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Pré-natal Sumário 1. Visão Geral 1 2. Detalhes Importantes 3 3. Suplementação 3 4. Intercorrências 3 5. Orientações quanto à comorbidades pré-existentes 4 6. Rastreamento Streptococcus Agalactiae (SGB) 4 7. Profilaxia S. Agalactiae 5 8. Vacinas 5 9. Infecções do Trato Urinário 6 10. Cervicites e Uretrites 6 11. Vulvovaginites 7 12. CMV, Rubéola e Zika Vírus 7 13. Ultrassonografias 8 14. Transluscência Nucal 9 15. Defeitos do Tubo Neural 10 Visão Geral · O mínimo de consultas recomendadas são 6: · 1º trimestre 1 consulta; · 2º trimestre 2 consultas; · 3º trimestre 3 consultas. · O ideal é que as consultas sejam mensais até a 28ª semana, quinzenal entre 28 – 36 semanas e após 36 semanas, semanal até o parto; · Abortamento é o número de gestações perdidas, não importando a causa (espontâneo, terapêutico ou eletivo, gestação ectópica); · A soma de paridade e abortos é igual ao número de gestações; · Se a gestação não passou de 20 semanas, a mulher é considerada nulípara; · O melhor parâmetro para datar uma gestação é a partir do comprimento cabeça nádega no USG na idade gestacional de 6 – 12 semanas (primeiro trimestre); · Margem de erro: 1 semana quando medido no primeiro trimestre; 2 semanas no segundo trimestre e 3 semanas no terceiro; · A data provável do parto (DPP) é quando a mulher completa 40 semanas; · Alto risco: · Comorbidades que podem complicar uma gestação (diabetes, HAS, distúrbios psiquiátricos); · Mau passado obstétrico (síndrome HELLP, pré-eclâmpsia, abortamento, óbito fetal); · Risco ou potencial risco de complicação (restrição de crescimento, anemia grave, diabetes gestacional). · Sempre aferir PA, pesar a paciente, avaliar a altura de fundo uterino (AFU) e BCF (120 – 160 bpm; a partir de 10 semanas com sonar e 20 semanas com Pinard); avaliar edema e toque vaginal se necessário; · Manobras de Leopold: · Situação: longitudinal, oblíqua, transversa; · Posição: onde está o dorso; · Apresentação; · Insinuação. · Exames complementares: · Grupo sanguíneo e RH; · Hemograma, glicemia de jejum, sorologias (HIV, VDRL, HbsAg) e EAS no 1º e 3º trimestre; · Toxoplasmose IgG e IgM e coombs indireto (se o fator Rh for negativo) de acordo com a necessidade; · TOTG entre 24 e 28 semanas para todas as gestantes que tiveram glicemia de jejum < 92 no primeiro trimestre. · Exames complementares não obrigatórios: · USG; · CMV; · Rubéola; · TSH; · Eletroforese de Hb; · Citologia oncótica. · Dispensados, caso já documentado: · GS + Rh; · Toxoplasmose IgG e IgM. Por Júlia: · Pedidos trimestralmente: · Sífilis; · Toxo (se toxo sensível); · Hct e Hb; · Cultura de urina. · Pedido no começo e no fim da gravidez: · HIV. Detalhes Importantes · Ganho ponderal: · Baixo peso 12,5 – 18 kg; · Adequado 11,5 – 16 kg; · Sobrepeso 7 – 11,5 kg; · Obesidade 5 – 9 kg. · A dieta deve ser hiperproteica, hipoglicídica e hipoliídica; Suplementação · Ferro elementar · 40 – 60 mg/d; · A partir de 20 semanas até o final da lactação ou no mínimo, 2 meses após o parto; · Ácido fólico · 400 mcg ou 0,4 mg/dia para baixo risco, 3 meses antes da gravidez até 12 semanas de gravidez; · 1 mg/dia para pacientes de risco moderado, também pelo mesmo período: · Diabetes tipo 1 ou 2; · Doença de fígado avançada; · Abuso de drogas; · Diálise; · Mal absorção gastrointestinal; · História familiar (primeiro ou segundo grau) de má formação de tubo neural. · 