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No Brain – No Gain [ 2 ] Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 3 ] Aliando Inteligência ao Fisiculturismo Tradução e compilação: André Díspore Cancian Contato: Ateus@ateus.net No Brain – No Gain [ 4 ] Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 5 ] Sumário Prefácio do Tradutor 7 Parte I – Esteróides: Teoria & Prática Introdução ao Planejamento de Ciclos 11 Natureza e Funcionamento dos Esteróides 25 O Guia Completo para Utilização de Testosterona 31 O Mecanismo de Ação dos Esteróides a Nível Celular 45 Uso Feminino de Esteróides 48 Perfil da Droga: Durateston 56 Perfil da Droga: Hemogenin 59 Noções & Procedimentos Básicos sobre Injeções 61 Parte II – Perda de Peso & Definição Ciclos de Definição 67 Cetose: Noções Básicas 71 Perguntas Freqüentes sobre a Dieta Cetogênica 78 Queima de Gordura Localizada: o Mito que Vende 107 DNP & Insulina: uma Mistura Perfeita 113 DNP 128 Fatos Básicos sobre DNP 133 No Brain – No Gain [ 6 ] Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 7 ] Prefácio do Tradutor Este compêndio de artigos foi criado com o intuito de promover a educação sobre o funcionamento e o uso das substâncias vinculadas à prática do fisiculturismo. É claro que, com isso, não se pretende incentivar ou mesmo fazer parecer que é possível tornar a prática isenta de riscos através da educação. Pode-se, é verdade, diminuí-los muito, mas nunca erradica-los totalmente. Riscos, como sabemos, existem em todos os lugares e em todos os tempos. Até o uso indevido de aspirina tem seus riscos. Praticamente tudo que desejamos tem seu preço, temos de correr riscos o tempo todo pela vida inteira. Já estamos cansados de toda essa demonização dos esteróides que vem sendo feita pela mídia. Esteróides são substâncias projetadas para serem utilizadas com segurança, não são venenos mortais que transformam pessoas em sacos de músculos podres por dentro do dia para a noite. Pegam-se exemplo infelizes de indivíduos sem o menor bom-senso na utilização dessas substâncias, e então tentam fazer parecer que toda e qualquer pessoa que chegar perto delas sofrerá todos os efeitos colaterais que aquele indivíduo teve. Isso é tão absurdo quanto dizer “um amigo meu tomou 50 aspirinas e morreu; então nunca tome aspirina, pois elas são muito perigosas”. Bem utilizados, os esteróides podem ser as substâncias que auxiliarão você a ter o corpo de seus sonhos sem sacrificar sua No Brain – No Gain [ 8 ] saúde, fazendo de você uma pessoa mais autoconfiante, feliz e satisfeita consigo mesma. A idéia aqui é simplesmente ajudar àqueles que já se decidiram quanto a isto; isto é, decidiram que este risco vale a pena ser corrido. É claro que esta é a questão pessoal mais importante que deve ser respondida antes de se pensar na utilização de substâncias farmacológicas. “Eu quero isto tanto assim que os riscos valem ser corridos?” Se a resposta for sim, então este livro é para você. Através dele, esperamos, será possível encontrar os modos mais seguros de alcançar seus objetivos, minimizando alguns efeitos colaterais e evitando outros. É claro que sempre se deve contar com auxílio de um profissional da área médica que supervisione e monitore a saúde em seus pormenores. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 9 ] Parte I Esteróides: Teoria & Prática No Brain – No Gain [ 10 ] Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 11 ] Introdução ao Planejamento de Ciclos Por Bill Roberts Introdução Estaremos, aqui, apenas discutindo – e não incentivando – o uso de esteróides. Assim, o dilema “usar ou não?” fica por conta de cada um. Este artigo pretende tratar de questões básicas como, por exemplo, “qual esteróide devo usar? Quais dosagens? Por quanto tempo? Pode-se utilizar mais de um tipo ao mesmo tempo?”. É importante lembrar que não existe nenhuma “fórmula geral” que se aplique a todos. A primeira coisa a ser levada em conta é “quais são os objetivos?” e talvez a segunda seja “esses objetivos são razoáveis, sensatos?”. Muito freqüentemente me deparo com pessoas que desejam ganhar enormes quantidades de massa muscular ao mesmo tempo em que perdem gordura e ainda por cima utilizando as drogas mais seguras e “brandas” possíveis. O que essas pessoas deveriam fazer é traçar objetivos que não sejam contraditórios. Neste artigo No Brain – No Gain [ 12 ] nós iremos considerar objetivos – razoáveis, é claro – e discutir modos de alcançá-los. Todas as considerações feitas aplicar-se-ão apenas a indivíduos do sexo masculino. Mulheres devem usar doses muito mais reduzidas para evitar problemas de virilização; até doses baixas podem causar engrossamento irreversível da voz, aumento piloso (também facial), etc. O uso feminino de esteróides é um caso à parte que não será tratado neste artigo. Massa muscular Consideremos o primeiro objetivo mencionado: ganho de massa muscular. Os objetivos dependerão em grande parte de quão avançado é o atleta e/ou usuário. Uma pessoa com 20kg de massa muscular além do que conseguiria desenvolver naturalmente, e que deseja acumular ainda mais, simplesmente não conseguirá qualquer resultado utilizando 500mg de testosterona. Na melhor das hipóteses essa dose o ajudará a manter a massa muscular já adquirida (em vez de perdê-la gradativamente). Tal indivíduo provavelmente não conseguirá alcançar seus objetivos usando menos de um grama de esteróides injetáveis por semana em conjunção com pelo menos 50mg/dia de algum oral. Talvez seja necessário ainda mais que isso, pois o indivíduo já superou de longe seu limite natural, e ganhar ainda mais não será fácil. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 13 ] E aquela pessoa que, após vários anos de treinamento, chegou ao seu limite genético sob condições naturais? Ela provavelmente conseguiria excelentes resultados com os mesmos 500mg de testosterona (por semana). E o indivíduo ainda distante de seus limites naturais por ser iniciante ou por ter seguido uma rotina de treinamento incorreta e ineficiente? Tal indivíduo pode alcançar ótimos ganhos sem o uso de esteróides anabolizantes; apesar de que o uso acarretará um aceleramento dos ganhos, diria que fazê-lo não é necessário nem recomendável. Quem simplesmente deseja possuir um físico atraente e valoriza muito a aparência de sua pele e cabelos seria pouco beneficiado com o uso de testosterona ou Dianabol/Hemogenin (em doses quaisquer). Os benefícios simplesmente não compensariam os prejuízos (pele: oleosidade e acne; cabelos: aceleração da perda). Seria mais sensato utilizar, neste caso, uma droga mais branda, para assim alcançar seus objetivos com um mínimo de risco à saúde e aparência. Perda de peso E o segundo objetivo, a perda de gordura? Bem, esse objetivo é diametralmente oposto ao ganho de massa muscular. Numa alimentação com ingestão restrita de calorias não se chega nem perto de ganhar quantidades iguais de músculo quanto se ganharia numa No Brain – No Gain [ 14 ] alimentação hipercalórica que permitisse, digamos, umganho de 0,5kg gordura/semana. O mais recomendável seria dividir os esforços para ganho muscular e perda de gordura em duas etapas distintas. Para quem não possui uma quantidade de músculo além do limite genético natural, o uso de esteróides não é necessário para se chegar a níveis moderados de gordura corporal (cerca de 8%). Entretanto, esteróides tornam a dieta mais fácil, rápida e eficiente; a dose necessária, neste caso, é bastante reduzida: 250mg/semana de Durateston ou 400mg/semana de Primobolan serão suficientes. Tais doses, entretanto, não serão suficientes para indivíduos que estejam bastante além de seus limites naturais; eles apresentarão um catabolismo muscular muito intenso em doses baixas. Segurança Os efeitos estrogênicos são uns dos sérios problemas relacionados à utilização de anabolizantes. A maioria dos esteróides converte-se parcialmente em estrógeno, e mesmo os que não o fazem, potencializam o efeito do já presente no organismo. Testosteronas em geral, Dianabol e Hemogenin são substâncias particularmente notórias nesse aspecto, e Deca com certeza também está sujeita a esse tipo de conversão. Primobolan, Trembolona, Oxandrolona, Winstrol e Masteron são esteróides que não se convertem em estrógeno absolutamente, o que corta o problema pela raiz. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 15 ] Os problemas manifestados por tal conversão incluem inibição da produção natural de hormônios (que não é controlado apenas pelo receptor estrogênico, assim o problema não é totalmente solucionado apenas bloqueando-se a conversão), possível ginecomastia (desenvolvimento de tecido mamário) e retenção hídrica. Outro fator relativo à segurança das drogas é a hepatotoxidade dos esteróides orais. Primobolan não tem esse problema, mas comprimidos de 5mg são inúteis a um fisiculturista masculino. Precisaria-se de pelo menos 100mg/dia para um efeito bastante modesto, sem mencionar que o custo é simplesmente proibitivo. Oxandrolona possui uma toxicidade hepática mínima, e é conhecida por induzir grandes ganhos de massa; é uma droga cara. Winstrol possui alguma toxicidade, mas não é particularmente eficiente. Nos restam, agora, Dianabol e Hemogenin. Dianabol é relativamente amena ao fígado, ao menos se não for utilizada por muitas semanas consecutivas. Hemogenin pode causar mal-estar em algumas pessoas bastante rápido. Em minha opinião, se Dianabol conseguir “dar conta do recado”, e na maioria dos casos consegue, será a melhor escolha entre as duas drogas. Planejando o ciclo Após termos definido a(s) droga(s) e doses a serem utilizadas, precisamos tratar da distribuição e organização do ciclo. No Brain – No Gain [ 16 ] Novamente, os objetivos contam muito na determinação. Se estivermos falando de um fisiculturista profissional, simplesmente é ridículo considerar a possibilidade de ele intercalar períodos de descanso do uso de esteróides, pois os outros competidores não vão. Ele ficaria para trás se decidisse parar periodicamente de usar drogas por algumas semanas a fim de permitir que seu organismo retornasse ao funcionamento normal. Já que não estamos tratando de tais extremos, será tomado como referencial um indivíduo normal, que não deseja utilizar drogas perpetuamente, mas apenas ganhar e manter quantidades razoáveis de massa muscular. Se pretendemos reter os ganhos, devemos focar nossa atenção ao fim do ciclo. A perda muscular ocorre se o sistema hormonal natural, que envolve o hipotálamo, a pituitária e os testículos, não estiver produzindo os níveis normais de testosterona quando as drogas anabólicas não estiverem mais circulando em nível significante no organismo. A inibição de cada uma dessas partes é independente uma da outra, e diferentes fatores pesam nessa inibição, mas isso é outro assunto. Os fatores que determinam a intensidade da inibição são principalmente a duração do ciclo, as drogas escolhidas, as doses e, no caso dos esteróides orais, o padrão de distribuição. De modo bem resumido, quanto mais longo o ciclo, mais difícil será a recuperação. No cálculo da duração do ciclo deve-se levar em conta a meia-vida das drogas e o tempo necessário para que Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 17 ] as doses caiam abaixo dos níveis inibitórios (da produção natural). Cada droga possui sua meia-vida característica. Algumas pessoas falam sobre o ciclo “2 semanas com e 2 semanas sem” utilizando Durateston (e então repete-se o processo quantas vezes for necessário). Elas acreditam que assim estão fazendo ciclos de duas semanas, mas devido à substancial quantidade de Durateston que permanece ativa no organismo durante as duas semanas de “descanso”, não haverá qualquer recuperação dos níveis naturais de hormônio. Por exemplo, se um indivíduo faz quatro desses ciclos consecutivamente, terá utilizado esteróides por 16 semanas, ou seja, terá provavelmente muita dificuldade para recuperar sua produção natural de testosterona. O mesmo ciclo, entretanto, é bastante eficiente se for utilizado o propionato de testosterona (em conjunção com um antiestrogênico), pois esse éster de testosterona possui uma meia- vida bem mais curta, permitindo que haja efetivamente um período de “descanso” entre os ciclos. Ciclos curtos, com intervalos de muitas semanas entre si, não são eficientes. Geralmente, os ganhos de força relevantes só se dão a partir da terceira semana, e mesmo que se tenha ganhado massa muscular durante as duas primeiras semanas, é só após a terceira que o corpo está totalmente “adaptado” para funcionar num ritmo de crescimento intenso. Infelizmente, nesses casos, o corpo apenas prepara-se para crescer, pois antes disso o usuário interrompe a utilização das drogas. Assim, não é recomendável fazer ciclos isolados com menos de quatro semanas; o mais sensato seria pelo No Brain – No Gain [ 18 ] menos cinco ou seis. Ciclos de duas ou três semanas só são uma boa idéia, na minha opinião, se forem feitos em série e com apenas um pequeno intervalo de descanso. Ciclos isolados e curtos não fazem sentido porque desperdiçam uma fase em que o corpo ganharia massa rapidamente, mas, em contrapartida, ciclos com mais de dez semanas provavelmente causarão uma recuperação difícil. Ademais, após o corpo ter crescido intensamente por várias semanas, estará menos propenso a continuar crescendo. Usar esteróides por longos períodos provavelmente resultará numa dificuldade de recuperação, ou seja, haverá maior perda muscular no fim do ciclo. Seis semanas de uso pesado e duas a quatro de uso leve são, em média, as durações mais eficientes para usuários que pretendem manter os ganhos ao máximo. Apesar de no começo do ciclo não se notar muito claramente a diferença entre os esteróides, no fim essa diferença torna-se bastante óbvia (devido a fatores que influenciam na inibição da produção natural). Se começarmos com doses altas e diminuirmos gradativamente, no fim, a recuperação (e retenção da massa adquirida) será bem melhor do que seria caso fosse feito o oposto, ou seja, começar com pouco e aumentar. Primobolan, mesmo não sendo um esteróide excepcionalmente forte por miligrama, parece possuir uma proporção bastante boa entre efeitos anabólicos/inibitórios, o que torna tal droga muito propícia para ser utilizada nas últimas semanas dos ciclos. Não é Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 19 ] muito nítido se tal mecanismo é algo inerente à Primobolan; talvez isso seja devido ao fato dela não se converter em estrógeno e, se assim for, talvez (especulando) uma dose baixa de trembolona tenha o idênticoefeito nesse aspecto. É impossível determinar com exatidão a dosagem ideal a ser utilizada para esses fins. Em alguns casos, houve resultados excelentes com um grama de Primobolan/semana. Mas doses dessa magnitude são bastante caras, sem mencionar que não é muito certo se todas pessoas se recuperariam plenamente com elas. Apenas 400mg/semana parecem ser suficientes para saturar os receptores androgênicos e garantir numa boa preservação dos ganhos. No que diz respeito aos esteróides de administração oral, utilizá-los numa dosagem diária única acarreta uma inibição muito menor que em várias pequenas doses divididas durante o dia. Não se sabe exatamente qual parte do dia é a melhor, mas utilizar a manhã não só funciona perfeitamente, mas também faz sentido, já que isso resulta numa baixa quantidade da droga no organismo exatamente nos horários em que a produção de LH e testosterona natural são mais elevadas (da noite até o começo da manhã). Assim, utilizar os esteróides orais em dose única nas últimas semanas do ciclo é uma boa idéia. Nosso objetivo como um todo não é, entretanto, apenas tentar minimizar a inibição da produção natural de hormônios. Se esse fosse o caso, a resposta simplesmente seria “não use esteróides, ou então apenas doses muito baixas”. No Brain – No Gain [ 20 ] Nas fases iniciais do ciclo a inibição deve simplesmente ser aceita como o preço a ser pago para se conseguir ganhos consideráveis. A inibição em si mesma não tem qualquer relação com o ganho de massa; na verdade, ela é apenas mediada pelo receptor androgênico, e assim sendo, altos níveis de andrógenos no corpo causarão necessariamente a inibição. E já que neste caso ela irá ocorrer inevitavelmente, então devemos apenas nos preocupar em ganhar o máximo de massa muscular possível. Não há justificativa para meios-termos aqui. Ou você está em fase de ganho de massa (ignorando os fatores que causam inibição), ou então, após essa fase, está se preocupando em mantê-los (levando em conta tais fatores). No início do ciclo as propriedades inibitórias dos esteróides têm importância muito mais reduzida que suas propriedades anabólicas. São dois os anabolizantes que reinam supremos: testosterona e trembolona (que é encontrada na Parabolan ou preparados ilegais de Finaplix). Esses dois esteróides parecem ser mais eficientes no ganho de massa muscular que quaisquer outros injetáveis. Ambos podem vir a ser usados em conjunto, pois é improvável que alguém consiga financiar ou obter grandes quantidades de parabolan; então parece sensato adicionar testosterona à mistura, e talvez até haja uma sinergia entre essas drogas. A combinação trembolona/Dianabol também gera resultados