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Intubação por Sequência Rápida 1 Intubação por Sequência Rápida PONTOS IMPORTANTES Necessidade de IOT → critérios objetivos e subjetivos. Pesquisar preditores de via aérea difícil antes da indução hipnótica. Sequência rápida de intubação → pré-oxigenação com ventilação espontânea e uso concomitante de hipnótico e de bloqueador neuromuscular. Sequência prolongada de intubação → uso de sedativo previamente a pré- oxigenação com o intuito de otimizar esse passo antes da laringoscopia. Intubação acordado → uso de analgésicos locais com ou sem o uso de sedação anteriormente à laringoscopia. Falha de intubação → uso de Bougie, videolaringoscópio, dispositivo extraglótico ou cricotireoidostomia. AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE INTUBAÇÃO Quatro perguntas fundamentais: O paciente consegue proteger a via aérea? Pctes sem reflexos de proteção de VA têm maior risco de aspiração = maior dificuldade na manutenção de ventilação adequada. Fonação clara e desimpedida é boa evidência do controle adequado da musculatura da VA. Deglutição espontânea é bom indicador da proteção da VA, enquanto a observação de secreções acumuladas na orofaringe indica o oposto. Reflexo de vômito → não é útil na avaliação de proteção, pode induzir ao vômito e à consequente aspiração no paciente s/ controle de VA superior. Há falha de ventilação ou de oxigenação? Intubação por Sequência Rápida 2 Apesar de protegerem a via aérea, há pacientes que não conseguem ventilar adequadamente = doenças obstrutivas de vias aéreas (angioedema), doenças neuromusculares (miastenia gravis), doenças que afetem a troca gasosa no parênquima pulmonar DPOC, asma ou doenças intersticiais pulmonares). Falha ventilatória → taquipneia, estridor e respiração superficial. Em pctes que apresentem taquipneia, a evolução para bradipneia ou eupneia, no contexto de piora, indica atraso de intubação. Não se deve aguardar a alteração de exames laboratoriais (acidose ou hipoxemia), já que também são indicativas de atraso na intubação. Qual a evolução clínica esperada do paciente? A avaliação de possível agravamento das condições deve ser levada em conta. Lesão expansiva cervical ou de SNC → deterioração da anatomia e da proteção da VA indicam a intubação precoce. Anafilaxia ou queimaduras em face → intubação precoce também é indicada devido a rápida alteração da anatomia glótica. Quais os próximos passos no manejo do paciente? Graves → CC ou radiologia intervencionista = podem se beneficiar de intubação precoce em cenário controlado. Sedação profunda ou grandes doses de analgésicos → intubação como meio de manter a perviedade e a proteção da VA com o aumento das doses medicamentosas. É preferível realizar uma intubação precoce do que atrasar e piorar a situação do paciente. PREDITORES DE VIA AÉREA DIFÍCIL Marcação anatômica da membrana cricotireóidea previamente ao processo de intubação é fundamental para facilitar o procedimento (cricotireoidostomia) que pode ser necessário. Quatro avaliações devem ser realidadas: LARINGOSCOPIA DIFÍCIL MNEMÔNICO LEMON Intubação por Sequência Rápida 3 L look externally → avaliação de potenciais dificuldades a serem encontradas durante a laringoscopia, como alterações anatômicas, sagramento, obesidade, etc. E evaluate → avaliação 332. Abertura oral correspondente a 3 dedos, distância mento-hióideo de 3 dedos, hio-tireóideo de 2 dedos. Levar em conta dedo do paciente. Intubação por Sequência Rápida 4 M Mallampati → relação entre abertura oral, tamanho da língua do paciente e tamanho da orofaringe. Dividido em 4 categorias, sendo III e IV mais relacionadas à falhas. Intubação por Sequência Rápida 5 O obstruction → 4 indicadores = voz abafada, estridor, dispneia e salivação excessiva. N neck mobility → possibilidade de mobilização cervical. Pctes com restrição (colar cervical, doenças reumáticas) apresentam maiores dificuldades à laringoscopia direta. 