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CEP Controle Estatístico do Processo Módulo II Profº Vander CEP MÓDULO I Objetivos de Aprendizagem: Capacitar o aluno a compreender: • Conceito de processo; • Conceito de controle; • Variáveis que afetam o processo; • Tipos de CEP. PLANO DE ESTUDO DO MÓDULO Os objetivos relacionados acima serão alcançados através dos seguintes tópicos: Tópico 1: Variação do processo; Tópico 2: Gráfico para Controle de Atributos. CEP 1 Variação do Processo Quando fabricamos um produto (bem ou serviço), as características desse produto irão apresentar uma variação inevitável, devido às variações sofridas pelos fatores que compõem o processo produtivo. Estas variações podem resultar de diferenças entre máquinas, mudanças nas condições ambientais, variações entre lotes de matérias-primas, diferenças entre fornecedores, entre outras. Apesar de um esforço considerável ser especificamente direcionado para controlar a variabilidade em cada um desses fatores, existirá sempre a variabilidade no produto acabado de cada processo de uma empresa. Portanto, é importante que esta variabilidade também seja controlada, para que possam ser fabricados produtos de boa qualidade. Os gráficos de controle são ferramentas para o monitoramento da variabilidade e para a avaliação da estabilidade de um processo. É importante verificar a estabilidade dos processos, já que processos instáveis provavelmente irão resultar em produtos defeituosos, perda de produção, baixa qualidade e, de modo geral, perda de confiança do cliente. 1.1 Desvio padrão da curva de distribuição normal Enquanto a média aritmética de uma série de dados é uma medida de tendência central dos valores dos elementos da amostra, o desvio padrão fornece a média da tendência dos afastamentos desses elementos em torno da média. O desvio padrão é geralmente representado pela letra CEP grega sigma (σ), ou pela letra S (do inglês standard) ou tam. A fórmula abaixo demonstra o cálculo do desvio padrão. Convém ressaltar que o desvio padrão naturalmente está diretamente associado ao tamanho da amplitude da amostra. O desvio padrão e curva de distribuição normal são utilizados para estimar a porcentagem de elementos com valores em função do grau de afastamento do valor da média. Em uma distribuição normal, tem-se que 68,26% da área sob a curva de distribuição normal está compreendida entre dois desvios padrão acima e abaixo da média e 99,74% da área sob a curva de distribuição normal está compreendida entre dois desvios padrão acima e abaixo da média. CEP 1.2 Influencias das causas de variação As causas especiais de variação podem alterar a média ou a amplitude, ou ambos os parâmetros de uma determinada especificação do produto. Em outras palavras, se ocorrerem causas especiais de variação no processo de corte de chapas, o valor da média das chapas cortadas que, sob influência de apenas causas naturais de variação é de 149 mm, e/ou a amplitude de 6 mm, poderão se alterar e a peça sair da especificação aceita. Isto significa que se o processo estiver sob controle, serão produzidas apenas peças com comprimento de 146 a 152 mm, dentro das especificações. A figura abaixo demonstra a influência das causas especiais de variação no processo: CEP Um processo é considerado “normal” quando apenas as causas comuns de variação atuam sobre ele. Para o controle das variáveis do processo partimos da hipótese de que a variável a ser controlada segue uma distribuição normal. Portanto, devemos controlar a média e o desvio padrão da distribuição, que se não tiverem variação ao longo do tempo caracterizam o que chamamos de processo sobre controle. Portanto, um processo sobre controle é aquele onde as variáveis não apresentam variação de média ou de desvio padrão ao longo do tempo. O controle das variáveis é realizado através de um instrumento denominado gráfico de controle, que é um diagrama que apresenta um limite superior denominado LSC (limite superior de controle) e um limite inferior denominado LIC (limite inferior de controle), além de uma linha de centro denominada LM (linha média). 