excelentes. Anabolizantes orais têm benefícios à parte não porque se ligam a receptores diferentes (pois existe apenas um tipo), mas Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 21 ] provavelmente por terem ação direta no fígado, o que influencia vários fatores de crescimento. Sobre outros injetáveis Não vejo sentido em usar esteróides fracos como Deca ou Primobolan na fase pesada do ciclo. Provavelmente não vão causar problema algum, pois uma vez ligados ao receptor, vão induzir o mesmo efeito que a testosterona, mas na fase pesada simplesmente já há droga suficiente para saturar todos os receptores. Ou seja, não haverá qualquer benefício relevante em utilizar esteróides fracos; sem mencionar que tais esteróides costumam ter um preço bastante elevado. Há apenas um mínimo benefício não relacionado aos receptores androgênicos induzido por essas drogas; elas também não amenizam os efeitos colaterais dos esteróides mais pesados. Então não há qualquer sentido em usá-las para tentar potencializar o ganho de massa muscular. Os efeitos colaterais relacionados ao uso da testosterona são o porquê de muitas pessoas interessarem-se em drogas mais fracas, como Deca. Entretanto, utilizando testosterona em conjunto com um inibidor de aromatização (ex. Cytadren) e um antagonista do receptor estrogênico (ex. Clomid a 50-100mg/dia), ela torna-se comparável à Deca em termos de efeitos colaterais/eficiência. No Brain – No Gain [ 22 ] Alguns relatam que a utilização de Proscar (Finasterida) minimiza os efeitos da testosterona em relação à pele (oleosidade e acne) e ao cabelo (aceleração da perda). Argumentar que reduzir a conversão da testosterona em DHT diminui o crescimento muscular pode ter algum fundamento. Isso pode ser verdade devido à perda de DHT influenciar na atividade do tecido nervoso, ou porque prejudica outros fatores (não relacionados ao receptor androgênico) mediados pelo androstanediol, um metabólito do DHT, ou algum outro efeito indireto que acaba influenciando os músculos. O DHT em si mesmo não é muito anabólico ao tecido muscular. Se um indivíduo decidir utilizar Proscar para minimizar os riscos de perda capilar, sugiro que seja feito uso tópico (aplicação direta no couro cabeludo). Mas, se usado oralmente, recomenda-se que, ao menos, não se exceda a dose farmacológica. Recuperação Há um efeito colateral inevitável: se alguém utilizar doses elevadas de testosterona e/ou trembolona por meses, no fim do ciclo ocorrerão perdas musculares devido à dificuldade para retornar ao estado natural. A produção de LH estará muito baixa, e por ter estado assim por algum tempo, normalmente a pituitária leva um tempo considerável até estar apta a funcionar em níveis normais. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 23 ] Durante o ciclo também é provável que ocorra atrofia testicular, apesar de que isso pode ser evitado usando HCG. Devido aos típicos problemas de recuperação, é sensato limitar a fase pesada a 5-8 semanas, e então utilizar algum esteróide leve (ex. Primobolan) para terminar o ciclo. Em média se começa a fase “leve” duas semanas após a última injeção das drogas pesadas, mas isso pode variar em função da meia-vida do éster em questão. Nessa fase, a administração dos esteróides orais deve ser feita em dose única (como explicado acima). Se ésteres de longa duração estiverem sendo usados – durante a fase de crescimento –, então quantidades significantes ainda existirão no organismo 2 a 3 semanas após a última injeção, e assim não há qualquer sentido em começar a utilizar os esteróides mais fracos antes disso. Após essas 2-3 semanas, se não houver Primobolan disponível no mercado, pode-se também utilizar esteróides orais no esquema “dose única”, e uma quantidade bastante reduzida de testosterona (100mg/semana) com um antiestrogênico. Nesses casos, ser “meio-termo” não é uma boa idéia. Há um ponto onde não há anabolizante suficiente para propiciar efeitos anabólicos, mas mesmo assim ainda induz inibição da produção natural. Não se deve permanecer nesse meio-termo, mas ir direto à fase “leve”, onde se utiliza doses muito baixas ou então drogas pouco inibitórias a fim de permitir a reestabilização hormonal do corpo. No Brain – No Gain [ 24 ] Clomid deve ser utilizado continuamente até que o usuário tenha certeza de que sua produção natural de testosterona voltou ao normal. Conclusão Infelizmente, não há uma resposta que abarque todos os casos. Diferentes usuários têm diferentes objetivos. A informação acima serve para apenas para dar uma base a fisiculturistas que desejam possuir e manter ganhos substanciais (e não usar esteróides continuamente). Indivíduos que desejam resultados mais moderados ou extremos precisam ajustar o planejamento de acordo.Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 25 ] Natureza e Funcionamento dos Esteróides Por Sanjac Este artigo tentará explicar o que são e como funcionam os esteróides. A intenção será proporcionar uma noção geral, e não descrições detalhadas. Tipos de Esteróides Esteróides anabolizantes podem ser grosseiramente classificados em dois tipos: orais e injetáveis. Quando um indivíduo se alimenta ou consome algo por via oral, a grande maioria das substâncias ingeridas passa através do fígado antes de entrar na corrente sanguínea. Por esse motivo, os esteróides injetáveis não podem ser administrados por via oral, pois na primeira vez em que passam pelo fígado são “desativados”. A desativação feita pelo fígado geralmente consiste na adição de um ou mais grupos hidroxila (OH) para aumentar a solubilidade da molécula em água, facilitando o processo de excreção através da urina. No Brain – No Gain [ 26 ] Esteróides Orais Esteróides orais são uma versão modificada dos injetáveis; essa alteração tem como finalidade tornar mais difícil ao fígado “desativar” tais moléculas. Essa modificação consiste quase sempre na adição de um grupo metila à estrutura molecular do esteróide. O fígado ainda é capaz de “desativar” a molécula, mas não tão facilmente quanto uma não-modificada. Assim, esteróides orais fazem vários ciclos pela corrente sanguínea até serem finalmente excretados, sendo que maioria acaba sendo eliminada mesmo sem sofrer qualquer alteração química. Esteróides Injetáveis Esteróides injetáveis são totalmente “desativados” numa única passagem pelo fígado. Mas então por que funcionam? A resposta está na palavra “depot” (depósito). Esse “reservatório” é o que permite a liberação gradual do esteróide na corrente sanguínea. Enquanto o esteróide está sendo “desativado” pelo fígado, mais está sendo liberado pelo “reservatório”. Há vários métodos para criar o “efeito reservatório”. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 27 ] Suspensão O primeiro consiste em utilizar testosterona pura (um sólido cristalino) em suspensão aquosa. A testosterona possui um pequeno grau de solubilidade, e assim seus cristais vão dissolvendo-se lentamente no tecido em que foram injetados. A substância dissolvida difunde-se pelo corpo através da corrente sangüínea. No caso da testosterona em suspensão, o “reservatório” é o próprio local da injeção. Os cristais ficam retidos no tecido, e isso costuma causar dor no local da aplicação. A testosterona dissolve-se numa taxa relativamente constate, durando alguns dias no corpo. A suspensão de Winstrol (Stanozol) funciona de maneira bastante semelhante. Ésteres Outro modo de conseguir o “efeito depósito” é utilizar ésteres de testosterona (uma versão modificada, tornada insolúvel em água) que possam ser reconvertidos, no corpo, novamente em testosterona que, por sua vez, possui um certo grau de solubilidade. Comumente a testosterona é transformada em um éster através da adição de um ácido orgânico à sua estrutura, tornando-a solúvel em óleo, mas muito pouco em água. Os ácidos orgânicos mais utilizados são o acetato (C2), propionato (C3), enhanato (C7) e decanoato (C10). Quanto maior a cadeia carbônica do ácido, maior a solubilidade do éster em óleo e maior o tempo necessário para que o éster converta- se novamente em testosterona. No Brain – No Gain [ 28 ] Há uma crença generalizada de que os ésteres de base oleosa ficam retidos no local da aplicação. Isso não é verdade. A noção de reservatório aqui é meramente metafórica (só pode ser utilizada no sentido de a substância liberar lentamente o esteróide contido no éster), pois a substância injetada na verdade dispersa-se pelo corpo após a injeção. O caso é que se a aplicação for feita num ambiente contaminado, o corpo tentará “englobar” o material contaminante, o que causa a formação de um abscesso. Nesses casos tem-se a impressão de que