente. As ferramentas científicas permitem a compreensão do comportamento humano, o que colabora para que técnicos utilizem de forma eficiente os recursos do meio ambiente para um manejo eficiente na abordagem com o atleta. Assim, utilizando-se da ciência para trabalhar as demandas inseridas no contexto de formação profissional, podemos compreender a relevância de diversos processos e mecanismos cognitivos. Assim, motivação, atenção, concentração, memória, plasticidade cerebral e o desenvolvimento da performance desejada, em uma atividade ou fim específico, seja em um treino, em um jogo ou campeonato, nos permitem conquistar títulos e premiações. Fonte: Shutterstock.com De acordo com a literatura da área das Neurociências, a mente de um adulto normal produz diariamente uma média de 40.000 a 60.000 pensamentos. Quando a energia disponibilizada para nosso dia a dia fica escassa, os pensamentos precisam ser orquestrados para foco, concentração e escolhas que garantam, tanto nossas necessidades instintivas, quanto as individuais-subjetivas, sociais e culturais. Nosso foco e atenção possuem um direcionamento, para utilizar a energia vital da maneira mais útil, eficiente, obtendo-nos algum tipo de benefício, mantendo-nos em segurança e sobrevivendo. Nossa capacidade de atenção e foco é limitada em um período específico, por isso, direcionamos alguns estímulos em detrimento de outros. 0 CÉREBRO É UM DISPOSITIVO CRIADO AO LONGO DA EVOLUÇÃO PARA OBSERVAR O AMBIENTE E APREENDER O QUE FOR IMPORTANTE PARA A SOBREVIVÊNCIA DO INDIVÍDUO OU DA ESPÉCIE. ELE PRESTARÁ ATENÇÃO NO QUE FOR JULGADO RELEVANTE OU COM SIGNIFICÂNCIA. TERÁ MAIS CHANCE DE SER CONSIDERADO COMO SIGNIFICANTE E, PORTANTO, ALVO DA ATENÇÃO, AQUILO QUE FAÇA SENTIDO NO CONTEXTO EM QUE VIVE O INDIVÍDUO, QUE TENHA LIGAÇÕES COM O QUE JÁ É CONHECIDO, QUE ATENDA A EXPECTATIVAS OU QUE SEJA ESTIMULANTE E AGRADÁVEL. (GUERRA, 2011) Atenção é fundamental para nossa sobrevivência e, em um segundo plano, para percepção e aprendizagem daquilo que nos traz algum sentido, ou somos motivados a aprender, desenvolver e nos apropriar. VOCÊ SABIA Pesquisas realizadas com foco nos processos cerebrais, através de ressonância magnética, tomógrafos etc., nos mostram que nossa atenção é focal, ou seja, não conseguimos prestar atenção em diversos estímulos ao mesmo tempo em um determinado ambiente, evidenciando a necessidade de aprimorar e desenvolver a motivação, atenção, foco e concentração na formação do atleta. Tudo isto demonstra que, quando há falhas nesse processo, ou excesso de estímulos sem foco específico, há prejuízos na aprendizagem e leva a uma fadiga mental, pois nosso cérebro ‘’desliga’’ para poupar energia. A mente é seletiva, e esta seleção é realizada pois existe uma memória ou um conhecimento prévio daquilo que nos chamou atenção. Atenção automática e atenção dirigida são duas modalidades possíveis de uma mesma natureza advinda do sistema nervoso. A atenção não é um mecanismo simplista, sendo regulada por diversos mecanismos. O primeiro nível de atenção está relacionado ao circuito de vigilância e alerta. O segundo possui a função de orientação, responsável pelo redirecionamento dos pontos focais, e o terceiro é responsável por fixar a atenção e inibir os outros pontos distrativos, até que o objetivo seja conquistado, ou haja a perda do interesse. ATENÇÃO AUTOMÁTICA Podendo considerar automática quando estiver ligada à sobrevivência, instintos e segurança. ATENÇÃO DIRIGIDA Quando está relacionada às nossas memórias e aos sentidos construídos no decorrer do desenvolvimentopessoal e história de vida, sofrendo interferências do meio sociocultural, codificadas através de signos e símbolos em nossa mente. Níveis de atenção: 1º. Circuito de vigilância e alerta 2º. Redirecionamento dos pontos focais javascript:void(0) javascript:void(0) 3º. Fixar a atenção e inibir pontos distrativos Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quando o indivíduo recebe estímulos do meio que serão processados pelo cérebro tende a prestar mais atenção àqueles que apresentem significado e despertem interesse. É estabelecida uma relação entre o novo que se apresenta na realidade presente de forma aleatória, junto a milhares de outras possibilidades, atraindo-nos para a informação ou estímulo que possa ser relacionado a uma experiência prévia. RESPOSTA O atleta é um construto a ser desenvolvido nessa atmosfera de performance, superando seus próprios limites e conquistando gratificações e reforços positivos a cada conquista. No contexto escolar, a atenção da criança ou adolescente precisa estar inserida em um processo eficiente e estimulante, despertando interesse na aprendizagem. Igualmente, ocorre no processo de formação do atleta, que precisa estar inserido em um contexto rico de recursos e estruturas, possibilitando a interação, a relação e a conexão entre todos os elementos reais, físicos, abstratos e mentais daquela realidade. Portanto, cabe à comissão técnica saber se comunicar efetivamente com os atletas. RECOMENDAÇÃO É importante que o planejamento de aprendizado e formação seja passado de maneira congruente, evitando falhas na comunicação e utilizando todos os recursos disponíveis de forma criativa, pedagógica e estruturada para facilitar a aprendizagem, compreensão, reprodução motora, memorização do conceito e internalização da experiência. A experiência de aprendizado precisa ser repetida, levando o atleta à sua melhor performance, superando seus próprios limites e evoluindo suas habilidades mentais e motoras. MOTIVAÇÃO Agora, vamos estudar teorias psicológicas que abordam motivação, atenção e concentração do indivíduo. É importante atentar que as teorias contribuem, mas não explicam em sua totalidade toda gama do comportamento humano: Umas atentam para os aspectos comportamentais, visíveis e tangíveis do processo. Outras abordam os aspectos emocionais e cognitivos da mente humana. Aquelas que agregam as duas esferas e o meio externo que as compõem. Essas teorias compõem uma pequena parcela dos pensadores, psicólogos e filósofos que contribuíram para melhor compreensão da mente e comportamento humano, servindo-nos como arsenal teórico científico para atuarmos no manejo das variáveis e sistemas que estão inseridos na formação do atleta. Todas estas ideias contribuem para o trabalho dos profissionais inseridos neste contexto, que são os responsáveis pela elaboração