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Samara Pires- MED25 Genétic� � Desenvolviment� Sistema Cardiovascular (Larsen cap. 12) 1. Formação do tubo cardíaco primário ● Sabe-se que o mesoderma da placa lateral é subdividido em somático e em esplâncnico, sendo que o primeiro campo cardíaco forma-se no interior da subdivisão do mesoderma esplâncnico; ● Primeiro campo cardíaco → origina os tubos endocárdicos laterais por vasculogênese em resposta a sinais do endoderma subjacente; Obs.: os tubos endocárdicos laterais formam-se a partir da vasculogênese do mesoderma da placa lateral cranial. As células progenitoras cardíacas derivam do mesoderma intraembrionário e ficam localizadas no interior do mesoderma da placa lateral cranial em ambos os lados do embrião. Essas células formam o crescente cardíaco, o qual forma o primeiro campo cardíaco. ● Segundo campo cardíaco → promove o aumento do comprimento do tubo cardíaco, a curvatura e o dobramento cardíaco adequados pela adição de células precursoras cardíacas; ● 3ª semana: a porção mais cranial do primeiro campo cardíaco é puxada ventral e caudalmente para ficar ventralmente ao endoderma do intestino anterior; ● Quando os braços do primeiro campo cardíaco se fundem, formam-se os tubos endocárdicos em cada braço do primeiro campo cardíaco; ● As células dos tubos endocárdicos se juntam em um único tubo quando os braços do primeiro campo cardíaco se unem para constituir o tubo cardíaco primário. Samara Pires- MED25 ● Tubo cardíaco primário → origina-se a partir do dobramento cefálico e lateral do embrião durante a 4ª semana de desenvolvimento. ● Miocárdio: formado a partir de uma massa de mesoderma esplâncnico que se agrega em torno dos tubos endocárdicos fundidos. A matriz celular do miocárdio é chamada de geleia cardíaca. Obs.: nem todas as células cardíacas do coração maduro são provenientes do primeiro campo cardíaco, pois precursores cardiogênicos são recrutados do mesoderma imediatamente adjacente e medial ao crescente cardíaco inicial. ● Entre a 4ª e a 8ª semana → tubo cardíaco primário passa por dobramento, remodelação, realinhamento e septação. Como consequência, forma-se um coração com quatro câmaras a partir de um único tubo cardíaco; 2. Dobramento ou looping cardíaco ● O tubo cardíaco primário começa a se alongar no 23º dia em uma estrutura em formato de C, depois, ao se alongar nos polos arterial e venoso, assume configuração em forma de S. Até o 28º dia, o alongamento do tubo cardíaco está concluído; ● O dobramento cardíaco é dirigido em parte pelo alongamento do segundo campo cardíaco. Samara Pires- MED25 3. Vasos sanguíneos primitivos associados ao tubo endocárdico O fluxo inicial de entrada para o coração ocorre por 6 vasos (4ª semana): ● Par de veias cardinais comuns: são formadas pela confluência das veias cardinais posteriores pareadas, que drenam o tronco, e as veias cardinais anteriores, que drenam a região da cabeça; ● Par de veias vitelinas: drena o saco vitelino; ● Par de veias umbilicais: fornece sangue oxigenado proveniente da placenta ao coração. ● Os batimentos cardíacos são iniciados em torno do 21º dia e o coração começa a bombear sangue até o 24º ou 25º dia → é o primeiro órgão a funcionar; ● Veia pulmonar → forma-se a partir de uma protuberância mesenquimal dorsal; 4. Septação do coração (28º-37º dia de gestação) ● Morfogênese valvulosseptal: engloba a septação e a valvulogênese; ● Ocorre a formação dos septos muscular atrial e ventricular, embora eles não executem a partição das câmaras cardíacas; ● Dois grandes coxins atrioventriculares se fundem e contribuem para a septação dos átrios e dos ventrículos para gerar a porção fibrosa ou membranosa dos septos ventricular e atrial e, em conjunto com os coxins laterais, estão envolvidos na formação das valvas atrioventriculares; Samara Pires- MED25 ● A fusão dos tecidos do coxim em oposição forma os canais atrioventriculares, saídas de ambos os ventrículos, da aorta e do tronco pulmonar e as porções membranosas (fibrosas) dos septos interatriais e interventriculares. 