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AULA 6 GERENCIAMENTO DE TEMPO EM PROJETOS Prof. Angelo Tadini 02 CONVERSA INICIAL Depois de ter listado, sequenciado e estimado os recursos e a duração das atividades, a equipe do projeto está apta a desenvolver o cronograma, ou seja, a criar o documento que será a representação gráfica de todo o esforço de planejamento, de modo a projetar o andamento do projeto no tempo adequado. Não é das tarefas mais fáceis. Para chegar até aqui, os stakeholders estratégicos precisam estar cientes dos objetivos específicos do projeto e da responsabilidade de executar a empreitada. Desenvolver o cronograma de um projeto significa esmiuçar as atividades recém listadas, observando como as diversas áreas de conhecimento impactam o cronograma do projeto. O foco desta aula é demonstrar como o Método do Caminho Crítico viabiliza a construção de um cronograma, por meio do Gráfico de Gantt. Serão evidenciados os conceitos de início mais cedo e mais tarde, término mais cedo e mais tarde e o de folga (livre e total). Por fim, será possível observar também como é possível acelerar a execução do cronograma de um projeto, buscando formas de trabalhar as atividades para otimizar seu tempo de duração e, assim, diminuir o tamanho da rota crítica. CONTEXTUALIZANDO Chegamos ao final do planejamento do cronograma da loja de venda de equipamentos para cozinha industrial da sua empresa, a ABC Alimentos S.A, que está se desenvolvendo bem. Junto com o time do projeto, foi possível estimar todos os recursos e a duração de cada atividade do projeto. O cronograma ficou apertado e o caminho crítico tem exatos 120 dias. Qualquer atraso impedirá a inauguração da loja durante o Congresso Mundial da Cadeia da Indústria Automobilística. Com essas informações, você precisa agora estruturar um cronograma factível e que seja de fácil utilização para toda a equipe e, ao mesmo tempo, de fácil entendimento para os principais stakeholders. Aproveitando seu esforço durante o exercício proposto na seção Contextualização do Tema 4, utilize a Entrega 5, Inauguração, e monte um cronograma para o seu projeto. Que técnicas você usaria? 03 TEMA 1 – DESENVOLVENDO O CRONOGRAMA O cronograma básico de um projeto, juntamente com os cronogramas específicos, traz um desenho gráfico e temporal dos blocos de trabalho, evidenciando como eles se acomodam no esquema total do projeto. Trata-se da representação final de todo o trabalho do planejamento do tempo no gerenciamento de projetos. Carvalho e Rabechini (2011, p. 114) afirmam que esta é uma das etapas crucias da gestão de projetos: “chegar a um cronograma factível, respeitando os marcos temporais previstos em contrato e sujeitos às limitações de recursos”. Figura 1 – Desenvolvendo o cronograma Fonte: Elaborado com base em PMI, 2013. Segundo o PMBOK (PMI, 2013, p. 172), o desenvolvimento do cronograma “é o processo de análise de sequências das atividades, suas durações, recursos necessários e restrições do cronograma visando criar o modelo do cronograma do projeto”. Ainda segundo o Guia, o benefício de construir um cronograma se deve ao fato de que a inclusão de atividades, suas durações, recursos, disponibilidades de recursos e relacionamentos lógicos em um instrumento com foco no tempo gera um modelo de cronograma com datas planejadas para a conclusão das atividades do projeto. 04 Pode-se afirmar que o Cronograma junto, com a EAP, é composto das ferramentas mais visualizadas do projeto, o que leva às pessoas e organizações com baixa maturidade em projetos a pensarem, erroneamente, que se trata do gerenciamento como um todo. Barcaui et al. (2010) lembram que o desenvolvimento do cronograma precisa ser realizado progressivamente, repetidamente e de forma interativa com a equipe e alguns stakeholders. O objetivo dessa estratégia é garantir que o cronograma seja confiável e que atenda aos objetivos do projeto, ou seja, determinar as datas de início e término para as atividades do projeto. O cronograma elaborado durante o processo de planejamento servirá com uma linha de base do projeto (assim como EAP, lista de atividades, orçamento e etc.), e deve ser utilizada para acompanhar o progresso do projeto no decorrer de sua execução. Carvalho e Rabechini (2011) lembram que, para elaborar um bom cronograma, é preciso interação constante com as áreas de aquisições, recursos humanos, custos e risco. O desenvolvimento de um cronograma de projeto aceitável é muitas vezes um processo iterativo. O modelo de cronograma é usado para definir as datas planejadas de início e fim das atividades