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Clínica de Aves e Suínos Unidade 2 – Suínos - Principais enfermidades sistêmicas e do sistema nervoso de suínos. Professores: Maria Gabriela Xavier de Oliveira, Yamê Davies e Alessandra M M G de Castro 1 PRINCIPAIS ENFERMIDADES DO SISTEMA NERVOSO DE SUINOS DOENÇAS DE AUJESKY OU PSEUDORAIVA É uma virose que afeta primariamente de suínos, sendo que a doença em outras espécies como consequência de contatos com suínos infectados. Nos suínos, a enfermidade caracteriza-se por sinais clínicos nervosos e respiratórios, alto índice de mortalidade entre leitões não imunes e por graves transtornos reprodutivos em porcas prenhes. É uma das doenças mais importantes que afetam suínos, sendo superada em importância econômica pela peste suína clássica. ETIOLOGIA O vírus Herpes Vírus Suíno tipo 1 pertence à família Herpesviridae e ao gênero Varicellovirus. O vírus apresenta um envoltório glicoproteica. São DNA vírus de cadeia dupla, com envelope, que se replicam rapidamente e causam efeito citopatogênico em cultivo de células. O vírus é muito resistente ao ambiente, por causa da sua estabilidade em relação ao pH e diferentes temperaturas. Temperaturas baixas, umidade relativa do ar baixa, presença de coloides, tecidos e soluções proteicas, favorecem a preservação do vírus. Fatores como temperatura e umidade elevadas, radiações ultravioletas, pH ácido e presença de enzimas proteolíticas são desfavoráveis. A presença de lipídeos na composição do envoltório torna o vírus altamente sensível a solventes de gordura tais como éter e clorofórmio. Formalina a 3% inativa o vírus em três horas e o hipoclorito de sódio (3% de cloro ativo) em 10 minutos. EPIDEMIOLOGIA Ocorre em todos os países com expressão na suinocultura. Os hospedeiros secundários (ruminantes, felinos, caninos e roedores) se contaminam através da ingestão de carne ou tecido de suínos infectados. Nestas espécies, o vírus leva a encefalite fatal descrita como um intenso prurido e tendência a automutilação. Equinos e aves são muito pouco sensíveis a infecção e o homem é refratário. Os índices de morbidade e mortalidade dependem da idade, sendo mais severos em animais jovens, chegando a 90 e 94% em leitões entre 6 a 10 dias de idade, enquanto que entre animais de 21 a 35 dias, ela cai para 30 e 44%. Existe a possibilidade de infecção pelo sêmen, mas as vias eliminação é através secreções nasais e saliva de animais doentes a partir de 7 a 10 dias após a infecção. Em porcas que abortam devido a doença elimina o agente através de secreções vaginais. Urina, fezes e leite tem pouca importância comovias de eliminação. Há transmissão por meio de aerossóis, portanto, em áreas de alta densidade de granjas é difícil evitar a difusão da enfermidade. Os fômites, também, são uma importante via de transmissão. PATOGENIA A via de infeção é a nasofaringeana, por contato com animais doentes ou portadores. Uma vez em contato com o organismo sensível, o vírus penetra pela via respiratória (ocasionalmente por via digestiva ou pelo coito), multiplica-se no trato respiratório superior e então invade as células olfativas. Através do axoplasma o vírus chega ao bulbo olfatório, onde ocorre novo ciclo de replicação. O vírus também acessa o sistema nervoso central através das terminações nervosas dos nervos glossofaríngeo e trigêmeo. No sistema nervoso central, o vírus se propaga centrifugamente (do SNC para os demais órgãos). O vírus pode permanecer no organismo de animais convalescentes na forma de infecção latente. O vírus de aloja no gânglio nervoso responsável pela inervação da área onde ocorreu a infecção primária (usualmente no gânglio trigêmeo). Em condições de baixa imunidade (p. ex. estresse, aplicação de corticosteroides, brigas, partos) o vírus pode