1.3 Gráficos de controle Antes de se iniciar a implantação de um controle estatístico do processo é necessário definir o tipo de grandeza que se pretende controlar, se ela é uma grandeza do tipo variável ou do tipo atributo, pois cada uma delas tem tipo diferente de gráfico de controle. São dois tipos de gráfico de controle: CEP 1.3.1 Gráfico de controle de grandezas variáveis Para controle das grandezas do tipo variável do processo, parte-se da hipótese de que a variável a ser controlada segue uma distribuição normal, portanto, deve-se controlar a média e o desvio padrão da distribuição. Se a média e a amplitude das amostras não tiverem variação ao longo do tempo, o processo estará sob controle. Assim sendo, são utilizados dois gráficos de controle estatístico de processo: um gráfico para controle da média e outro para controle da amplitude. O gráfico de controle é um diagrama que apresenta três linhas: uma linha representa o Limite Superior de Controle, outra linha representa o Limite Inferior de Controle e a terceira linha é uma linha de centro, denominada linha da média. Para a determinação dos limites superior e inferior do gráfico de controle, pode-se utilizar qualquer quantidade de desvios padrão. Na prática as empresas utilizam quase que invariavelmente três desvios padrão abaixo e três desvios padrão acima da média. Isto compreende 99,74% dos valores. Os limites do gráfico de controle da média podem ser calculados de duas formas. A primeira forma pode ser utilizada quando o desvio padrão do processo é conhecido, neste caso, basta considerar três vezes este desvio padrão acima e abaixo da média para calcular os limites de controle, conforme descrito na fórmula abaixo: CEP Exemplo: a Docebrás é uma empresa do ramo alimentício e deseja montar um CEP para controlar o peso do produto em seu processo de enchimento de potes de geleia. Para isso, a gerente de produção pesou, de hora em hora, seis amostras com cinco elementos cada e os resultados estão descritos abaixo. O fabricante de máquinas de enchimento dos potes especifica um desvio padrão do processo de dois gramas. CEP Na realidade é muito raro que alguma empresa tenha conhecimento do valor do desvio padrão de determinado processo. Em função disso, foi desenvolvida uma maneira prática que considera a amplitude dos valores dos elementos da amostragem como forma de medida de variação em substituição ao desvio padrão.A fórmula de cálculo é apresentada abaixo, 1.3.2 Limites do gráfico de controle da média: 1.3.3 Limites do gráfico de controle da amplitude: 1.3.4 Coeficientes para cálculo dos limites dos gráficos: Exemplo: a Bebebrás é uma fábrica de bebedouros refrigerados. Em um de seus processos é feita a pintura de chapas de aço com espessura da camada de tinta de 65 µ. A especificação do desenho, feito pela engenharia do produto com base nas especificações do fornecedor da CEP tinta, permite uma variação máxima de 5 µ. Se a camada for inferior a esta especificação, a cobertura além de poder apresentar falhas, não oferece a proteção apropriada contra corrosão e o produto enferrujará com pouco tempo de uso. Se a camada de tinta for superior a esta especificação, a empresa estará utilizando mais tinta que o necessário, elevando o custo do produto sem necessidade. A fábrica deve utilizar o controle estatístico do processo para garantir tal situação. A empresa colocou em funcionamento o seu processo de pintura e foram colhidas oito amostras durante o dia todo, obtendo-se os seguintes resultados: CEP No exemplo pode-se observar que várias amostras têm as capacidades de pintura fora dos limites de controle do gráfico da média. Porém, não há um problema no processo, pois é preciso controlar a média de espessura da camada de tinta do processo, e não a espessura da camada de tinta de cada chapa pintada. Assim, como todas as médias e todas as amplitudes estão situadas dentro dos limites dos gráficos de controle, o processo se encontra sob controle. CEP Com relação à especificação do desenho da peça, verifica-se que a média mínima representada pelo Limite Inferior de Controle (LIC) do processo é de 64,5 µ e que está sendo atendida a exigência de espessura mínima de 60 µ (65 – 5). EXERCITANDO! Questão 1: O Controle Estatístico do Processo (CEP) é o acompanhamento contínuo de um fluxo de atividades, em que podem ser realizados ajustes, para que o resultado do esforço esteja em conformidade com um padrão definido. Esse tipo de controle pode ser aplicado na indústria farmacêutica. Com relação às Cartas de Controle utilizadas no CEP, analise as assertivas abaixo: I. Têm o objetivo de detectar desvios de parâmetros representativos do processo, reduzindo a quantidade de produtos fora de especificações e os custos de produção. II. Possuem dois tipos básicos: as cartas baseadas em variáveis, que se referem a situações que podem ser traduzidas por um sistema binário do tipo “0” ou “1”, em que cada