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PAIR: PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO As lesões auditivas produzidas pelo ruído podem ser agudas ou crônicas, sendo que a mais comum é a crônica, que tem instalação lenta. Muitas vezes o trabalhador só se dá conta quando os zumbidos se tornam incômodos a ponto de chamar atenção para o problema. Esses zumbidos geram dificuldade de entendimento, principalmente nas faixas dos sons agudos e dificultam a compreensão da fala, especialmente em ambientes com elevado ruído de fundo. A primeira manifestação do distúrbio decorre da fadiga auditiva pós- estimulatória, que produz perda auditiva temporária após a exposição ao ruído. Medidos antes e depois da exposição aos ruídos, os audiogramas dessas pessoas mostraram um declínio no perfil, que desaparecerá com o passar das horas e os limiares vão retornando a normalidade. Exposições sucessivas, ao longo do tempo, vão provocando lesões nas células sensoriais e tornando permanente o declínio da audição. Existem inúmeros fatores que fazem variar o nível da perda auditiva entre um indivíduo e outro. Esses fatores são a suscetibilidade individual, o tempo de exposição e o nível de ruído no ambiente de trabalho, que estão intimamente ligados à maior probabilidade de lesão auditiva. À medida que progride, a perda auditiva se acentua e a faixa tonal comprometida vai se alargando. Ao atingir as áreas correspondentes às frequências de 2000Hz e 1000Hz, acentua-se a dificuldade de comunicação e intensificam os sintomas subjetivos, como os zumbidos. Neste ponto, o indivíduo já apresenta um comprometimento do psiquismo, uma vez que tem um binômio entre um distúrbio comunicativo X zumbido. Desta forma, podemos dizer que ao longo do tempo os efeitos da perda induzida por ruídos tem sintomas auditivos e não auditivos. Nos efeitos não auditivos pode aparecer perturbação do sono, alteração de pulso arterial e até mudanças de humor. Uma característica marcante na perda auditiva induzida por ruídos é a presença de recrutamento, porém, apesar de ajudar no diagnóstico diferencial em relação a outros processos auditivos, há de se levar em conta que esse fenômeno indica apenas um comprometimento no órgão sensorial, ou seja, uma cortipatia, de que a PAIR não detém exclusividade. Desta forma, o diagnóstico correto da PAIR passa, obrigatoriamente, pela avaliação audiométrica admissional e pelo monitoramento da audição do operário ao longo da sua vida profissional, bem como o rígido controle de ruídos nas diversas áreas industriais. É preciso também acompanhar toda a história do paciente, para que não confunda a PAIR com outro tipo de intercorrência. Referência bibliográfica: NUDELMANN Alberto Alencar, COSTA Everaldo Andrade, SELIGMAN José, IBAÑEZ Raul Nielsen. PAIR- Perda auditiva induzida por ruídos, Editora: Baggagem comunicações, Porto Alegre, 1997.
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