4 ou 5 mg/dia para pacientes de alto risco (posologia de 5 mg é mais comum): · Má formação de tubo neural em filhos ou história em um dos pais. · Cálcio · 600 mg/dia; · Para prevenção de distúrbios hipertensivos; · Pacientes com curto intervalo entre partos; · Doenças intestinais disabsortivas; · Vitamina D e C não têm evidência; · Vitamina A é teratogênica. Intercorrências · Anemia Ferropriva · Normal (Hb ≥ 11 g/dl) Suplementar após 20 semanas; · Moderada (8 – 11 g/dl) Fe elementar VO 120 – 240 mg/dia; repetir o hemograma de 30 a 60 dias, se tiver aumentado para > de 11, continua só com a suplementação; se tiver estabilizada ou piorar referenciar para pré-natal de alto risco; · Grave (< 8 g/dl) Encaminhar para o pré-natal de alto risco; Ferro IV quando necessário; · Exames complementares: · Hemograma completo; · Ferritina; · Ferro sérico; · Eletroforese de Hb; · Parasitológico de fezes. Obs.: 1 comprimido de sulfato ferroso tem 5x a dose de ferro elementar. Então 1 cmp de 150 tem 30 mg de Fe elementar e 1 cmp de 200 mg tem 40 mg de Fe elementar (no WhiteBook diz que varia de marca). Orientações quanto à comorbidades pré-existentes · Hipertensão Trocar anti-hipertensivo para metildopa; · Antidepressivos A maioria é categoria C, mas bupropiona e paroxetina são categoria D; · Anticonvulsivantes São categoria D, mas não pode tirar o medicamento. Então tenta fazer monoterapia na menor dose efetiva. Prescrever ácido fólico em altas doses; · Desencorajar tabagismo e etilismo; · Atualizar exame colpocitológico. Rastreamento Streptococcus Agalactiae (SGB) · Reservatório natural intestino; · Coloniza o reto pode colonizar a vagina de algumas mulheres; · Informação que será usada no parto; · Não erradica muito antes do parto, porque ela pode ser recolonizada; · Pode levar a sepse neonatal precoce, além de pneumonia e meningite, com risco de morte; · Como é feita a pesquisa? swab de reto e vagina cultura; · Rastreamento de 35 – 37 semanas; · Máximo 5 semanas antes do parto; · Conduta profilaxia intraparto; · Coleta dispensada se: · Urocultura positiva em qualquer momento do pré-natal para SGB; · Mãe já teve um RN com infecção prévia por SGB; · Nesses casos, já se faz a profilaxia intraparto. · Bacteriúria assintomática: ≥ 100.000 UFC/ml tratamento + controle de cura coleta dispensada + profilaxia intraparto; · < 100.000 UFC/ml coleta dispensada + profilaxia intraparto. Profilaxia S. Agalactiae · Cultura positiva para SGB profilaxia quando entrarem em trabalho de parto (amniorrexe – rompimento da bolsa ou início do trabalho de parto); · Cultura desconhecida profilaxia em caso de trabalho de parto prematuro (< 37 semanas); Amniorrexe > 18h; Tax intraparto > 38°C; (Dica: PAT) · Coleta dispensada, mas com profilaxia urocultura positiva ou RN anterior com sepse neonatal por SGB; · Quem não precisa: · Cesariana eletiva; · Swab negativo (mesmo que urocultura ou swab positivo em gestação anterior). · Esquemas de ATB: · Penicilina G cristalina: · Dose de ataque: 5 milhões U IV; · Manutenção: 2,5 milhões U de 4/4 horas até o clampeamento do cordão. · Ampicilina: · Ataque: 2 g IV; · Manutenção: 1 g de 4/4 horas até o clampeamento do cordão. · Esquemas alternativos para pacientes alérgicas: · Cefazolina; · Clindamicina; · Eritromicina. Vacinas I. Recomendadas · dTpa e influenza todas as gestantes devem receber, em todas as gestações, mesmo que tenham tido intervalos