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Andressa – P3B FMO – 2021.1 Tireoide - Fisiologia, Hipotireoidismo - Identificar a tireoide e suas estruturas anatômicas. A glândula tireoide é uma glândula alveolar (acinar) sem ductos e altamente vascularizada, localizada na parte anterior do pescoço, em frente à traqueia. Ela pesa 10 a 25 g e consiste em um lobo direito e um lobo esquerdo conectados pelo istmo. A composição celular da glândula tireoide é diversificada, incluindo os seguintes tipos de células: • Células foliculares (epiteliais), envolvidas na síntese dos hormônios da tireoide. • Células endoteliais, que revestem os capilares responsáveis pelo suprimento sanguíneo dos folículos. • Células parafoliculares, ou C, envolvidas na síntese da calcitonina, um hormônio que atua no metabolismo do cálcio. • Fibroblastos, linfócitos e adipócitos. Folículos da tireoide A principal função da glândula tireoide consiste na síntese e no armazenamento dos hormônios tireoidianos. ‼ A unidade secretora ou funcional dessa glândula é o folículo tireoidiano, que consiste em uma camada de células epiteliais da tireoide dispostas ao redor de uma grande cavidade central repleta de coloide. ‼ O coloide corresponde a cerca de 30% da massa da glândula tireoide e contém uma proteína denominada tireoglobulina (Tg) → a Tg desempenha um papel fundamental na síntese e no armazenamento dos hormônios tireoidianos. As células epiteliais da tireoide são morfológica e funcionalmente polarizadas, isto é, cada lado ou compartimento celular desempenha funções específicas relacionadas com a síntese dos hormônios tireoidianos e sua liberação. (A superfície apical da célula folicular está voltada para a luz folicular, onde o coloide é armazenado. A superfície basolateral está voltada para o interstício, e, portanto, fica exposta à corrente sanguínea.) A polaridade das células foliculares da tireoide é importante na função global da célula. A síntese de hormônios da tireoide exige a IODAÇÃO dos resíduos de tirosina da proteína Tg, que é armazenada no coloide. Esse processo ocorre no coloide, na membrana plasmática apical; contudo, o iodo é obtido a partir da circulação. Enquanto os hormônios tireoidianos são sintetizados no lado apical da célula epitelial, a liberação hormonal ocorre no lado basolateral. Por conseguinte, a polaridade das células epiteliais da tireoide é fundamental para a manutenção da captação de iodeto e a desiodação de T4 (tetraiodotironina) no lado basolateral, bem como para o efluxo de iodeto e os mecanismos de iodação de localização apical. As células parafoliculares que circundam os folículos sintetizam e secretam o hormônio calcitonina; em consequência, costumam ser designadas como células C. Elas se localizam preferencialmente nas regiões centrais dos lobos da glândula tireoide, onde a atividade das células foliculares é maior. - Explicar o mecanismo de transporte transmembrana do iodeto nas células foliculares da tireoide. Regulação do metabolismo do iodo na célula folicular da tireoide: O iodeto é concentrado nas células epiteliais da tireoide por um processo ativo, passível de saturação e dependente de energia, mediado por um simportador de Na+ /I– localizado na membrana plasmática basolateral da célula folicular. Outros tecidos que expressam o simportador de Na+ /I– incluem as glândulas salivares, a mucosa gástrica, a placenta e as glândulas mamárias. Entretanto, o transporte de iodo nesses tecidos não está sob a regulação do TSH. A iodação dos resíduos de Tg é um processo que ocorre na membrana apical. Por conseguinte, uma vez no interior celular, o iodeto deve abandonar a célula folicular por efluxo apical, por um mecanismo de transporte de iodeto, que consiste em uma proteína transportadora de cloreto-iodeto (canal de iodeto), localizada na membrana apical da célula folicular da tireoide. A captação, a concentração e o efluxo de iodeto através do canal de iodeto constituem uma função do transporte Andressa – P3B FMO – 2021.1 transepitelial de iodeto estimulado pelo TSH. Esse transporte transcelular de iodeto é possível em virtude da polarização morfológica e funcional da célula epitelial da tireoide. ‼O