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1 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO ➔ CRESCIMENTO : relacionado ao ganho de peso, estatura e massa muscular. Nós usamos as medidas corporais: peso, estatura, PC, PT, PA, segmentos corporais. Usamos os índices antropométricos pelas curvas de = peso X idade; estatura X idade; peso X estatura; IMC X idade. ▪ É considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão da sua estreita dependência de fatores ambientais, tais como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, refletindo assim nas condições de vida da criança. ▪ O período que o ser-humano mais cresce é na fase intra-uterina, por isso que riscos externos à gravidez (como infecções, mal nutrição materna, tabagismo, etc) tem maior agressão ao feto, resultando repercussões mais graves. O melhor indicador que retrata essas situações na fase fetal é o peso de nascimento. Quando < 2,5 kg = BPN. ▪ Pós-natal, os 2 primeiros anos tem velocidade altíssima de crescimento. E essa velocidade vai caindo aos poucos, tendo um leve aumento na puberdade. ➔ DESENVOLVIMENTO : surgimento e aperfeiçoamento de novas habilidades = motoras, cognitivas, psíquicas e sociais. É necessário avaliar através os marcos do DNPM de cada faixa etária. ▪ Processo único para cada criança, mas ordenado por estágios sequenciais. ▪ Segue direção céfalo-caudal. ▪ Direção centro para periferia. ▪ Do geral para específico. ➔ MARCOS DO DESENVOLVIMENTO: padrões de referência ou indicadores do desenvolvimento da criança, relacionados à maturação orgânica ou psíquicas. ▪ Indicam mudanças esperadas em faixas etárias que possibilitam estabelecer parâmetros para orientar a avaliação do fluxo do desenvolvimento e a maneira mais adequada de abordar e cuidar da criança. São divididas em 4 áreas principais: ▪ Motor grosseiro: ▪ Motor fino ou adaptativo: ▪ Linguagem: ▪ Pessoal e social: ➔ REFLEXOS PRIMITIVOS : vão passando com o tempo, por isso se houver persistência deles, pode indicar uma doença neurológica. ▪ Sucção reflexa e marcha reflexa: devem desaparecer até 2 meses de vida. ▪ Os outros reflexos arcaicos devem desaparecer até 6 meses de vida. Bebê prematuro não vamos considerar numericamente a idade cronológica, precisamos corrigir a idade até 2/3 anos de idade. Então usamos a idade corrigida para marcos de DNPM e para as curvas de crescimento. Idade corrigida = idade cronológica – (40 semanas – X semanas da idade que nasceu). Exemplo: bebê nasceu com 32 semanas e hoje ele tem 6 meses de idade. Idade corrigida = 6 meses – (40 semanas – 32 semanas) Idade corrigida = 6 meses – 8 semanas (que equivale a 2 meses) Idade corrigida = 4 meses → usamos essa para acompanhar os marcos do DNPM nessa consulta. 2 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 ▪ Os únicos reflexos que permanecem > 6 meses = reflexos dos pés (pressão plantar e cutâneo plantar em extensão). ➔ REFLEXOS POSTURAIS de landau e do paraquedista: a criança vai adquirindo. ▪ Landau: suspende o bebê em posição de prona. Observa-se elevação da cabeça do tronco e as pernas estendidas. Quando fletida a cabeça, as pernas também fletem. É um reflexo postural fundamental que aparece a partir dos 3 ou 4 meses de idade. ▪ Paraquedista: é o ultimo reflexo a aparecer. Está presente a partir de 8 a 9 meses de idade, estando presente obrigatoriamente aos 12 meses é desencadeado ao colocar a criança de ponta cabeça e ela estende os braços para frente, como se fosse amparar uma queda. FICA PARA TODA A VIDA 3 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO ➔ 4° MÊS: o bebê passa a sustentar a cabeça; pega objetos e coloca na boca; ri alto; faz sons. ➔ 5° E 6° MÊS : bebê já rola por completo, senta-se sem apoio brevemente, olha quando é chamado, pega objetos e passa de mão para outra e leva para boca, ➔ 7° MÊS: bebê mais ativo = pode começar a engatinhar, aperfeiçoa o movimento de passar objetos de uma mão para a outra, leva o pé à boca, faz sons vocais repetidos, começa a engatinhar... ➔ 9°E 10° MÊS : pega alimentos para comer, engatinha, senta-se sem apoio por tempo indefinido, joga objetos intencionalmente, faz gestos de dar tchau, já entende não, começa a estranhar (chora com estranhos)... 