de cada proposta pedagógica no mundo esportivo. Do ponto de vista empírico, existem 3 possibilidades: AÇÃO REAÇÃO REPOUSO Tais estruturas contemplam as possibilidades humanas. Para migrarmos de um estado para outro, é preciso que haja algum estímulo proveniente de uma necessidade, seja ela orgânica, fisiológica ou emocional, em que o resultado será uma ação específica para satisfazer tal necessidade. No entanto, nem sempre a ação satisfaz a necessidade que a originou, o que contribui para os sentimentos de inadequação, frustração, agressividade, revolta, medo, estresse, nervosismo, angústia etc., que estarão presentes no contexto esportivo – necessitando da atenção e direcionamento. Esta representação poderá ser compreendida através de uma visão cíclica, e não um estado permanente de ser. RECOMENDAÇÃO O processo de motivação precisa ser trabalhado constantemente no contexto de formação e desenvolvimento do atleta, transformando-se em um trabalho permanente. O que motiva um atleta e como este processo faz parte da formação? Motivação é quando um indivíduo passa a agir através de um motivo específico. Quando ele sofre alguma influência interna ou externa que leve seu corpo a sair da zona de conforto, neutra ou em repouso para uma ação específica, visando um determinado fim. Trazendo para o esporte, é o mecanismo pelo qual treinadores, preparadores e psicólogos da equipe produzirão, através de sua fala, estímulos que permitam trabalhar uma reação no psiquismo e no físico dos atletas, levando-os para uma ação. Toda esta estimulação envolve os fenômenos de atenção e concentração, aprimorando habilidades emocionais e físicas que contribuirão para a conquista de títulos e um bom desempenho nos testes ou momentos de decisão no esporte. Fonte: Shutterstock.com Fonte: EnsineMe Representação do modelo de motivação. NEUROCIÊNCIA DA MOTIVAÇÃO Você já ouviu falar em sistema de recompensa? Ou já observou como comer alimentos açucarados ou gordurosos te dão mais prazer do que legumes e verduras? Ou você já ouviu sobre não dar açúcar em excesso para uma criança antes dormir, para não prejudicar seu sono? Todas estas opções estão vinculadas a um mesmo mecanismo do cérebro. ATENÇÃO Sistema de recompensa é a área cerebral responsável por liberar serotonina, noradrenalina, dopamina dando-nos uma sensação de prazer, êxtase e satisfação. Podemos identificar as influências deste sistema específico em nosso aparelho psíquico. A partir de uma ação que traz um benefício de forma rápida e prazerosa, há a liberação do neurotransmissor chamado de dopamina, que faz parte do grupo da noradrenalina e adrenalina. A dopamina relaciona-se diretamente ao sistema de recompensa, que faz parte da estrutura cerebral e que influencia nossas emoções. Este sistema também está relacionado à motivação para o movimento e realização de alguma atividade específica. Quando este sistema é ativado, ocorre a liberação de dopamina nas regiões cerebrais, gerando uma sensação de prazer, bem-estar, felicidade e êxtase. É possível compreender que todo comportamento humano que gera um prazer imediato, contribuindo para ativar o nosso sistema de recompensa, tende a gerar um reforço deste comportamento, para que ele se repita e a sensação de prazer também se repete. Ao realizarmos uma ação baseada em um estímulo ambiental, que ativa o sistema de recompensa e libera dopamina, tendemos a realizar essa ação novamente, a fim de sentir prazer mais uma vez. Para exemplificar, podemos acrescentar o papel do açúcar, farinha branca e cocaína, que são ‘’modalidades físicas’’ de um estímulo ambiental e que, através do seu consumo, afetam o sistema de recompensa, liberação de dopamina e, consequentemente, a repetição da ação. REFORÇO É o que chamamos de reforço positivo, o qual gerou tal reação orgânica, o que mobiliza a atenção para este estímulo externo específico, contribuindo para que ele se repita. Fonte: Shutterstock.com Pesquisas científicas demostraram que estes 3 tipos de matéria-prima agem na mesma área do nosso cérebro, contribuindo para a dependência e vício, uma vez que nosso organismo é tendencioso a experimentar o prazer como uma forma de poupar energia, e somos tendenciosos a nos afastar de estímulos negativos que causem algum prejuízo ao organismo, a fim de não gastarmos energia de forma javascript:void(0) desnecessária. No entanto, nem sempre tais pressupostos da motivação para ação são conscientes, muitas vezes, são padrões inconscientes. RECOMENDAÇÃO A motivação, a atenção e a concentração com o atleta precisam obedecer a uma ordem de treinamento mental específico, a fim de aprimorar a capacidade do indivíduo de gerir e organizar seus sentimentos e emoções, para que, de forma inconsciente, não prejudique seu desempenho. Já parou para se perguntar o motivo pelo qual as crianças e adolescentes dentro de uma escolinha ou centro de treinamento preferem os momentos de jogos em detrimento dos processos pedagógicos que envolvem aprendizado, cognição e habilidades motoras de equilíbrio e direcionamentomotor específico? Por que, muitas vezes, elas só querem brincar, correr, pular, ao invés de aprender um determinado movimento específico que envolva os processos de atenção, concentração, memória, internalização, repetição e ação motora associada a aspectos cognitivos? Muitas vezes, estes processos não são dominados no primeiro momento, gerando um sentimento de inadequação, frustração e irritabilidade, o que torna o processo de aprender desconfortável quando não baseado em propostas pedagógicas dinâmicas e adaptadas ao contexto infantil. Ensinar a esta criança que o processo de conquista do prazer imediato como um gol, uma cesta, ou ganhar um jogo necessariamente envolve aspectos que precisam ser treinados, contribuindo para esse reforço positivo como ganhar, acertar ou comemorar. Envolve compreender que a busca de um prazer imediato é instintiva e inerente ao cérebro, buscando prazer como forma de poupar energia. De forma consciente, compreendemos que precisamos estudar, aprender e aprimorar nossas competências e habilidades em um determinado contexto para que o prazer ou reforço positivo seja atingido, contribuindo para a sensação de felicidade e bem-estar, advindos do nosso sistema de recompensa e liberação de dopamina. ASPECTOS QUE PRECISAM SER TREINADOS Como a habilidade motora; aprendizagem; memória; noção sensório espacial; entre outras