iodo entra na célula folicular tireóidea como iodeto, sendo transportado junto com o sódio por uma proteína transportadora de membrana - o NIS (Co-transportador Sódio-Iodeto). O cDNA (DNA complementar) para o NIS foi clonado e codifica uma proteína transportadora clássica com treze domínios transmembrana. A atividade do NIS é eletrogênica e dependente do gradiente de Na+ gerado pela bomba Na+/K+ ATPase; a estequiometria do co-transporte realizado pelo NIS é de 2 Na+: 1 I-. Como o interior da célula mantém um potencial elétrico negativo em relação ao interstício e à luz folicular, o iodeto é transportado para dentro da célula contra este potencial eletronegativo, mas a favor do gradiente eletroquímico gerado pelo Na+. Portanto, a atividade do NIS está intimamente relacionada à bomba Na+/K+ ATPase. Desta maneira, a captação de iodeto pela célula folicular ocorre por um mecanismo de transporte ativo. - Citar as funções desempenhadas pela enzima peroxidase da tireoide. A síntese dos hormônios tireoidianos requer iodo. O iodo, ingerido na alimentação e na água como iodeto, é ativamente concentrado pela tireoide e convertido em iodo orgânico (organificação) dentro das células foliculares pela peroxidase tireoidiana. A peroxidase tireoidiana (TPO) é uma proteína glicosilada ligada à membrana que contém um grupo heme e é encontrada na membrana apical das células foliculares da tireóide. ‼A TPO, componente principal do antígeno microssomal da tireóide, catalisa a iodação dos grupos tirosil da tiroglobulina resultando na síntese dos hormônios tireoidianos, T3 e T4. Atualmente, acredita-se que a TPO seja responsável pela catálise de 3 reações da biossíntese hormonal: a oxidação de íons I-, a iodação da tireoglobulina e o acoplamento de iodotirosinas, formando iodotironinas. - Explicar como as tireoglobulinas, com seus T4, T3, MIT e DIT, são transportadas do lúmen folicular para as células epiteliais foliculares. Quando a glândula tireoide é estimulada, a tireoglobulina iodada (com seus T4, T3, MIT e DIT) entra por endocitose nas células epiteliais foliculares. Pseudópodos são formados na membrana celular apical, englobam a porção de coloide e o absorvem para a célula. Uma vez na célula, a tireoglobulina é transportada na direção da membrana basal por ação microtubular. -Explicar a organificação do iodo; Citar o destino dos resíduos de tirosina iodados, MIT e DIT, no interior da célula folicular. Na luz folicular, os resíduos de tirosina dentro da matriz de Tg são iodados pelo iodo (I+; formado pela oxidação do I– pela TPO). O iodo liga-se ao carbono 3 ou ao carbono 5 dos resíduos de tirosina da Tg, em um processo conhecido como organificação do iodo. Essa iodação de tirosinas específicas localizadas na Tg produz resíduos de tirosina monoiodada (MIT, de monoiodinated tyrosine) e de tirosina di-iodada (DIT, de diiodinated tyrosine), que são enzimaticamente acoplados para formar a tri- iodotironina (T3) ou a tetraiodotironina (T4). O acoplamento dos resíduos de tirosina iodada, seja como dois resíduos de di-iodotirosina ou um resíduo de monoiodotirosina e um de di- iodotirosina, é catalisado pela enzima TPO (peroxidase tireoidiana). ‼‼Organificação: Também mediado pela TPO, nessa etapa o iodo oxidado é ligado a tireoglobulina (Tg), formando as: MIT (monoiodotirosinas) e as DIT (diiodotirosinas). - Explicar como os hormônios tireoidianos circulam na corrente sanguínea e citar o papel das desiodases teciduais. Andressa – P3B FMO – 2021.1 A principal função da tireoide é produzir quantidadesadequadas de HT (hormônios tireoidianos) para atender às demandas periféricas. Os dois principais HT são a tri- iodotironina ou T3 e a tetraiodotironina (tiroxina ou T4). A síntese desses hormônios envolve as seguintes etapas: • Transporte ativo de iodeto (I–) para o interior da célula tireoidiana • Oxidação do I– e ligação a resíduos tirosil da tireoglobulina (Tg), formando a monoiodotirosina (MIT) e a di-iodotirosina (DIT) • Acoplamento de duas moléculas de DIT para formar o T4, e MIT + DIT para gerar o T3 • Proteólise da Tg, com liberação dos hormônios livres na circulação. A oxidação do iodo e a reação de acoplamento são catalisadas