4 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 ➔ 12° MÊS: começa a dar primeiros passos, fica em pé sem apoio, faz movimento de pinça, brinca de esconde-esconde, começa a obedecer a comandos... Obs: o desenvolvimento é individual, então ele pode começar aos 11 meses ou aos 13 meses... mas até quando esperamos no máximo um bebê andar? Até os 18 meses. VACINAÇÃO A imunização pela vacina é diferente de imunizações passivas naturais, ativas naturais e artificiais. ❖ IMUNIDADE PASSIVA NATURAL: através da amamentação = IgA e através da placenta durante a gestação passa-se IgG. ❖ IMUNIDADE PASSIVA ARTIFICIAL: soro ou imunoglobulinas. Ex: anti-tetânico. ❖ IMUNIDADE ATIVA NATURAL: ter a doença. ❖ IMUNIDADE ATIVA ARTIFICIAL: vacinação. Existem as vacinas de agente vivos e nãos vivos. As de agente vivo são: BCG, VORG (rotavírus), SCR (sarampo, cachumba, rubéola), VOP (oral poliomielite), tetraviral (SCR + varicela), dengue, febre amarela. As de agentes não vivos: hepatite B, pneumo10, VIP, MenC, penta, Hep. A, DTP, dT, DTPa, HPV, MenACWY, MenB. Obs: diferença entre VIP e VOP = as duas são contra a poliomielite, mas uma é por vírus vivo atenuado (VOP) e vírus inativado (VIP), por isso a VIP é dada nas primeiras 3 doses no primeiro ano de vida (2,4 e 6 meses) e a VOP serve como reforço nos 15 meses. Obs2: pacientes imunossupressos NÃO podem tomar vacinas com vírus atenuado. 5 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 Obs3: vírus atenuado é aplicado por via SUBCUTÂNEA. Vias de administração: ❖ Via oral: VOP e VORH. ❖ ID: BCG. ❖ SC: SCR, tetraviral, febre amarela, varicela e dengue. ❖ IM: tríplice bacteriana, HepB, HepA, pneumo, Men, Hib, HPV. INTERVALO ENTRE VACINAÇÕES: ➔ Respeitar o intervalo para cada vacina. ➔ Não existe intervalo máximo!!! ➔ Doses de vacinas administradas até 4 dias antes do intervalo mínimo ou idade mínima indicada para vacinação são consideradas válidas. ➔ Como regra geral, todas as vacinas recomendadas rotineiramente podem ser aplicadas no mesmo dia, com duas exceções: ▪ SCR ou TETRAVIRAL com FEBRE AMARELA ▪ Pneumo 10, Pneumo13, Pneumo23. ➔ Intervalo mínimo entre as vacinas virais atenuadas parenterais = 30 dias. No caso da vacina de febre amarela, excepcionalmente, o intervalo mínimo pode ser de 15 dias. VACINAS DE ACORDO AOS MESES (> 3 MESES): ➔ 4° MÊS: igual ao dos 2 meses = penta, VIP, pneumo10, VORH (rotavírus) → segundas doses. ➔ 5° MÊS: igual aos 3 meses = meningocócica C → segunda dose. ➔ 6° MÊS: penta e VIP → terceiras doses. ➔ 9° MÊS: febre amarela → primeira dose. Obs: até o 9° mês de vida a criança não recebeu NENHUM REFORÇO. São todas primeiras doses. ➔ 12° MÊS: tríplice viral (1° dose) e dose de reforço de Pneumo10 e MeningoC. 6 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 VACINA FEBRE AMARELA ➔ Vírus atenuado. ➔ 1ª dose com 9 meses; ➔ Reforço aos 4 anos. ➔ Intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias (vírus atenuado). ➔ Efeitos adversos: dor local, febre, cefaleia e mialgia são comuns de acontecer, e são tratados com sintomáticos. Efeitos de hipersensibilidade (anafilaxia, exantema, broncoespasmo, urticária) são raros, mas se acontecerem está contra- indicado as doses subsequentes. VACINA TRÍPLICE VIRAL (SCR) ➔ Proteção contra: sarampo, caxumba e rubéola. ➔ Vírus atenuado (cultivado no ovo). ➔ São suas doses: 1ª dose com 12 meses, 2ª dose com 15 meses (adicionada a varicela = tetraviral). ➔ Não precisa de reforços. ➔ Também podem ter sintomas adversos. ➔ Se indivíduo com alergia à ovo, mesmo que grave, NÃOestá contraindicado o uso da vacina tríplice viral. VACINA INFLUENZA ➔ Protege contra gripes e síndromes respiratórias. ➔ Vacina de vírus inativado, fragmentados e purificados em ovos. ▪ Pessoas com alergia a ovo de qualquer severidade, podem receber a vacina influenza. A questão é que se tem efeitos levem, pode ser administrada em qualquer lugar sem cuidados especiais, já se apresenta sinais anafiláticos (angioedema, desconforto respiratório ou vômitos