amostra inspecionada é testada para determinar se está ou não em conformidade com os requisitos; e as cartas por atributos, baseadas na distribuição contínua das medições que pode, de certa forma, medir o grau de aceitabilidade ou de não aceitabilidade. III. Sua utilização pressupõe que o processo seja estatisticamente estável, isto é, não haja presença de causas especiais de variação. CEP É correto o que se afirma em: A) I e II, apenas. B) II e III, apenas. C) I e III, apenas. D) I, apenas. E) II, apenas. De acordo com o que vimos anteriormente, podemos afirmar que a assertiva I está correta, uma vez que o CEP busca detectar desvios de parâmetros representativos do processo e, com isso, reduzir a quantidade de produtos fora das especificações e, consequentemente, os custos de produção. A assertiva III também está correta, pois o processo em questão deverá ser estatisticamente estável, ou seja, é preciso mitigar os efeitos das causas especiais ANTES da implementação do CEP. A assertiva II, no entanto, não está correta por estarem invertidos os conceitos: as cartas por atributos é que se baseiam em um sistema binário do tipo “0” ou “1”, enquanto que as cartas por variáveis se baseia na distribuição contínua das medições que pode, de certa forma, medir o grau de aceitabilidade ou de não aceitabilidade. Questão 2: Considerando que o controle estatístico de processo é uma ferramenta de monitoramento e análise com o objetivo de controlar e atender especificações previamente definidas das variáveis, assinale a opção correta. a) Sua ênfase está na detecção de defeitos. b) Seu objetivo é separar os itens bons de uma produção dos itens ruins. c) O padrão de comparação utilizado no controle estatístico de processo são os limites de controle e não os limites de especificação. d) Os responsáveis pelo controle estatístico de processo são os operadores e inspetores. e) No controle estatístico de processo realiza-se ação de inspeção. CEP O termo “Controle Estatístico do Processo” nos remete à condição de controle. Desta forma, o padrão de comparação são os limites de controle, e não os limites de especificação. A alternativa C está correta. Entenda o que é controle estatístico de processos (CEP) O CEP é uma ferramenta de qualidade, criada para evitar o desperdício de matéria-prima em indústrias. Seu objetivo é fornecer informações que ajudem na otimização de processos (e detecção de possíveis defeitos), por meio de métricas e padronizações. Como consequência, o controle estatístico de processos gera sensíveis melhorias nos resultados, devido a diminuição do tempo de entrega e a redução dos custos de produção. Ao realizar, por meio de cálculos estatísticos, o controle dos processos de produção, a indústria evita a variabilidade de produtos, ou seja, a ocorrência de resultados divergentes oriundos de um mesmo processo. Um bom exemplo dos problemas causados pela variabilidade é a existência de lotes de peças defeituosas em meio a outros que passaram no teste de qualidade. Saiba como coletar dados para aplicar o CEP A estatística é a principal ferramenta utilizada para coletar dados e identificar padrões que devem ser acompanhados durante a produção, a fim de garantir que tudo ocorra conforme o planejado. http://www.isotecconsultoria.com.br/metricas-e-kpis-por-que-eles-devem-ser-amigos-da-sua-empresa/ http://www.isotecconsultoria.com.br/metricas-e-kpis-por-que-eles-devem-ser-amigos-da-sua-empresa/ CEP Para realizar uma coleta funcional de dados, é altamente recomendável utilizar o modelo PDCA para as checagens e, também, para encontrar as respostas de algumas questões pertinentes: • o que devo medir e por quê? • o que esperar como resultado? • o que estou mensurando é realmente necessário? • quais fatores (externos ou internos) podem influenciar os resultados? • as informações coletadas são confiáveis? A seguir, determine quem coletará as informações, quando isso será feito e de que forma. Ao identificar o colaborador responsável, certifique-se de que ele possui os conhecimentos necessários para a tarefa. O último passo do processo de coleta consiste em identificar quais ferramentas, softwares e gráficos serão utilizados para a análise e para fundamentar a tomada de decisão em relação aos resultados obtidos. Aprenda a implementar o ciclo de melhorias O ciclo de melhoriasé dividido em três etapas: • análise; • manutenção do processo; • melhoria. Durante a análise, o objetivo é entender todos os detalhes do processo, quais são as variáveis durante sua