pela peroxidase tireoidiana (TPO). A tireoide normal produz todo o T4 circulante e cerca de 20% do T3 circulante. Os 80% restantes do T3 circulante provêm da deiodinação periférica do T4, por meio da ação das deiodinases tipo 1 (D1) e tipo 2 (D2). ♦ Desiodinase tipo I (D1): catalisa a desiodação do anel externo e do anel interno da T4 e da rT3. Essa enzima é encontrada predominantemente no fígado, no rim e na tireoide e também converte a T3 em T2. A D1 é considerada a principal desiodinase responsável pela conversão periférica de T4 em T3 em pacientes hipertireoidianos. ♦ Desiodinase tipo II (D2): é expressa no cérebro, na hipófise, no tecido adiposo marrom e na glândula tireoide. Ela só possui atividade no anel externo e converte a T4 em T3. A D2 é a principal enzima responsável por rápidos aumentos da T3 intracelular em tecidos específicos, bem como o principal produtor de T3 sérica nos seres humanos. O papel fundamental da D2 é ressaltado pelo fato de que a T3 formada na adeno-hipófise é necessária para a inibição da secreção de TSH por retroalimentação negativa. ♦ Desiodinase tipo III (D3): é expressa no cérebro, na placenta e na pele. Ela possui atividade sobre o anel interno e converte a T4 em rT3 e a T3 em T2, inativando, assim, a T4 e a T3. Esse processo constitui um aspecto importante na proteção placentária do feto. A conversão placentária de T4 em rT3 e de T3 em T2 diminui o fluxo de T3 (o hormônio da tireoide mais ativo) da mãe para o feto. Pequenas quantidades de T4 materna são transferidas ao feto e convertidas em T3, o que fornece T3 para o desenvolvimento do cérebro fetal. A atividade da desiodinase D3 na unidade fetoplacentária e no útero aumenta durante a gravidez e pode aumentar as necessidades de L-tiroxina em pacientes grávidas com hipotireoidismo. ‼No cérebro do adulto, a expressão de D3 é aumentada por um excesso de hormônio da tireoide, atuando como mecanismo protetor contra concentrações elevadas dos hormônios tireoidianos. ‼Alguns tumores vasculares raros com alta atividade de D3 podem causar hipotireoidismo grave tanto em adultos quanto em crianças. Uma vez liberados na circulação, T4 e T3 se ligam, de maneira reversível, a três proteínas plasmáticas: globulina ligadora de tiroxina (TBG), transtirretina (TTR) e albumina. ►A TBG tem a maior afinidade pelo T4 e T3 e a menor capacidade de ligação, o inverso acontecendo com a albumina (menor afinidade e maior capacidade de ligação). Aproximadamente 70% do T4 e 80% do T3 são ligados à TBG, e o restante, por sua vez, liga-se à TTR (transtirretina ou pré-albumina) e à albumina. Devido a sua alta concentração sérica, a albumina carreia aproximadamente 15% do T4 e do T3 circulantes. - Identificar a localização do receptor para os hormônios tireoidianos na célula-alvo. Receptores de hormônios da tireoide As ações regulares dos hormônios tireoidianos são mediadas por múltiplas isoformas do receptor desses hormônios, derivadas de dois genes distintos (a e b), que codificam esses receptores. Os receptores de hormônios da tireoide são receptores nucleares intimamente associados à cromatina. Eles são fatores de transcrição de ligação ao DNA que funcionam como acionadores moleculares em resposta à ligação do hormônio. O receptor hormonal pode ativar ou reprimir a transcrição gênica, dependendo do contexto do promotor e do estado de ligação do ligante. Os receptores de hormônios tireoidianos não ocupados se ligam a elementos de resposta aos hormônios da tireoide no DNA e estão associados a um complexo proteico contendo proteínas correpressoras. ‼‼A ligação do hormônio ao receptor promove a dissociação do correpressor e a ligação de um coativador, levando à modulação da transcrição gênica. Os receptores de hormônios da tireoide ligam-se ao hormônio com alta afinidade e especificidade. Eles apresentam baixa capacidade, porém alta afinidade pela T3. A maior parte (85%) do hormônio da tireoide nuclear ligado consiste em T3, enquanto cerca de 15% consistem em T4. Os eventos celulares mediados por esses hormônios incluem: Andressa – P3B FMO – 2021.1 • Transcrição da Na+/K+-ATPase da membrana celular, levando a um aumento no consumo de oxigênio. • Transcrição