2. VENTILAÇÃO BOLSAVÁLVULAMÁSCARA DIFÍCIL MNEMÔNICO ROMAN R restriction/radiation → radioterapia cervical recente ou doenças que aumentem a resistência ou reduzem a complacência: DPOC, asma, pneumonia, síndrome do desconforto respiratório do adulto ARDS. O obstruction/obesity → IMC > 26, abscessos, tumores, laringoespasmo, angioedema. M mask seal, Mallampati, male → sondas oro ou nasogástricas, barba, sexo masculino, Mallampati III ou IV. O uso de filme adesivo transparente na barba pode remediar parcialmente a dificuldade. A age → 55 anos = maior dificuldade de ventilação. N no teeth → ausência de dentes dificulta o selo adequado da máscara. Pode ser remediada com posicionamento de gaze entre as gengivas ou pela colocação da parte inferior da máscara entre o lábio inferior e a gengiva. 3. DIFICULDADE DE POSICIONAMENTO E USO DIFÍCIL DE DISPOSITIVO SUPRAGLÓTICO MNEMÔNICO RODS R restriction → equivalente ao R do ROMAN. Restrições de abertura oral e mobilidade cervical estão relacionadas com maior dificuldade. O obstruction/obesity → em pctes obesos pode haver dificuldade para selar a máscara. Quando há obstrução da via aérea, o selo da máscara com a VA pode não ser suficiente para gerar pressão superadora de resistência. D distorted airway → alterações na anatomia da VA podem impedir selo inadequado da máscara. S short thyromental distance → posicionamento da língua em pctes com distância tireomentoniana ou mento-hióideo curta pode dificultar a inserção do dispositivo supraglótico. 4. CRICOTIREOIDOSTIMIA DIFÍCIL MNEMÔNICO SMART Intubação por Sequência Rápida 6 S surgery → alteração de anatomia ou tecido fibrótico de cirurgias prévias pode dificultar a localização correta e o procedimento. Manipulação recente também dificultam em decorrência de edema e/ou sangramento local. M mass → tumores sólidos, hematomas, abscessos = dificultam a identificação dos marcos anatômicos. A anatomy → pescoço curto ou excesso de tecido subcutâneo podem dificultar a localização anatômica necessária. Enfisema subcutâneo ou infecção local também dificultam. R radiation → radiação local pode dificultar o procedimento cirúrgico em decorrência da aderência dos planos e fibrose locais. T tumor → tumores cervicais ou de VA podem complicar o procedimento por anatomia ou sangramento. SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO SRI é o método de escolha para maior parte das intubações no departamento de emergência. Consiste em utilização de medicação hipnótica e bloqueador neuromuscular no paciente pré-oxigenado. Quando correta, a SRI tem taxa de sucesso de 99% e aproximadamente 12% de taxa de complicações (dente quebrado, intubação pulmonar seletiva, vazamento de balonete, intubação esofágica, aspiração, pneumotórax, PCR. A SRI depende de 7 passos fundamentais: Preparação As medicações devem ser aspiradas e identificadas. As medicações do pós-procedimento também já devem ser preparadas. O paciente deverá estar conectado a um monitor com cardioscopia, oximetria, pressão arterial e capnografia em forma de onda. Acesso venoso fixado e funcionante, preferencialmente 2. Laringoscópio (preferencialmente o video), deve estar disponível e testado quanto ao funcionamento e tamanho ideal. Intubação por Sequência Rápida 7 Existem 2 tipos de lâminas: curvas Macintosh) e reta Miller). Lâmina curva = minimiza o estímulo da epiglote posterior. Mais utilizada em adultos. Lâmina