que contribuem para o objetivo. javascript:void(0) EXEMPLO Um exemplo deste mecanismo de funcionamento cerebral complexo é quando o atleta sofre algum tipo de lesão ou punição, que o afaste das competições. Estes estímulos, são reforços negativos, pois geram um prejuízo ao indivíduo e seu organismo, consumindo-o mentalmente, levando a um desperdício muito grande de energia. Tais gatilhos ficaram registrados em sua mente, como ações que devem ser evitadas e vigiadas para que não se repitam e, consequentemente, não experimente novamente o sentimento de frustração, angústia e medo, o que é o oposto do prazer que estamos inerentes a obedecer de forma inconsciente. As atividades que envolvem processos cognitivos complexos, como atenção, concentração, memória, linguagem e compreensão de um conceito são pertencentes ao grupo de metodologias pedagógicas inerentes ao processo de formação em qualquer contexto, nas escolas, nos centros de treinamento, nas faculdades, entre outras modalidades de ensino. Estas metodologias podem ser entendidas: Pelo mecanismo de desprazer Envolvem o manejo de processos internos que consomem muita energia, o que vai de encontro aos mecanismos de sobrevivência inatos ao nosso funcionamento orgânico. Por um reforço positivo Pois nos levarão a caminhos que queremos alcançar como títulos, desenvolvimento de carreira, ganhos financeiros e autorrealização. COMENTÁRIO Por isso, o processo de aprendizado, motivação, atenção, concentração de um indivíduo envolve a relação de variáveis internas e externas, contribuindo para nossa ação consciente visando um objetivo. Assim, precisamos aprimorar nossas habilidades de reconhecer padrões inconscientes que gerem ações que nos afastarão de nossos objetivos, metas e fins específicos. Torna-se essencial a compreensão dos mecanismos de motivação para que este seja desenvolvido com os atletas, colaborando para compreensão das estruturas inerentes ao processo que atuam tanto de forma consciente e inconscientes, colaborando para a ação do indivíduo. Atividades muito complexas fazem com que o nosso cérebro fique desmotivado, não sendo atraído por tais estímulos, o qual identifica como um grande desperdício de energia vital, pois o prazer imediato não ocorre nestas situações, o que não gera reforços positivos. Portanto, na formação do atleta, toda atividade precisa respeitar esta relação com o meio, para que o atleta esteja envolvido em uma relação de reforços positivos, liberação de dopamina e repetição do comportamento, reforçando a aprendizagem, performance e, consequentemente, títulos. Fonte: Shutterstock.com MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA X MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA Motivação intrínseca Motivação extrínseca Relacionada às necessidades e motivos pessoais de cada indivíduo, sejam eles fisiológicos ou psicológicos. São influências e gatilhos que vêm de estruturas complexas internas, que, após uma associação de estímulos, implicam em uma determinada ação-resposta advinda destas estruturas. Pode ser compreendida como os reforços positivos advindos do meio externo. Diferente da motivação intrínseca, possuí uma finalidade específica. javascript:void(0) javascript:void(0) Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA São exemplos de motivação intrínseca aquelas que satisfazem nosso prazer, que não buscam um fim específico como foco do comportamento. É a ação realizada a fim de satisfazer suas próprias necessidades. MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA Por exemplo, conquistar títulos ou bater um recorde. Torna-se importante pontuar que ambas interagem entre si, podendo ser contempladas juntas ou não. Não podemos reduzir motivação intrínseca ao mundo interno do indivíduo e motivação extrínseca ao que vem do meio externo. Existem situações nas quais uma leva até a outra, pela interação entre o indivíduo e o meio, na qual ambas as conexões são integradas pelas sinapses, motivando e oficializando uma ação. EXEMPLO Quando o indivíduo treina, empenha-se, aumenta a dedicação, mesmo fora do horário normal da equipe, ou quando busca outros profissionais para aprimorar habilidades específicas ou desenvolver outras, o que podemos considerar uma motivação intrínseca. No entanto, o efeito derivado desta ação leva a conquista de um título, algum tipo de premiação que servirá como reforço, que consideramos uma motivação extrínseca. O conhecimento da Psicologia do esporte e comportamento humano auxilia técnicos, atletas e direção a trabalharem em prol do manejo das variáveis psicológicas que intercorrem no processo de formação do atleta, a fim de, dentro do processo de formação do indivíduo-cidadão em atleta de alta performance, contribuir para: MOTIVAÇÃO AÇÃO PREMIAÇÃO TEORIA DE MASLOW VOCÊ SABIA Maslow foi um psicólogo americano que deixou um marco nas influências em diversas abordagens, como: Humanismo, Fenomenologia e Existencialismo. Fonte: Shutterstock.com Existe uma pirâmide de necessidades humanas, a qual se torna base para o comportamento humano, composta por necessidades fisiológicas, de segurança, sociais ou comunitárias e de autorrealização, que representam os motivos que nos levam a agir. Torna-se essencial inserimos, neste momento, a Teoria de Maslow acerca das estruturas e hierarquia de necessidades que regem, segundo sua concepção, o ser humano e seu comportamento. Existem 5 esferas dentro da pirâmide que compõem a hierarquia das necessidades humanas a serem supridas e que envolvem o indivíduo e o meio em que ele está inserido. Fonte: Shutterstock.com Em primeiro lugar, na base da estrutura, existem as necessidades fisiológicas ou básicas, determinantes para a homeostase e o funcionamento adequado das estruturas que regem a sobrevivência de um organismo, são elas: água, comida, abrigo e sono, caracterizando as principais necessidades humanas para serem atendidas cotidianamente, a fim de garantir a vida. Fonte: Shutterstock.com Em segundo lugar, temos a necessidade de segurança individual, mas garantindo também a segurança daqueles que nos cercam e de nossas casas. São elas: segurança da família, do corpo e da propriedade. Fonte: Shutterstock.com Em terceiro lugar, existe a capacidade de socializar e estabelecer vínculos e laços para garantir a sobrevivência, o que faz com que formemos famílias, comunidades, amor e amizades. Fonte: Shutterstock.com Em quarto lugar, estão