da proteína de desacoplamento, aumentando a oxidação dos ácidos graxos e a geração de calor sem produção de trifosfato de adenosina. • Síntese e degradação das proteínas, contribuindo para o crescimento e a diferenciação. • Glicogenólise induzida pela adrenalina, e síntese de glicogênio e utilização da glicose induzidas pela insulina. • Síntese do colesterol e regulação do receptor de lipoproteínas de baixa densidade. - Explicar as ações fisiológicas dos hormônios da tireoide. Os receptores de hormônios tireoidianos são expressos em praticamente todos os tecidos e afetam inúmeros eventos celulares. Seus efeitos são mediados principalmente pela regulação transcricional de genes-alvo, sendo, por isso, conhecidos como efeitos genômicos. Os hormônios da tireoide também exercem efeitos não genômicos, os quais não exigem a modificação da transcrição gênica. Alguns desses efeitos incluem a estimulação da atividade da Ca2+-adenosina-trifosfatase (ATPase, de adenosine triphosphatase) na membrana plasmática e no retículo sarcoplasmático, a rápida estimulação do antiportador de Na+ /H+ e aumentos no consumo de oxigênio. - Definir hipotireoidismo; Relacionar as alterações dos níveis de TSH e dos níveis de T4 livre com doença tireoidiana; Citar as causas de hipotireoidismo. Hipotireoidismo é a síndrome clínica caracterizada pela deficiência de hormônios tireoidianos. Pode ser primário (HTP), quando resulta de condições que interfiram diretamente sobre a tireoide, ou central (por deficiência de TSH). O HTP (hipotireoidismo primário) responde por pelo menos 90% dos casos de hipotireoidismo. No HTP há falta do feedback dos HT sobre os tireotrofos e, assim, sempre se observa elevação do TSH, associada à redução dos níveis de T4 livre, e o T3 pode estar baixo ou normal. ♦ Níveis altos de TSH, sem alteração dos HT, caracterizam o hipotireoidismo subclínico (HSC). Um cenário comum no qual se encontra essa associação é a baixa adesão ao tratamento com levotiroxina (L-T4). Nesses casos, enquanto a mensuração do TSH reflete um set point de 6 a 8 semanas de uso da L-T4, a dosagem de T4 reflete o uso recente do medicamento. Assim, se o paciente vinha em uso intermitente de L-T4, mas fez uso no dia da coleta do exame, podemos encontrar TSH alto, apesar de T4 livre normal. ♦ Falsa elevação do TSH pode resultar da presença de anticorpos heterofílicos ou da existência do chamado macro-TSH. Este último trata-se de uma macromolécula composta por TSH e anticorpo IgG. Os valores do TSH variam amplamente e podem exceder 200 mUI/ℓ. O hipotireoidismo central (HC) caracteriza-se por deficiente produção de TSH e pode resultar de qualquer patologia da região hipotalâmico-hipofisária, bem como de seu tratamento com cirurgia ou radioterapia. Laboratorialmente, manifesta-se por níveis séricos baixos de T4 livre, enquanto osdo TSH em geral estão baixos ou normais. No entanto, eventualmente podem estar discretamente elevados (em geral < 10 mUI/ℓ). Nessa situação, o TSH tem atividade biológica diminuída, não tem ritmo circadiano, mas mantém a sua imunoatividade. Dessa maneira, o TSH tem pouca utilidade no diagnóstico e monitoramento do HC. O melhor parâmetro é, portanto, o T4 livre. - Definir Tireoidite de Hashimoto. ‼ Tireoidite de Hashimoto é caracterizada por infiltração dos linfócitos e anticorpos autoimunes Efeitos celulares dos hormônios da tireoide. Os hormônios tireoidianos (T3 e T4) penetram na célula e ligam-se a seus receptores localizados no núcleo. A afinidade pela T3 é maior do que a afinidade pela T4. Os receptores nucleares de hormônios da tireoide funcionam como fatores de transcrição ativados por ligantes, que influenciam a transcrição de genes-alvo. Esses receptores ligam-se a elementos amplificadores no DNA, denominados elementos de resposta ao hormônio, regulando a transcrição de genes. A ligação dos hormônios da tireoide leva ao recrutamento de coativadores específicos, resultando na ativação dos genes e, por fim, na síntese de proteína. Andressa – P3B FMO – 2021.1 circulantes. Esses anticorpos inibem o simportador de Na+ /I- , impedindo a captação de iodeto e, consequentemente, a síntese dos hormônios tireoidianos. A tireoidite