reta = vantajosa quando glote é profunda ou anterior, quando os incisivos superiores são proeminentes ou quando a epiglote é longa e flexível. É utilizada mais frequentemente em crianças. Tubos endotraqueais do tamanho desejado e o menor também devem estar disponíveis com balonetes testados. O fio guia deve ficar proximal ao olho de Murphy (abertura lateral do tubo) e ser reto em todo o trajeto com uma curvatura anterior próxima ao balonete para evitar que o tubo obstrua o campo de visão. Equipamentos para VA de resgate. Intubação por Sequência Rápida 8 Pré-oxigenação Recomenda-se quenão ventile o paciente a não ser que SatO2 < 93% no momento da indução da hipnose. Antes da indução hipnótica deve-se oferecer a maior quantidade possível de O2 ao paciente, por no mínimo 3 minutos, objetivando saturar o máximo possível os tecidos, possibilitando maior tempo de apneia. Em pacientes saudáveis = oxigenação pode ser obtida com 8 respirações utilizando toda a capacidade vital. A pré-oxigenação deve ocorrer sempre que possível com inclinação de 30º45º. Duas formas preconizadas: Bolsa-válvula-máscara, com reservatório, ligada a fluxômetro de O2 A 15L/min: a máscara deve ser bem acoplada e o movimento inspiratório deve vir do paciente. Máscara não reinalante, com reservatório, ligada a fluxômetro de oxigênio completamente aberto 40L a máscara deve ser mantida no lugar com vedação adequada, até estar pronto para proceder com laringoscopia. Ambos são eficazes mas a segunda opção é a mais fácil. Caso não seja possível obter saturação adequada, pode-se utilizar da ventilação não invasiva, com fornecimento de O2 a 100%. Otimização da pré-intubação Identificar e corrigir possíveis fontes de descompensação. Pacientes hipotensos devem ter sua PA corrigida por meio de infusão de volume ou drogas vasoativas. Pacientes com pneumo ou hemotórax devem ter o tórax drenado. Pré-medicação com fentanil → deve ser criteriosa e seu uso de rotina não é indicado devido ao seu efeito hipotensor. Fentanil: opioide de ação curta, analgésico e simpatolítico, que diminui os efeitos cardiovasculares da laringoscopia por estimulação do SNS em pctes que não desejam obter rápido aumento da PA. Intubação por Sequência Rápida 9 Quando indicado, a infusão deve ser lenta (evitar síndrome do tórax rígido) e feita no mínimo 3 a 5 minutos antes da indução da hipnose. Dose de 3 mg/kg. Indicada em pacientes com sangramento intracraniano ativo, hipertensão intracraniana, dissecção de aorta e que se apresentem em crise hipertensiva previamente à intubação. Indução da hipnose e paralisia A infusão das doses de hipnótico e bloqueador neuromuscular deve ser feita rapidamente, em bolus, a iniciar pela medicação hipnótica. A infusão em bolus promove perda da consciência e o bloqueio neuromuscular mais rápido, possibilitando a intubação precoce. Após a administração, o paciente cessará os movimentos respiratórios espontâneos. Posicionamento Altura da cama correspondente à altura do processo xifoide do intubador. O pcte deve ser levado o mais próximo possível da cabeceira. Elevar a cabeça do pcte de forma que o meato auditivo externo fique na mesma altura do manúbrio do esterno. O coxim deve ser posicionado no occipício do pcte. Pacientes obesos: uso de rampa torácica para auxiliar no posicionamento. Deve-se elevar o tórax até que seja possível posicionar a cabeça como descrito. São utilizados lençóis dispostos em formato de rampa desde a cintura escapular até o occipício. Intubação por Sequência Rápida 10 Passagem e posicionamento do tubo Após o início da flacidez da musculatura facial, deve-se proceder com a laringoscopia. Na introdução do laringoscópio, inicialmente