ser reativado, ou seja, percorrer novamente o trajeto através do Clínica de Aves e Suínos Unidade 2 – Suínos - Principais enfermidades sistêmicas e do sistema nervoso de suínos. Professores: Maria Gabriela Xavier de Oliveira, Yamê Davies e Alessandra M M G de Castro 2 neurônio primariamente infectado e ser eliminado em forma infecciosa. Não há como distinguir animal que apresentam infecções latentes daqueles que não a apresenta. SINAIS CLINICOS No primeiro contato do vírus com uma criação livre, a doença caracterizada por uma alta mortalidade na maternidade, abortos e porcentagem variável de animais com sintomas nervosos e respiratórios na creche, recria, terminação e gestação. Após essa fase, os surtos se repetem com gravidade muito menor, em intervalos regulares de tempo. Atinge, principalmente, leitões com quatro dias a quatro semanas de idade, desaparecendo em uma a duas semanas Leitões de creche: hipertermia, inapetência, depressão. Pêlos eriçados, salivação espumosa, incoordenação do quarto posterior (Figura 1A), tremores musculares, decúbito lateral, convulsões, movimentos de pedalagem. Animais de recria, terminação e reposição: sintomas nervosos graves que se tornam menos comum quanto maior a idade deste período. Cachaços raramente apresenta sinais clínicos nervosos, sendo comum constipação, anorexia e sinais respiratórios. Porcas em lactação apresentam constipação, anorexia e agalaxia. Porcas em gestação apresentam problemas reprodutivos, caracterizados por reabsorção fetal, retorno ao cio, mumificação, abortos, natimorto, malformações, nascimento de leitões fracos e infertilidade e sinais nervosos (Figura 1B). Figura 1. Doença de Aujesky. (A) Leitão com sintomas nervosos. (B) Fêmeas em gestação com sintomas nervosos e sialorreia. Fonte: Sobestianky et al. Clínica e patologia suína. 1999. DIGANOSTICO Através dos sinais clínicos de problemas reprodutivos, nervosos e elevada mortalidade entre leitões jovens. O diagnóstico definitivo é obtido através de exames laboratoriais. Diagnostico laboratorial é feita pela identificação do vírus em tecidos e/ou secreções de suínos doentes. Animais que se recuperam desenvolvem anticorpos contra o vírus que são detectáveis cerca de uma a duas semanas após a infecção. O diagnóstico de um episódio de doença clinica pode ser estabelecido através da análise de anticorpo em amostras pareadas de soro, sendo a primeira durante ou logo após a fase aguda e a segunda coleta 3 a 4 semanas após a primeira coleta. O aumento do título de anticorpos, superior a quatro vezes, é indicativo de infecção recente. Reação em cadeia pela polimerase, Soroneutralização e ELISA são os mais usados para detectar animais com infecção ativa, portadores assintomáticos e animais soronegativos. Permitem, ainda, diferenciar animais vacinado dos não vacinados. CONTROLE Não há tratamento e as medidas de controle da doença são essencialmente: Clínica de Aves e Suínos Unidade 2 – Suínos - Principais enfermidades sistêmicas e do sistema nervoso de suínos. Professores: Maria Gabriela Xavier de Oliveira, Yamê Davies e Alessandra M M G de Castro 3 1. Uso de vacina: A vacina para doença de Aujeszky aprovada pelo MAPA para uso no Brasil é a inativada deletada para glicoproteína do envelope viral gE (também chamada de G1) que permite a diferenciação entre animais infectados e vacinados através do teste ELISA diferencial para glicoproteína gE (ausente na vacina). A principal função da vacina contra doença é de reduzir ou até prevenir as consequências clínicas da infecção. Possui um potencial para interferir na disseminação do vírus ainda que os animais não estejam protegidos contra infecções subsequentes. Para o controle da doença de Aujeszky é imprescindível realizar o monitoramento periódico dos planteis suínos associado a boas práticas de produção, evitando a introdução de suínos de origem desconhecida nos rebanhos. 