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CLIMATÉRIO Fase da vida, transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. 40 aos 65 anos. Pode ser dividido em: pré-menopausa, perimenopausa e pós menopausa. MENOPAUSA – Marco. Interrupção da menstruação por 12 meses consecutivos. Idade média 51 anos. PERIMENOPAUSA – Período antes da menopausa. Ciclos irregulares até cessar menstruação. PÓS-MENOPAUSA – Início 12 meses após cessar menstruação até 65 anos. SENILIDADE – Após 65 anos. ESTÁGIOS DA VIDA DA MULHER MATURAÇÃO E MULTIPLICAÇÃO OOGONAL MODIFICAÇÕES HORMONAIS NO CLIMATÉRIO: Redução da inibina, Aumento de FSH, Aumento de LH, Oscilação nos níveis de E2, Diminuição dos níveis E2 na pós-menopausa. LH importante na puberdade e FSH no climatério. SINAIS E SINTOMAS Sintomas agudos – início na perimenopausa até 2 anos desta: Vasomotores – ondas de calor (60-75%), sudorese, palpitações. Psíquicos – labilidade emocional, nervosismo, depressão, diminuição da libido e insônia. Irregularidade menstrual. Sintomas vasomotores: Fogachos ou onda de calor = principal sintoma na transição e após a menopausa. Duração variável: 1 a 2 anos, >5 anos em 25% das mulheres menopausadas, >15 anos em 10% dos casos. Desencadeado por alterações no centro termorregulador do hipotálamo (perde o controle da temperatura basal, sobe a temperatura e o SNC ativa tentando trocar calor com o ambiente). Fatores desencadeantes: espontânea, estresse, calor, álcool, alimentos picantes, cafeína = fogachos. Sintomas a médio prazo – início 4 a 5 anos após a menopausa: síndrome genitourinária da menopausa – 15 a 40% mulheres > 55 anos. Ressecamento vaginal, prurido e queimação vulvar, dispareunia, corrimento vaginal, sangramento vaginal, disúria, polaciúria, tenesmo vesical, incontinência urinária. Alterações atróficas extragenitais: atrofia, secura e menor elasticidade – pele. Doenças a longo prazo: doença cardiovascular, osteoporose e alzheimer. DOENÇA CARDIOVASCULAR (DCV): Principal causa de morte. Fatores de risco = homens e mulheres: AF de doença cardiovascular, aumento da PA, tabagismo, DM, Dislipidemia, obesidade e sedentarismo. Estrogênio – efeitos benéficos sobre o endotélio durante a vida reprodutiva. OSTEOPOROSE: a remodelação óssea envolve formação (osteoblastos) e reabsorção (osteoclastos). Estrogênio: inibe a atividade dos osteoclastos = menor reabsorção óssea. Após 3ª década de vida inicia menor densidade mineral óssea, mais evidente na peri e pós menopausa. Consequências clínicas: cifose, dor aguda e crônica, fratura. Qual o papel do ginecologista no atendimento de uma paciente climatérica? Como abordar? - Esclarecimentos sobre a fase. – Rastreamento de comorbidades. – Mudança de estilo de vida. – Medicamentos quando necessários. ABORDAGEM CLÍNICA – ANAMNESE Identificação – nome, idade, cor, naturalidade e procedência, profissão, estado civil, região. Queixa principal e duração. História da moléstia atual. Interrogatório sobre diversos aparelhos. Antecedentes familiares. Antecedentes pessoais. Hábitos. Cirurgias. Antecedentes ginecológicos e obstétricos: menarca; DUM; menopausa (idade); caracterizar o ciclo menstrual – intervalo, duração e volume de fluxo; sintomas pré menstruais, menstruais ou climatéricos; antecedentes e queixas sexuais; paridade, tipo de parto, abortos prévios. Idade da menopausa ou irregularidade menstrual – pré menopausa. Presença de sintomas vasomotores – ondas de calor ou fogachos. Alterações do sono. Queixas de sexualidade. Queixas relacionadas a atrofia urogenital (sintomas mais tardios) – perda urinária (incontinência), prurido vaginal. Antecedentes familiares – investigar sistematicamente a presença de DCV, DM2, osteoporose e câncer, principalmente de mama e útero. Hábitos de vida – sedentarismo, tabaco e alcoolismo. Índice menopáusico de Blatt e Kuppermann Exame físico geral e especial: PA, IMC, peso, altura e circunferência abdominal. Exame ginecológico: avaliação das mamas. Atrofia genital – mucosa, coloração rosa-pálida, perda de rugosidade, menor distensibilidade. Distopias urogenitais, perda urinária. Massas (aumento de volume ovariana ou uterino). PROPEDÊUTICA: rastreamento de doenças ginecológicas, rastreamento de doenças não ginecológicas. RASTREAMENTO DE DOENÇAS GINECOLÓGICAS Meio a se identificar uma doença ou um fator de risco não conhecido pela história clínica. Deve ser simples, seguro, preciso, validado, de baixo custo e capaz de reduzir mortalidade. Deve ter alta sensibilidade (não perder casos) e alta especificidade (reduzir falsos positivos). CÂNCER DE MAMA – MAMOGRAFIA Recomendações INCA – Exame clínico de mama anual. 40- 49 anos: sem recomendação específica. 50-70 anos: no máximo bianual. Usuárias de terapia hormonal (TH) e com antecedentes familiar: anual. Recomendações ACOG – Exame clínico de mama anual. 