execução e detectar se há retrabalho ou refugo durante a entrega final. http://www.isotecconsultoria.com.br/voce-sabe-como-funciona-o-ciclo-pdca-entenda-mais/ CEP Ao entender esses e outros detalhes, é preciso monitorá-los para identificar onde e quando ocorrem as variações para tomar as ações necessárias. O objetivo é entender o que causou as alterações, eliminando as causas negativas e mantendo as positivas. Por fim, algumas modificações no processo podem ser inseridas e as reações podem ser observadas. O controle estatístico de processos pode ser aplicado, inclusive, em organizações de médio e pequeno porte, desde que profissionais capacitados concorram para o sucesso das etapas de coleta e análise das informações. Fonte: http://www.isotecconsultoria.com.br/voce-sabe-o-que-e-controle-estatistico-de-processos-descubra/ Vimos neste primeiro tópico o conceito de variação do processo e de que forma isso influencia na qualidade do produto. Vimos também os tipos de carta de controle e a aplicação de cada uma delas. Leia o texto complementar, assista ao vídeo recomendado e realize os exercícios propostos. Para saber mais sobre CEP, assista ao vídeo abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=6KqIC8JgOWA https://www.youtube.com/watch?v=6KqIC8JgOWA CEP 2 Gráfico para controle de atributos Como já descrito, os atributos têm somente dois estados: “certo” ou “errado”. Desta forma, deve-se calcular a proporção estatística de produtos defeituosos em uma amostra. As empresas geralmente buscam duas formas de controle de atributos: Controle do número de peças não-conformes produzidas: o gráfico utilizado para controlar a proporção de peças não-conformes em relação ao total de peças produzidas é denominado de gráfico P. Controle do número de defeitos em uma única peça: o gráfico utilizado para controlar o número de defeitos encontrados em uma única peça é denominado de gráfico C. 2.1 Gráfico P – porcentagem de produtos defeituosos O gráfico P pode ser utilizado, por exemplo, em uma indústria de confecções que deseja controlar o número de peças de roupas produzidas que apresentaram determinado defeito que provocou a necessidade de retrabalho na roupa ou a venda do produto como segunda linha ou até o descarte da peça. Para determinar a porcentagem de produtos defeituosos, deve-se selecionar uma amostra aleatória, verificar os elementos que apresentam ou não defeitos e calcular o valor de P através da fórmula: Os limites do gráfico P de controle são calculados por meio da fórmula: CEP No Controle Estatístico do Processo, em geral, estabelece-se uma variação de três desvios padrões acima e três desvios padrões abaixo da média, o que corresponde a um nível de confiabilidade de 99,74%. Exemplo: o setor de pintura de uma fábrica de bicicletas retirou 20 amostras com 10 quadros de bicicletas cada uma e verificou que, ao todo, cinco quadros apresentavam defeito de pintura. Estabelecer o gráfico para controle da fração defeituosa P. 2.2 Gráfico C – número de defeitos por peça Muitas vezes pode ser necessário controlar o número de defeitos em cada uma das peças da amostra, independentemente do tipo de defeito que a peça apresentou. Pode-se tomar como exemplo, mais uma vez, uma empresa de confecções. Toda roupa produzida sempre apresentará algum tipo de defeito leve que não é percebido pelo comprador como se tratando de um defeito. A empresa de confecções deve especificar e controlar a quantidade desses pequenos defeitos que está produzindo. A preocupação básica neste tipo de controle é evitar que as peças CEP apresentem defeitos em número elevado que possam comprometer o produto. Em outras palavras, um ou dois pequenos defeitos podem passar despercebidos pelo consumidor, porém, ele vai notar quando existirem, por exemplo, dez “defeitos leves”. As empresas costumam classificar a gravidade dos defeitos, geralmente em três ou quatro classes, muitas vezes representadas por letras, como por exemplo: Classe A: defeitos muito graves que inutilizam a peça para sua função principal. Classe B: defeitos sérios. Embora não inutilizem a peça, comprometem seu desempenho. Classe C: defeitos leves, não interferem no desempenho da peça. Em geral são defeitos de acabamento. A norma NBR 5426 define uma classificação de defeitos segundo sua gravidade em três categorias: Defeito crítico: defeito que pode produzir condições perigosas ou inseguras para quem usa ou mantém o produto. É também o defeito que pode impedir o funcionamento ou desempenho de uma função importante