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Joëlle Moreira - Turma 05 Gastroenterologia COLEDOCOLITÍASE INTRODUÇÃO: . Coledocolitíase primária: Formação do cálculo dentro do colédoco decorrente de dilatação e estase por obstrução crônica ⤍ Cálculos marrons Coledocolitíase secundária (90-95%): Formação do cálculo dentro da vesícula com migração para o colédoco. Ocorre em 6-12% dos pacientes com colelitíase ⤍ Cálculos amarelos O colédoco pode acumular 1 ou mais cálculos (até 100). EPIDEMIOLOGIA: . · A prevalência aumenta com a idade, sendo de 13-18% em pacientes com 60-80 anos e de > 30% nos com mais de 80 anos. · Cerca de 50% dos pacientes é assintomático MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: . Surto transitório de Sd. colestática + icterícia flutuante Dor biliar (QSD + epigástrio, contínua, de duração de 1-5h, podendo irradiar para escápula ou dorso) + icterícia leve/moderada + acolia fecal + colúria >> O paciente pode ser inteiramente assintomático já que o cálculo tem a capacidade migratória. A coledocolitíase é um dos diagnósticos diferenciais da icterícia obstrutiva, juntamente com o tumor periampular. Lei de Courvoisier: icterícia obstrutiva + vesícula palpável ⤍ tumor periampular DIAGNÓSTICO: . >> Investigar pacientes com quadros de: · Colelitíase + icterícia · Colecistite + icterícia · Pancreatite biliar · Colangite Laboratório: Flutuante · Hiperbilirrubinemia: BD 2-5 mg/dl · Fosfatase alcalina (FA): >150 U/L · Aminotransferases: >100 U/L USG transabdominal Primeiro exame a ser solicitado. A sensibilidade para visualização dos cálculos é de 50-75% Achados: dilatação leve/moderada do colédoco (>5mm) + cálculos nas vias biliares. Quando não é possível visualizar os cálculos no colédoco, os paciente podem ser divididos em 3 grupos quanto ao risco de coledocolitíase associada à colelitíase: · Alto risco: Icterícia flutuante + acolia fecal ou colangite bacteriana aguda recorrente + colúria · Médio risco: HPP de colecistite + colangite ou pancreatite + colédoco ≥5mm à US + dois dos seguintes ⤍ hiperbilirrubinemia, ⇡FA, ⇡ transaminases · Baixo risco: Igual, mas com colédoco < 5mm · Muito baixo risco: ausência de todos acima Baixo risco + colelitíase sintomática ⤍ colecistectomia laparoscópica sem investigação para coledocolitíase. Pode-se proceder com colangiografia transoperatória ou US intraoperatória. Médio risco ⤍ Colangiorressonância Colangiorressonância Exame "contrastado" da árvore biliar. Sensibilidade > 90% + especificidade de 100% para detecção de cálculos no colédoco Colangiografia retrógrada endoscópica (CPRE) Padrão-ouro Indicado para: Paciente com diagnóstico clínico, por US ou colangiorressonância USG endoscópica Estratégia para gestante que não pode se submeter à CPRE. TRATAMENTO: . Condutas US ou colangiorressonância positivas para cálculos no colédoco ⤍ CPRE + papilotomia + colecistectomia (na mesma internação) >> Não é preciso fazer a colecistectomia em pacientes > 70 anos porque estes têm uma baixa recidiva de coledocolitíase após a retirada dos cálculos. >> A coledocolitíase deve ser tratada mesmo se assintomática (risco de complicações graves). Conduta: retirada de todos os cálculos · Diagnóstico feito antes da colecistectomia: via endoscópica (CPRE) ⤍ papilotomia ou esfincterotomia endoscópica · Diagnóstico feito durante a cirurgia: colangiografia transoperatória ou programar a papilotomia endoscópica eletiva no pós-operatório Colangio Transoperatória (durante colecistectomia) Indicações · Confirmar retirada dos cálculos pela CPRE + papilotomia (questionável) · Incapacidade de retirar cálculos pela CPRE + papilotomia ⤍ cálculo impactado na ampola · Contraindicação a CPRE · Suspeita de lesão intraoperatória da via biliar Colangio Transoperatória positiva para cálculos ⤍ extração dos cálculos · Exploração laparoscópica do colédoco: inserção do coledocoscópio ⤍ via transcística, através do ducto cístico, ou via coledocotomia, pela abertura do colédoco (deixar dreno de Kher) Papilotomia endoscópica Método não cirúrgico que consegue retirar os cálculos em 75% dos paciente. Antibioticoterapia Indicações: · Paciente com obstrução biliar + colangite · Paciente com obstrução biliar na qual já se sabe que haverá uma drenagem incompleta da via biliar após o procedimento Droga de escolha: Ciprofloxacina (400mg IV 30 min antes) >> Paciente com alto risco para infecção por enterococcus ⤍ ampicilina + sulbactam (3g IV 30 min antes) ou amoxicilina + clavulanato (1g IV 30-60 min antes) Cirurgia É obrigatória após a falha do procedimento endoscópico. Via laparoscópica (via de escolha) ou aberta (laparotomia). >> Todo paciente com suspeita de coledocolitíase, submetido à colecistectomia, deve ser submetido a uma colangiografia transoperatória durante o procedimento. >> Situações especiais para laparotomia: 1) Realização de coledocoenterostomia (derivação bilio-digestiva) ⤍ ligação do colédoco diretamente com o duodeno ou do jejuno (coledocoduodenostomia ou coledocojejunostomia em Y-de-Roux) Realizar em casos de: · Cálculo impactado na ampola + colédoco dilatado · Estenose do esfíncter de Oddi · Estenose do colédoco · Cálculos castanhos 2) Cirurgia aberta com esfincteroplastia transduodenal Realizar quando: · Cálculo impactado na ampola sem dilatação do colédoco COMPLICAÇÕES: . · Colangite bacteriana aguda ⤍ Tríade de Charcot: dor biliar + icterícia + febre com calafrios (autolimitada ou boa resposta à ATB) · Abscesso hepático piogênico · Pancreatite aguda biliar · Cirrose biliar secundária ⤍ impactação > 30 dias
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