2. Testagem periódica e eliminação de regentes sorológicos. 3. Sacrifício de todos os animais da granja, desinfecção. Rigorosa, estabelecimento de vazio sanitário e repopulação em suínos sadios. A vacinaçãonão previne a infecção, mas diminui o impacto econômico e só é permitida em propriedades com diagnóstico oficial positivo, MAPA controla doses de vacinas. MENINGITE ESTREPTOCÓCICA A meningite estreptocócica é uma enfermidade infectocontagiosa que afeta, principalmente, leitões na fase de maternidade, creche, crescimento-terminação e tendo como característica sinais nervosos, febre e, às vezes, morte súbita. A mesma bactéria pode causar septicemia, pneumonia, endocardite e artrite. ETIOLOGIA Seu agente etiológico é o Streptococcus suis que tem 35 sorotipos identificados, sendo o sorotipo 2 o mais virulento. O fator de virulência está relacionado a capsula que confere a especificidade de sorotipo. Além desse fator de virulências, outros são citados como: proteína da parede celular (proteína relacionada muranidase), proteína extracelular e uma exotoxina (hemolisina). Essa bactéria pode sobreviver em tecidos ou fluidos de suínos por 10 dias a 4C, nas fezes por 8 à 104 dias a 0C à 25C, na poeira por 54 dias a 0C ou por 25 dias a 9C, e pode sobreviver e proliferar em vacinas de hidróxido de alumínio. Não resiste na poeira por mais de 24 horas em temperatura ambiente. É sensível a maioria dos desinfetantes, entre eles, iodo, hipoclorito, formaldeído, amônia quaternária e fenóis. No entanto, é resistente ao álcool 70%. EPIDEMIOLOGIA Sua incidência é maior em granjas de produção intensiva em todo o mundo, incluindo o Brasil, com animais totalmente confinados e alta densidade. A ocorrência da doença, geralmente, é inferior a 5%, mas pode chegar a 50%. As maiores taxas de mortalidade ocorrem em rebanhos de terminação que compram e misturam leitões de diferentes origens e em rebanhos que são infectados pela primeira vez. O estresse pode precipitar a infecção causada por S. suis. Condições como superlotação, má ventilação, mudança da dieta, mudança brusca de temperatura, mistura de lotes, movimentações, vacinações e doenças concomitantes são fatores estressantes que podem participar deste processo. Geralmente, a introdução em um rebanho livre ocorre através de animais portadores assintomáticos. Numa granja onde há suínos infectados, esses podem albergar o S. suis nas amígdalas ou no aparelho respiratório por um longo período, sem manifestar qualquer sintoma. A introdução de animais portadores, em rebanhos livres da infecção, geralmente, resulta no aparecimento de surtos, começando, primeiramente, em leitões desmamados ou no início da fase de crescimento. Os leitões tornam-se infectados no momento do parto, no canal vaginal e, principalmente por via respiratória. Na fase de creche e crescimento-terminação a transmissão ocorre, basicamente, por via respiratória. O S. suis também pode ser transmitido através de fômites. Clínica de Aves e Suínos Unidade 2 – Suínos - Principais enfermidades sistêmicas e do sistema nervoso de suínos. Professores: Maria Gabriela Xavier de Oliveira, Yamê Davies e Alessandra M M G de Castro 4 PATOGENIA A via de infecção mais comum é a respiratória, e por essa via, o S. suis atinge as amígdalas, que servem de porta de entrada da bactéria. Em seguida, atingem os linfonodos mandibulares, podendo permanecer neles sem manifestar a doença, ou provocar septicemia, invadindo articulações, meninges e outros tecidos, levando o animal à morte. O S. suis pode sobreviver e multiplicar-se no interior dos monócitos circulantes e, através deles, atingir o líquido cérebro-espinhal, causando a meningite. SINAIS CLÍNICOS Em leitões