curtos; · dT e hep B a depender; · Influenza dose única anual; · Heb B Se nunca foi vacinada na vida, se não tem mais o cartão de vacina ou se fez o anti HBs não reagente; esquema: 0 – 1 – 6 meses; · dT e dTpa vai depender do histórico vacinal; · dTpa após 20 semanas de gestação; todas as gestantes vão receber em todas as gestações; · Se já tiver 3 doses de dT, só faz um reforço com dTpa (após 20 semanas); · Se tiver 2 doses de dT, faz a terceira com coqueluche (dTpa) para concluir o esquema; · Se tiver 1 dose de dT, precisa fazer outra de dT e uma de dTpa; · Se não tem cartão de vacina, ela precisa ter 3 doses durante a gestação (duas dT e uma dTpa). II. Contra-indicadas · Aquelas com vírus vivo inativado; · SRC (tríplice viral); · Polio; · Varicela; · Dengue; · HPV. III. Situações Especiais · Hepatite A locais de surto; · Febre amarela locais de surto; · Meningocócica locais de surto; · Pneumocócica cardiopatias, asplenia, pneumopatias, imunodeprimidas. Infecções do Trato Urinário I. Bacteriúria assintomática · ≥ 100.000 UFC/mL; · Sempre tratar; · E. coli é a principal bactéria; · Sempre fazer controle de curo repetir a urocultura; · Essas pacientes são mais suscetíveis a desenvolver pielonefrite.II. Cistite · Disúria; · Polaciúria; · Urgência miccional; · Dor suprapúbica; · Mesmo sem urocultura, precisa tratar. III. Pielonefrite · Sinais sistêmicos; · Punho-percussão lombar positiva; febre; · Internação; · Tratamento cefalosporina. Cervicites e Uretrites · A maioria é assintomática; · Quando tem sintomas, tem secreção purulenta; · Sintomas de cistite, porém com urina estéril pensar em clamídia; · Riscos: · Prematuridade (principalmente clamídia); · Rotura prematura de membranas ovulares; · Restrição de crescimento fetal; · Infecção pós-parto. · Sempre tratar o parceiro. Vulvovaginites I. Tricomoníase e vaginose bacteriana · Tratamento Metronidazol VO; · Riscos: · Prematuridade; · Rotura prematura de membranas ovulares; · Infecção pós-parto. II. Candidíase · Tratamento tópico Obs.: Atenção para periodontite, pelo risco de parto prematuro. CMV, Rubéola e Zika Vírus · Sorologias para rubéola e CMV não estão indicadas de rotina. I. Citomegalia · Maioria é assintomática; · Quando tem sintomas, eles são inespecíficos; · Transmissão contato íntimo; · Diagnóstico sorologias; · IgG – e IgM - suscetível; · IgG + e IgM - imune, mas pode reativar o vírus; · IgG – e IgM + infecção recente; · IgG + e IgM + faz teste de avidez; se > 60% infecção antiga; se < 30% infecção recente; · Diagnóstico fetal PCR em líquido amniótico coletado por amniocentese; · Consequências surdez e déficit neurológico. II. Rubéola · Quadro clínico: · Rash; · Febre; · Adenomegalia; · Artralgia; · Sintomas respiratórios. · Diagnóstico da mãe sorologias; · Diagnóstico fetal procedimentos invasivos (biópsia vilocorial, amniocentese e cordocentese); · Consequências: · Aborto; · Morte fetal; · Prematuridade; · Síndrome da rubéola congênita: · Defeito cardíaco; · Catarata; · Surdez. · Vacinação contraindicada na gestação (após vacinação, deve-se evitar gestação por 30 dias) III. Zika Vírus · Quadro clínico exantema a gestante precisa fazer a pesquisa para o Zika; · Diagnóstico RT-PCR-Zika; até o 5º dia, no sangue; até o 11º dia, na urina; · Seguimento pré-natal de alto risco e USG mensal pela possibilidade de microcefalia. Ultrassonografias · US de rotina não reduz morbidade e mortalidade perinatal