o reconhecimento, o status e a autoestima. Fonte: Shutterstock.com Por fim, mas não menos importante, temos as necessidades de autorrealizações ou realizaçõespessoais, que envolvem criatividade, talentos e tudo aquilo que compete a um desenvolvimento de habilidades. Dentre as estruturas da pirâmide, esta última está relacionada a aspectos mais subjetivos, simbólicos e lúdicos do ser humano, é um caminho pessoal, não havendo um padrão específico a se esperar de cada indivíduo. Nesta hierarquia das necessidades, quando uma é atendida, de forma crescente, da base para cima, o indivíduo tende a subir etapas, até que chegue nas necessidades de autorrealização. Fonte: J. Finkelstein (translated to pt-BR by Felipe Sanches) / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0 Diante desta apresentação das hierarquias das necessidades humanas essenciais para o indivíduo, podemos começar a abordar as estruturas cognitivas responsáveis pelo desempenho, constância, conquistas e títulos dos atletas. Motivação, portanto, pode ser relacionada ao motivo que leva à ação e, segundo Maslow, envolve mecanismos instintivos de sobrevivência, segurança, autopreservação e proteção que precisam estar com o mínimo de estruturas compatíveis para que outros níveis sejam capazes de serem atendidos, como as necessidades de estima e autorrealização. ATIVIDADE DE REFLEXÃO DISCURSIVA Uma das principais contribuições para compreensão da motivação que envolve a vida de uma atleta estará vinculada à capacidade do indivíduo de sanar suas principais necessidades humanas fisiológicas. Mas, dentro de um contexto de formação, comumente, encontram-se falhas em cada um desses níveis que compõem a pirâmide: Afinal, como trabalhar e constituir o processo de formação, motivação, desempenho, desenvolvimento e conquistas de um atleta, sem levar em consideração se ele passa fome fora do clube ou se a família é disfuncional, ou até mesmo como conciliar estudo, educação e provas com as rotinas cansativas nos esportes, dia após dia? Outro exemplo comum é o intercâmbio de atletas, nacional ou internacionalmente. Então, como motivar e dar suporte àqueles que estão longe de casa, de sua família, de sua zona de conforto e segurança? Em níveis sociais e de relacionamentos, como conciliar a vida pessoal com a rotina e pressões dos treinos e campeonatos? Como lidar com frustração, medo, insegurança e necessidade de autorrealização de cada atleta? ESCREVA COM SUAS PALAVRAS A RESPEITO DA PROBLEMÁTICA. RESPOSTA Primeiramente, deverão ser abordadas as estruturas hierárquicas que compõem e dão suporte existencial para a vida do sujeito. Por isso, muitos clubes investem para além dos treinos, vivências e situações específicas do contexto esportivo. Eles vão além, seja por incentivo ou investimento, pois compreendem que é impossível dissociar o atleta de seu meio natural. Neste aspecto, trabalhar a motivação e questões derivadas da personalidade do indivíduo, espírito de liderança, violência, impulsos agressivos, relacionamento em grupo e sob pressão, pensamentos, sentimentos e emoções são dimensões que, quando trabalhadas pelo viés da Psicologia do Esporte, contribuem para um trabalho diferenciado, abordando para além do modelo tradicional, abrindo espaço para novos insights, tomadas de consciência e produção subjetiva de formação e autorrealização dentro do esporte. O MODELO CONDICIONAMENTO DE SKINNER javascript:void(0) VOCÊ SABIA Burrhus Frederic Skinner foi um professor de Harvard, filósofo e psicólogo que popularizou a linha behaviorista (comportamental), bastante divulgada e validada nos anos 50, abordando o tema de condicionamento operante para explicar o comportamento do indivíduo, e o que o motiva. Para Skinner, um comportamento torna-se frequente ou reduzido até ser excluído, a partir da perspectiva de reforço (consequências que aumentam a probabilidade de uma resposta) e punição (consequências que diminuem a probabilidade de uma resposta). Dentre as consequências, encontram-se aquelas que possuem uma função ligada aos nossos instintos inatos de sobrevivência, o que a torna frequente, sendo reforçada, aumentando sua probabilidade de se manter e aumentar de frequência. Em um ponto oposto, temos as consequências que trazem prejuízos e déficit à nossa sobrevivência, corroborando para que tais respostas sejam punitivas, diminuindo sua frequência e recorrência, evitando prejuízos para nosso organismo, garantindo nossa segurança e sobrevivência. Nesta perspectiva, estão em jogo os estímulos do ambiente frente às respostas do nosso organismo. Por outro lado, as respostas seguem padrões deterministas como a filogenética, ontogenética e cultural. FILOGENÉTICA Relacionada à evolução da espécie, sobrevivência e instintos. SELEÇÃO ONTOGENÉTICA Subjetivo a cada organismo, associado à história de vida, personalidade e desenvolvimento pessoal de cada indivíduo inserido dentro de uma determinada espécie. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) SELEÇÃO CULTURAL Comportamentos sociais apresentados por uma determinada espécie. CONCENTRAÇÃO A concentração vem após os processos de atenção e motivação. Podemos dizer que é o foco sem ruídos em algo que motive seu fim, como finalidade específica para o indivíduo que a opera. Esta atenção focal é voluntária de nosso aparelho psíquico, nossa consciência em um determinado objeto concretizada no momento presente, abstendo-se do que possa atrapalhar, física ou mentalmente. Para Becker (1981), a capacidade motora é influenciada pelos processos que regulam sua atenção e concentração. A atenção visual estabelece um papel importante nos processos e dinâmicas que envolvem o âmbito esportivo, contribuindo para aspectos como motivação e concentração. Falhas neste processo prejudicam o desempenho dos atletas. Fonte: Shutterstock.com É importante salientar que tal processo é mais fácil de se conquistar quando não há distrações orgânicas ou que ameacem nossa sobrevivência. Por isso, o requisito mínimo para a concentração é a atenção, motivação e que haja em um nível satisfatório de homeostase. Afinal, como se concentrar com fome, sede, sono, doente ou desanimado? Concentração significa reduzir ruídos; como é possível trabalhar isso na vida do atleta dentro do processo de formação, na proposta pedagógica, nos trabalhos específicos, nas palestras, preparando-o para as competições, que precisarão lidar, muitas