o esteróide permaneceu no local da aplicação, entretanto, num ambiente estéril, a solução oleosa irá dispersar-se. Injetar grandes quantidades e/ou muito freqüentemente num único local não é a verdadeira causa dos abscessos. Ativação do Receptor Androgênico Uma vez que a molécula de esteróide chega à célula, difunde- se dentro dela (a difusão pode ocorrer com ou sem as globulinas transportadoras). Tendo o esteróide chegado ao interior da célula, liga-se ao receptor androgênico, ativando-o; então o conjunto receptor-esteróide dirige-se ao núcleo. Dois desses conjuntos unem- se para formar o “elemento de resposta androgênica”. O sistema “(esteróide+receptor)+(esteróide+receptor)” interage com o DNA no núcleo da célula, intensificando a transcrição de certos genes. Enquanto o sistema estiver intacto (a perda de qualquer elemento implica sua total desativação), ele acelera a transcrição dos genes. Os esteróides, entretanto, ficam num estado de fluxo permanente, Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 29 ] conectando-se e desconectando-se dos receptores (e também das globulinas de transporte). Assim, o sistema pode desativar-se simplesmente pela perda de uma das moléculas de esteróide ligadas aos receptores. Isso explica porque um grama/semana de testosterona é mais eficiente que 500mg, apesar de que meio grama parece ser suficiente para saturar todos os receptores do corpo. Quanto maior a concentração de esteróides no sangue, maior a chance de os receptores estarem ocupados, e assim os sistemas estarão ativos mais freqüentemente. Outras ações A ativação do receptor androgênico é um mecanismo chave na ação dos esteróides, mas esse mecanismo em si não explica as diferenças entre os esteróides (por exemplo, nandrolona (Deca) é mais eficiente que testosterona na ativação dos receptores, mas não é tão boa quanto no ganho de massa). Outras ações envolvem o sistema nervoso central, como a ativação motora (coordenação muscular) e o temperamento (por exemplo, agressividade). O mecanismo pelo qual os esteróides manifestam tais efeitos não é atualmente conhecido. No fígado, alguns tipos de esteróide induzem a liberação de certos “Fatores de Crescimento”. As diferentes características dos esteróides explicam por que usar duas drogas diferentes No Brain – No Gain [ 30 ] freqüentemente gera resultados mais satisfatórios que utilizar apenas uma. Excreção dos Esteróides O fígado é o principal órgão encarregado de “desativar” os esteróides; muda-se nele a estrutura química do esteróide para torná- lo mais solúvel em água a fim de excretá-lo pelos rins, apesar de que uma boa quantidade do esteróide é excretada sem qualquer alteração. Muitos indivíduos da comunidade médica acreditavam que os esteróides causavam danos ao fígado devido às elevadas quantidades de certas enzimas associadas ao seu uso. Tais enzimas também são encontradas em pacientes com danos hepáticos causados por outros motivos, e então concluíram, a partir disso, que o esteróide era causa danos. Pesquisas recentes, entretanto, mostraram que a enzima causadora de danos permanece inalterada quando alguns tipos de esteróide são usados; a afirmação de que esteróides danificam o fígado tornou-se questionável (esteróides orais alterados quimicamente pela adição de um grupo metila realmente podem vir a causar danos hepáticos, mas são casos raros, e tal dano é totalmente reversível). O mesmo processo foi utilizado para tentar justificar danos aos rins, mas isso também é improvável. Não se deve utilizar esteróides sem a supervisão de um profissional da área médica! Aliando Inteligência ao Fisiculturismo[ 31 ] O Guia Completo para Utilização de Testosterona Por Micro Se fosse feita uma votação entre usuários de esteróides para eleger a melhor das drogas, não há qualquer dúvida: a testosterona reinaria suprema. Ela é, de longe, o composto mais eficiente para se acumular grandes quantidades de músculo em curtos períodos de tempo. O limite “genético” natural torna-se irrisório frente aos enormes ganhos de massa muscular que a testosterona possibilita. Infelizmente, também há sérios efeitos colaterais associados ao uso dessa droga, mas a boa notícia é que todos podem ser prevenidos ou controlados. Há tantos mitos a serem desmascarados sobre a testosterona que foram necessários dois meses para que tomasse coragem de escrever este artigo. Todas as vezes em que pensava em iniciar a redação, vinha-me a pesada e frustrante consciência de toda a paranóia que a mídia criou em torno do uso de esteróides. Então continuava adiando e adiando a criação deste texto, mas finalmente decidi que o tempo gasto valeria a pena, pois estaria ajudando a No Brain – No Gain [ 32 ] educar muitas pessoas com a mente aberta. Aos ignorantes, é apenas isto o que tenho a dizer: suas críticas e elogios eu dispenso. Acredito que os mitos mais daninhos associados aos esteróides são os seguintes: “O uso de testosterona induz ataques de fúria e agressividade”. Não sei como tal mentira surgiu, mas acredito que talvez esteja relacionada aos jogadores de futebol americano, nos quais foi inculcado que a violência descontrolada é algo positivo. Sabe-se que a testosterona influencia os níveis de endorfina; e todas as pessoas conhecidas minhas que a utilizaram relataram que ela normalmente gera um sentimento de bem-estar. E ainda mais, afirmo, por experiência própria, que isso é verdade. Não existe essa “agressividade” induzida pelos esteróides, isso é mito! Mas obviamente, se há um lado estúpido e violento escondido dentro de alguém, a testosterona pode acabar trazendo-o à tona. Isso não equivale, entretanto, a dizer que eles transformam pessoas normais em psicopatas enfurecidos e descontrolados. “Esteróides fazem o pênis encolher”. Isso é alguma piada? Eu acharia que sim se não fosse pelas inúmeras pessoas que dizem isso com seriedade. De onde se pode tirar a absurda idéia de que esteróides diminuem o pênis? Acho impossível conceber qualquer mecanismo através do qual possam causar tal efeito. Provavelmente esse mito nasceu de mais um equívoco. O que testosterona causa é a atrofia testicular (com conseqüente redução de seu volume), mas isso pode ser totalmente evitado por qualquer indivíduo que tenha meia Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 33 ] dúzia de neurônios (funcionado). A prevenção da atrofia testicular será discutida em detalhes mais adiante neste artigo. Testosterona, se utilizada apropriadamente, pode gerar resultados fascinantes. Um indivíduo, em seu primeiro ciclo (de três meses), ganha em média 15-25kg. Após o término do uso de esteróides, provavelmente perderá 5-7,5kg – que eram essencialmente água retida –, mas manterá toda a massa muscular. Assim, afirmar que “todos os ganhos serão perdidos no fim do ciclo” é uma falsidade. Claro que se um indivíduo permitir a atrofia testicular e cessar o uso de testosterona repentinamente, sem uma diminuição gradual, perderá muito da massa que obteve. Mas a lição a ser tirada disso é a mesma: qualquer indivíduo propriamente educado sobre a utilização de testosterona será capaz de ganhar – e manter – enormes volumes de massa muscular, sofrendo apenas uma quantidade mínima de efeitos colaterais. Para saber se a testosterona é o esteróide certo para você, faça a pergunta “quais são meus objetivos?”. Se a resposta estiver relacionada à perda de gordura, sem qualquer ligação com ganho muscular, então testosterona não é o que você procura. Essa droga é apenas recomendável para quem deseja obter o máximo possível de força e hipertrofia muscular. (O meio-termo, ou seja, a utilização de testosterona em ciclos de definição, será discutido em outro artigo). Após ter certeza de que essa droga é a que você procura, o próximo passo é escolher qual a versão mais apropriada para seus fins. Quase nunca se encontra testosterona pura; a maior parte das No Brain – No Gain [ 34 ] variantes consiste numa molécula de testosterona ligada a um ácido orgânico (tais substâncias são denominadas “ésteres de testosterona”). O intuito dessa alteração química é fazer com que o esteróide seja liberado de forma gradual. Existem vários tipos de testosterona para se escolher. Propionato de testosterona manifesta seus efeitos no organismo em 2-3 dias. A testosterona em suspensão (pura, em solução aquosa) manifesta-se em apenas um dia. Enhanato de testosterona leva aproximadamente 10 dias. Durateston (uma mistura de quatro ésteres diferentes) permanece ativa no corpo por até quatro semanas. Uma regra geral é “quanto mais rápida a ação do esteróide, mais efeitos colaterais”. Nosso objetivo aqui é encontrar uma testosterona que não