de Hashimoto é a causa mais comum de hipotireoidismo no adulto, sendo mais prevalente nas mulheres do que nos homens e alcançando um pico aos 30 a 50 anos. ► A tireoperoxidase é a principal enzima envolvida na síntese dos HT. ‼ Anti-TPO e anti-Tg parecem ser consequência da lesão tireoidiana, em vez da causa. A doença associada mais frequentemente a aumento de anti-TPO e anti- Tg é a TH (tireoidite de Hashimoto), embora esses autoanticorpos também sejam encontrados em outras tireopatias, bem como na população geral, especialmente em mulheres e familiares de pacientes com DTA. - Caracterizar os sinais e sintomas da Tireoidite de Hashimoto. A tireoidite de Hashimoto frequentemente começa com um aumento firme e indolor da tireoide ou com uma sensação de inchaço no pescoço. A glândula normalmente tem uma textura granulosa e, algumas vezes, parece nodular. ♦ sintomas de bócio, se presente: ► geralmente indolor; bócio doloroso raramente relatado, ► sensação de plenitude ou vago desconforto no pescoço ♦pacientes com tireoidite de Hashimoto podem raramente apresentar hipo e hipertireoidismo alternado - pergunte sobre os sintomas de ► hipotireoidismo - letargia, constipação, ganho de peso, intolerância ao frio, inchaço facial, pele seca, queda de cabelo, rouquidão, menstruação irregular ► hipertireoidismo (tireoidite de Hashimoto pode coexistir com a doença de Graves ) - palpitações, perda de peso, diarréia, tremores, insônia, menstruação irregular, intolerância ao calor - Definir critérios diagnósticos de hipotireoidismo. Diagnóstico ♦ diagnosticar hipotireoidismo primário ► suspeitar de hipotireoidismo primário em pacientes (especialmente idosos e mulheres) que apresentam sintomas típicos de hipotireoidismo: pele seca; sensibilidade ao frio; fadiga; cãibras musculares; mudanças de voz; constipação; irregularidades menstruais (menorragia, sangramento uterino disfuncional, infertilidade); letargia; ganho de peso; libido diminuída. ► o diagnóstico de hipotireoidismo primário é confirmado por exames de sangue que mostram hormônio estimulador da tireoide (TSH) elevado, frequentemente> 10 miliunidades / L tiroxina livre sérica baixa (FT4) ♦ diagnóstico de hipotireoidismo primário subclínico (que normalmente é assintomático ou levemente sintomático) é confirmado por exames de sangue que mostram: TSH elevado e soro normal FT4 ♦ diagnosticar hipotireoidismo central ► suspeite de hipotireoidismo central em pacientes com sinais e sintomas consistentes com hipotireoidismo primário, além de achados associados a deficiência hipotalâmica ou hipofisária, como distúrbios menstruais, galactorreia ou infertilidade ► o diagnóstico de hipotireoidismo central (secundário e terciário) é geralmente confirmado por exames de sangue que mostram TSH baixo a normal e T4 sérico baixo. em alguns casos de hipotireoidismo central com adenomas hipofisários não funcionantes, o TSH pode estar ligeiramente elevado. OBS: As principais doenças tireoidianas autoimunes (DTA) são a tireoidite de Hashimoto (TH) e a doença de Graves (DG). Têm em comum a presença de anticorpos antitireoidianos (TAb), em frequências distintas, mas bem maiores do que as observadas na população geral. Os TAb (anticorpos tireoidianos) são autoanticorpos gerados pelo sistema imunológico do paciente contra antígenos tireoidianos. Os principais TAb são os antitireoperoxidase (anti-TPO), antitireoglobulina (anti-Tg) e os contra o receptor do TSH (TRAb). https://www.dynamed.com/condition/hypothyroidism-in-adults https://www.dynamed.com/condition/hyperthyroidism-and-other-causes-of-thyrotoxicosis-37 https://www.dynamed.com/condition/graves-disease-in-adults Andressa – P3B FMO – 2021.1 - Explicar a importância de dosar anticorpos antitireoidianos no soro de pacientes. Anti-TPO e Anti-Tg elevado pensar em Hashimoto - Justificar o uso da levotiroxina no tratamento de disfunção da tireoide. A levotiroxina sódica é a forma sintética do principal hormônio produzido pela glândula tireoide, chamado de tiroxina, também conhecido pela sigla T4. A levotiroxina é, portanto, um medicamento indicado para o tratamento do hipotireoidismo, que é a doença provocada pela deficiente produção de hormônios