de um produto mais complexo. Defeito grave: defeito considerado não crítico que pode resultar em falha ou reduzir substancialmente a utilidade da unidade de produto para o fim a que se destina. Defeito tolerável: defeito que não reduz, substancialmente, a utilidade da unidade de produto para o fim a que se destina ou não influi substancialmente no seu efeito ou operação. CEP Quando se faz a contagem dos defeitos em uma única peça ou produto, os defeitos das diferentes classes podem ser ponderados diferentemente. Neste caso, cada empresa estabelece os padrões que lhes convier. O gráfico utilizado para o controle é o gráfico de número de defeitos por peça, ou gráfico C. Os limites do gráfico de controle são calculados através da fórmula: 2.3 Construção do gráfico C Os passos necessários para a construção de um gráfico de controle do processo do tipo C são: 1 – Em primeiro lugar é preciso certificar-se que o processo onde se deseja implementar o Controle Estatístico do Processo do tipo C esteja sob controle, ou seja, que não existam causas especiais de variação. Não é lógico montar um gráfico de controle tendo como base dados extraídos de um processo fora do controle. O processo que vai gerar os gráficos de controle é a referência de normalidade. É um processo que se deseja ter como padrão de comparação. 2 – Toma-se uma amostra inicial com determinado número de elementos. O número de elementos, na prática industrial, geralmente varia de um mínimo de dez até 50 elementos. A variação dependerá da dificuldade e do tipo de produto ou processo que se deseja controlar. CEP 3 – Verifica-se para cada peça o número de defeitos que ela contém. É fundamental definir claramente qual o tipo e severidade de defeitos que deve ser considerado. 4 – Determina-se o número médio de defeitos por peça, através da fórmula: 5 – Determinam-se os limites do gráfico de controle, através da fórmula apresentada anteriormente. 6 – As amostras cujos números de defeitos ultrapassem os limites de controle devem ser descartadas. 7 – Repetem-se os passos 4, 5 e 6 até que todas as amostras tenham um número de defeitos dentro dos limites de controle. Exemplo:o gerente de produção da Ventibrás, uma fábrica de ventiladores de teto do tipo doméstico, decidiu implantar o controle estatístico de processo para controlar a porcentagem de pequenos defeitos não aparentes de cada ventilador. Acreditava-se que cada ventilador poderia ter em média dois ou três pequenos defeitos não perceptíveis para o consumidor, mas, na verdade, a empresa nunca teve este tipo de avaliação anteriormente e era preciso estabelecer o padrão e os gráficos de controle, pois a empresa recém ingressara no mercado de exportação e o cuidado com a qualidade deveria ser redobrado. Em primeiro lugar o gerente verificou se todos os funcionários, ajustes de máquinas e tipos de materiais estavam em ordem, entendendo que o processo estava sob controle. Após esta verificação, o diretor mandou que fossem retirados e analisados 30 ventiladores prontos ao acaso e CEP enviados ao setor de qualidade, que observou os seguintes números de defeitos em cada um dos 30 ventiladores: CEP EXERCITANDO! Questão 3: (Exemplo resolvido) A Tabela abaixo apresenta o número de não- conformidades observadas em 26 amostras sucessivas de 100 circuitos impressos. Note que por comodidade limitou-se em 100 o número de não-conformidades possíveis, desta forma temos 26 amostras com 516 não-conformidades. CEP Desta forma, os limites de controle são dados pela seguinte fórmula: O gráfico, então, fica sendo: Após avaliar a carta de controle acima, o responsável pelo controle de qualidade do setor constatou que existem dois pontos fora de controle. Então foi verificado que a máquina estava descalibrada, foi então proposto que fossem removidas do conjunto de dados as observações 6 e 20 e revisados os limites de controle. CEP Desta forma temos os limites de controle: E o novo gráfico: Retirando as observações 6 e 20 podemos observar que os dados encontram-se dentro dos limites de controle. CEP Entendendo a variabilidade natural de um processo Você já parou para pensar em como a variabilidade ocorre em diferentes situações do dia a dia? Tem gente, por exemplo, que passa por uma farmácia e sempre gosta de verificar o peso nas balanças que ficam próximo à entrada, quase como um hábito. Eu sou uma dessas pessoas e observo que o valor apresentado na balança dificilmente é o mesmo da última vez que me pesei. Isso acontece devido à variabilidade natural do meu