entre em funcionamento muito rapidamente, pois isso acarreta altas porcentagens de conversão em estrógeno e DHT. Entretanto, ésteres que permanecem ativos por muito tempo tornam difícil calcular a quantidade da substância no corpo. Pessoalmente, sugiro o enhanato de testosterona. O próximo passo é decidir quais doses serão utilizadas. Para um iniciante, sugiro 500mg/semana. Abaixo está o exemplo de um bom ciclo. Semanas 1 a 10: 500mg/semana Semana 11: 300mg/semana Semana 12: 200mg/semana Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 35 ] Se o ciclo realmente resumir-se a isso, provavelmente haverá efeitos colaterais resultantes dos dois caminhos que a testosterona pode tomar no organismo: Ser convertida em DHT. Apesar dele possuir efeitos benéficos ao ganho de massa, também é altamente androgênico. DHT é, em grande parte, o causador dos dois piores efeitos colaterais dos esteróides: calvície e aumento da próstata (hiperplasia prostática). O porquê de querermos evitar a calvície dispensa explicações. O DHT liga-se ao folículo capilar, causando inflamação, o que deixa o cabelo sem oxigênio e, com isso, obviamente, ele morre. O crescimento prostático causado pelo DHT também deve ser evitado. Além de esse aumento causar uma freqüente necessidade de urinar, também eleva dramaticamente as chances de câncer na próstata. Como se evita isso? Usando finasterida (comercialmente vendida sob o nome de Proscar). Tal composto mostrou-se muito eficiente inibindo a conversão de testosterona em DHT. Pesquisas concluíram que a substância é altamente eficaz no tratamento e prevenção da calvície e aumento da próstata. Sugiro que se utilize entre 1 a 1.25mg/dia para cada 500mg de testosterona. O uso prolongado não resulta em efeitos adversos na maioria dos aspectos. (Referencias 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10) Também recomendo o uso do shampoo Nizoral. Pesquisas concluíram que ele pode prevenir calvície. Recomendo a versão tópica (shampoo) porque ela possui preço bastante reduzido. Não há No Brain – No Gain [ 36 ] efeitos adversos relacionados à sua utilização, senão um possível ressecamento do cabelo. Sofrer aromatização, ou seja, converter-se em estrógeno. Essa substância pode vir a causar o desenvolvimento irreversível de tecido mamário, conhecido tecnicamente como ginecomastia. Apesar de não causar nenhum mal e comumente ser bastante pequena, acaba gerando muita angústia no usuário por questões estéticas. O estrógeno também aumenta a retenção hídrica e a taxa de acúmulo de gordura. Felizmente,evitar tais efeitos é muito fácil. Apenas deve-se utilizar um antiaromatizante (substância que impede a conversão de testosterona em estrógeno). Anastrozol (comercialmente encontrado em comprimidos de 1mg sob o nome de Arimidex) é o número um da lista. Sugiro doses entre 0.125 e 0.25mg/dia para cada 500mg de testosterona. Para facilitar o processo de divisão dos comprimidos, também se pode utilizar 0.25 ou 0.5mg a cada dois dias. Inúmeras pesquisas mostraram que anastrozol suprime até 90% da conversão de testosterona em estrógeno. A substância também se comprovou extremamente segura mesmo quando utilizada por longos períodos de tempo. (Referências 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20) Outro efeito colateral da testosterona é a atrofia testicular. O corpo, após detectar um excesso de testosterona, reage cessando a produção natural. Isso tem como conseqüência o encolhimento dos testículos e a oligospermia (diminuição da quantidade de espermatozóides). A substância chamada Clomifeno (comercialmente encontrada sob o nome Clomid) pode evitar tais Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 37 ] efeitos indesejáveis estimulando o corpo continuar normalmente sua produção de testosterona. A atrofia, apesar de ser totalmente reversível, deve ser evitada porque a reestabilização da produção natural leva até um mês, e nesse meio tempo seu corpo possuirá quantidades ínfimas de testosterona, o que provavelmente resultará num intenso catabolismo muscular. A dose a ser utilizada é de 25mg/dia para cada 500mg de testosterona. Clomid, segundo inúmeros estudos laboratoriais e médicos, é muito seguro. (Referências 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32) Testosterona também aumenta a taxa de colesterol, e é por isso que se deve controlar a dieta nesse aspecto. Muitas vezes ouve-se sobre indivíduos que sofreram ataques cardíacos durante ciclos de esteróides porque se recusaram a cortar o colesterol de sua alimentação. É recomendável fazer exames sangüíneos durante o primeiro ciclo para saber qual é a influência da testosterona sobre seus níveis de colesterol. Pessoalmente, o meu subiu de 170 para 200 durante o ciclo (sem qualquer alteração na dieta); ou seja, ela não me afeta muito nesse sentido. Mas cada um é cada um; caso você seja suscetível a tais efeitos da testosterona, simplesmente ajuste sua dieta. As glândulas sebáceas localizadas na pele também são influenciadas; a principal função delas é produzir óleo. A testosterona aumenta essas glândulas, causando uma produção excessiva, o que resulta no aparecimento de acne (principalmente nas costas e peito). Tal efeito também é facilmente remediado. A primeira medida é passar a tomar dois banhos diariamente. Para No Brain – No Gain [ 38 ] quem mora no litoral recomenda-se, uma ou duas vezes por semana, um banho de mar. Para os que moram no interior, deve-se tomar, também na mesma freqüência, banhos com sulfato de magnésio (2 copos) e alvejante (entre 0.5/1 copo). Abaixo está a versão completa (com a adição dos suplementos recomendados) do ciclo para iniciantes mencionado acima. Semanas 1 a 10: 500mg Testosterona/semana 1.25mg Proscar/dia 0.125mg Arimidex/dia 25mg Clomid/dia 320mg Saw Palmetto (Serenao Repens) Semana 11: 300mg Testosterona/semana 1.25mg Proscar/dia 0.125mg Arimidex/dia 25mg Clomid/dia 320mg Saw Palmetto (Serenao Repens) Semana 12: 200mg Testosterona/semana 1.25mg Proscar/dia 0.125mg Arimidex/dia 50mg Clomid/dia 320mg Saw Palmetto (Serenao Repens) Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 39 ] Semana 13: 1.25mg Proscar/dia 0.125mg Arimidex/dia 100mg Clomid/dia Semana 14: 1.25mg Proscar/dia 0.83 mg Arimidex/dia (ou 0.25 a cada três dias) 50mg Clomid/dia A maioria das pessoas não sabe muito bem como deve se alimentar ou treinar durante os ciclos. Para facilitar o ganho de massa, é altamente recomendável um aumento de 2000 calorias na alimentação. A quantidade diária de proteínas deve seguir a proporção de 3/4 gramas/Kg de massa magra. O treinamento deve ser essencialmente o mesmo, talvez adicionando duas séries a mais por músculo. O sono é outro fator importante; deve-se dormir pelo menos 8 horas. Comendo, treinando e dormindo corretamente, pode-se esperar ganhos entre 10-20kg. Entre eles, 2.5 a 5kg serão água; então não se preocupe quando, no fim do ciclo, ela começar a ser eliminada, pois a massa muscular certamente permanecerá. Em média, apenas um décimo do peso acumulado é água (se arimidex não for utilizado a retenção será muito maior). No Brain – No Gain [ 40 ] Para finalizar, o tempo de intervalo recomendado entre ciclos equivale à duração dele mesmo; ou seja, após um ciclo de 12 semanas, deve-se esperar outras 12 antes de retomar a utilização de esteróides. Referências 1) Drake L, et al. “The effects of finasteride on scalp skin and serum androgen levels in men with androgenetic alopecia.” J Am Acad Dermatol 1999 Oct;41(4):550-4. 2) Ekman P. “Finasteride in the treatment of benign prostatic hypertrophy: an update. 