repetidos), a vacina precisa ser administradas em ambiente adequado sob supervisão médica. ➔ A partir dos 6 meses até 6 anos ANUALMENTE. ▪ 2 doses anuais até os 2 anos de idade, depois torna-se uma só. ➔ Reforço: anual. PREVENÇÃO DE ACIDENTES: ➔ QUEDAS: ▪ Nunca deixe o bebê sozinho no trocador ou em locais altos, como na cama; ▪ Proteger o chão com algum colchonete fino ou tapetinho; ▪ Não deixe o bebê em sofás ou cadeira, como se fosse um apoio para aprender a sentar; ▪ O berço deve estar em local ventilado, com altura das grades superior ao tamanho do bebê em pé até as axila. As grades devem ter uma distância máxima de 7 cm, para evitar que a cabecinha do bebê ou outra parte de seu corpo passe por ela e fique presa; 7 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 ▪ Cuidado com degraus e escadas. Colocar barreiras fixas. ➔ QUEIMADURAS: ▪ A cozinha é o lugar de maior risco para queimaduras e outros acidentes domésticos, como cortes, lacerações e intoxicações; ▪ Proibir acesso à cozinha por meio de portões; ▪ Água quente TER ATENÇÃO, porta do forno quente, alimentos no fogão... ▪ É mais pudente sempre usar as bocas de trás do fogão especialmente para os líquidos mais quentes, frituras e panelas abertas. Nunca deixem os cabos de panelas para fora do fogão; ▪ Nunca manipule substância inflamáveis com o bebê no colo ou por perto; ▪ Não tenha produtos tóxicos, inflamáveis, nem cáusticos em casa; ▪ Exposição ao sol = ter cuidado! Sempre usar protetor solar, e se possível roupinhas que protegem do sol. ➔ CHOQUE ELÉTRICO: ▪ Todas as tomadas elétricas da casa, acessíveis ao bebê e depois à criança, devem estar protegidas; ▪ Não deixem fios elétricos e extensões ao alcance da criança; ▪ Nunca mantenha fios elétricos desencapados em uso. ➔ AFOGAMENTOS: ▪ A lavanderia dever ser proibida ao bebê. Uma pequena coleção de água de 2,5 cm de altura, mesmo num balde, ou bacia pode causar afogamento – não os deixe acessíveis ao bebê; ▪ Nunca deixe bebê sozinho perto ou em piscinas, praias ou outros lugares com coleções de água, ainda que naturais; ▪ Evite o uso de brinquedos que boiam na água com a criança em seu interior, pois podem virar e a criança ficará submersa; ▪ As piscina ou coleções de água domésticas devem ter cerca de bloqueio em toda sua volta, acima de 150 cm de altura, com portão mantido com trava de segurança. ➔ NO CARRO: ▪ Manter as crianças com menos de 13 anos de idade sempre no banco do travesseiro do veículo; ▪ Os bebês devem ser transportados em cadeirinhas de segurança (tipo bebê conforto) sempre no banco de trás na posição de costas para dianteira do carro; ▪ A cadeira deve estar firmemente presa ao banco pelo cinto de segurança!!! INTRODUÇÃO ALIMENTAR QUANDO COMEÇAR? A partir dos 6 meses (é uma idade que já percebemos que o bebê tem a capacidade de começar a comer, por já conseguir pegar alimentos nas mãos, levas as coisas à boca e sentar-se sem apoio = sinais de prontidão) → tanto crianças em AME ou em fórmula infantil irão iniciar aos 6 meses. ❖ Exceção: crianças em uso de leite de vaca modificado (acrescenta-se óleo, leite e sal = dilui), geralmente por situação financeira complicada, está recomendada introdução alimentar a partir dos 4 meses de vida. QUAIS SÃO OS SINAIS DE PRONTIDÃO? Capacidade de mastigação, sentar-se sem apoio, pegar alimentos e levar à boca, interesse pela comida da família. Muito importante aconselhar a família sobre a alimentação positiva, para que não haja angústias e esse processo possa acontecer de forma mais natural. Como? ❖ Refeição compartilhada com a família; ❖ Respeito aos sinais de fome e saciedade; ❖ Oferta de alimentos saudáveis; ❖ Relação harmoniosa com a comida; ❖ Garantir a autonomia da criança – não tem problema se sujar e sujar a mesa, é natural; ❖ Não parabenizar a criança poque comeu ou oferecer recompensas. 