vezes, com a torcida, espectadores e pressão psicológica que tenta desestabilizar a todo momento? Como trabalhar a concentração nos treinamentos e nos jogos? Qual é o papel da Psicologia do Esporte e como o profissional de Educação Física pode ajudar nesta preparação? RESPOSTA Pesquisas na área da Psicologia do Esporte contribuíram para o papel do imaginário, visualizações e auto falas durante os treinamentos, contribuindo para a autogestão das emoções e aumento no desempenho durante as competições. Um recurso para o atleta exercer domínio sobre o processo de concentração é aprender a se ater em estímulos relevantes à sua realidade dentro de momentos decisivos, reduzindo os níveis de atenção em estímulos ou ruídos que não contribuam para o processo de forma funcional e clara. Este conceito comumente é trabalhado através do que chamamos de auto fala (WEINBERG, GOULD, 1996). O que é trabalhado constantemente em centros de treinamento envolvendo o atleta no domínio da técnica e autogestão dos processos de atenção e foco. Fonte: EnsineMe Motivação, atenção e concentração. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. EM RELAÇÃO AO PROCESSO COGNITIVO CEREBRAL E À CAPACIDADE DE NOS MANTERMOS ATENTOS AOS DEMAIS ESTÍMULOS QUE NOS ACOMETE, É POSSÍVEL AFIRMAR: A) Devido ao nosso processo evolutivo, adquirimos a habilidade de focar em várias coisas ao mesmo tempo. Por isso, é comum dentro dos centros esportivos e preparatórios dos atletas trabalharmos diversos estímulos, modalidades de treinamento, palestras e outros conjuntos de possibilidades de intervenção e desenvolvimento, em um único dia, capacitando-o para desenvolver cada vez mais este mecanismo de atenção. B) Em umprimeiro período evolutivo, nossa capacidade de atenção estava voltada para nossa segurança e sobrevivência. Com a evolução no estilo de vida, novas tecnologias e cultura, passamos a atenção para variáveis, estímulos ou informações que tragam algum tipo de significado para nossa mente, associando-os com memórias já vividas anteriormente. C) Trabalhar o processo de atenção com o atleta só é possível com novas tecnologias, recursos e aplicativos, uma vez que a mente do século XXI está acelerada e mais propensa a este tipo de desenvolvimento e atividade. D) A atenção e a concentração são recursos possíveis apenas de serem trabalhados com crianças e adolescentes, pois adultos já são indivíduos formados, e atletas efetivos não precisam trabalhar este processo de atenção, concentração e motivação. Conseguem realizar isso sozinhos em suas casas, longe dos treinos. E) A concentração dos atletas poderá ser exigida através da disciplina e por uma figura de liderança, como o treinador. Ela não precisa ser trabalhada nos treinos, nem desenvolvida através de atividades pedagógicas, pois requer hierarquia de comando superior. 2. SEGUNDO AS TEORIAS DA MOTIVAÇÃO APRESENTADAS, EXISTE A MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA. DESTA FORMA, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) A motivação extrínseca é a que advém do indivíduo, relacionada aos seus mecanismos subjetivos. B) A motivação intrínseca é aquela que advém de fora do organismo, envolvendo estímulos e informações externas. C) Ambas não podem ser compreendidas em uma relação mútua, ou ocorre uma, ou necessariamente, ocorrerá a outra. D) Ambas podem ser compreendidas em uma relação mútua, em que uma pode levar até a outra e vice versa. E) Tanto a motivação intrínseca, quanto extrínseca são relativas a mecanismos unicamente internos do indivíduo em questão. O que diferencia uma da outra é a consequência. Quando a consequência do comportamento for direcionada para o indivíduo e benefício próprio ela é intrínseca; quando a consequência da ação for direcionada a outro indivíduo ou meio ela é extrínseca. GABARITO 1. Em relação ao processo cognitivo cerebral e à capacidade de nos mantermos atentos aos demais estímulos que nos acomete, é possível afirmar: A alternativa "B " está correta. A Psicologia do Esporte trabalha com os processos cognitivos como a atenção, que será compreendida dentro da relação com experiências já vividas e a memória do sujeito. 2. Segundo as teorias da motivação apresentadas, existe a motivação intrínseca e extrínseca. Desta forma, é correto afirmar que: A alternativa "D " está correta. A motivação intrínseca pode levar a uma motivação extrínseca. MÓDULO 3 Reconhecer os processos que englobam a tomada de decisão no esporte e como eles podem ser trabalhados nos treinamentos com o atleta Fonte: Shutterstock.com A inteligência emocional pode contribuir para o processo de formação do atleta inserido no contexto esportivo. Procuramos, assim, auxiliar o atleta a estar apto nas habilidades de adaptação ao meio externo esportivo e aprender com as suas experiências, tudo isso possibilitado, através dos processos cognitivos de aprendizado, memória, plasticidade cerebral, atenção, motivação, concentração, emoção e entendendo como estes influenciam no processo de tomada de decisão do atleta. SAIBA MAIS Nos anos de 1990, uma inteligência emocional foi proposta pelos pesquisadores Salovey e Mayer e popularizada pelo psicólogo Daniel Goleman, obtendo muito sucesso nos meios de comunicação e empresariais. Ela seria a habilidade de perceber os próprios sentimentos e emoções de forma precisa, de expressar as emoções e lidar com elas de uma maneira positiva, de saber reconhecer as emoções nos outros e, com isso, facilitar os relacionamentos e o crescimento pessoal (GUERRA, 2011). A atenção visual é um fenômeno psicológico envolvido nos processos de cognição, sendo imprescindível para captação de estímulos e tomada de decisões nos esportes. Tomar decisões e fazer escolhas são situações que envolvem o momento do indivíduo. Durante o dia, processamos diversos estímulos e informações. Precisamos, na maioria das vezes, tomar decisões das mais básicas, como que roupa vestir, o que comer no café da manhã, que horas ir para academia, até decisões mais complexas. Por isso, como viver envolve pensar e fazer escolhas, a maioria destes mecanismos passa a ser automático, poupando energia e tempo de processamento consciente. A maioria são processos que ocorrem de forma inconsciente quando são meras ações cotidianas ou hábitos do sujeito. Quando conscientes, envolvem mecanismos complexos desde a memória, motivação, emoções baseadas nos processos inatos de segurança e