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Um receptor do lado de fora da célula muscular trará o conjunto globulina/esteróide para dentro dela (esse processo aumenta o metabolismo da célula, mas não é o efeito principal dos esteróides). A molécula também pode encontrar-se sozinha na corrente sangüínea, não ligada a nenhuma globulina. Neste caso, também pode vir a difundir-se através da membrana celular, num processo que lembra água passando por um papel. Dentro da célula, a molécula de EA (esteróide anabolizante) liga-se à ao RA (receptor androgênico) (que está dentro da célula, não em sua membrana). O receptor é uma molécula muito grande, formada por cerca de mil aminoácidos. Ou seja, é muito maior que a molécula de EA. Quando o RA liga-se a uma molécula de EA, ele ativa-se. No Brain – No Gain [ 46 ] Pense no RA como sendo uma máquina que possui um botão “liga-desliga”. Se o RA possuir uma molécula de EA acoplada a ele, estará “ativado”, sem nenhuma molécula, estará “desativado”. Não há um “meio termo” que faria com que o EA produzisse um efeito brando, não existe uma “meia ativação” (isso não quer dizer que diferentes esteróides não têm efeitos diferentes. Eles têm, mas por outros motivos). O RA geralmente permanece ativado apenas por algumas horas. Após o esteróide ter deixado o receptor (eles estão conectando e desconectando-se continuamente), este retorna ao seu estado original, pronto para ser novamente “ativado”. Após a molécula de esteróide ter-se conectado ao receptor, ele agora se dirige ao núcleo da célula e forma um dímero (dupla) com outro receptor ativado. O dímero liga-se a certas partes do DNA, intensificando a transcrição de genes específicos (produzindo RNA- m). Esse é um mecanismo que o corpo usa para ativar genes seletivamente. Neste caso, apenas os genes associados às funções androgênicas são ativados ou têm sua atividade intensificada. O Rna- m carrega a informação de que a célula precisa para produzir proteínas específicas. Actina e miosina são os principais componentes dos músculos, e são exemplos de proteínas; tais proteínas são produzidas, em última instância, como conseqüência da produção de RNA-m (há outros processos intermediários entre o RNA-m e a síntese da proteína, mas não são de grande importância). Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 47 ] Finalmente, nosso objetivo: proteínas. No final, o papel dos esteróides é apenas induzir um aumento na produção de certas proteínas, ajudando o usuário a ganhar volume. Cada receptor “ativado” por uma molécula de esteróide corresponde a uma molécula de proteína produzida? Não. Mesmo que o receptor esteja ativado, isso não significa que terá sucesso ligando-se ao DNA. A quantidade de moléculas de RNA-m produzidas é que, geralmente, corresponde à quantidade de proteínas sintetizadas. No Brain – No Gain [ 48 ] Uso Feminino de Esteróides Por Growth Factor Muitas pessoas possuem fortes convicções contra o uso de esteróides por mulheres. O equívoco mais comum envolve a idéia de que eles transformarão a mulher em “um monte de músculo com uma vagina”. Apesar de que em alguns casos isso é verdade, o fato mais significante continua sendo que esteróides podem ser muito benéficos às mulheres. Certamente, injetando testosterona em uma mulher, ela vai eventualmente manifestar características fortemente masculinas. De fato, provavelmente isso ocorrerá com a maioria dos esteróides. Alguns efeitos colaterais podem incluir o engrossamento da voz, desenvolvimento de pelos faciais e corporais e aumento clitoridiano. Alguns esportes, como o fisiculturismo feminino, encorajam suas participantes a desenvolver quantidades inaturais de músculo e, nesta busca pelo êxito, algumas mulheres fazem o sacrifício derradeiro em detrimento de sua própria feminilidade. Daí provavelmente nasce a maioria dos equívocos. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 49 ] Também há o fator moral. É lícito lançar mão de substâncias “estrangeiras” para alcançar um corpo belo e magro? Acredito que seja. Afinal de contas, não são E/C/A(1), suplementos protéicos e afins, substâncias “estrangeiras”? Alguém poderia argumentar que a extensão dos danos causados pelos esteróides é muito maior. Isso é verdade se os esteróides forem usados incorretamente, mas se uma usuária feminina de esteróides é corretamente guiada, não há risco em absoluto. Há muitas outras coisas que me incomodam na reprovação da sociedade em relação ao uso feminino de esteróides. Muitos alegam que ter um bom corpo é um motivo extremamente superficial. Discordo categoricamente. Você preferiria que uma mulher continuasse a viver se sentindo mal e envergonhada em relação aoseu corpo? Possivelmente até ter de terminar com seu parceiro por não se julgar merecedora? Eu acho que não. Explique-me por que é socialmente aceitável usar pílulas para controle de natalidade que, diga-se de passagem, são feitas de esteróides, para poder fazer sexo frívolo? Por que é aceitável a uma mulher que “se sente como um homem” seguir o procedimento para a mudança de sexo? Digo “procedimento” porque, ao contrário das mudanças do tipo “homem-mulher”, não há mutilação genital envolvida no processo. Quando uma mulher deseja mudar de sexo, simplesmente são prescritas a ela grandes quantidades de testosterona. Sim, você leu corretamente, testosterona, ou seja, esteróide. Então por que está correto usar esteróides para ter relações sexuais frívolas e possuir uma aparência mais masculina, enquanto é errado usá-los numa tentativa de perder peso e ser saudável? Nossa No Brain – No Gain [ 50 ] sociedade abunda em contradições. Algumas vezes me sinto enojado pela sua hipocrisia. Estou aqui para prestar esclarecimentos sobre um assunto bastante impertinente: como usar esteróides corretamente. Estou aqui para ensinar como se usa esteróides sem perder qualquer feminilidade. Estou aqui também para dizer que, se usados corretamente, não vão lhe machucar. Se usados corretamente, não vão tornar sua aparência masculina. Se usados corretamente, não representam qualquer risco à saúde. Primeiramente precisamos definir nossos objetivos. Se ele for ganhar o máximo de músculo possível, sem qualquer consideração quanto à preservação de suas qualidades femininas, faça-me um favor e vá se informar em outro lugar, pois este artigo não é para você. Mas se seu objetivo é perder gordura e talvez enrijecer seu corpo, continuando tão feminina quanto possível, por favor, continue a leitura. Primariamente vou tratar do assunto da perda de gordura. Não há sentido em desenvolver seus músculos e possuir um corpo rijo se há uma camada de gordura escondendo-os. Logo, provavelmente será mais vantajoso perder a gordura antes de direcionarmo-nos ao ganho muscular. São três as drogas mais utilizadas atualmente: T3 (hormônio tireóideo), Clenbuterol e DNP. Realmente sugiro evitar o uso de DNP. Não apenas porque é potencialmente letal, mas também pode danificar seus óvulos, destruindo suas possibilidades de gerar bebês Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 51 ] normais. Devido aos perigos envolvidos no uso de DNP (que são maiores para mulheres), não vou tratar dele neste artigo. A combinação T3 + Clenbuterol foi responsável pela mudança muitos corpos. T3 é comumente utilizado no campo médico para tratar indivíduos obesos. Wolman SI e cia fez um experimento com pacientes obesos, dando-lhes 20mcg de T3 três vezes ao dia. A pesquisa mostrou um significante aumento na perda de peso sem qualquer efeito colateral aparente. T3 é altamente eficiente e, se usado corretamente, seguro. Entretanto, doses de 150mcg e acima aumentam significantemente a chance de fechamento (supressão permanente) da tireóide. Logo, recomendo que não se exceda 100mcg/dia e que apenas sejam feitos ciclos de, no máximo, duas semanas. Clenbuterol é uma droga que se tornou popular recentemente, e isso se deve principalmente às suas propriedades anabólicas e redutoras de gordura subcutânea. Normalmente é prescrito como broncodilatador, mas não foi aprovado para uso neste país. Clenbuterol realmente potencializa a retenção de massa magra e retarda o ganho de gordura. É comercialmente encontrado na forma de comprimidos de 0.02mcg. Muitos atletas usam de 5 a 8 por dia. Mulheres costumam usar de 4 a 6. Assim como T3, Clenbuterol não deve ser usado por mais de 2 semanas e suas doses devem ser divididas durante o dia. No Brain – No Gain [ 52 ] Usando T3 e Clenbuterol você verá sua gordura “derreter-se”, mas apenas se usar a dieta e rotina de exercícios corretas. Sugiro a Bodyopus(2) e um exercício aeróbico matinal. O seu ciclo para perda de gordura deverá assemelhar-se a isto: Dia 1: 2 comprimidos de Clenbuterol e 25mcg de T3 Dia 2: 3 comprimidos de Clenbuterol e 50mcg de T3 Dias 3 a 10: 4 comprimidos de Clenbuterol e 75mcg de T3 Dias 11 e 12: 3 comprimidos de Clenbuterol e 50mcg de T3 Dias 13 e 14: 2 comprimidos de Clenbuterol e 25mcg de T3 Dias 15 ao 28: Descanso Chegando ao dia 28, pode-se começar novamente e repetir quantas vezes forem necessárias para alcançar seu objetivo. Lembrando sempre que você deve seguir uma boa dieta e fazer muito exercício aeróbico. Perdida a gordura, será a hora de concentrar-se na musculatura. É neste momento em que os esteróides entram no jogo. Você precisará encontrar um que não possua efeitos virilizantes para que sua feminilidade se mantenha. A escolha da droga correta é parte essencial. Todos sabemos que testosterona está completamente fora de questão. Em estudos com quatro cantoras que se submeteram a terapias hormonais, foi notada extrema virilização como conseqüência do uso de testosterona e/ou nandrolona. Decanoato de nandrolona (conhecida