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O Professor Dr. Antonio Carlos Wolkmer fala sobre o surgimento do pluralismo jurídico. 
Segundo ele o direito moderno é um produto de uma sociedade de lutas e processos históricos e não apenas a cultura jurídica que está nos códigos como o Napoleônico ou o Alemão, pois é fato que o paradigma jurídico da modernidade estadista está em crise. Essa crise de legitimidade do direito estatal e das formas de justiças convencionais levam a expandir outras formas de normatividades não oficiais, é dessa forma que o pluralismo polítco começa a ganhar força.
O teórico português Boaventura de Souza Santos acredita que o pluralismo é uma alternativa, isso após estudos realizados no Brasil, ele ainda considerou que havia sérios déficits na justiça, onde a justiça do estado e o direito estatal não estavam dando uma resposta às demandas da coletividade, reconhece que nem sempre a aplicação fria da lei consegue resolver problemas com “ justiça”.
Algumas transformações ocorridas no século XVII, logo após as revoluções Puritana e Gloriosa, onde, a partir delas surgem os primeiros textos políticos no sentido de restringir o direito do soberano, avançando no sentido de dar maior garantia de direito aos seus súditos dando origem a famosa teoria do contrato social, surgindo como uma forma alternativa para explicar a origem da sociedade humana através de um pacto social por conta da necessidade de direitos e garantir esses direitos. Em uma favela do Rio de Janeiro como estudioso, sociólogo detectou que havia formas de resolver os conflitos diante da deficiência do modelo de justiça estatal dos tribunais do estado por várias razões como morosidade, burocracia, lentidão, custos do processo entre outros.
Ele percebeu que, no início dos anos 80, muitos dos problemas que aconteciam no interior de uma favela eram resolvidos pela associação de moradores, notando que nesses locais já se buscava uma forma mais rápida, menos burocrática, mais flexível e informal para resolver os conflitos principalmente na área cível, como disputa de posse de barracos e conflitos entre marido e mulher. Diante disto desenvolveu a tese que a resposta à crise de uma cultura muito estatista é caminhar na direção do pluralismo jurídico, pois o pluralismo caminha no sentido de se assumir uma postura mais flexível de que nem sempre a aplicação fria da lei ou do direito positivo consegue resolver com justiça, ou seja, resolvem, mas nem sempre com uma autêntica justiça. Contudo, podemos dizer que o pluralismo jurídico culminou através das múltiplas manifestações normativas existentes em uma sociedade podendo ser reconhecido ou não pelo poder público “Estado”, que pode ou não estar em conflito, o pluralismo expressa a necessidade da coletividade, dando forma ao novo constitucionalismo, um produto de novos processos revolucionários de movimentos sociais e da emergência de reconhecimento plurais e que foi consagrado principalmente em duas constituições a do Equador de 2008, constituição ecológica e da Bolívia 2009.