5. Septação dos átrios e divisão do canal atrioventricular ● Septo atrial → começa pela formação do septo atrial primário, seguido do septo atrial secundário, o que leva à separação dos átrios direito e esquerdo; Obs.: os septos não se fundem até o nascimento, então, durante a gestação, ocorre desvio de sangue da direita para a esquerda. Obs.2: o septo primário é fino e o secundário, espesso. ● O septo atrial maduro é formado pela fusão dos septos primário e secundário, os quais se caracterizam por septos musculares parciais embrionários, pois permitem a passagem de sangue de um lado para o outro; ● O septo secundário não fecha por completo, deixando uma abertura denominada forame oval. Assim, durante as vidas embrionária e fetal, parte do sangue que entra no átrio direito passa ao esquerdo por esse forame. Samara Pires- MED25 ATENÇÃO! O sangue passa da direita para a esquerda, mas não na direção contrária, porque o fino septo primário fecha-se sobre o secundário. 6. Início da septação dos ventrículos ● Septo interventricular muscular → fenda que separa parcialmente os ventrículos. A septação ventricular só se completa na 7ª e 8ª semanas, quando o coxim do trato de saída do coração conclui o processo. Obs.: o que é o trato de saída? Basicamente, é uma via de saída dos ventrículos direito e esquerdo → é dividido em trato de saída proximal ou cone arterial (região inicial onde a artéria aorta se destaca) e em trato de saída distal ou tronco arterial (divide-se para formar o tronco pulmonar e a aorta ascendente). ● No final da 4ª semana, o septo ventricular muscular começa a se tornar proeminente e o forame interventricular se fecha na 8ª semana; ● Na 4ª semana, formam-se trabéculas miocárdicas na parede interna de ambos os ventrículos → surgem cristas ou projeções que aumentam a área de superfície interna. Assim, temos 2 camadas básicas no miocárdio: camada trabecular interna e camada compacta externa. 7. Desenvolvimento das valvas ● Valvas atrioventriculares mitral (bicúspide) e tricúspide → originam-se do tecido do coxim atrioventricular durante a 5ª e a 6ª semanas; Obs.: os coxins são protuberâncias preenchidas por mesênquima derivado do endocárdio (na região atrioventricular) e por cristas (ao longo do trato de saída). Obs.2: esse mesênquima derivado do endocárdio é o que se prolifera e se diferencia em tecido conjuntivo. ● Valvas semilunares da aorta e da artéria pulmonar → surgem a partir da remodelação do tecido do coxim do trato de saída distal (coxins truncais, do tronco). O desenvolvimento das valvas semilunares é concluído até a 9ª semana nos seres humanos. 8. Conclusão da septação ventricular ● Formação do trato de saída → os coxins endocárdicos, divididos em proximais (conais) e distais (truncais) formam um par no trato de saída; Samara Pires- MED25 ● A separação dos ventrículos direito e esquerdo é concluída quando o septo ventricular muscular se funde com o septo do trato de saída e com o lado ventricular do septo atrioventricular. Isso ocorre entre a 5ª e a 8ª semana. ● O septo atrioventricular é formado na quarta semana de gestação, a partir da fusão dos coxins endocárdicos, dorsal e ventral, que crescem próximos ao canal atrioventricular. O septo divide o canal em direito e esquerdo, formando o átrio e o ventrículo. 