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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL INSTITUTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS – ICF GENÉTICA E BIOLOGIA MOLÉCULAR GUSTAVO RAFAEL ANGELO DINIZ RESENHA DE ARTIGO AFLATOXINAS EM AMENDOIM: MELHORIA DA QUALIDADE E PROGRAMAS DE CONTROLE Com o passar dos anos a humanidade foi crescendo, e com isso, a demanda por alimentos foi também aumentando. Atualmente notamos a existência de várias indústrias alimentícias, onde cada alimento e matéria prima vegetal ou animal é manipulada até a fabricação dos produtos encontrados para venda nas prateleiras dos supermercados e disponível para a população. Com esse aumento e mudança de produção alimentícia, foi necessário também a criação de normas que regulamentam esses processos, com a finalidade de garantir a qualidade do produto final produzido, pois, por se tratar de grandes quantidades de matéria prima que são utilizadas para produzir e distribuir diversos produtos; é difícil não passar despercebido insumos contaminados que vão compor esses alimentos que ao serem consumidos, muitos podem causar danos à saúde humana, assim como à sociedade e à economia como um todo. Um exemplo de contaminação alimentícia que teve e tem a capacidade de causar vários danos a população, é a presença da aflatoxina presente no amendoim e destrinchada pelo artigo de título “Aflatoxinas em amendoim: melhoria da qualidade e programas de controle”. O artigo escrito por Shundo et. al, mostra os grandes prejuízos causados por essa micotoxina e as medidas legais que foram tomadas para conter sua presença nos produtos consumidos. A aflatoxina é um metabolito toxico produzido pelos fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus. Na década de 60 causou a morte de 100.000 perus que comeram farelo de amendoim contaminado com a mesma. Após esse ocorrido, seguido da sua descoberta, foi necessário a tomada de algumas medidas de controle, pois além disso, ficou sabido através de experimentos e observações, que a aflatoxina é uma das substâncias naturais de maior carcinogenicidade conhecida até então. Dessa forma, foi estabelecido em 1976, a primeira legislação brasileira para aflatoxina, pela resolução 34/76 da Comissão Nacional De Normas E Padrões Para Alimentos Do Ministério Da Saúde, e com isso foi fixado o limite máximo permitido para as aflatoxinas B1+G1 em 30 µg/kg. Já em 2002 o artigo apresenta a resolução RDC 274/2002 regulamentada pela ANVISA, estabelecendo um novo limite de 20 µg/kg para as aflotoxinas B1+B2+G1+G2. Porém, em países como Europa é possível observar limites entre 2 e 4 µg/kg, o que distingue bastante do Brasil, que apesar de ter tido um decréscimo na quantidade de aflatoxina disponível nos alimentos através das resoluções citadas, ainda é possível identificar valores acima do estabelecido. A principal causa da contaminação é indicada como sendo a colheita do amendoim e o seu armazenamento, pois é nesse momento em que podem ser formadas aberturas na casca da leguminosa e com isso possibilitar o acesso do fungo ao grão, que durante o armazenamento da mesma proporciona tempo e condição adequada para cultura do microrganismo e consequentemente produção da aflatoxina. Além disso, um fator que torna difícil a remoção dessa toxina mesmo após a contaminação, é sua resistência térmica acima de 100° C. Portanto, é possível observar ainda, a grande necessidade de fiscalização dos processos industriais que utilizam o amendoim como matéria prima, pois, apesar da legislação brasileira ainda permitir uma certa quantidade de aflatoxinas nos produtos consumidos, esse valor por vezes é ultrapassado. Sendo necessário alguns cuidados não só na colheita e armazenamento, mas em todo processo de produção. Ainda mais, é necessário a realização de testes periódicos que identifiquem a presença da toxina, para que assim seja evitada a contaminação cruzada entre a “matéria prima” durante sua manipulação, promovendo verdadeiramente a segurança ao consumo do produto final.
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