e marcos do projeto com base na exatidão das entradas. O desenvolvimento do cronograma pode requerer a análise e revisão das estimativas de duração e de estimativas de recursos para criar o modelo de cronograma aprovado do projeto que pode servir como linha de base para acompanhar o seu progresso. Uma vez que as datas de início e fim das atividades tenham sido definidas, é comum que membros da equipe sejam designados para realizar a revisão das suas atividades designadas para confirmar que as datas de início e fim não apresentam qualquer conflito com os calendários dos recursos ou atividades designadas para outros projetos ou tarefas e são, dessa forma, ainda válidas. À medida que o trabalho avança, a revisão e a manutenção do modelo de cronograma do projeto para sustentar um cronograma realista continuam sendo executadas durante todo o projeto. (PMI, 2013, p. 174) Aliando boa interação com as demais áreas e processos do projeto, o gerente de projetos deve dominar as técnicas de elaboração e programação do projeto e geração de cronogramas. Além disso, de acordo com o PMBOK (PMI, 2013), para que seja possível desenvolver o cronograma é preciso que se tenha em mãos o plano de gerenciamento do cronograma, a lista de atividades (com seus atributos e requisitos), o calendário de recursos, o diagrama de rede do projeto, as estimativas de duração das atividades e a estrutura analítica de recursos. 05 TEMA 2 – CRITICAL PATH METHOD Como vimos no tema anterior, com o conhecimento das estimativas de duração das atividades, é possível identificar o caminho (ou rota) mais longa do projeto, ou seja, o Caminho Crítico. Este, por sua vez, é uma das técnicas de programação de cronograma mais conhecidas e utilizadas do mundo, também conhecida como Critical Path Method (CPM, ou “Método do Caminho Crítico”). Como lembra Barcaui et al. (2010), trata-se de um processo que determina em que momento o trabalho poderá ser feito, tomando como alicerce o Diagrama de Rede e as estimativas de duração das atividades, incluindo aí a identificação dos atrasos e das restrições de data do projeto. O produto desse processo é a obtenção de datas teóricas de início e término das atividades do projeto. Para isso, são necessárias duas análises (Figura 2): uma para frente, do começo para o final do Diagrama de Rede (feita no caminho de ida), e outra para trás, do fim para o começo (feita no caminho de volta). Com essas definições, ainda é possível identificar as folgas total e livre de cada caminho dentro do projeto. Figura 2 – Método do caminho crítico Para facilitar o entendimento, utilizaremos como exemplo um diagrama de rede, com suas atividades e durações (Figura 3), onde é possível identificar o caminho crítico formado pelas atividades A (15), F (6) e I (2), totalizando uma duração de 23. 06 Figura 3 – Diagrama CPM O primeiro passo do CPM é calcular o caminho de ida, onde será possível encontrar o IMC e o TMC, como pode ser observado na primeira linha do Diagrama (Figura 4). Conforme instruem Barcaui et al. (2010), por convenção assumimos que o IMC das primeiras atividades (A, B e C)é igual a 1. Para calcular o TMC, a fórmula será IMC + Duração – 1 e o IMC da atividade sucessora será IMC da atividade predecessora + 1. Ressalta-se que, no caminho de ida, quando houver uma atividade que dependa de duas ou mais atividades, é preciso considerar o maior TMC entre as atividades predecessoras, como se pode observar pelo que ocorre entre as atividades “F”, “G”, “H” e “I”. Figura 4 – Caminhos de ida e volta do diagrama CPM No caminho de volta, será possível descobrir o IMT e o TMT das atividades. O primeiro passo é repetir o TMC no TMT da última atividade (no exemplo 07 Atividade “I”), uma vez que, como obrigatoriamente ela faz parte do Caminho Crítico, não há folgas, ou seja, os términos mais cedo e mais tarde são iguais. Utilizando essa lógica, as fórmulas do TMC e TMT serão: IMT = TMT – Duração + 1 O TMT (Predecessora) = IMT da atividade atual – 1 No caminho de volta, quando duas ou mais atividades dependerem de uma atividade, deve-se considerar o menor IMT entre as atividades sucessoras, conforme pode ser observado pelo que ocorre entre as atividades “E” e “B”. Por fim, é necessário calcular as Folgas Totais (FT) e as Folgas Livres (FL) do projeto. Segundo o PMBOK, a Folga Total é quanto tempo uma atividade pode ser adiada sem comprometer a data final de um projeto. Já a Folga Livre é a “quantidade de tempo que uma atividade do cronograma pode ser atrasada sem atrasar a data de início mais cedo de qualquer atividade sucessora” (PMI, 2013, p. 