lactantes os sinais clínicos mais frequentes são: apatia, diarreia, febre, cerdas arrepiadas, às vezes, vômito. Pode-se observar o aparecimento de artrite, com articulações inchadas e doloridas, tremores musculares e hipersensibilidade ao tato. Nos leitões desmamados os sinais clínicos consistem em anorexia, apatia, febre, hiperemia da pele e sinais nervosos como: incoordenação, tremores musculares, perda do equilíbrio, movimentos de pedalagem, decúbito lateral, opistótono e convulsões. A morte ocorre a partir de quatro horas após o início dos sintomas nervosos. Figura 2. Meningite estreptocócica. (A) Suínos com sintomas nervosos. (B) Depósito fibrinopurulento sobre a meninge. Fonte: Sobestianky et al. Clínica e patologia suína. 1999. DIAGNÓSTICO Histórico, sintomas e lesões encontradas nos suínos necropsiados. Os exames bacteriológicos de suabes colhidos das meninges ou do líquido cefalorraquidiano e o histopatológico de fragmentos do encéfalo, incluindo as meninges, são indispensáveis para confirmação do diagnóstico. O diagnóstico presuntivo dá-se através do Os portadores assintomáticos podem ser identificados através da biopsia ou suabes das amígdalas, pelo método de isolamento com "bolinhas magnéticas". Sorotipificação é realizada através da técnica de coagulação e métodos moleculares. CONTROLE E TRATAMENTO O tratamento mais indicado é a utilização de antibióticos associado a um analgésico e um anti- inflamatório. Os animais doentes devem ser medicados e isolados. Além dos animais doentes, devem ser medicados os companheiros de baia ou mesmo de todo o lote, pois alguns, podem encontrar-se em período de incubação. Para o tratamento em massa os antibióticos devem ser misturados na ração ou na água. Fatores relacionados ao manejo que levam ao um aumento de estresse deve ser minimizado. A desinfecção e limpeza das instalações devem ser realizadas com frequência. FONTE: http://www.tecsa.com.br/assets/pdfs/AUJESZKY.pdf https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/universidade-uniquimica-meningite-estreptococica-na- suinocultura/20060801-093706-2466 Sobestianky et al. Clínica e patologia suína. 1999. http://www.tecsa.com.br/assets/pdfs/AUJESZKY.pdf https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/universidade-uniquimica-meningite-estreptococica-na-suinocultura/20060801-093706-2466 https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/universidade-uniquimica-meningite-estreptococica-na-suinocultura/20060801-093706-2466 Clínica de Aves e Suínos Unidade 2 – Suínos - Principais enfermidades sistêmicas e do sistema nervoso de suínos. Professores: Maria Gabriela Xavier de Oliveira, Yamê Davies e Alessandra M M G de Castro 5 PRINCIPAIS ENFERMIDADES SISTEMICAS DOS SUNÍNOS DOENÇAS DE GLASSER É uma doença infecciosa septicêmica que se caracteriza por uma inflamação serofribrinosa das serosas, podendo ocasionar pleurite, pericardite, artrite e meningite em várias combinações. Consequências econômicas são devido a mortalidade de leitões, elevado número e animais refugo e a depreciação das carcaças dos animais afetados. ETIOLOGIA Haemophylus parasuis é uma bactéria pequena, cocobacilo, Gram-negativa, não móvel, pertencente ao gênero Haemophilus da família Pasteurellaceae. Atualmente, já foram identificados 15 sorotipos desta bactéria, no entanto, é certo que existe um grande número de isolados de H. parasuis não tipificados. Possui exigências para crescimento bastante específicas, explicando a dificuldade de cultiva-lo a partir de tecidos EPIDEMIOLOGIA A infecção por H. parasuis é enzoótica nas granjas de suínos brasileiras. Os isolados patogênicos são introduzidos em um rebanho através da entrada de suínos infectados. Um mesmo animal pode se infectar com mais de um sorotipo. Todas as idades são suscetíveis à