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FARMACOLOGIA Pacientes diabéticos e hipertensos devem ser atendidos no PSF pelo cirurgiã-dentista, só devem ser encaminhados para o CEO aqueles que apresentarem algum risco mais grave para o atendimento. Pacientes que requerem cuidados adicionais: - Idoso. - Criança. - Gestante. - Lactante. - Diabéticos. - Portadores de doença cardiovascular. IDOSOS Apresentam maior procura no consultório maior expectativa de vida. Muitas vezes são pacientes polimedicamentosos, pois já apresentam alguma comorbidades. Os pacientes possuem redução na atividade metabólica. Farmacocinética: Alteração na distribuição e excreção, devido terem ↓ dos fluidos corporais (em torno de 8-17%) e ↓ no nº de proteínas plasmáticas (servem como reservatório de medicamentos). ↓ massa muscular e ↑ % de gordura. Devido às alterações acima, o fármaco tende a ficar mais tempo no organismo, não tem chances de ser tóxica, porém a quantidade do medicamento é alta no organismo. - Ex.: paracetamol tende a ficar mais na corrente sanguínea (hidrossolúvel) e diazepam tende a ficar armazenado na gordura. Biotransformação e metabolização hepática diminuídas. Taxa de eliminação das drogas diminuída. Período de atendimento e duração das sessões: Horários mais confortáveis – 2º período da manhã ou início da tarde. Curta duração - ~50min. Uso de medicações: Benzodiazepínicos - Evitar diazepam em idosos (efeito paradoxal). - Metabolização e eliminação mais lenta (lipossolúvel); adulto 20h – idoso 90h. - Lorazepam (1 ou 2mg); 1h antes do procedimento; é um ótimo medicamento devido sua ação curta. Anestésico local - Se usar lidocaína com vaso ou mepi, deve ministrar no máximo 3 tubetes (metabolização hepática e eliminação renal ↓) - Vasoconstrictor indicado: epinefrina (1:100.000 ou 1:200.000). - Se o paciente tiver problema cardíaco, a epinefrina deve ser ministrada de maneira mais cuidadosa. - Prilocaína com precaução: altas doses causa risco de metemoglobinemia (2 tubetes). - Procedimentos mais invasivos com bupivacaína com epinefrina (1:200.000); mais potente; 6~7h de anestesia; maior toxicidade (2 tubetes). CRIANÇAS Por ter massa corpórea menor, deve haver cálculo das dosagens de acordo com o peso (sem ultrapassar a dose máxima). Possuem rejeição a ingestão de medicamentos sólidos (opções pelas formulas liquidas e em gotas). Deve fazer contato com pediatra caso o paciente seja portador de patologias sistêmicas (asma, cardiopatias, diabetes, etc). Fernanda Nascimento / S3 - Unichristus Tetraciclina: pode alterar a formação dos dentes permanentes. - O antibiótico em si não causa cárie, mas sim o açúcar na composição. Sedação consciente: procedimento cirúrgicos longos em pacientes não cooperativos. - Nunca substituir o manejo do comportamento pela terapia farmacológica. - Feita com benzodiazepínicos ou óxido nitroso (profissionais habilitados). - É importante sempre tentar criar um laço de amizade com o paciente, devendo usar a sedação apenas em casos específicos Benzodiazepínicos: Diazepam – a partir de 6 anos; longo período de eliminação. - Sedação em 45 a 60min. - 0,15 a 0,3mg/kg. Midazolam – a partir de 6 meses; - Pode causar amnésia retrógrada. - Efeito de aproximadamente 2~4h. - Inicio do efeito em 30min. - Não exceder 20mg. - 0,25 a 0,5 mg/kg (xarope). Anestésicos locais: Seguros, porém, podem representar acidentes fatais em crianças (superdosagem). Volume de sangue menor – esses anestésicos atingem altos níveis plasmáticos rapidamente. Nunca usar dose semelhante ao adulto. Sempre preferir técnicas infiltrativas e reduzir doses no uso de ansiolíticos. Escolha licocaína 2% com epinefrina (1:100.000 ou 1:200.000) ou mepivacaína 2% com epinefrina (1:100.000). Deve ter cuidado com prilocaína - risco de metemoglobinemia. Também deve ser evitado bupivacaína, pois é mais potente e fica mais tempo de anestesia (risco de traumatismo involuntário. Pacientes crianças que vão fazer a cirurgia no freio, fazem sem anestesia, devido essa medicação apresentar riscos ao paciente. Logo após o corte, a mãe coloca a criança para a mamar. EXEMPLO CÁLCULO DOSAGEM ANESTÉSICOS - CRIANÇAS Calcular a dose toxica de uma solução de lidocaína a 2% para uma criança de 20kg e dizer qual o número máximo de tubetes o paciente pode receber (DT: 4,4mg/kg). Controle da dor: Paracetamol – cuidado com dano hepático. - 15mg/kg. - Dose de 6/6h. - 200mg/ml. - 1 gota/kg (máximo 35 gotas). Dipirona – gosto amargo, pode misturar com suco. - 10mg/kg. - Dose de 4/4h. - 500mg/ml. - Meia gota/kg (máximo de 20 gotas). NA BULA DO PARACETAMOL: 15 GOTAS = 1ML NA BULA DA DIPIRONA: 20 GOTAS = 1ML. EXEMPLO CÁLCULO DOSAGEM PARACETAMOL - CRIANÇAS 15mg/kg; 6/6h; 200mg/ml; criança com 15kg. 2g --- 100ml X --- 1,8ml X = 0,036 ml 36mg 1kg ----- 4,4mg 20kg ------ Y Y = 88mg de lidocaína Y/X = 88/36 = 2,4 tubetes 15mg --- 1kg X --- 15kg X = 225mg 200mg --- 1ml 225mg --- Y Y = 1,125ml 1ml --- 15gotas 1,125ml ---- Z Z = 16,8 gotas Fernanda Nascimento / S3 - Unichristus Tratamento de infecções bacterianas: Feito com antibióticos. Penicilinas (1º escolha) - ↑ eficácia e ↓ toxicidade. - Alergia: eritromicina, azitromicina e claritromicina. Amoxicilina - 250mg/5ml ou 125mg/5ml. - 60mg/kg/dia. - Dose fracionada de 8/8h. Menores de 3 anos - Suspensão de 125mg/5ml. - Administrar 5ml de 8/8h por 7 dias. De 3 a 12 anos - Suspensão de 250mg/5ml. - Administrar 5ml de 8/8h por 7 dias. Eritromicina - 40mg/kg/dia. - Dose fracionada de 6/6h. Azitromicina - 40mg/kg/dia. - Dose a cada 24h. EXEMPLO CÁLCULO DOSAGEM AMOXICILINA - CRIANÇAS 60mg/kg/dia; 8/8h; 250mg/5ml; criança com 15kg. GESTANTES A anamnese é de extrema importância, pois algumas pacientes não sabem da gravidez. Muitas podem apresentam mudanças fisiológicas, como: - ↑ frequência cardíaca. - ↑ pressão arterial. - Fadiga no metabolismo de carboidratos. - Maior exigência de insulina. - Hipoglicemia (↑ demanda metabólica do feto). - Enjoos (↑ gonadotrofina coriônica e hipoglicemia). Alterações psicológicas – preocupação com o tratamento odontológico (anestésicos, medicações, procedimentos). Esclarecer risco de prematuridade e baixo peso com doença periodontal. Alterações bucais: gengivite gravídica, granuloma piogênico. Gravidez não causa descalcificação dentária. Desenvolvimento fetal: 1º trimestre: organogênese. - Maioria dos efeitos ocorrem nesse período. - Maior risco de aborto espontâneo. - Lábio leporino, fissura palatal, manchas por tetraciclina. - Teratogênese: defeito genético mais comum; ingestão de medicamentos. - Principais medicações em odontologia: anestésicos locais, antibióticos, AINES, benzodiazepínicos (atravessam a barreira placentária). - Não estão associados de um modo geral a teratogênese. - Administração limitada ao máximo. 2º trimestre - Período mais indicado para tratamentos mais invasivos. - Urgências devem ser feitas em qualquer período. - Consultas curtas e segundo período da manhã (enjoos menos frequentes). - Exame radiográfico: avaliar real necessidade, proteção com avental de chumbo, filmes ultra-rápidos e evitar erros técnicos. - Deve evitar a sedação consciente Anestésicos locais - Devem conter vasoconstrictor. 