177). Segundo Barcaui et al. (2010), as fórmulas das folgas totais e livres são: FT = TMT – TMC FL = IMC (Sucessora) – TMC – 1 Como pode ser observado na Figura 5, se quisermos calcular a FT e FL da atividade “D”, veremos que: FT = TMT (18) – TMC (8) = 8 FL = IMC da atividade sucessora (11) – TMC (10) – 1 = 0 Figura 5 – Folga total e folga livre 08 Isso significa que, se a Atividade “D” atrasar até 8 dias, não haverá atraso para o projeto; no entanto, o início da Atividade “G” (que é de fato quem tem folga em relação a sua atividade sucessora) será afetado, uma vez que não há FL entre as atividades “D” e “G”. É importante observar que todas as atividades do Caminho Crítico possuem folgas livres e totais igual a zero. Qualquer atraso nessas atividades críticas acarretará não apenas em atraso no início da atividade sucessora (FL), mas também em todo o projeto (FT). Nesse contexto, observamos a importância que a estimativa de duração tem para o CPM, e consequentemente para todo o projeto. Por isso, normalmente organizações que utilizam o Método do Caminho Crítico também utilizam o PERT em consonância. A combinação das duas técnicas minimiza a possibilidade de erros graves nas estimativas do cronograma, tornando o Gráfico de Gantt algo muito próximo do cronograma da execução, o que evita retrabalhos e prejuízos para o projeto e para a organização. TEMA 3 – GRÁFICO DE GANTT E A ACELERAÇÃO DO CRONOGRAMA Embora existam softwares e ferramentas que calculam automaticamente as Folgas Livres e Totais dentro de um projeto, entender como funciona a lógica do cronograma é importante para o gerente de projetos na hora de mexer (replanejar) o Cronograma. Isso significa que, muitas vezes, é necessário encurtar (acelerar) o Gráfico de Gantt. O Gráfico ou Diagrama de Gantt, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011), é uma das técnicas mais antigas e mais utilizadas para a elaboração de cronogramas do projeto. Esse diagrama mostra as atividades em uma escala de tempo, marcando a duração planejada em relação ao andamento da atividade. Ainda segundo os autores, a principal vantagem dessa técnica é a sua facilidade de compreensão. 09 Figura 6 – Exemplo gráfico de Gantt Fonte: PMI, 2013, p. 183. Por meio do Gráfico de Gantt, é possível descobrir não apenas a duração de cada uma das atividades, bem como dos pacotes de trabalho e de atividades. Conhecemos também o sequenciamento das atividades, a duração de cada uma delas (datas de início e término), caminho crítico, recursos alocados, responsáveis, marcos etc. Se observarmos a Figura 6, os itens 1.1MB, 1.1.1.M1, 1.12.M11.1.3.M1 e 1.1.3.EG são Marcos do Projeto, ou seja, apesar de terem duração zero, fazem parte de algum evento de destaque do projeto e precisam ser evidenciados. Saiba mais Veja como montar um diagrama de Gantt no Excel: COMO montar um gráfico de Gantt: Excel Avançado. Asdicasdeinformática, 27 ago. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yWH_xlHZHTM>. Acesso em: 23 mar. 2018. Como já abordamos, por meio do Gráfico de Gantt é possível observar o cronograma e propor a sua aceleração. Conforme Barcaui et al. (2010), reduzir a duração do projeto significa diminuir o tamanho do seu caminho crítico. Existem 010 duas técnicas de aceleração de cronograma: a compressão (crashing) e o paralelismo (fast tracking). Figura 7 – Crashing e fast tracking Conforme Barcaui et al. (2010), a compressão é uma técnica que traça uma relação entre recursos e cronograma. Segundo essa lógica, adicionando recurso em uma atividade, você diminui o seu tempo de duração. Por exemplo: se um pintor pinta o cômodo de uma casa em dois dias, dois pintores pintam o mesmo cômodo em um dia; ou seja, ao adicionar o recurso mão de obra, é possível comprimir pela metade aquela atividade. No entanto, não é possível aplicar a mesma lógica para qualquer atividade, pois cada uma tem recursos únicos, de modo que a simples soma de mais um recurso não diminui, necessariamente, o tempo da sua duração. Já o paralelismo, segundo os mesmos autores, é uma técnica que faz com que as atividades possam ser executadas em paralelo, quando na verdade foram planejados para serem executados em sequência (Figura 7). O Empire State Building, ainda hoje um dos maiores prédios de Nova Iorque, construído na década de 1930, foi uma das primeiras grandes obras a utilizar o fast tracking. Ao invés de seus construtores esperarem a demolição dos prédios vizinhos para iniciar a construção do prédio, eles fizeram essas duas medidas em paralelo, o que diminui sobremaneira o tempo de duração da obra. No