infecção, que geralmente se expressa clinicamente através de surtos. A doença é mais comumente transmitida por contato direto. A doença afeta suínos entre duas semanas a quatro meses de idade, com maior frequência entre cinco a oito semanas de idade ou logo após o desmame. A taxa de mortalidade varia de rebanho para rebanho, mas pode atingir até 50% e, em geral, os sobreviventes tornam-se refugos. Nos últimos anos a doença tem ocorrido. Com certa frequência, em rebanho de risco e nesses casos tem assumido características epidemiológicas diferentes, com maiores taxas de morbidadee mortalidade. PATOGENIA A via de infeção ocorre através de aerossóis. O H. parasuis possui tropismo particular para as membranas serosas, sinovial e meningeal e para o parênquima pulmonar. O estado de imunidade do animal para o H. parasuis influi diretamente no desenvolvimento da doença. Quando os animais sem imunidade são introduzidos em rebanho infectados, desenvolvem doença severa, podendo morrer em menos de três dias. A passagem seriada em suínos, de uma amostra avirulenta, pode recuperar a capacidade de induzir a doença. SINAIS CLINICOS Os animais adoecem de forma súbita, apresentando anorexia, febre e apatia. Está associado a três formas clinicas: - a primeira, ou forma clássica da doença de Glässer, caracteriza-se por exsudação serofribrinosa e purulenta envolvendo qualquer superfície serosa (poliserosite), incluindo membrana sinovial, peritônio, pleura, pericárdio e meninges (Figura 3). - a segunda está associada a septicemia sem poliserosite, podendo ocorrer morte súbita, hemorragia renal. - a terceira forma cursa com pneumonia, onde isola-se o H. parasuis como agente primeiro ou secundário em infecção por outros vírus, como por exemplo Influenza. Clínica de Aves e Suínos Unidade 2 – Suínos - Principais enfermidades sistêmicas e do sistema nervoso de suínos. Professores: Maria Gabriela Xavier de Oliveira, Yamê Davies e Alessandra M M G de Castro 6 Figura 3. Forma clássica da Doença de Glasser. (A) Artrite causada por Haemophilus parasuis. (B) Presença visível de fibrina na cavidade peritoneal (peritonite fibrinosa) e cavidade pericárdica (pericardite fibrinosa) Fonte: Retirado do site pig333. DIGANOSTICO O diagnóstico sugestivo é realizado a partir do histórico, sinais clínicos e lesões. O diagnóstico definitivo é baseado no isolamento desse agente, que demanda critérios específicos na seleção dos animais ou tecidos, para que ocorra um diagnóstico satisfatório. Por ser um agente comensal no trato respiratório superior dos suínos, e ter uma variação muito grande entre as cepas isoladas em sítios respiratórios e sistêmicos, somente o isolamento de H. parasuis de locais sistêmicos (extra-pulmonares) podem garantir que o agente isolado está envolvido no processo infeccioso. O melhor método é fazer o uso de swab para coletar exsudato do pericárdio, pleura, peritônio, articulações e líquido cérebro-espinhal, podendo utilizar sangue presente no coração. O diagnóstico sorológico ainda considerado inconsistente e impreciso. A detecção de anticorpos contra H. parasuis é representada pela fixação de complemento (FC), hemaglutinação indireta (HI) e imunoensaio enzimático (ELISA). A reação em cadeia pela polimerase (PCR) mostrou representar um método rápido e confiável para a identificação genética de H. parasuis. CONTROLE Os antibióticos por via parenteral são usados, preferencialmente, para o tratamento individual de animais com sinais clínicos da doença, uma vez que, com esta doença, os animais encontram-se prostrados e, consequentemente, não irão ingerir a quantidade de antibiótico necessário, através de água ou alimento. Paralelamente, deve-se iniciar o tratamento via água ou na ração do lote ou grupo, logo após os primeiros animais manifestarem sinais