ou materna; · Quando tiver disponível, fazer pelo menos um por trimestre; · 1º trimestre USG TV (datar a gestação, tópica, única ou gemelar); moforlógica do 1º trimestre para avaliar transluscência nucal; · 2º trimestre morfológica do 2º trimestre; · 3º trimestre obstétrica com doppler; · Marcos: · 4ª semana saco gestacional; · 5ª semana vesícula vitelínica; · 6ª semana embrião (BCE se > 5 mm). · Gestação anembrionada: · Ausência de vesícula vitelínica em diâmetro médio de saco gestacional > 8mm; · Ausência de embrião em diâmetro médio de saco gestacional > 16 mm. · Importância do US: · Cálculo de idade gestacional; · Identificação do peso fetal; · Avaliação da placenta; · Avaliação do líquido amniótico. · 1º trimestre · USG transvaginal: · Idade gestacional (a melhor estimação é pelo CCN da 6ª – 12ª semana); · Localização; · Viabilidade; · Corionicidade; · Corpo lúteo. · Morfológico do 1º trimestre: · Avaliar transluscência nucal; · Osso nasal; · Ducto venoso; · Regurgitação tricúspide; · Morfologia fetal; · Doppler de artérias uterinas. · 2º trimestre · USG morfológica de 2º trimestre: · Entre 18 e 24 semanas; · Rastreamento de malformações fetais; · Biometria fetal; · Morfologia fetal; · Comprimento do colo uterino; · Doppler de artérias uterinas; · FC, peso, placenta, cordão umbilical, líquido amniótico. · 3º trimestre · Após 34 semanas: · Biometria; · Placenta; · Líquido amniótico; · Crescimento fetal; · Doppler obstétrico. · Exame de escolha caso seja possível apenas 1 USG: morfológico de 2º trimestre. Transluscência Nucal · Acúmulo de líquido na região posterior do pescoço; · Imagem ultrassonográfica, hipoecoica, na região posterior do pescoço; · Rastreio para aneuploidia; · Um dos marcadores junto com osso nasal, ducto venoso e morfologia fetal; · Faz parte do exame morfológico do 1º trimestre; · Rastreamento: · Patau trissomia do 13; · Edwards trissomia do 18; · Down trissomia do 21. · Outras causas: · Infecções congênitas; · Síndrome de Turner; · Malformações. · Fisiopatologia: · Insuficiência cardíaca congestiva; · Drenagem linfática anormal; · Congestão venosa da cabeça; · Infecções congênitas; · Anemia fetal; · Hipoproteinemia. · Período: · Via abdominal; · CCN 45 – 84 mm; · IG de 11 semanas – 13 semanas e 6 dias. · Alterada: · ≥ 2,5 mm; · Ou > percentil 95 para o CCN; · Quando maior o valor da TN, maior o risco de cromossomopatia; · TN normal não exclui cromossomopatia; · Se TN alterada, a maioria não tem anormalidade. · É um rastreamento, não é um diagnóstico; · Atenção: idade materna > 35 anos e TN aumentada pensar em trissomia do 21; · Gemelar monocoriônica os fetos têm o mesmo DNA, mas um tem TN normal e o outro TN alterada pensar em Síndrome da Transfusão Feto-Fetal. Defeitos do Tubo Neural · Anencefalia e espinha bífida correspondem a 90% dessas malformações; · Fatores de risco: · Histórico pessoal (risco 10x maior para aquelas que já tiveram bebê com defeito do tubo neural); · Histórico familiar (quanto mais parentes afetados, maior o risco); · DM insulinodependente; · Uso de anticonvulsivantes; · Obesidade; · Cirurgia bariátrica (absorção deficiente de ácido fólico). · Profilaxia ácido fólico: · Sem fator de risco 0,4 mg/dia; · Com fator de risco 5 mg/dia; · 3 meses antes de engravidar e até 2 meses de IG/12 semanas; · Atenção: alguns estudos mostram correlação de excesso de ácido fólico com autismo, mas ainda carece de mais estudos.