entanto, é evidente que essa técnica aumenta o risco do projeto e a possibilidade de retrabalhos. TEMA 4 – O CONTROLE DO CRONOGRAMA 011 Único processo do Gerenciamento do Tempo do Projeto no Grupo de Processos de Execução, controlar o cronograma significa observar se as atividades estão sendo realizadas de acordo com o período em que foram planejadas. Trata-se de agir quando o descumprimento dessa lógica afeta o caminho crítico do projeto. Figura 8 – Controlando o cronograma Conforme lembram Barcaiu et al. (2012), o domínio do cronograma não significa controlar a variável tempo, mas sim os fatores de produção (recursos humanos, em especial) e seu comportamento em termos de oferta e demanda ao longo do desenvolvimento do projeto. O PMBOK (PMI, 2013) lembra que se trata de um processo de monitoramento contínuo do andamento das atividades, envolvendo a análise das causas e seus efeitos sobre as durações do projeto. O foco no controle do cronograma deve estar na atualização do seu progresso e no gerenciamento das mudanças feitas na linha de base. O principal benefício desse processo é criar formas de se reconhecer o desvio do que foi planejado e tomar medidas corretivas e preventivas, minimizando assim o risco. É necessário lembrar a intensa relação que o gerenciamento do tempo do projeto tem com as outras áreas de conhecimento. Quando abordamos os conceitos de EAR, CPM, PERT, fast tracking, crashing, é possível vislumbrar como uma mudança no cronograma pode afetar a execução de todo o projeto, 012 impactando diretamente as áreas de escopo, custo e riscos, bem como as áreas de recursos humanos, qualidade, entre outras. Porisso, Barcaui et al. (2010) lembram que o monitoramento do cronograma de um projeto requer um método simples, contínuo e adequado a sua exigência, devendo: Estar relacionado com as demais áreas de conhecimento; Apresentar boa relação custo/benefício; Permitir que ações corretivas e preventivas sejam tomadas a tempo; Ser flexível para se ajustar à velocidade das mudanças do projeto; Prover informações. Para que seja possível controlar o tempo do projeto, é preciso ter em mãos, principalmente, o cronograma, o plano de gerenciamento e dados sobre a performance das ações, ou seja, informações sobre o andamento do projeto, tais como as atividades que foram iniciadas e concluídas, o andamento das demais atividades e sua duração real (em comparação com a duração estimada), percentagem agregada, índices de efetividade, entre outros (PMBOK, 2013). Segundo o PMBOK (PMI, 2013), para monitorar o comportamento do trabalho, é preciso utilizar algumas ferramentas que possam medir, comparar e analisar o desempenho do cronograma, como datas reais de início e término, percentagem completa e duração restante para o trabalho em andamento, como faz o Método do Caminho Crítico. Existem ainda outras técnicas que podem ser utilizadas para controlar a evolução do cronograma, tais como: análise das tendências, método da corrente crítica e o gerenciamento do valor agregado. TEMA 5 – ALÉM DO CAMINHO CRÍTICO PARA CONTROLAR O CRONOGRAMA A análise de tendências é uma dessas técnicas que procuram trabalhar o controle do cronograma, além do caminho crítico, acompanhando o projeto para analisar se suas ações estão dentro da normalidade ou se precisam de alguma ação corretiva para melhoria de desempenho. Essas técnicas de análises gráficas são importantes, uma vez que promovem comparações entre o antes (planejamento) e o depois (execução), facilitando o andamento futuro. Por outro lado, o método da corrente crítica “permite que a equipe do projeto crie buffers 013 (reservas) ao longo de qualquer caminho do cronograma para levar em consideração recursos limitados e incertezas do projeto” (PMI, 2013, p.178). Como lembram Carvalho e Rabechini Jr. (2011), embora seja feito a partir do CPM, o método da corrente crítica parte da ideia de que os recursos são escassos e devem guiar a programação do cronograma, combinando as abordagens determinísticas e probabilísticas. Nesse contexto, os buffers de duração são atividades sem trabalho do cronograma para gerenciar os riscos. Um buffer, colocado no final da corrente crítica, é conhecido como o buffer do projeto e protege a data alvo de término contra o seu desvio ao longo da corrente crítica. Buffers adicionais, conhecidos como buffers de alimentação, são colocados em cada ponto sempre que uma cadeia de atividades dependentes que não está na corrente crítica alimenta ou converge para a corrente crítica. Dessa forma, os buffers de alimentação protegem a corrente crítica contra desvio ao