clínicos. O controle desta doença pode ser conseguido por meio da vacinação. O protocolo de vacinação irá depender do momento que ocorre a manifestação clínica da Doença de Glässer: - Vacinação de matrizes, que é realizada ao redor de 90 dias de gestação para que no parto ela esteja com o pico máximo de anticorpos e esses sejam transferidos pelo colostro para os leitões. Se houver a ingestão adequada de colostro, essa imunidade passiva pode durar em média 40 dias de vida do leitão. - Vacinação dos leitões, é realizada entre 21 e 28 dias de vida (desmame). Tem o objetivo de produzir a imunidade ativa e prevenir a Doença de Glässer em rebanhos que apresentam manifestações clínicas após os 40 dias de vida. Além disso, a vacinação de leitoas de reposição é de grande importância, pois essa categoria de animal pode ser um amplificador do problema na granja durante a sua aclimatação. O protocolo mais utilizado é a vacinação logo após a chegada desses animais na granja. Diminuir fatores de estresse, controle de doenças primárias, melhora nas condições de higiene e nutrição são os principais fatores para diminuição da infecção por H. parasuis. É importante a melhora do manejo dos animais e implementação de um controle sanitário Clínica de Aves e Suínos Unidade 2 – Suínos - Principais enfermidades sistêmicas e do sistema nervoso de suínos. Professores: Maria Gabriela Xavier de Oliveira, Yamê Davies e Alessandra M M G de Castro 7 mais rígido, evitando a infecção pelo H. parasuis e a ocorrência de outras doenças, uma vez que, estas podem reduzir a imunidade do animal aumentando o número de casos da doença e a gravidade destes. CIRCOVIROSE É infecção generalizada, envolvendo vários sistemas. O resultado final é um atraso significativo no crescimento e refugagem (Figura 4). Figura 4. Refugagem dos animais demonstrada pela perda de progressiva de peso e palidez cutânea. Fonte: Arquivo pessoal (Castro 2017). ETIOLOGIA O Porcine circovirus 2 (PCV-2) ou circovírus suíno, agente causal da circovirose suína, pertence à família Circoviridae e ao gênero Circovirus. O PCV-2 é um vírus pequeno, mede de 15 a 17 nanômetros (nm) apresenta simetria icosaédrica e não é envelopado. O PCV-2 é altamente contagioso e permanece estável em fezes e secreções respiratórias, é sensível em ambientes com pH entre 3-9, resiste em temperaturas de 60 C por 30 minutos e é praticamente estável à maioria dos desinfetantes convencionais. EPIDEMIOLOGIA A circovirose suína tem sido diagnosticada em países dos cinco continentes e na maioria dos países produtores de carne suína. Está bem difundida na suinocultura e acomete diferentes plantéis, tanto rebanho de ciclo completo como unidades produtoras de leitões, creches e sítios de terminação, porém atinge, predominantemente, leitões entre cinco a 12 semanas de idade. Os índices de morbidade e mortalidade são variáveis entre as granjas, podendo chegar a 70-80% e 4-30%, respectivamente, dependendo do manejo empregado na criação e presença de patógenos para coinfecções. Os animais que sobrevivem à doença evoluem para definhamento extremo, sem possibilidade de recuperação. O PCV-2 pode ser transmitido horizontalmente e verticalmente, sendo na forma horizontal, a via oronasal é a mais frequente. O vírus tem sido detectado em amostras de secreções nasais, bronco-traqueais, orofaríngeos, fecais e da urina de suínos clinicamente acometidos pela circovirose, assim como, de animais clinicamente sadios. O contato com suínos infectados, instalações, equipamentos, pessoal contaminado e fômites podem também se constituir em importante forma de transmissão. SINAIS CLINICOS A infecção pelo PCV-2 é conhecida como circovirose suína, um conjunto de síndromes, sendo a síndrome multisistêmica do definhamento dos suínos (SMDS) a mais frequente