peso, o qual está relacionado, por exemplo, ao fato de eu ter acabado de fazer uma refeição ou não, se estive doente ou se estou com roupas pesadas. A variabilidade natural descrita acima, porém, só é verdadeira se o meu peso se encontra em um estado estável, ou seja, se mantenho a alimentação e as atividades físicas de maneira equilibrada de modo que eu não ganhe nem perca peso ao longo do tempo. Esse tipo de situação pode ser visto em outros exemplos, como faturamento mensal, gastos com fornecedores e número de produtos vendidos, no caso de uma empresa. Nesse sentido, o ponto chave de compreender a variabilidade natural de um processo é entender que os valores podem e serão diferentes no decorrer do tempo. Observar um peso maior na balança não indica obrigatoriamente que você engordou, assim como um faturamento menor que o mês anterior não necessariamente implica que sua empresa está entrando em crise. Essas situações podem ser comuns devido à variabilidade natural do processo. Aproveitando o exemplo da balança, dado que meu peso está estável, é normal ocorrerem pequenas variações em torno de um valor. Por exemplo, uma pessoa que pesa 80 kg pode observar seu peso variar para 79 kg em um dia e 81 em outro. Mas daí vem a pergunta: até que ponto essa variação é CEP normal? E como identifico que um processo está estável? Para isso é preciso ter dados sobre o processo e colocá-los em um gráfico de tendência, como mostramos neste vídeo utilizando o software Minitab. Nesse vídeo você verá como construir diferentes tipos de gráfico de controle e como identificar se o processo está estável ou não. Um exemplo de variabilidade natural Após verificar graficamente que o processo está estável, observamos que os valores se concentram em torno de uma média. No exemplo da balança, se o sujeito pesa 80 kg, toda vez que ele subir para verificar seu peso irá notar que o valor sempre oscila em torno de 80 kg. Observe o gráfico de tendência do peso do sujeito ao longo de três semanas, mostrado na figura a seguir. Os limites de controle do gráfico podem ser calculados automaticamente no Minitab, no vídeo que mencionamos anteriormente. Veja como os valores se concentram ao redor da média, 79.738 kg. Devido à variabilidade natural do peso ao longo dos dias e à estabilidade do processo, nesse caso uma CEP alimentação balanceada com atividades físicas, os valores ao longo de três semanas variam entre 81 e 79 kg. Observe também que, no dia 5, o sujeito apresenta o maior peso registrado nas três semanas. Se a pessoa for muito preocupada com isso pode pensar que engordou 1 kg e não que esse peso extra possa ser resultado de uma medição logo após o almoço ou quando o indivíduo estava com roupas pesadas. Logo em seguida, seu peso cai três dias consecutivos sem a pessoa mudar sua rotina, mas isso não quer dizer necessariamente que ela queimou as gordurinhas extras. A moral dessa história é que devemos compreender que nossos processos estão sujeitos à variabilidade. Algumas causas são naturais, as quais não devemos nos preocupar em tentar explicar, e outras são devido a fatores que podemos ter controle ou não. O desafio é identificar esses fatores externos que atrapalham o processo aumentando sua variabilidade e até mesmo interferindo em sua estabilidade. Fonte: https://www.escolaedti.com.br/entendendo-a-variabilidade-natural-de-um-processo/ CEP Neste tópico verificamos o como montar um gráfico para controle de atributos, essencial para processos em que o conceito de qualidade é do tipo binário (sim ou não). Leia o texto complementar, assista ao vídeo recomendado e realize os exercícios propostos. Para saber mais sobre controle por atributos, assista ao vídeo no link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=Z1D-6qpNoso CEP BIBLIOGRAFIA PEINADO, Jurandir. GRAEML, Alexandre Reis. Administração da Produção. Curitiba: UNICENP, 2007. RAMOS, Alberto Wunderler. CEP Para Processos Contínuos e em Bateladas. Editora Edgard Blücher. 2000. DINIZ, Marcelo Gabriel.Desmistificando o Controle Estatístico do Processo. Editora Artliber. 1ª Edição. 2001. MONTGOMERY, Douglas C. Introdução ao Controle Estatístico da Qualidade. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. COSTA, A.F.B., EPPRECHT, E.K., CARPINETI, L.C.R. Controle Estatístico de Qualidade. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2008. LEVINE, et al. Estatística- Teoria e aplicações usando o Microsoft Excel em português. 3.ed. LTC, 2005.
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