longo das cadeias de alimentação. (PMI, 2013, p.178) Figura 9 – Corrente crítica Fonte: PMI, 2013, p. 178. Na corrente crítica, é possível estabelecer uma comparação entre o tamanho do buffer restante com o tamanho do buffer necessário para blindar a data de entrega. “A diferença entre o buffer necessário e o restante pode determinar se uma ação corretiva é apropriada’’ (PMI, 2013, p.189). Por fim, apesar de ser um tema do Gerenciamento de Custos em Projetos, onde será mais aprofundado, temos também como ferramenta de controle de tempo o Gerenciamento do Valor Agregado (Earned Value Management – EVM), uma técnica de controle de projetos, muito conhecida no mundo todo, mas pouco utilizada no Brasil, que faz o monitoramento e a avaliação do projeto por meio do 014 avanço de escopo, tempo e custo. É um método para medir progresso, prever prazos e custos finais e indicar variações em relação ao que foi planejado. Entende-se por valor agregado em projetos o custo orçamentado do trabalho entregue até determinado momento. A análise é feita em conjunto com dois outros elementos básicos: Valor Planejado (VP) e Custo Real (CR). O Valor Planejado, como o próprio nome indica, é a quantia do orçamento que foi planejada, analisando o custo estabelecido no marco zero da linha de base da atividade. O Custo Real demonstra os valores que foram pagos para a execução do trabalho até aquele momento, ou seja, o quanto você gastou. Figura 10 – Exemplo dos elementos do EVA Transformando o trabalho desempenhado em porcentagem (%), é possível realizar funções matemáticas e descobrir variações, índices e outras informações. FINALIZANDO O foco desta aula foi o cronograma. O cronograma precisa justificar todo esforço feito pela equipe de projetos. Quando um projeto traz um cronograma bem estruturado, isso significa que o planejamento está bem definido e que as probabilidades de que suas ações sejam efetivas são bastante altas. 015 No entanto, para que isso aconteça de fato, o cronograma deve ser uma ferramenta de muito usabilidade, ou seja, precisa fazer parte do dia a dia, não só dos gerentes do projeto, mas também dos responsáveis por cada uma das atividades. É necessário que tenhamos responsáveis pelo cumprimento do prazo de cada uma das atividades. Eles estes precisam ter o feedback das suas ações relatadas ao gerente, seja por meio de relatório, reuniões, e-mails ou outra ferramenta definida pela equipe. O não cumprimento do tempo planejado para um projeto é a primeira evidência de que algo vai mal. Dificilmente um projeto problemático tem apenas uma causa; normalmente, são várias, mas a que mais evidencia fragilidade é o não cumprimento de prazos. Por isso, a presente aula teve como objetivo evidenciar conceitos de montagem do Método do Caminho Crítico, pois, por mais que exista softwares que façam esse trabalho de forma muito mais fácil e rápida, não entender a diferença entre uma folga livre e uma folga total pode acarretar desvios de cronograma, os quais culminam necessariamente em atrasos. Se há um gráfico de Gantt, significa que existe a comunicação dos prazos do projeto para a equipe e para o cliente; no entanto, as ferramentas de acompanhamento e controle precisam ser utilizadas para que ele não se torne apenas um instrumento vazio. Independente do fato de o projeto ser simples ou complexo, um cronograma bem construído e bem monitorado é uma condição imperativa para bons resultados. Isso pode ser observado no exemplo da contextualização: as atividades da inauguração (desenvolver mídias de promoção, lista de convidados; enviar convites; confirmar convites, pedir cotação; contratar empresa, definir o Plano de Trabalho da empresa) precisam ser elencadas em um diagrama de Gantt, de forma a mostrar sequenciamento, dependência, duração e responsabilidades para cada tarefa. 016 REFERÊNCIAS BARCAUI, A. B. et al. Gerenciamento do tempo em projetos. 3. ed. Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2010. CARVALHO, M. M. DE; RABECHINI JR., R. Fundamentos em gestão de projetos: construindo competências para gerenciar projetos. 3. ed. São Paulo, Atlas, 2011. FEITOSA, J. A. C. Análise do desempenho do cronograma por parte da Adm. Pública, utilizando a análise das tendências como alternativa ao gerenciamento de valor agregado. LinkedIn, 17 jan. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/gqp9V9>. Acesso em: 23 mar. 2018. PMI – Project Management Institute. Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos – Guia PMBOK. 5. ed. Project Management Institute, 2013.
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