inicia-se a epigloscopia: abertura da boca, com inserção cuidadosa do laringoscópio pelo lado direito, rebatendo a língua para a esquerda até a visualização da epiglote. A epiglote é a referência que sinaliza a abertura laríngea e as cordas vocais. Com a lâmina de Macintosh (curva), a ponta da lâmina do laringoscópio deve atingir a porção terminal da epiglote (valécula) de forma a pressionar cuidadosamente. O ligamento hioepiglótico será fundamental no levantamento da epiglote. Cuidado para não pinçar a epiglote com a lâmina curva! O laringoscópio deve ser tracionado anteriormente e para cima → NÃO deve ser realizado movimento de alavanca. Durante a laringoscopia realizam-se manobras para otimização de sua visualização = tração de rima labial, elevação da cabeça com a mão direita, manipulação externa bimanual da laringe, hiperextensão da cabeça. O uso da pressão cricoide (manobra de Sellick) pode ocasionar obstrução de VA e dificultar a intubação. O uso da manobra BURP é controverso. Laringoscopia bimanual → melhor ajuste à visualização da VA. O tubo deve ser introduzido até que as pregas vocais fiquem na altura da marca preta proximal ao balonete ou entre as marcas pretas. Confirmação do posicionamento → medida de CO2 expirado = É OBRIGATÓRIA!!! Padrão ouro = capnografia com forma de onda USG transtraqueal possui boa acurácia. Pacientes que receberam pré-oxigenação adequada podem receber mais que uma tentativa de intubação (máx 2 tentativas). Caso a oximetria fique > 93%, deve-se interromper o procedimento para ventilar o paciente e evitar maior hipoxemia. Intubação por Sequência Rápida 11 Pós-intubação Após o posicionamento e confirmação, ele deve ser fixado para evitar extubação ou intubação seletiva acidental. O pcte deve ser conectado ao ventilador mecânico com ajustes personalizados ao seu tamanho e patologia. Configuração do ventilador → volume corrente entre 4 e 6 ml/kg de peso ideal, aferido de acordo com sexo e altura. Pressão de platô não deve ultrapassar 30cmH2O. Curvas de pressão e volume devem ser analisadas para confirmar que não há auto-PEEP (início da inspiração antes do término completo da expiração anterior). Permanecer ao lado do pcte → instabilidade hemodinâmica pode ocorrer. Radiografia de tórax para confirmar o posicionamento do tubo e avaliação do parênquima pulmonar → 24cm acima da carina. Iniciar analgesia contínua após a intubação em razão da manipulação recente de VA. Uso de bloqueadores neuromusculares e sedativos deve ser avaliado individualmente levando em conta a patologia e seu status pós- intubação. ESCOLHA DO TUBO Intubação por Sequência Rápida 12 Õ Intubação por Sequência Rápida 13 ESCOLHA DAS MEDICAÇÕES Hipnóticos Dose calculada com base no peso. Em morbidamente obesos calcula-se com base no peso + 30%. Em idosos a dose deve ser reduzida de 30%50% com relação a de adultos. ETOMIDATO Medicação sem efeitos cardiovasculares, rápido início de ação e meia-vida curta. É ideal para uso na emergência. Há efeito redutor do fluxo sanguíneo cerebral associado à redução do consumo de O2 pelo cérebro. Há redução transitória da pressão intracraniana PIC. Possui efeito de manutenção da pressão de perfusão cerebral PPC. Comprovação de supressão adrenal transitória. Não é recomendado o uso de corticosteroides para remediar essa condição. Uso na gravidez = classe C. QUETAMINA Intubação por Sequência Rápida 14 Efeito hemodinâmico equivalente ao etomidato. Há efeito broncodilatador, tornando a medicação de escolha para uso no caso de broncoespasmo quando s/ contraindicações. Durante o período de recuperação podem haver alucinações, agitação e confusão = efeitos pouco significativos no contexto