também como Deca) tem efeitos virilizantes Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 53 ] elevadíssimos. Em experimentos conduzidos com mulheres, foram administrados 50mg de Deca a cada 3-4 semanas. Mesmo nessas doses inacreditavelmente baixas, 50% das pacientes perceberam sinais de virilização. Em 1980, a Heinonen and company fez uma experiência envolvendo 98 mulheres. Todas entre elas que receberam suplementação de decanoato de nandrolona sofreram os efeitos colaterais da virilização. Assim, recomendo fortemente que se evite tanto testosterona quanto Deca. Então qual esteróide pode ser usado com segurança? Primobolan depot (enhanato de metenolona(3)) é conhecido como um esteróide extremamente seguro neste sentido. Num experimento com 43 mulheres, 200mg de Primobolan foram administrados semanalmente. Noutro, a quantidade de mulheres foi 66. Em ambos experimentos o esteróide foi bem tolerado. Mas de início recomendo que a doses não ultrapassem 100mg/semana. Comece com 50mg por duas semanas. Se não houver virilização, sugiro o aumento da dose para 100mg por mais oito semanas. Depois reduza a dose novamente a 50mg por mais duas semanas para ajudar na conservação de seus ganhos. A maioria conseguirá obter cerca de 2,5-5kg de massa muscular durante esse ciclo. Aumento do desejo sexual e orgasmos mais rápidos são os efeitos colaterais mais comuns. Poucas desenvolvem acne e oleosidade cutânea durante o uso de Primobolan depot, mas, de qualquer forma, em caso positivo, técnicas para evitar o aumento da acne já foram discutidas em meu último artigo: O Guia Completo para Utilização de Testosterona. No Brain – No Gain [ 54 ] Seu ciclo deverá ser algo parecido com isto: Semanas 1 e 2: 50mg de Primobolan depot + 3-4 comprimidos de Clenbuterol/dia Semanas 3 e 4: 100mg de Primobolan depot Semanas 5 e 6: 100mg de Primobolan depot + 3-4 compr. de Clenbuterol/dia Semanas 7 e 8: 100mg de Primobolan depot Semanas 9 e 10: 100mg de Primobolan depot + 3-4 compr. de Clenbuterol/dia Semanas 11 e 12: 50mg de Primobolan depot Durante o ciclo a alimentação deve ser equivalente a 110% / 120% do normal. Recomenda-se um descanso de aproximadamente 6-8 semanas antes de recomeçar. Não há, entretanto, problema algum em intercalar ciclos de T3/Clenbuterol aos períodos de descanso dos de Primobolan. Subseqüentemente pode-se experimentar doses mais elevadas, mas mantendo-se sempre atenta a quaisquer sinais de virilização, que devem ser correspondidos com a imediata redução da dose. Notas1 – Mistura termogênica de efedrina, cafeína e aspirina na proporção 1/10/15. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 55 ] 2 – Bodyopus é uma variante da dieta cetogênica. Para se informar mais, leia o artigo Perguntas Freqüentes sobre a Dieta Cetogênica. 3 – Primobolan depot e Primobolan acetato são duas drogas diferentes. No Brain – No Gain [ 56 ] Perfil da Droga: Durateston Por Bill Roberts Substâncias constituintes: – Propionato de testosterona: 30mg – Fenilpropionato de testosterona: 60mg – Isocaproato de testosterona: 60mg – Decanoato de testosterona: 100mg Durateston é bastante popular e muito apreciada por seus usuários, pois oferece várias vantagens em relação a outros tipos de esteróide. Ela é uma mistura de quatro tipos de testosterona que, devido a um mecanismo de liberação gradual, possuem efeito sinérgico. Isso têm duas conseqüências positivas ao atleta. Primeira: devido a essa composição especial e balanceada, miligrama por miligrama, Durateston é mais eficiente que enhanato ou cipionato de testosterona sozinhos. Segunda: as diferentes características dos quatro compostos fazem com que ela rapidamente entre em funcionamento no organismo (o propionato leva apenas 1 dia) e permaneça ativa por várias semanas (decanoato – 3-4 semanas). Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 57 ] Durateston possui fortes efeitos androgênicos e anabólicos, assim, é bastante indicada a atletas que buscam ganho de força e massa muscular. Por possuir menores índices de aromatização que propionato ou cipionato, gera um ganho muscular mais sólido (menos retenção de água). Outra característica da droga é ser eficiente mesmo quando administrada em baixas doses a atletas avançados. Também é interessante notar que indivíduos utilizando a droga pela segunda vez (e nas mesmas doses) tendem a obter o mesmo resultado do ciclo anterior. As aplicações deve ser feitas semanalmente ou no máximo a cada 10 dias. As dosagens utilizadas, entretanto, variam entre 250mg/14 dias e 1000mg/dia. Felizmente tais doses extremas não são comuns. A média é 250-1000mg/semana, sendo 500mg/semana suficiente para a maioria das pessoas, e normalmente pode ser reduzida a 250mg/semana se usada em conjunto com esteróides orais. A fim de acelerar os ganhos, não é raro que se misture outras drogas como Deca-durabolin, Dianabol e Hemogenin; Parabolan, Winstrol, Oxandrolona e Primobolan são utilizadas para gerar ganhos de maior “qualidade” (uma menor retenção hídrica). Apesar de Durateston não possuir altos índices de aromatização quando utilizada em doses razoáveis, muitas pessoas decidem utilizar antiestrogênicos como Nolvadex e/ou Proviron a fim de prevenir os efeitos colaterais relacionados ao estrógeno. Durateston inibe a produção endógena de testosterona, assim, torna- se necessário utilizar HCG ou Clomid no fim do ciclo. Recomenda- No Brain – No Gain [ 58 ] se às mulheres que não utilizem ésteres de testosterona, pois isso muito provavelmente resultará em virilização irreversível. Os efeitos colaterais, dependendo da dose e predisposição do usuário, são acne, agressividade, estimulação sexual excessiva, oleosidade cutânea, aceleramento de perde de cabelos, atrofia testicular e oligospermia. A retenção de água e ginecomastia também estão presentes, mas em proporções menores que com enhanato ou cipionato. Danos hepáticos são bastante improváveis durante a utilização de Durateston; entretanto, em dosagens muito altas, pode haver alterações nos níveis enzimáticos, mas que normalmente voltam ao normal após a cessação do uso da droga. O fígado é um órgão extremamente eficiente no processamento de grandes quantidades de testosterona; isso é confirmado no livro “Doping-verbotene Arzneimittel im Sport” Escrito por Dirk Classing e Manfred Donike. Na página 54 o autor afirma: “O fígado é capaz de metabolizar quantidades praticamente ilimitadas de testosterona (2 gramas do fígado de um rato são capazes de processar 100mg/dia).” Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 59 ] Perfil da Droga: Hemogenin Por Bill Roberts Como a metandrostenolona (Dianabol), a oximetolona não se liga muito fortemente aos receptores androgênicos, assim, a maior parte de seus efeitos anabólicos não é mediada por eles. É um esteróide da Classe II (tais esteróides são sinérgicos aos da Classe I), e possui efeitos similares aos do Dianabol, mas, entretanto, parece ser progestogênica, pois comumente causa ginecomastia mesmo na presença de altas doses de antiestrogênicos, sugerindo fortemente que seu efeito não é estrogênico. Winstrol, por ser anti- progestogênica, mostrou-se eficiente combatendo tais efeitos; oximetolona é muito mais problemática quando usada com esteróides que aromatizam; a mistura Hemogenin + Primobolan é surpreendentemente amena ao corpo; em contraste, quando utilizada com testosterona, é bastante tóxica. Hemogenin não se converte em estrógeno, assim, drogas como Nolvadex e Proviron não são necessárias. Entretanto, a oximetolona é muito notória por suas características agravantes dos “sintomas estrogênicos” (possivelmente por suas características progestogênicas). No Brain – No Gain [ 60 ] Essa droga é razoavelmente amena quando não utilizada na presença de andrógenos sujeitos à aromatização. Sua potência é aproximadamente comparável à do Dianabol. Não é incomum que iniciantes obtenham resultados relativamente bons em ciclos feitos apenas com hemogenin; atletas mais avançados, no entanto, geralmente preferem utilizar outras drogas. A dose típica é entre 50- 150mg/dia, e deve ser dividida em várias pequenas ao longo do dia. Oximetolona é tóxica ao fígado, sendo melhor limitar seu uso a, no máximo, seis semanas, preferencialmente quatro (o intervalo de descanso deve equivaler ao período de utilização). A maioria dos usuários julga que essa droga é mais eficiente se utilizada no começo dos ciclos. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 61 ] Noções & Procedimentos Básicos sobre Injeções Há alguns procedimentos a serem seguidos para se efetuar uma aplicação intramuscular com segurança. Antes de manipular qualquer agulhas ou ampolas é aconselhável um banho. Após certificar-se de que a higiene está em dia, deve-se utilizar uma compressa embebida em álcool para limpar o local a ser injetado e outra para limpar o frasco/ampola de onde o composto será extraído. Retire a seringa de sua embalagem e, se a ampola no caso não for de dose única (frascos de 5/10/50/100ml etc), sugue 2cc de ar com a seringa e aplique dentro do frasco. Isso criará pressão interna, o que ajudará na extração de seu conteúdo. Vire o frasco de ponta-cabeça e retire a quantidade desejada. Caso a ampola seja de dose única, simplesmente segure-a firmemente e, com um movimento rápido e firme, remova sua parte superior. Sugue todo o conteúdo sem maiores cuidados. Com a substância dentro da seringa, vire-a com a agulha para cima e dê alguns “petelecos” para que as bolhas de ar subam ao topo. Agora pegue uma nova agulha, remova-a de sua embalagem No Brain – No Gain [ 62 ] esterilizada e substitua a primeira. Usando duas agulhas em cada aplicação há a certeza de que não houve embotamento acidental na agulha a ser utilizada na injeção propriamente dita (o que dificulta a penetração e causa dor). Mantenha em mente que é de grande importância não tocar a agulha durante o procedimento, e também, casoisso ocorra, não se deve tentar limpá-la com álcool, mas substituí-la por uma nova. Neste ponto, limpe novamente o local a ser injetado com uma compressa embebida em álcool. Então, empurre o êmbulo lentamente (com a agulha virada para cima) até que todo o ar seja expelido. No fim, deixe uma pequena gota escorrer pela agulha para lubrificá-la, o que facilita a aplicação. Agora segure a seringa firmemente e a imagine como sendo dardo. Use uma mão para esticar a pele, e com a outra simplesmente insira a agulha perpendicularmente à superfície da epiderme (a inserção deve ser feita rapidamente). Após estar totalmente inserida no músculo, puxe o êmbulo (fazendo pressão negativa) e espere alguns segundos para certificar-se de que ela não penetrou em nenhum vaso sangüíneo. Caso a seringa comece a encher-se de sangue, retire-a e recomece o processo de aplicação em um local diferente. Se não houver aparecimento de sangue, lentamente injete o líquido. Após isso, retire rapidamente a seringa e use outra compressa, comprimindo-a firmemente ao local da aplicação, pois isso minimizará o sangramento. Ao mesmo tempo, massageie suavemente o local, pois isso reduzirá um pouco a dor comumente apresentada nos dias subseqüentes. É importante que não se tenha Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 63 ] pressa para injetar o líquido, pois isso aumenta a dor tanto durante quanto nos dias seguintes à aplicação. Após todo o procedimento, reúna os dejetos e certifique-se de que serão descartados com propriedade. Para evitar desconforto e abscessos recomenda-se não injetar mais de 2ml por vez. É sensato, também, não fazer mais de 2 aplicações por semana no mesmo músculo, sendo o recomendado apenas uma vez. Preferencialmente faça as aplicações nos dias de descanso ou ao menos evite exercitar o músculo injetado no mesmo dia. Que Tipo de Seringa Devo Utilizar? É parte essencial escolher a seringa apropriada para administrar esteróides anabolizantes por via intramuscular profunda. As seringas mais aceitáveis para a aplicação são as de 1,5” (número 22) ou 1” (número 23) de comprimento (agulha) com um recipiente de 3ml. O comprimento adequado da agulha garante que a substância atinja as fibras musculares profundas. Agulhas de 5/8” ou 1/2” geralmente são curtas demais para injeções intramusculares e acabam deixando uma porção da substância na região subcutânea, o que cria uma inchação entre a pele e músculo, prejudicando a absorção. O número da agulha representa seu diâmetro. Quanto menor seu número, maior o diâmetro. As de número 27 são extremamente finas. A número 18 já é bem grande, tendo o apelido de “canhão”. No Brain – No Gain [ 64 ] As agulhas de número 22 e 23 podem ser consideradas ideais, pois não chegam a ser grandes o suficiente para dificultar a penetração na pele, mas também não finas demais, o que dificulta a passagem do líquido. Usar seringas de insulina para aplicações intramusculares simplesmente não é aceitável. São pequenas demais. Essas seringas são de número 25 ou 27, tendo apenas 1/2” de comprimento e 1ml de volume. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 65 ] Parte II Perda de Peso & Definição No Brain – No Gain [ 66 ] Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 67 ] Ciclos de Definição Por Micro “Se você quiser ficar definido, tome Winstrol ou Primobolan”. Ouço esse tipo de conselho o tempo todo e, francamente, discordo, pois nenhum esteróide queima gordura. Não existe, obviamente, apenas um modo de alcançar a definição muscular. Assim sendo, o método que apresentarei aqui é apenas aquele que considero o mais eficiente. O primeiro fator a ser levado em consideração é a alimentação. Sem uma boa dieta – e uma considerável restrição calórica – não há perda de peso a taxas satisfatórias. A dieta ideal para combater a perda muscular é a cetogênica, ou seja, a “dieta sem carboidratos”. Entretanto, devido à comida ser tão tentadora, a opção mais aconselhável acaba sendo a variante Bodyopus, que consiste em 5 dias sem ingestão de carboidratos e 2 com a alimentação normal. O corte nas calorias deve possuir tal magnitude que o consumo calórico equivalha a 90% do seu Metabolismo Basal. Não se preocupe com o fato dessa quantidade parecer elevada, pois os exercícios aeróbicos(1) consumirão boa parte das calorias. (1) pratique-os em jejum e preferencialmente de manhã. No Brain – No Gain [ 68 ] O próximo passo é a escolha das drogas corretas. Como afirmado anteriormente, nenhum esteróide causa queima de gordura. Alguns indivíduos afirmam haver perda de gordura durante utilização de Winstrol ou Trembolona, entretanto, devido a essa suposta perda ser pequena a ponto de lançar dúvidas sobre sua própria existência, podemos considera-la como um fator irrelevante aos nossos propósitos. Os fatores que realmente influem na queima de gordura são os exercícios aeróbicos, a restrição calórica e os agentes termogênicos. Isso, porém, não implica que esteróides não possuem qualquer utilidade neste aspecto, pois na verdade são extremamente importantes. Por que utilizar esteróides? Para manter a massa muscular. Tenha em mente que é esse o único motivo para adicionar esteróides à mistura. Partindo disso, fica difícil entender por que algumas pessoas gastam quantias exorbitantes em drogas como primobolan ou Winstrol. Tais drogas não aceleram a perda de gordura e também não possuem qualquer “vantagem” no que diz respeito à preservação de massa. Pois então, sem dúvida, a testosterona é uma opção válida para ciclos de definição. Contudo, sabemos que a maioria das pessoas não a utiliza com esses propósitos; muito provavelmente porque a retenção de água prejudica a aparência, mas tal efeito indesejável pode ser facilmente resolvido: 20mg de Nolvadex/dia serão suficientes para evitar a retenção, isto é, se houver alguma, pois as doses de testosterona necessárias neste caso são bastante reduzidas, girando em torno de 250-500mg/semana. Aliando Inteligência ao Fisiculturismo [ 69 ] Recapitulando: se o objetivo principal for simplesmente perder gordura e preservar a massa muscular, então a resposta é testosterona. As drogas termogênicas têm importância vital. As duas mais populares são T3 (comercialmente encontrada sob o nome de Cynomel) e Clenbuterol. Ambas são altamente sinérgicas. Minha opinião se diverge da maioria porque não recomendo a utilização da mistura T3/Clenbuterol, mas apenas T3. Com uma dieta bem planejada, exercícios aeróbicos e T3 há perda de peso numa taxa suficiente para nos permitir prescindir de qualquer outra droga. Clenbuterol também teria sua utilidade, mas ele é mais bem empregado em fins de ciclo devido às suas propriedades anticatabólicas. A dose correta de T3 é um problema à parte. Pessoalmente, sugiro cerca de 100mcg/dia em ciclos de 4/5 semanas. O famoso problema associado ao uso do Cynomel é o seguinte: utiliza-lo por muito tempo e/ou em doses elevadas acarreta o fechamento permanente da produção natural, ou seja, será necessário utilizar o medicamento pelo resto da vida. Portanto, para evitar problemas, comece e termine os ciclos gradualmente e mantenha sempre as doses moderadas. Lembre-se, não é necessário comprar uma mistura caríssima de anabolizantes importados e drogas “especiais” para se obter resultados satisfatórios. Seu corpo não se importa com o preço nem
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