40- 49 anos: bianual. > 50 anos: anual. Idade de parada: sem consenso (70, 75, 79 anos?). COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA Com que periodicidade? Anualmente até 2-3 exames negativos. Após a cada 3 anos. Exceção em pacientes de alto risco. Quando parar? Após 65 anos – USPSTTF. Após 70 anos – ACS. Quando não realizar? Histerectomizada por patologia benigna, comprovação histórica de retirada do colo uterino. CÂNCER DE OVÁRIO Pouco prevalente: 1/2.500. Não há evidências que: nenhuma estratégia reduza a mortalidade. Sintomas gastro-intestinais – precedem o quadro em 3 a 12 meses. Trials estão sendo conduzidos para testar o benefício de: USTV, USTV + Ca125. CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 77% dos Ca endométrio: são detectados no estágio inicial. Sem benefício de rastreio: USTV de rotina NÃO oferece vantagem na detecção precoce do câncer endometrial assintomático. Só fazer USTV: quando há queixa (sangramento) ou exame físico alterado. Morbimortalidade: a avaliação rápida do sintoma é que muda a morbimortalidade. RASTREAMENTO DE DOENÇAS NÃO GINECOLÓGICAS: DCV: Principal causa de mortalidade na transição e após a menopausa. Identificar fatores de risco. HAS – aferir PA, dislipidemia – lipidograma, DM – glicemia jejum. Fatores de risco para DCV: HSA, DM, sedentarismo, tabagismo, alterações lipídicas, obesidade androgênica e climatério. Perfil lipídico (lipidograma): Periodicidade – sem fator de risco para DAC – 40-55anos: 5/5 anos se normal. >55 anos: anual. Com fator de risco para DAC: >40 anos: anual Se normal. Repetir após 3-6 meses se anormal. Se não melhorar Encaminhar para tratamento. Fatores de risco para aterosclerose que modificam as metas do LDLc: fumo, HAS (140/90), HDLc < 40, DM. Idade: homens > 45 anos, mulheres > 55 anos. História familiar precoce de aterosclerose. DIABETES MELLITUS (Glicemia jejum): > 49 anos sem fatores de risco: glicemia de jejum 3/3 anos (se normal). Com fatores de risco: glicemia de jejum anualmente (pelo menos um). Se glicemia de jejum alterada ou intolerância à glicose: glicemia de jejum ou GTT-75g anualmente DM2 OSTEOPOROSE (Diagnóstico por DMO – Densitometria mineral óssea): Sítios anatômicos validos para diagnóstico: coluna lombar, fêmur proximal e antebraço não dominante. Quando pedir DMO? Pacientes sem fatores de risco: >65 anos. Pacientes com fatores de risco: > 50 anos. NAMS (2012) – Exame alterado: refazer a cada 2-3 anos. Se normal de 5/5 anos. Fatores de risco: Maiores – IMC < 21, tabagismo, artrite reumatoide, antecedentes familiar de 1º grau de fraturas, corticoidoterapia. Adicionais – demência, déficit visual, baixa ingesta de cálcio, ingesta alcóolica, deficiência estrogênica < 45 anos. Objetivo rastreamento: diagnóstico precoce, tratamento – evitar fratura, aconselhamento da mulher para eliminar fatores de risco modificáveis e prevenir quedas. Osteoporose secundária – 20% dos casos associam-se a alguma causa 2ª. Principais causas: artrite reumatoide,hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, hipovitaminose D, doenças renais, hepáticas e imobilidade prolongada. CÂNCER DE CÓLON E RETO Rastreamento: Sem fatores de risco – pesquisa anual de sangue oculto nas fezes (PSOF). A partir dos 50 anos se PSOF + colonoscopia. Se colonoscopia (-) repetir em 10 anos. Com fatores de risco: histórico familiar, síndrome de Lynch I e II; polipose adenomatosa familiar, antecedente pessoal de pólipos intestinais, colite ulcerativa e doença de Crohn Encaminhar para o proctologista. TIREOIDOPATIA Distúrbios da tireóide são comuns na perimenopausa. Hipotireoidismo pode causar sintomas como fadiga, alterações do humor ganho excessivo de peso (semelhantes ao hipoestrogenismo). Rastreamento TSH: início a partir dos 35 anos. Periodicidade: 2 exames normal – a cada 5 anos. DEMAIS EXAMES LABORATORIAIS Sorologias: se paciente sexualmente ativa ou suspeita de DST. Urina I: não há benefício para rastreamento de Ca de bexiga em pacientes assintomáticas. Hemograma: se houver indicação clínica. Função hepática e renal: se indicação. Não pedir de rotina: função hepática, renal, eletrólitos, PCR, USTV, trombofilias. O que não posso deixar de pedir? Mamografia 40-50 anos bianual e >50 anos anual. Lipidograma/glicemia a partir dos 40 anos anual. Colpocitologia 25 anos até 60-65 anos anualmente, 2-3 negativas: trienal. TSH 35 anos de 5 em 5 anos. Sangue oculto fezes 50 anos: anual. Densitometria óssea: > 65 anos de 2-3 anos se alterado e a cada 5 anos se normal. ORIENTAÇÕES Alimentação (fracionada e rica em cálcio). Dieta rica em cálcio ou compleme tar com carbgonhato de cálcio. Interromper os hábitos prejudiciais (fumo, álcool). Exposição solar (10-16nh), 15min, 3x/sem ou reposição de vit D. Exercícios físicos. Perder peso, se obesa (perder de 5 a 10% do peso). Orientação sobre prevenção de quedas. Atualizar vacinas. Quando medicalizar um processo fisiológico? Quando os sintomas causam prejuízo da qualidade de vida. Terapia de reposição hormonal (TRH) – para quem prescrever: 1. Sintomas vasomotores. 2. Sintomas urogenitais atróficos (tópico). 3. Osteoporose < 60 anos. Estrogênio isolado ou associado a progesterona. Contraindicações – trombose arterial e venosa, IAM, AVC, Ca endométrio ou mama atual ou prévio, hepatite ou cirrose.
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