sobrevivência, em um primeiro momento, para então, envolver outros processos como propósitos, objetivos, metas e senso de autorrealização. Fonte: Shutterstock.com Dentre as decisões complexas, existem aquelas que envolvem riscos, possibilidade de insegurança ou perda, racionalizações mais estruturadas pelo nosso sistema nervoso, sempre levando em consideração os benefícios, ganhos, seguranças em detrimento das perdas, inseguranças e dificuldades que envolvam prejuízos. Os processos cognitivos e as emoções contribuem para este processo. Cabendo ressaltar que vai depender sempre da experiência prévia do indivíduo, sua subjetividade e história de vida. O que faz um atleta tomar uma decisão importante em um contexto esportivo? Como a Psicologia do Esporte pode contribuir para escolhas eficazes que maximizem os ganhos e minimizem as perdas? No contexto específico do atleta, tomar decisões envolve riscos e oportunidades, sendo quase que uma aposta em que os resultados não podem ser previstos. Alguns efeitos da tomada de decisão podem ser considerados mero erro, reparável em uma outra tentativa ou oportunidade, como é o caso do chute a gol, tentativa de arremessos ou passes, por exemplo. Por outro lado, existem situações que envolvem um maior risco, tanto de perda da oportunidade, como também da punição. EXEMPLO São exemplos comuns, como o uso de anabolizantes e outras drogas que aumentem o desempenho, empurrões, agressões e outras modalidades de contato físico intencional, que poderão acarretar em expulsões e penalidades, tanto dentro do jogo, quanto fora das quadras de competições, como é o exemplo de profissionais que tomam multas de seus clubes ou sofrem restrições pelas instituições fiscalizadoras. Dentro desta dinâmica da tomada de decisão nos esportes, entram em questão duas nuances: razão e emoção, principalmente, acrescidas dos processos de motivação, ego, vaidade, ira, inveja, ambição, desejos inconscientes e outros mecanismos psicológicos. Por isso, nem sempre a razão ou as emoções serão utilizadas de maneira polarizada. RECOMENDAÇÃO Por isso, é importante que seja um trabalho pedagógico, realizado junto ao atleta na gestão do equilíbrio na tomada de decisão, para que o indivíduo não faça escolhas erradas, podendo prejudicar a si mesmo e ao grupo. Todo o processo de tomada de decisão envolve riscos e imprevisibilidade na vida do atleta, seja qual for a faixa etária que ele represente. Então, como lidar com as incertezas e reduzir a margem de erro e quais os principais instrumentos presentes no trabalho no contexto esportivo? Seguem algumas possibilidades que ajudam a lidar com as incertezas do atleta na tomada de decisões. Possibilidades para lidar com incertezas do atleta na tomada de decisões A propagação da missão e valores do clube, seleção ou instituição patrocinadora no dia a dia do atleta, gerando um senso de pertencimento, comprometimento e confiança entre todos, transformando o ambiente de treinamento seguro, acolhedor e potencializador das habilidades emocionais e físicas do esportista. O desenvolvimento, em forma de competências, da gestão de habilidades emocionais. O indivíduo, inserido na esfera pessoal e suas implicações no processo de decisão no esporte, que envolvem valorespessoais e intrasferíveis, visão de mundo, objetivos e metas individuais. Trabalhar estes fenômenos através da internalização do senso de confiança no grupo, quando for mais de um atleta envolvido ou no trabalho realizado fora das competições e confiança nos membros da comissão. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal As contribuições da Psicologia do Esporte são imprescindíveis para este processo, pois quando decidimos ser influenciados apenas por nossas emoções, podemos correr um grande risco de errar. Na maioria das vezes, isto significa que estamos passando por uma situação de estresse, euforia ou que atuamos de maneira impulsiva. SAIBA MAIS Em termos neurocognitivos podemos entender que estamos agindo em estado primitivo, devido ao processamento das informações pela amígdala, uma região do cérebro que é responsável pela gestão emocional, limitando os esquemas de luta e fuga, não utilizando as áreas racionais de nosso aparelho psíquico. Por outro lado, escolhas e decisões que envolvam o equilíbrio dos mecanismos da razão e emoção, tendem a nos levar a resultados mais seguros e efetivos, nos quais é possível identificar as influências de todo os processos cognitivos, na aprendizagem, desempenho e, consequentemente, reprodução de tudo que foi construído no decorrer da formação do atleta, ficando evidenciados sobre forma de resultado nas competições. O PROCESSO EMOCIONAL NA TOMADA DE DECISÃO Ajudar o atleta em formação a gerir as próprias emoções e alinhá-las com o momento adequado do contexto esportivo é uma das principais missões envolvidas nos treinamentos realizados, contribuindo para o aperfeiçoamento do autoconhecimento na formação. Estas condições favoráveis para o desenvolvimento emocional devem ser criadas na atmosfera do esporte, para que haja orientação para adequação das manifestações emocionais diante do ambiente social que está inserido. SAIBA MAIS As emoções são fenômenos sinalizadores internos que geram alterações na fisiologia humana junto aos pensamentos, através dos recursos cognitivos existentes: a percepção e a atenção, que sinalizam algo importante naquela realidade. Dentro do comportamento animal, do qual derivamos até chegar na nossa espécie, as emoções possuem uma função dentro do grupo. Por exemplo: reconhecer as expressões faciais dos outros animais de um clã, permite que os outros membros tenham reações mais rápidas na percepção e reação diante do perigo e ajuda na captação que o emissor da mensagem decide passar. Segundo Cosenza e Guerra (2011), nossas emoções seguiram os mesmos processos evolutivos e derivam dos sistemas primitivos encontrados nos animais, que possuem a emoção para assimilar um evento importante, funcionando como uma das variantes da sobrevivência para espécie. Existe uma estrutura específica em nosso organismo para regular as emoções, a amígdala, que costuma ser incluída em um conjunto de estruturas encefálicas conhecido como sistema límbico, ao qual se atribui o controle das emoções e dos processos motivacionais. Trata-se de um aglomerado de neurônios de organização complexa, que possui múltiplas conexões com outras áreas do sistema