e melhor caracterizada forma clínica da infecção pelo vírus. Clínica de Aves e Suínos Unidade 2 – Suínos - Principais enfermidades sistêmicas e do sistema nervoso de suínos. Professores: Maria Gabriela Xavier de Oliveira, Yamê Davies e Alessandra M M G de Castro 8 Os principais sinais clínicos citados para a SMDS são o emagrecimento rápido e progressivo, apatia, anorexia, pelo opaco, dispnéia, conjuntivite, palidez e icterícia da pele e mucosas, aumento dos linfonodos, sinais de pneumonia, diarreia e caquexia. Entretanto, também a forma subclínica pode ocorrer em muitos dos rebanhos afetados, e nos leitões é observado apenas desempenho insuficiente e maior frequência de ocorrência de outros problemas sanitários. É importante salientar que além da forma mais comum da circovirose, há outras síndromes associadasa doença conforme descrito a seguir. DIGANOSTICO A complexidade do diagnóstico da circovirose suína recai no fato de somente a detecção sérica ou tecidual do PCV2 não ser conclusiva para o estabelecimento do mesmo, ainda que na presença de sinais clínicos compatíveis com a doença. Deste modo, a presença de infecções subclínicas é comum, e os sinais clínicos e macroscópicos encontrados não são específicos, sendo compatíveis com muitas outras doenças dos suínos, infecciosas ou não. Atualmente, três critérios devem ser observados para o estabelecimento de um diagnóstico individual da circovirose suína: Sinais clínicos compatíveis com a circovirose suína; Lesões histopatológicas, de moderadas a severas, caracterizadas por depleção linfocitária, juntamente com inflamação granulomatosa e a quantidade moderada a alta de genoma de PCV2 ou antígeno antiPCV2 entre as lesões através da imunohistoquimica. Um diagnóstico de infecção subclínica por PCV2 é estabelecido quando, embora detectado no soro ou nos tecidos, a quantidade viral é pequena e associada a um número mínimo ou à ausência de lesões. Pela análise quantitativa de PCV2, através da reação em cadeia pela polimerase em tempo real (PCRq) no soro, sugeriu 107 cópias de DNA/mL como o limiar potencial para se distinguir entre circovirose suína clínica e subclínica em suínos acometidos pelo PCV-2. CONTROLE As medidas de prevenção contra a PMWS focalizavam-se no controle dos fatores de risco envolvidos no progresso da doença. As recomendações são direcionadas principalmente na redução da pressão de infecção do PCV2 e de outros agentes infecciosos e na minimização do estresse nos suínos. Os pontos principais do plano de Madec incluem: 1) limitação do contato entre suínos de leitegadas distintas; 2) redução do estresse; 3) otimização das condições de higiene, por meio de procedimentos de limpeza e desinfecção e 4) boa nutrição. A vacinação foi aprovada desde de 2008 e são utilizadas para matrizes e leitões. FONTE: Sobestianky et al. Clínica e patologia suína. 1999. https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/182524/TCC%20La%C3%ADs%20Paes.pdf?sequence= 1&isAllowed=y https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/a-doenca-de-glasser-e-o-impacto-na-suinocultura-por- dr-ricardo-lippke/20161101-133414-f360 http://www.consuitec.com.br/sgc/fotos/circovirus_parte_i_revista_35.pdf https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/182524/TCC%20La%C3%ADs%20Paes.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/182524/TCC%20La%C3%ADs%20Paes.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/a-doenca-de-glasser-e-o-impacto-na-suinocultura-por-dr-ricardo-lippke/20161101-133414-f360 https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/a-doenca-de-glasser-e-o-impacto-na-suinocultura-por-dr-ricardo-lippke/20161101-133414-f360 http://www.consuitec.com.br/sgc/fotos/circovirus_parte_i_revista_35.pdf
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