pela tireoide MECANISMO DE AÇÃO Em pessoas saudáveis, a tireoide capta o iodo consumido na dieta e usa-o para criar dois hormônios: triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). O T3 e o T4 produzidos pela tireoide são lançados na corrente sanguínea, onde irão atuar diretamente nas células do nosso organismo. O T4 é um precursor do T3 (forma ativa que age nas células). Grande parte do T4 produzido, ao chegar em órgãos ou tecidos, é transformado em T3 para utilização das células. O T4 é uma espécie de reserva, que é usado para gerar mais T3 sempre que necessário. ‼Quando o paciente apresenta baixa produção de hormônios tireoidianos, a reposição é feita, preferencialmente, com levotiroxina (t4 artificial) para que o organismo continue, de certo modo, com o controle de quanto T4 irá ser convertido em T3, de acordo com as suas necessidades. ‼Se a reposição fosse sempre feita diretamente com T3, o risco de superdosagem do hormônio seria muito maior. T B L E n d ó c r i n o - T i r e o i d e 0 1 01. Analise as afirmativas abaixo sobre o processo de síntese e secreção dos hormônios tireoidianos e escolha a verdadeira: A. O TRH, após ser sintetizado pelo hipotálamo, é transportado para a adeno-hipófise, onde estimula a liberação do TSH. B. A produção de todo o T3 ocorre na tireoide, mas só uma parte da produção do T4 ocorre nessa glândula. C. A concentração aumentada dos hormônios tireoidianos na circulação leva a uma inibição secundária da sua produção. A esse mecanismo damos o nome de retroalimentação positiva. D. A dosagem do T3 livre é o teste mais confiável para diagnosticar as formas primárias de hipotireoidismo e hipertireodismo. 02. A desiodação progressiva extratireoidiana dos hormônios da tireoide, catalisada por desiodinases, desempenha um importante papel no metabolismo desses hormônios. Sobre as desiodinases, escolha a alternativa correta: A. A D3 é expressa no cérebro, na hipófise, no tecido adiposo marrom e na glândula tireoide. B. A D2 possui atividade sobre o anel interno e converte a T4 em rT3 e a T3 em T2, inativando, assim, a T4 e a T3. C. Alguns tumores vasculares raros com alta atividadede D1 podem causar hipotireoidismo grave tanto em adultos quanto em crianças. D. A D1 é considerada a principal desiodinase responsável pela conversão periférica de T4 em T3 em pacientes hipertireoidianos. OBS: ►D3: principal desiodenase que produz T3 reverso (inativo). Ex: placenta rica em D3, proteger feto do excesso de T4; também está presente no cérebro→ desiodação no anel interno (inativa). ►D1 e D2 são ativadoras→Desiodação no anel externo produz T3 ativa 03. Paciente do sexo feminino, portadora de Síndrome de Down, 22 anos de idade, sem queixas, trouxe exames de rotina, conforme descrito: Hormônio tireoestimulante (TSH) = 15 mUI/L (VR: 0,45 a 4,5mUI/L); Tiroxina Livre (T4-L) = 0,6ng/dl (VR: 0,9 a 1,7 ng/dl); Anticorpos anti- peroxidase (Anti-TPO) = 300 U/mL (VR < 34U/mL). Sobre esse caso clínico, marque a alternativa mais adequada: A. Sexo feminino é um fator de risco para a condição apresentada. B. O diagnóstico mais provável é de hipertireoidismo primário. C. O provável diagnóstico é de hipotireoidismo central por Tireoidite de Hashimoto. D. Síndrome de Down não é um fator de risco para a doença em questão. 04. Sobre o tratamento apropriado para a paciente do caso anterior, escolha a alternativa mais correta: * A. A paciente deve ser encaminhada para tratamento com iodo radioativo. B. A paciente deve receber doses diárias de T3 manipulado. C. No momento não há indicação de tratamento medicamentoso pois na grande maioria das vezes o quadro em questão é transitório. D. Deve ser administrada levotiroxina (L-T4) na dose de 1,6 ug/kg de peso. 5. Vilma, 67 anos, portadora de hipotireoidismo primário há 06 anos, com abandono de tratamento há 04 meses. Há 05 dias foi diagnosticada com COVID-19. Dá entrada na unidade de emergência com quadro de coma mixedematoso. Quais manifestações você esperaria encontrar nessa paciente? * A. Taquicardia e hipotermia. B. Bradicardia e hipoglicemia. C. Taquicardia e Hipotensão. D. Hipotensão e hiperglicemia.
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