nervoso. Através dessas conexões, a amígdala age como um centro coordenador, que dispara comandos que poderão provocar o aumento da vigilância e as modificações viscerais (taquicardia, sudorese, dilatação da pupila), além de promover a secreção de hormônios da glândula suprarrenal, que têm papel importante nas emoções (COSENZA E GUERRA, 2011). Fonte: Shutterstock.com VOCÊ SABIA Estudos indicam que os processos emocionais podem ajudar no aprendizado, mas, em contrapartida, o estresse emocional, causado pelo ambiente externo o qual o indivíduo está inserido, pode acarretar dificuldade de aprendizado e formação. Os momentos decisivos na vida do esportista, como os jogos e as competições, acabam por acarretar estresse físico, mental e psicológico. A ansiedade, frente ao desafio que está por vir, pode influenciar na performance. O papel das funções individuais sobre o domínio e gestão das emoções é primordial no desempenho do atleta. Estas são características trabalhadas dentro do contexto de treinamentos, muitas vezes, aplicadas por treinadores e preparadores físicos – baseados nas contribuições da Psicologia do Esporte. O controle emocional e o fenômeno cognitivo de concentração são fundamentais na materialização da realidade visualizada nos processos de treinamento. Fonte: Shutterstock.com TOMADA DE DECISÃO COMENTÁRIO Evidências demonstram o papel da ansiedade nos mecanismos de concentração e atenção, alterando condições fisiológicas incluídas nos processos emocionais. Aqui, o foco é distorcido ou perdido momentaneamente, por influência de questões psicofisiológicas do sujeito. Por isso, a gestão emocional adaptada ao contexto em que o atleta está inserido é fundamental para a performance esperada. Tudo isso auxilia o atleta a gerir suas emoções de forma inteligente, para que suas ações sejam conscientes e aplicadas em coerência ao contexto que está inserido: treinamento, competições, descanso ou lazer. Trabalhos físicos e mentais que envolvam o papel dos reforços positivos e estruturados dentro do ambiente de treinamento possuem relevância no processo de aprendizado e performance dos esportistas. Aprimorar as habilidades de confiança, motivação e superação nos treinamentos capacita o atleta a desenvolver suas possibilidades de autogestão emocional que contribuirá para o processo de tomada de decisão. Fonte: Shutterstock.com PLASTICIDADE CEREBRAL NO PROCESSO DE APRENDIZADO A organização do cérebro obedece a um plano comum. Todos temos cérebros semelhantes, mas não existem dois cérebros iguais, pois os detalhes das conexões entre os neurônios são fruto da história pessoal. O bebê nasce bastante imaturo, pois a maior parte das conexões em seu cérebro será feita com a ajuda das interações com o meio ambiente. Mesmo a percepção sensorial e a habilidade motora deverão passar por longos períodos de aprendizagem. A falta de estimulação adequada pode ser prejudicial ao desenvolvimento do cérebro. O sistema nervoso tem uma enorme plasticidade, uma grande capacidade de fazer e desfazer ligações entre as células nervosas como consequência das interações permanentes com o ambiente externo e interno do organismo. A aprendizagem e a mudança comportamental têm um correlato biológico, que é a formação e a consolidação das ligações sinápticas entre as células nervosas (COSENZA E GUERRA, 2011). Fonte: Shutterstock.com Os estudos de Cosenza e Guerra (2011), nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, nos permitem abordar o contexto de desenvolvimento e formação do atleta, compreendendo que cada jogador é único. Claro que não podemos esquecer que existem semelhanças e respondentes aos mesmos processos, como todos os outros, mas que a internalização do conceito passado e o comportamento diante do contexto será individual, sendo imprescindível compreender o indivíduo para além do que é visto e manifestado conscientemente. O QUE TORNA OS CÉREBROS DIFERENTES É O FATO DE QUE OS DETALHES DE COMO OS NEURÔNIOS SE INTERLIGAM VÃO SEGUIR UMA HISTÓRIA PRÓPRIA. É COMO UMA CIDADE PLANEJADA, QUE À MEDIDA QUE VAI SENDO CONSTRUÍDA, VAI ADQUIRINDO CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS, PODENDO OCORRER, INCLUSIVE, ALGUMAS MUDANÇAS NO PLANO ORIGINAL. A HISTÓRIA DE VIDA DE CADA UM CONSTRÓI, DESFAZ E REORGANIZA PERMANENTEMENTE AS CONEXÕES SINÁPTICAS ENTRE OS BILHÕES DE NEURÔNIOS QUE CONSTITUEM O CÉREBRO. DURANTE MUITO TEMPO, ACREDITOU-SE QUE NÃO SE FORMAVAM NOVOS NEURÔNIOS APÓS O NASCIMENTO E QUE HAVIA UMA PERDA PROGRESSIVA NA POPULAÇÃO NEURONAL À MEDIDA QUE ENVELHECEMOS. HOJE, SABEMOS QUE ALGUMAS REGIÕES DO CÉREBRO MANTÊM A CAPACIDADE DE PRODUZIR NOVAS CÉLULAS PELA VIDA INTEIRA. POR OUTRO LADO, DESCOBRIU-SE QUE AS PERDAS QUE OCORREM AO LONGO DA VIDA SÃO MENOS INTENSAS DO QUE SE IMAGINAVA INICIALMENTE, ENEM DE LONGE SE COMPARAM COM A DESTRUIÇÃO DE NEURÔNIOS QUE OCORRE, POR EXEMPLO, ANTES DO NASCIMENTO, E QUE VISA ELIMINAR TODOS AQUELES QUE NÃO TERÃO FUNÇÃO. (COSENZA E GUERRA, 2011) Alguns atributos precisam ser levados em consideração na formação do atleta dentro do ambiente de treinamento, para uma melhor eficiência no processo de desenvolvimento e aprendizagem: Fonte: Shutterstock.com Rotina específica com subdivisões de treinamentos de acordo com as demandas e necessidades de determinado esporte, levando em consideração o estresse físico e mental das atividades. Trabalhar a autoconfiança, desenvolvendo suas habilidades emocionais, através do amadurecimento de seu potencial e acolhimento de suas fragilidades, transformando-as em potências. Estabelecer rotinas com pausas para que o cérebro do atleta tenha momentos de descanso, contribuindo para uma melhor organização do foco, atenção e motivação na volta ao treino para ser submetido novamente aos diferentes estímulos. Passar as atividades através de estímulos ricos em recursos para o desenvolvimento de habilidades, proporcionando um ambiente potencializador das engrenagens de resiliência, persistência e aprimoramento. Reservar espaço para que as fragilidades e dificuldades sejam abordadas como parte do processo, no qual, "vencer a si mesmo" deverá ser o foco do ponto de referência no desenvolvimento das estruturas envolvidas no desenvolvimento e desempenho. Ter um ambiente com mínimo de estímulos que possam levar à distração do atleta, pois o cérebro será mais facilmente tendencioso a processar o que possui sentido, vinculado às nossas motivações. Manter o significado e algum tipo de gratificação ou premiação, ou outra modalidade de prazer imediato, quando as metas do grupo, equipe ou individuais forem atingidas. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: EnsineMe Tomada de decisão no esporte. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A AMÍGDALA É A ÁREA RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DAS EMOÇÕES PERTENCENTE AO SISTEMA LÍMBICO, COORDENA AS RESPOSTAS EMOCIONAIS DO INDIVÍDUO E CONTRIBUI PARA EMISSÃO DE ALERTAS INTERNOS FRENTE A ESTÍMULOS EXTERNOS. DIANTE DESTE CONTEXTO, O ESPORTISTA ESTARÁ INSERIDO EM UMA INTERRELAÇÃO QUE ENVOLVE RESPOSTAS EMOCIONAIS INSTINTIVAS E RACIONAIS. SOBRE A GESTÃO EMOCIONAL E O TRABALHO REALIZADO NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO ACERCA DE SUAS PRÓPRIAS EMOÇÕES, É CORRETO AFIRMAR QUE: A) Os atletas são profissionais pagos para o desempenho elevado durante uma competição, por isso, ele deve reprimir suas emoções e atuar apenas com a razão. B) O atleta é um profissional treinado mentalmente para atuar em sua melhor performance nas competições, por isso, ele treina tanto o físico, quanto o mental, através do auxílio e trabalho pedagógico realizado nos centros de treinamento. C) O atleta não precisará utilizar a razão nas competições e treinamentos, uma vez que o esporte é espaço apenas para demonstrar habilidades e dons sem obedecer a nenhum critério específico de aprendizado pedagógico e aperfeiçoamento. D) O atleta é composto por dimensões físicas e mentais que estão presentes nas competições, e apenas com a intuição ele conseguirá prever e agir da maneira mais eficiente em sua atuação. E) As competições são configuradas em ambientes hostis e com diversos estímulos, por isso, é importante que o atleta entre com sangue quente e instintos de sobrevivência e ação, pois assim conseguirá lidar com toda adrenalina e estresse daquele ambiente, utilizando-se de sua força física para conquistar a premiação. 2. A PLASTICIDADE CEREBRAL É A CAPACIDADE DE O INDIVÍDUO ESTAR SEMPRE APTO A SE DESENVOLVER, APRENDENDO NOVOS ENSINAMENTOS E MANIFESTAÇÕES DO COMPORTAMENTO, QUE ENVOLVE TAMBÉM A COGNIÇÃO. DENTRO DESTA PERSPECTIVA, O AMBIENTE DE TREINAMENTO PRECISA SER ESTIMULANTE, ASSIM COMO O CONTEXTO ESCOLAR, EXTRAINDO AS POTÊNCIAS E PROPORCIONANDO UM PROJETO PEDAGÓGICO PARA LIDAR COM AS FRAGILIDADES, INTERNALIZANDO O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO. QUAL DAS ALTERNATIVAS MELHOR DESCREVE A IMPORTÂNCIA DA PLASTICIDADE CEREBRAL NO PROCESSO DE FORMAÇÃO? A) A plasticidade cerebral é um processo que ocorre em apenas alguns indivíduos quando eles estão inseridos em ambientes ricos de estímulos para o aprendizado. B) A plasticidade cerebral é um mecanismo inato a todos nós, e é desenvolvida em ambientes ricos de estímulos potencializadores, que proporcionem de forma eficiente e clara o processo de aprendizado. C) A plasticidade cerebral é estimulada apenas em esportes que possuem raciocínio complexo, como é o caso do xadrez. D) A plasticidade cerebral é a capacidade da criança e jovem transformar-se em um atleta de alto nível em esportes que envolvem potência. E) A plasticidade cerebral só ocorre nos primeiros anos de vida, e atinge seu ápice até os 25 anos, após este período o organismo apenas definha neurologicamente. GABARITO 1. A amígdala é a área responsável pela gestão das emoções pertencente ao sistema límbico, coordena as respostas emocionais do indivíduo e contribui para emissão de alertas internos frente a estímulos externos. Diante deste contexto, o esportista estará inserido em uma interrelação que envolve respostas emocionais instintivas e racionais. Sobre a gestão emocional e o trabalho realizado na formação do indivíduo acerca de suas próprias emoções, é correto afirmar que: A alternativa "B " está correta. A formação do atleta envolve um trabalho de aprimoramento da inteligência emocional, desenvolvendo a capacidade de lidar com os próprios sentimentos em relação às exigências do meio. 2. A plasticidade cerebral é a capacidade de o indivíduo estar sempre apto a se desenvolver, aprendendo novos ensinamentos e manifestações do comportamento, que envolve também a cognição. Dentro desta perspectiva, o ambiente de treinamento precisa ser estimulante, assim como o contexto escolar, extraindo as potências e proporcionando um projeto pedagógico para lidar com as fragilidades, internalizando o processo de adaptação e desenvolvimento. Qual das alternativas melhor descreve a importância da plasticidade cerebral no processo de formação? A alternativa "B " está correta. A formação do atleta envolve um ambiente específico, e este precisa ser estimulante e livre de ruídos que tirem o foco. Para que a mensagem dos treinadores e o aprendizado que ele pretende passar aos atletas chegue de forma clara e objetiva ao sistema nervoso, para que haja uma associação e internalização funcional do que foi aprendido, contribuindo para o processo de atenção, motivação e foco do sujeito. MÓDULO 4 Reconhecer como se configura o planejamento e a gestão da carreira esportiva PLANEJAMENTO DA CARREIRA ESPORTIVA Para compreendermos as contribuições da Psicologia do Esporte no planejamento da carreira esportiva no contexto de formação do atleta, é preciso destacar a equipe multidisciplinar em saúde dentro dos centros de treinamento e a figura do gestor de carreira esportiva no planejamento e desenvolvimento do atleta. Seguir uma carreira esportiva diferencia-se das demais profissões comuns ao mercado de trabalho convencional. Com relação ao planejamento e à gestão de carreira tradicional, que tem seu início logo após a profissionalização, graduação ou técnico, a carreira esportiva se dá comumente de forma precoce, logo nos períodos de formação do jovem atleta. O processo de desenvolvimento e exigências do meio no mundo convencional das demais profissões, são, normalmente, compostas por fases bem estabelecidas no processo de crescimento e gestão de carreira; já no esporte, as exigências físicas e maturacionais são menos flexíveis e a criança ou adolescente precisa lidar com toda essa pressão e desenvolvimento precoce de maturidade e habilidades e resultados que precisa entregar. VOCÊ SABIA A aposentadoria é algo que muitos trabalhadores investem desde cedo nas carreiras tradicionais; já na carreira esportiva, esta categoria de
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