9. Correlação clínica ● Tetralogia de Fallot: quatro malformações cardíacas clássicas → estenose no tronco pulmonar, defeito do septo ventricular, deslocamento da aorta para a direita (cavalgamento da aorta) e hipertrofia do ventrículo direito; ● Defeito do septo ventricular: uma das malformações mais comuns → caracterizada pelo desenvolvimento deficiente dos coxins proximais do trato de saída, pela falha na fusão dos coxins endocárdicos dorsal e ventral (septo atrioventricular), pela falha na fusão dos componentes ventriculares membranosos e pelo desenvolvimento insuficiente do septo ventricular muscular. - Consequênciagrave → passagem do sangue da esquerda para a direita. Desenvolvimento da vasculatura (Larsen cap. 13) 1. Introdução ● 17º dia → surgem agregados de células chamadas hemangioblastos, dos quais formam-se as células progenitoras hematopoiéticas e as células precursoras endoteliais. Isso tudo surge a partir de ilhotas sanguíneas no saco vitelínico; Obs.: o saco vitelínico é o primeiro fornecedor de células sanguíneas para a circulação embrionária. No entanto, ao 60º dia, essa tarefa de fornecer células Samara Pires- MED25 sanguíneas é transferida aos órgãos intraembrionários, como timo, baço e medula óssea. 2. Vasculogênese e angiogênese ● Vasculogênese (18º dia) → começa no mesoderma esplâncnico do disco embrionário e continua no mesoderma paraxial. Os pequenos capilares iniciais da vasculogênese se alongam e se interconectam, estabelecendo uma rede vascular primária inicial; ● A vasculogênese envolve a formação de pequenas vesículas que se unem em longos tubos ou vasos; ● Algumas células do mesoderma esplâncnico se diferenciam em angioblastos (EPCs); ● A vasculogênese acontece pela: (1) formação, migração e união contínua de EPCs, (2) angiogênese e (3) intussuscepção vascular (vasos existentes se dividem para formar novos) e (4) intercalação de novas EPCs nas paredes dos vasos existentes. ● Angiogênese → processo de expansão da rede vascular a partir do brotamento e da ramificação de cordões endoteliais já existentes; ● As células precursoras endoteliais se diferenciam em células endoteliais e se organizam em cordões vasculares para formar um plexo vascular embrionário primitivo. 3. Desenvolvimento das artérias do arco aórtico ● Artérias do primeiro arco aórtico → formam-se após o dobramento do embrião durante a 4ª semana de desenvolvimento. Obs.: cada arco faríngeo (1, 2, 3, 4, e 6) origina um arco aórtico. As artérias dos três primeiros pares do arco aórtico são bilaterais, enquanto os vasos do 4º e 6º arcos se desenvolvem assimetricamente. ● O primeiro par de artérias do arco aórtico é formado entre o 22º e o 24º dia. Ele se situa no mesênquima espesso do primeiro par de arcos faríngeos em ambos os lados da faringe em desenvolvimento; Samara Pires- MED25 ● Ventralmente, as artérias do arco aórtico surgem a partir do saco aórtico. Dorsalmente, elas se conectam às aortas dorsais esquerda e direita; ● As aortas dorsais bilaterais fundem-se na 4ª semana do quarto segmento torácico ao quarto segmento lombar, formando uma aorta dorsal na linha média; ● As duas primeiras artérias do arco aórtico regridem quando os arcos posteriores se formam, então restam as do 3º, 4º e 6º arcos, formadas até o 29º dia. - 1ª arco: regride, mas seus pequenos remanescentes originam as artérias maxilares; - 2º arco: remanescente forma a artéria estapédica; - 3º arco: artérias carótidas comuns esquerda e direita e porção proximal das artérias carótidas direita e esquerda; - 4º arco: origina o arco da aorta ou aorta ascendente + porção proximal da aorta descendente. O restante da aorta descendente se forma pelas aortas dorsais fundidas; - 6º arco: forma o ligamento arterioso → conecta o tronco pulmonar ao arco da aorta. Samara Pires- MED25 4. Formação das células sanguíneas ● Células-tronco hematopoiéticas definitivas (HSCs) colonizam o fígado (principal órgão hematopoiético do embrião e do feto) até ocorrer a hematopoiese na medula óssea próximo ao parto; ● 5ª semana de gestação: mudança de eritroblastos nucleados primitivos para eritrócitos anucleados que sintetizam hemoglobina fetal (eritrócitos definitivos). 5. Sistema venoso primitivo ● Sistema cardinal → drena a cabeça, pescoço, parte corporal e membros: formado por veias cardinais anteriores e posteriores que se fundem para formar as veias cardinais comuns; ● Veias vitelinas → drenam o saco vitelínico inicialmente; ● Veias umbilicais → levam sangue oxigenado da placenta ao embrião.
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