8 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 E como fazer essa introdução? Pela ROTINA ALIMENTAR: ❖ ATENÇÃO: leite materno deve continuar sob livre demanda. ❖ Não precisa ser algo tão rígido, porém é de grande importância uma rotina para que a criança entenda. ❖ 6 meses = almoço + dois lanches com fruta, o resto é leite materno a livre demanda. ❖ A partir dos 7 meses entra a janta! ❖ Café da manhã geralmente entra por volta de 9 a 12 meses, mas não é obrigatório, é um processo natural. ❖ Reforçar a importância de oferecer SEMPRE GRUPOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS. QUAIS OS GRUPOS ALIMENTARES INDICADOS? ❖ LEGUMES e VERDURAS: abóbora, abobrinha, cenoura, chuchu, couve-flor, quiabo, maxixe, jiló, espinafre, couve, beterraba, agrião etc. ❖ CARNE E OVO: carne bovina, frango, suíno, cordeiro, peixe, miúdos, ovos e outras carnes. ❖ CEREAIS, RAÍZES e TUBÉRCULOS: aipim, inhame, batata inglesa, batata-baroa, batata doce, cará, angu, milho, arroz, entre outros. COMO OFERECER A COMIDA? ❖ BLW: “baby led weaning” = a criança come sozinha, a comida em pedaço. ❖ Introdução alimentar tradicional: a criança é alimentada com alimentos amassados no garfo e/ou colher. ❖ Introdução alimentar participativa: alimentada com utensílios, mas também a oportunidade de comer sozinha. 9 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 Relembrar aos pais que: ❖ Nunca bater, processar ou trituras a comida. Ela deve ser sempre amassada no garfo, mantendo consistência mastigável. ❖ Nunca usar alimentos industrializados. ❖ Não usar sal ou usar o mínimo possível. ❖ Oferecer água ao longo do dia, não oferecer sucos. ❖ A criança pode demorar 8 a 10 vezes para aceitar o novo alimento → então estimular a família a não desistir do alimento. ❖ Oferecer a maior variedade possível de alimentos, por isso alimentos alergênicos (camarão, abacaxi, kiwi...) não são contraindicados! ❖ Não oferecer açúcar até 2 anos de idade – inclusive o mel. E O LEITE DE VACA INTEGRAL? ❖ Pode ser oferecido, desde os 6 meses, como parte de receitas. ❖ Seus derivados também podem ser oferecidos a partir de 6 meses. ❖ A fórmula infantil pode ser substituída pelo leite de vaca aos 9 meses (pelo Ministério da Saúde, porém prof indica apenas a partir de 1 anos). E O MINGAU? ❖ O uso de leites associados a farinhas industrializadas baseadas em cereais não recomendado! Porque eles são alimentos ultraprocessados, baixo teor de fibras e perversão de paladar. Ex: mucilon → NUNCA RECOMENDAR. ❖ O mingau de cereal natural (milho, aveia) ou tapioca, pode ser uma opção alimentar. Oferecidos de colher. QUAIS AS EXCEÇÕES? ➔ Crianças não amamentadas; ➔ Família que não tem condições de comprar fórmula infantil. ➔ Recomendar o esquema abaixo: 10 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 SUPLEMENTAÇÕES ➔ VITAMINA D: ▪ Orientação SBP: 1ª semana até 2 anos ▪ 400 UI/dia = para todos os lactentes da primeira semana até 12 meses. ▪ 600 UI/dia = dos 12 aos 24 meses. ▪ Orientação MS: não precisa fazer vitamina D de rotina, deve-se rastrear hipovitaminose D em indivíduos com fatores de risco e suplementar SE NECESSÁRIO. ➔ VITAMINA A: ▪ Orientação MS e SBP: mega-dose de 6 em 6 meses, iniciando no 6° mês de vida, até o 59° mês de vida, nas regiões onde é frequente hipovitaminose A (nordeste e sudeste lideram). ➔ FERRO ELEMENTAR: ▪ Orientação MS: todos os lactentes no 6° mês de vida na dose de 1 mg/kg/dia, até os 2 anos de idade, ou no 4° mês de vida, se não estiver amamentando. ▪ Orientação SBP: todos os lactantes no 3° mês de vida, na dose 1mg/kg/dia atéos 2 anos de idade. CRESCIMENTO ATÉ 1 ANO Estudos mostram que déficits de crescimento linear que ocorram até os 2 anos (principalmente no primeiro ano de vida) são passíveis de recuperação total, enquanto que acima dessa idade a reversibilidade desse quadro torna-se bem mais difícil. Fatores extrínsecos que influenciam o crescimento: ❖ ALIMENTAÇÃO: Crescer consome energia, então 32% das necessidades calóricas de um recém-nascido são destinadas ao crescimento. A dieta da criança deve ter qualidade, quantidade, frequência e consistência adequadas para cada idade. ❖ INFECÇÕES: É essencial que as crianças sejam imunizadas, segundo o calendário de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, para que se evite a ocorrência das doenças previníveis. Quanto a outros processos infecciosos, é necessário que sejam