da intubação. Quando utilizada na sequência prolongada de intubação, deve ser administrada ao longo de 60s para evitar depressão respiratória. É a única medicação que não inibe o drive respiratório quando utilizada na dose preconizada. Gravidez = classe indefinida. PROPOFOL Efeitos vasodilatadores e cardiodepressores → resulta em redução da PA → consequente redução da PPC. Discreto efeito broncodilatador. Intubação por Sequência Rápida 15 Não há contraindicação quanto ao uso em alérgicos a ovo. Gravidez = classe B, é a medicação de escolha em gestantes. MIDAZOLAM Inadequada para uso em procedimentos de emergência. Uso restrito apenas ao caso de indisponibilidade de outras medicações devido ao longo tempo de ação. Efeito hipotensor moderado quando utilizado sozinho e intenso quando utilizado junto com opioides (ex. fentanil). Quando utilizados em conjunto com opioides, causa redução significativa da PPC pela hipotensão e pelo aumento da PIC. Gravidez = classe D. Bloqueadores neuromusculares Fundamental para otimizar a qualidade da laringoscopia, melhorar visualização laríngea e aumentar osucesso na primeira tentativa de intubação. Bloq. neuromus. + hipnóticos = critério definidor da SRI. Dose calculada com base na massa corpórea total do paciente. Não há evidência de superioridade entre as drogas apresentadas. SUCCINILCOLINA Intubação por Sequência Rápida 16 Hipertermia maligna: contraindicado. HM hipotensão, acidose lática, hipercalemia e rigidez muscular. Miopatias: contraindicação absoluta. Lesão ou desnervação muscular aguda: contraindicado a partir do 3º dia pós-lesão devido a risco de hipercalemia. Rabdomiólise (queimadura extensa, lesões por esmagamento), AVC e doenças neuromusculares transitórias. Doenças neuromusculares progressivas: contrainidcação ELA, por exemplo). Hipercalemia: DRC ou hipercalemia isolada não são contraindicações. Considerar uso da succinilcolina seguro em pctes que não possuam instabilidade da membrana do cardiomiócito ao ECG. Gravidez = classe C. ROCURÔNIO Intubação por Sequência Rápida 17 Droga de escolha pela possibilidade de reversão do seu efeito com sugammadex em casos de falha da intubação. Indicação: contraindicação ao uso de succinilcolina. Gravidez = classe C. Sedação pós-intubação FENTANIL PROPOFOL QUETAMINA MIDAZOLAM Intubação por Sequência Rápida 18 DEXMEDETOMEDINA Bloqueador neuromuscular em infusão contínua Não deve ser utilizado em todos os pacientes após a intubação. Uso baseado em avaliação clínica e seriada do paciente e fundamentado na patologia de base do paciente. ROCURÔNIO CISATRACÚRIO Ê Ã Intubação por Sequência Rápida 19 SEQUÊNCIA PROLONGADA DE INTUBAÇÃO - SPI SPI é o uso de sedativo previamente à pré-oxigenação com o intuito de otimizar esse passo antes do ato da laringoscopia. Indicação Pacientes com indicação de IOT que se apresentam com agitação ou ansiedade que dificultem a oferta adequada de oxigênio durante o período de pré-oxigenação. Pctes com controle das VA e com drive respiratório mantido, mas com dificuldade de pré-oxigenação pelos fatores descritos. SPI é vantajosa por evitar distensão gástrica secundária à pressão positiva aplicada com dispositivo bolsa-válvula-máscara em pctes apneicos. Passo a passo Preparação de todo o material necessário. Posicionar o paciente em decúbito dorsal com a cabeceira elevada a 30º. Em casos de trauma, posição de Trendelemburg reverso a 30º. Minimizar erros de comunicação. Droga de escolha = quetamina 1mg/kg → propriedades dissociativas. Dose adicional de 0,5mg/kg pode ser feita caso o estado dissociativo não seja alcançado. Infusão ao longo de 60s → evita apneia temporária. Como alternativa à quetamina pode-se