60mg --- 1kg X --- 15kg X = 900mg A dose diária é fracionada de 8/8h, por isso divide por 3 = 300mg 250mg --- 5ml 300mg --- Y Y = 6ml O paciente deve tomar 6ml de 8/8hpor 7 dias Fernanda Nascimento / S3 - Unichristus - Uso controverso, pois todos atravessam a barreira placentária (deve usar aquele que proporcione melhor anestesia). - Atravessará a placenta livre: ↑ grau de ligação, ↑ proteção fetal. Lidocaína (64%). Prilocaína(55%). Mepivacaína (77%). Bupivacaína (95%) – seu longo período de ação limita seu uso. AINES - Sempre tentar remover a causa da dor. - Paracetamol 500mg ou 750mg de 8/8h por tempo restrito. - Dipirona: avaliar risco x benefícios; evitar durante ultimo trimestre (recomendação do fabricante). - Evitar o restante dos AINES. - Pode empregar betametasona ou dexametasona em dose única de 2 a 4mg. Antibióticos - Importantes para remover a causa da infecção. - Penicilinas (doses habituais). - Alérgicos à penicilina: azitromicina ou eritromicina estearato, o estolato (hepatóxico). - Não usar tetraciclinas. LACTANTES Anestésicos locais e AINES: - São excretadas em pequenas quantidades no leite materno. - Não causam problemas ao amamentar nas doses terapêuticas. Benzodiazepínicos: - Diazepam: acumula-se ao leite materno, podendo causar letargia e perda de peso na criança. - Se houver necessidade, avaliar o uso de outro benzodiazepínico e ajustar horário de amamentação. Antibióticos: - Penicilinas, eritromicina e azitromicina (baixas quantidades no leite materno). - Problemas potenciais: Modificação da microbiota bucal e intestinal (candidíase e diarreias). Efeito direto na criança (alergia e sensibilização). Interferência no resultado de culturas (investigação de quadro febril). DIABETES Condutas no atendimento: - Na anamnese deve avaliar qual tipo de diabetes é, controle e complicações. - Ajuste de dose de insulina e regime de alimentação em diabetes mellitus I em pacientes que irão se submetes a procedimentos demorados. Benzodiazepínicos: - Pode usar com tranquilidade (↑ ansiedade ↑ liberação de catecolaminas ↑ glicemia). Anestésicos locais: - Controvérsia sobre o uso da epinefrina (hormônio hiperglicêmico). - Reações irão depender do tipo de diabetes mellitus e controle da doença. - Pacientes controlados: lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000. - Pacientes não controlados: felipressina (prilocaína) e encaminhamento para o médico. AINES: - AAS e outros AINES: potencializam a ação das sulfoniuréias. Fernanda Nascimento / S3 - Unichristus - Geralmente não há problemas com outros AINES (doses convencionais e curto período). - Paracetamol e dipirona são seguros nas doses convencionais. - Betametasona e dexametasona: 4mg em dose única (adultos). Antibióticos: - Preferir cobertura antibiótica se o paciente for descompensado. - Controle da doença periodontal. - Considerar a possibilidade de candidíase em uso prolongado. HIPERTENSÃO ARTERIAL PA ↑ de 140/90mmHg. Para atendimento eletivo: PA de 160/100mmHg. Anestésicos locais: - Uso de vasoconstrictor adrenérgico (2 tubetes) ou optar por felipressina (3 tubetes). Benzodiazepínicos: - Recomendado para pacientes ansiosos (diazepam ou midazolam). Paciente com PA maior que 160/100mmHg: adiar o procedimento e solicitar avaliação médica. - Se houver urgência, avaliar atendimento hospitalar. DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA Obstrução das coronárias (risco de IAM). Angina instável: encaminhar para serviço médico. Tratamento eletivo em pacientes infartados (após 6 meses). Pode-se indicar protocolo de sedação consciente. Procedimentos curtos. Observar o uso de anticoagulantes. Anestésicos locais: - Prilocaína e felipressina (2 tubetes) ou articaína com epinefrina 1:200.000 Fernanda Nascimento / S3 - Unichristus
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