diagnosticados e debelados precocemente para que não evoluam para um quadro adverso. ❖ HIGIENE: A higiene adequada da criança, dos alimentos, do ambiente e de todos aqueles que lidam com ela são fatores essenciais para seu bom crescimento. Isso implica na disponibilidade de água potável, de meios adequados para o esgotamento sanitário, e destinação de lixo e em conhecimentos, atitudes e práticas corretas sobre o manuseio, armazenamento, preparo e conservação dos alimentos, de higiene corporal e do ambiente. ❖ CUIDADOS GERAIS COM A CRIANÇA: É fundamental para o bom crescimento e desenvolvimento a qualidade dos cuidados dispendidos à criança. Em outras palavras, a criança pequena necessita estabelecer relações afetivas, precisa DOZE PASSOS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PARA CRIANÇA: 1. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses. 2. Oferecer alimento in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses. 3. Oferecer água própria para consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. 4. Oferecer a comida amassada (ou pedaços grandes) quanto a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno. Os pedaços pequenos só são oferecidos após a criança desenvolver bem a capacidade de mastigação, após mais ou menos 9 meses 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade. 6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para crianças. 7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família (vínculo alimentar). 8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiencias positivas, aprendizado e afeto junto a família. Então não é para ser um momento de estresse ou pressionar a criança. 9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição. 10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação. 11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável, também fora de casa. 12. Proteger a criança da publicidade de alimentos. 11 Clara Rêgo – 6° Semestre 2021.1 de outra pessoa para ir se estruturando como um sujeito e para ter uma identidade própria. Estabelecer, desde o nascimento, relações com pessoas que a escutem e entendam suas necessidades, que lhe deem carinho e afeto, que lhe proporcionem oportunidades seguras de explorar e conhecer o mundo que a rodeia, são condições essenciais ao adequado crescimento e desenvolvimento da criança. ❖ Cada contato entre a criança e os serviços de saúde, independente do fato, queixa ou doença que o motivou, deve ser tratado como uma oportunidade para a análise integrada e preditiva de sua saúde, e para uma ação resolutiva, de promoção da saúde, com forte caráter educativo. O acompanhamento sistemático do crescimento da criança constitui o eixo central desse atendimento. Na prática: ❖ A avaliação periódica do ganho de peso permite o acompanhamento do progresso individual de cada criança, identificando aquelas de maior risco de morbi/mortalidade, sinalizando o alarme precoce para a desnutrição, causa básica da instalação ou do agravamento da maior parte dos problemas de saúde infantil. ❖ Então em toda consulta pediátrica, devemos avaliar: ▪ Estatura; ▪ Peso; ▪ Perímetro cefálico. ❖ Registrar na caderneta de saúde da criança e analisar as curvas de crescimento. ❖ Fazer diagnósticos de puericultura: ▪ Nutricional: eutrófico ou distrófico. ▪ Alimentar: correto ou incorreto. ▪ Vacinal: em dia, em dia (SIC), em atraso. ▪ DNPM: adequado ou em atraso (colocar o que está atrasado). ▪ Patológico: se for o caso. LEMBRETE PESO: ➔ Primeira semana de vida = perda fisiológica de 3 a 10% do peso. ➔ O peso se recupera em torno do décimo dia; ➔ Primeiro trimestre: em média 30g/dia e 900/mês. ➔ Segundo trimestre: em média 20g/dia e 600/mês. ➔ Terceiro/Quarto trimestre: em média 10 a 15g/dia e 450/mês (terceiro trimestre) e 300g/mês (quatro trimestre). ➔ PN dobra entre 5 a 6 meses; ➔ PN triplica em média em 12 meses ESTATURA: ➔ Primeiro ano de vida: 25cm (50% da estatura ao nascer); ➔ 3,5 cm/mês no primeiro trimestre, ➔ 2,0 cm/mês no segundo, ➔ 1,5 cm/mês no terceiro ➔ 1,2 cm/mês no quarto trimestre.
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