usar a dexmedetomedina com infusão de 1ug/kg durante 10 min. Após a sedação, instala-se a máscara não reinalante ou máscara de ventilação não invasiva VNI. Pode usar o ambu. VNI → gerador de fluxo com máscara de CPAP, mas sempre que disponível, preferir ventilador mecânico. Fração inspirada de O2 deve ser 100%, PEEP inicialmente em 5 cmH2O, aumentando até 15 cmH2O conforme necessário. Após alcançar SpO2 > 95%, manter pré-oxigenação por cerca de 3 minutos para saturar os tecidos. Intubação por Sequência Rápida 20 A partir desse ponto, prosseguir com os passos habituais de IOT. Se houver melhora da hipoxemia, não postergar a IOT → risco de insuficiência respiratória não assistida e necessidade de IOT em condições não ideais. FALHA DE VIA AÉREA Ocorre quando há falha na estratégia planejada para estabelecer a via aérea. Falha em manter SatO2 > 93% durante ou após tentar a laringoscopia; Falha em 3 tentativas de IOT. Falhas na obtenção de VA Não intuba, porém ventila: é a menos grave. Dá tempo para reavaliar e modificar a técnica. Intubação por Sequência Rápida 21 Não intuba e não ventila: mais grave. Deve-se tomar medida imediata para obter a VA avançada. Ajuda: pessoa para ajudar no procedimento ou material extra. No caso mais grave, deve-se tentar o uso de um dispositivo extraglótico (máscara laríngea) simultaneamente ao preparo do material de cricotireoidostimia. O dispositivo extraglótico serve como resgate e ponte a via aérea definitiva. Cricotireoidostomia cirúrgica Dilatador de Trousseau e gancho traqueal. Incisão látero-lateral simultaneamente da pele e membrana cricotireoide. Posiciona-se o gancho na posição cefálica da incisão e traciona-se. Após a tração, o tubo de diâmetro 6mm é passado pela incisão, obtendo acesso à via aérea. Sem material específico, posiciona Bougie na incisão e desliza o tubo. Controle traqueal. Contraindicada em crianças menores de 10 anos. Cricotireoidostomia por técnica de Seldinger Intubação por Sequência Rápida 22 Equivalente à técnica de Seldinger para acesso venoso profundo. Escolha para aqueles sem familiaridade com técnica cirúrgica. Cricotireoidostomia por punção Sem restrição etária. Dispositivo de cateter sobre agulha 14G para puncionar membrana cricotireóidea. Pode adaptar o conector de bolsa-válvula-máscara de um tubo endotraqueal 3.0 ao cateter e ventilar com BVM ou ventilar por ventilação de jato. Válvula de pressão da bolsa deve estar desativada devido às altas pressões necessárias para que haja fluxo pelo diminuto lúmen do catéter. Bougie Introdutor traqueal. Indicado em Cormack-Lehane 3. Confirma-se posicionamento pela sensação tátil dos anéis traqueais à passagem do introdutor ou pela parada de progressão após introdução de aproximadamente 2/3 do dispositivo. Se dificuldades para passar tubo: recomenda-se retrair 1cm do tubo, girá- lo 90º em sentido anti-horário e continuar a progressão com o tubo. Laringoscopia indireta Uso de dispositivos ópticos que facilitam a visualização da glote. Airtraq → uso individual e descartável. Pode tornar-se o equivalente a um videolaringoscópio. Videolaringoscopia Equipamento de vídeo acoplado a uma lâmina de laringoscopia. É o método de escolha no departamento de emergência. Fibroscopia Facilita visualização de glote e serve como guia do tubo endotraqueal. Intubação por Sequência Rápida 23 É bem mais caro e por isso menos utilizado. Máscara laríngea intubadora Permite a passagem do tubo endotraqueal pelo seu interior para intubação sem visualização direta. Tubo retroglótico Intubação às cegas. Possui 2 balonetes e duas vias de ventilação. Intubação por Sequência Rápida 24
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