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RESUMO COMPLETO DE DIREITO PENAL - OAB/ GRADUAÇÃO Autor: Gustavo Henrique Cavalcante Marques Todos os direitos desta edição são reservados ao autor. Esse e-book faz parte do conteúdo de estudo do Curso: OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE. Acesso ao curso: https://www.udemy.com/course/operacaopasseinaoab/ Proibida a cópia ou reprodução por qualquer meio, inclusive eletrônico, conforme a lei no 10.695 de 4 de julho de 2003, sem a prévia autorização do autor. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO PARTE GERAL EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO – Artigos 1º ao 4º CP Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal (Princípio da legalidade – art. 1º CP). Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória (art. 2º CP). A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. A norma que deve ser aplicada é a norma vigente, salvo se lei posterior for mais benéfica. A lei mais benéfica retroage aplicando-se inclusive aos fatos já decididos por sentença transitada em julgado. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica- se ao fato praticado durante sua vigência (Art. 3º CP). Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado (Art. 4º CP). OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO ATENÇÃO: Súmula 611 do STF Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. Abolitio criminis – Nova lei que tira a tipicidade da conduta, ou seja, descriminaliza. Abolindo o crime e extinguindo a pena e seus efeitos penais. Contudo, os efeitos civis não são abolidos. Súmula 711 do STF A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Tempus regit Actum - Expressão em latim que significa “o tempo rege o ato”, no sentido de que os atos jurídicos se regem pela lei da época em que ocorreram. EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO – ARTIGOS 5º AO 8º CP A regra adotada é a da Territorialidade temperada, ou seja, a princípio aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no território nacional, porém, é possível determinação contrária caso haja Tratado Internacional que assim preveja. São aplicadas as leis brasileiras: - Em todo seu espaço terrestre; - Nas embarcações ou aeronaves públicas ou a serviço do governo; OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO - Nos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, que estejam em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e embarcações privadas em porto ou mar territorial do Brasil. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado (Art. 6º CP) Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Contagem de Prazos OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO O prazo deve ser computado o dia de início, independente da hora em que esta começou, contando-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES Crime é fato típico, antijurídico, praticados por uma ação ou omissão, dolosa ou culposa. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO AGENTE: Comuns – Os que podem ser praticados por qualquer pessoa. Exemplo: homicídio. Próprios ou especiais – Praticados por sujeitos específicos. Os crimes especiais são os que figuram na legislação penal especial. Exemplo: Infanticídio. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CONDUTA PUNÍVEL: No Brasil prevalece o conceito finalista de conduta: movimento corpóreo humano positivo ou negativo, consciente e voluntário, dirigido a uma finalidade. Comissivos – Cuja ação provoca o resultado. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO Omissivos - Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Os omissivos podem ser classificados como comissivos próprios ou impróprios. Nos crimes omissivos próprios, a lei prevê um dever jurídico genérico de agir, ou seja, imposto a uma coletividade, sendo um crime de mera conduta que não admite tentativa. Exemplo: Omissão de socorro artigo 135 CP. Nos crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão, a lei prevê o dever de ação a determinados sujeitos, cuja função era de impedir o resultado mas se calaram e, por conta disso, responderão por dolo ou culpa pelo resultado. A lei elenca os seguintes sujeitos como possíveis praticantes de crimes comissivos por omissão: a) Os tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (ascendente, descendente, cônjuge e irmão; tutores e curadores; funcionários públicos com estes deveres: bombeiro, policial e médico) b) Os que de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (dever garante por dever contratual, ou acordo de vontades: salva vidas, vigilantes, professora) c) Os que com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (dever garante por ingerência – quem cria o risco, dolosa ou culposamente) OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO: Materiais: Se consuma com a produção do resultado naturalístico. Admite tentativa. Exemplo: crime de homicídio (artigo 121 CP). Formais: Não exige a produção do resultado para a consumação do crime Exemplo: extorsão mediante sequestro (artigo 159 CP). Crimes de mera conduta: Não produzem um resultado concreto, não se punindo o resultado massim a conduta do agente. Exemplo: Porte ilegal de arma (art. 14 da lei 10.826/2003) QUANTO AO CONCURSO DE AGENTES Concurso facultativo – Não exige, para a configuração do crime, que ele seja necessariamente praticado por mais de duas pessoas. Concurso necessário - Exige, para a configuração do crime, que ele seja necessariamente praticado por mais de duas pessoas. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À AÇÃO PENAL QUE OS DETERMINA OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO Ação Penal Pública – Aqueles do interesse do Estado, cujo pólo ativo será o Ministério Público. Possui duas formas: a incondicionada e a condicionada mediante representação. Incondicionada: Não depende de prévia manifestação de qualquer pessoa para ser iniciada, sendo, inclusive, irrelevante a manifestação do ofendido. Condicionada: Algumas ações, para que sejam possíveis de se iniciarem, há a necessidade de representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça, isto é, condicionada a representação. Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. Ação Penal privada – Onde o que prepondera é o interesse do particular que, ofendido, provocará o judiciário para conseguir a responsabilização penal do ofensor. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO Nessa situação, o ofendido é o autor da ação e se inicia com a queixa deste ou de seu representante legal. Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. § 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. A Ação Penal Privada pode ser: Exclusiva; Personalíssima; e Subsidiária da Pública. Exclusiva é aquela cuja vítima ou seu representante legal exerce diretamente, mas em caso de morte daquele, seus sucessores também podem propor a ação. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO Personalíssima Nessa hipótese, a ação somente pode ser proposta pela vítima, não se estendendo aos sucessores. Exemplo: CP Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. Subsidiária da Pública: Movida no caso em que o Ministério Público se mostrar inerte em uma ação penal pública, deixando de atuar nos prazos legais, não promovendo a denúncia, não pedindo arquivamento ou não requisitando novas diligências, surgindo o direito subjetivo do ofendido de apresentar a queixa a fim de provocar movimentação no Ministério Público. CLASSIFICAÇÃO LEGAL Consumado - quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO Tentado - quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente; A aplicação da tentativa é a mesma pena do crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. -Tentativas qualificadas: Desistência voluntária – Após iniciar o crime, o sujeito por ato voluntário desiste de prosseguir com a execução, impedindo que se consuma. Consequência: Nessa hipótese, a tentativa fica afastada e o agente só responde pelos atos já praticados. Arrependimento eficaz – O agente esgota a execução do crime, mas desenvolve nova atividade impedindo a produção do resultado. Consequência: O agente só responde pelos atos já praticados. Nas palavras de Celso Delmanto: “Na desistência voluntária, o agente interrompe o processo de execução que iniciara; ele cessa a execução, porque a quis interromper (mesmo que haja sido por medo remorso ou decepção) e não porque tenha sido impedido por fator externo à sua vontade. No arrependimento eficaz, embora já houvesse realizado todo o processo de execução, o agente impede que o resultado ocorra. Em ambos os casos, sempre voluntariamente.” (DELMANTO, 2010, p. 141/142). OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO Impossível – Quando a maneira da execução do crime seja ineficiente para o resultado criminoso. Exemplo: Quando alguém tenta furtar a carteira de outrem sendo que outrem nem carteira tem ou quando o agente tenta envenenar outrem com um copo de água pura. Doloso – Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Culposo – Quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência e imperícia. IMPORTANTE: Negligência:Não agir com cuidado,omissão ou falta de observação do dever de cuidado do agente. Imprudência:Ação do agente sem cuidado. Enquanto a negligência é uma omissão, a imprudência é uma ação descuidada. Imperícia: Falta de técnica, conhecimento ou habilidade para realizar determinada tarefa. IMPORTANTE: Diferença entre dolo eventual e culpa consciente. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO São institutos diferentes que produzem efeitos diversos, mas se assimilam porque nos dois casos, o agente realiza uma conduta, prevendo o risco de ocorrer ofensa a um bem jurídico penalmente tutelado e relevante, mas mesmo assim continua agindo, provocando o crime. No dolo eventual, o resultado não é motivo que detém o agente de praticar a conduta, consentindo, assumindo os riscos. Exemplo: Dirigir em uma velocidade acima do permitido postando corrida, assumindo o risco de causar um acidente e provocar a morte de outrem. Na Culpa consciente, o agente prevê que o resultado pode acontecer mas não espera que possa acontecer, podendo evitar. Exemplo: Um atirador de facas que prevê a possibilidade de errar na mira e acertar sua ajudante mas cree que poderia evitar o crime, ele atira a faca e acerta à ajudante. Preterdoloso – Aqueles cujo resultado é mais grave do que o pretendido pelo agente. Dolo no antecedente e culpa no consequente. Continuado – Ações sucessivas da espécie de crime ligadas por uma circunstância de várias ordens que induzem a prática. Crime habitual – a conduta pressupõe reiteração de atos da mesma espécie para se consumar, e a prática isolada não configura crime. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO Nexo de causalidade É o que liga a conduta do agente e o resultado. Iter Criminis É o caminho do crime, ou seja, a sucessão dos vários atos praticados pelo criminoso para a realização do crime. São as fases: 1º) Cogitação; 2º) Atos preparatórios; 3º) Execução; 4º) Consumação; 5º) Exaurimento. EXCLUDENTES DE ILICITUDE Não há crime quando o agente pratica o fato: A) em estado de necessidade; B) em legítima defesa; C) em estritocumprimento de dever legal; OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO D) no exercício regular de direito. Estado de necessidade: Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir- se. Legítima defesa: Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Estrito cumprimento de dever legal: Quem comete ato típico em cumprimento de um dever legal não responde pelo crime. Exemplo: Policial que em tiroteio com criminosos acaba matando um deles. Exercício regular de direito: Quem em exercício regular de um direito acaba cometendo um fato típico. Exemplo: Lutador de boxe que acaba desferindo um golpe fatal em seu adversário. IMPUTABILIDADE PENAL – EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE São inimputáveis, ou seja, não são passíveis de sanção: OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO - Doentes mentais ou com desenvolvimento mental incompleto ou retardado, que era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis (cometem atos infracional análogo a crime e respondem com medidas socioeducativas e civilmente) - Aquele cometido de embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Não exclui a punibilidade: I - a emoção ou a paixão; II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos DAS PENAS I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO III - de multa. Privativas de liberdade: Reclusão - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. Detenção - A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. ATENÇÃO: As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO a) o condenado à pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; II - perda de bens e valores; III - limitação de fim de semana. IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - interdição temporária de direitos; VI - limitação de fim de semana. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO MULTA Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias- multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. DOSIMETRIA DA PENA E O SISTEMA TRIFÁSICO (APLICAÇÃO DA PENA EM TRÊS FASES) ● 1ª fase, a fixação da pena-base (artigo 59 do Código Penal); ● 2ª fase, o magistrado deve levar em consideração a existências de circunstâncias atenuantes (artigo 65 do Código Penal) e agravantes (artigos 61 e 62, Código Penal); ● 3ª fase, as eventuais causas de diminuição e de aumento de pena. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE A) pela morte do agente; B) pela anistia, graça ou indulto; OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO C) pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; D) pela prescrição, decadência ou perempção; E) pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; F) pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; G) pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. PRESCRIÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO Lapso de tempo para ocorrer a prescrição Penalidade 20 anos Pena superior a 12 anos 16 anos Pena superior a 8 e inferior a 12 anos 12 anos Pena superior a 4 e inferior a 8 anos 8 anos Pena superior a 2 e inferior a 4 anos 4 anos Pena igual ou inferior a 2 anos e OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO superior a 1 ano 3 anos Pena inferior a 1 ano DEPOIS DO TRÂNSITO EM JULGADO A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO PARTE ESPECIAL Homicídio: Matar alguém Crime Comum Comissivo Admite Culpa Diminuição da pena: Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado: Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime Pena - reclusão, de doze a trinta anos. OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (FEMINICÍDIO) VII – contra autoridade ou agente descrito nosarts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Suicídio Induzir, instigar ou auxiliar alguém a cometer suicídio Crime Comum Comissivo Infanticídio Matar próprio filho durante o parto ou logo após Próprio – Só pode ser cometido pela mãe quando em estado puerperal. Comissivo ou omissivo OPERAÇÃO PASSEI NA OAB – 1ª FASE – CULTUR DIREITO PENAL - RESUMO CRIMES CONTRA A HONRA Calúnia (mentira) Ofensa à honra e imagem da pessoa, atribuindo falsamente algo definido como crime. Difamação (fofoca) Espalhar para terceiros uma fofoca denegrindo a imagem da pessoa. Injúria (xingamento) Atinge a honra subjetiva, não precisa chegar ao conhecimento de terceiros. ARTIGOS PARA LER Parte Geral Artigo 6º, 7º, 10, 13, 14, 17, 20/29, 33, 43, 59/70, 112 do CP. Parte especial Artigos 121 ao 128, 155, 157, 183, 217 A, 225 312, 313,316, 317,319 do CP.
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