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ESTATUTO DO DESARMAMENTO

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ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10.826/03
COMPETÊNCIA – O controle é feito pelo SINARM. 
DE ACORDO COM O STJ
Em regra a competência é da Justiça Estadual, pois o que fixa a competência é o bem jurídico violado, ou seja, a incolumidade pública, ou seja, a coletividade.
Ou seja, todo crime previsto no Estatuto é de competência Estadual, salvo os casos de tráfico de 
Porte ilegal de arma cometido por militar em área militar. De quem é a competência??? É da Justiça Comum, pois o crime não é militar. 
COMPETÊNCIA PARA ESTABELECER EM QUAL UNIDADE DO EXÉRCITO A ARMA APREENDIDA EM PROCESSO DEVERÁ SER ENTREGUE 
	De acordo com o STJ cabe ao Exército decidir quais unidades serão responsáveis pela destruição/recebimento de armas oriundas da espécie, porém, cabe ao juiz decidir para qual unidades aquelas serão enviadas – CAT 195 BA.
OBJETIVIDADE JURÍDICA (STJ e STF)
Objeto imediato ou principal – Incolumidade Pública.
Objeto mediato, secundário – Segurança individual (incomum), patrimônio, vida, liberdade etc. 
(STF HC 56072 e STJ HC 156736)
O bem jurídico maior protegido no estatuto é a incolumidade pública, no entanto, há também a proteção secundária da segurança individual, patrimônio etc. 
CRIME DE POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO – Art. 12
	Sujeito ativo – Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum. 
	Sujeito passivo – A coletividade. Trata-se de crime vago, pois não há vítima determinada. 
	Condutas: Possuir e manter sobre a guarda. Ou seja, significa ter a pronta disponibilidade da arma ainda que ela não esteja junto ao corpo (ex.: pode estar guardada na gaveta). 
	Objeto material – arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido. 
	OBS: “Acessório de armas” é artefato que acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma (art. 3º, II, Decreto 3.665/2000). 
	Elemento normativo do tipo – Está na expressão “em desacordo com a determinação legaç ou regulamento”. 
	POSSE LEGAL
	POSSE ILEGAL
	
Registro expedido pela Polícia Federal após a autorização do SINARM (Art. 5º). 
FATO ATÍPICO
	Trata-se de crime.
Do dia 23.12.03 ao dia 31.12.09 sucessivas normas concederam prazo para a regularização da posse ilegal de arma de fogo no Brasil. Ou seja, nesse período a posse ilegal não configurou crime. Ocorreu nesse período o que o STJ e o STF chamam de abolitio criminis temporária ou descriminalização temporária ou atipicidade momentânea ou vacatio legis temporária.
Ainda nesse sentido, o STJ pacificou entendimento de que o período supra deve ser, ainda, subdividido em dois subperíodos. Do dia 23.12.03 ao dia 23.10.05 a abolitio criminis valeu tanto para armas permitidas quanto para armas proibidas. Porém do dia 24.10.05 ao dia 31.12.09, a abolitio criminis temporária só valeu para armas permitidas, pois a norma que prorrogou o prazo nesse dia só se refere a armas permitidas. 
A partir do dia 01.01.10 a posse ilegal de arma de fogo permitida ou proibida passou a configurar crime, mas a entrega espontânea é causa extintiva de punibilidade (art. 32). 
Essa abolitio criminis temporária aplica-se a arma com registro raspado??? De acordo com o STJ esta equipara-se a arma proibida (não pode ser levada a registro), aplicando-se a ela o entendido com relação a arma proibida (primeiro período sim, abolitio, no segundo não). 
A ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA NÃO SE APLICA AO PORTE, MAS TÃO SOMENTE A POSSE. (Ex.: indivíduo na rua com a arma – porte. Não configura-se a abolitio). 
	Elemento espacial – Refere-se a expressão “No interior de sua residência (...)”
	POSSE DE ARMA DE FOGO
	PORTE DE ARMA DE FOGO
	Ocorre na residência do infrator ou dependência desta ou no local de trabalho do infrator. Desde que ele seja o proprietário ou responsável legal do estabelecimento. 
	
Em qualquer outro local não abarcado pela posse, elencado ao lado. 
	O dono do restaurante e o garçom têm armas guardadas na gaveta do restaurante. O dono tá cometendo o crime de posse e o garçom o crime de porte de arma de fogo. 
Indivíduo tem uma arma no armário de sua casa, o crime é de posse. Colocou a arma na cintura para passear e foi para a rua, ter-se-á o crime de porte. 
CRIME DE OMISSÃO DE CAUTELA – Art. 13
	Trata-se de crime próprio que exige condição especial do sujeito ativo.
	Sujeito passivo – Além da coletividade, tem-se o menor de 18 anos e o doente mental. 
	OBS: há o crime mesmo que o menor já tenha adquirido a capacidade civil absoluta (ex.: menor de 18 anos emancipado); não é necessária nenhuma relação de parentesco entre o sujeito ativo e o sujeito passivo (Ex.: Um pai deixa arma na mesa, próximo ao filho de 10 anos. Um soldado chega em casa e deixa a arma em cima da mesa próxima ao filho da vizinha que está em sua casa. Ocorrerá o crime em ambas as situações).
	O tipo penal só tutela o deficiente mental e não as pessoas que possuam deficiências físicas, pois o que se quer tutelar é que a arma fique perto de pessoas que, em tese, não têm capacidade de manusear uma arma. 
	Crime culposo, deixar de observar as cautelas necessárias é quebra do dever de cuidado objetivo. 
	Crime omissivo puro ou próprio, pois o verbo do tipo penal é uma omissão. 
	Objeto material – Arma de fogo de uso proibido ou permitido. 
	OBS: O tipo penal não prevê como objeto material os acessórios e munição, portanto, deixar um silenciador ou munições próximos a uma criança não configurarão crime.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA – A consumação, de acordo com a doutrina, se dá com o apoderamento da arma pelo menor. 
	O apoderamento, segundo Capez, é o próprio resultado naturalístico (crime material), já Nucci, discordando, diz que o resultado naturalístico é a morte ou lesão da vítima que não precisa acontecer para o fato estar consumado (crime formal). 
TENTATIVA – Não é possível por se tratar de crime culposo e por se tratar de crime omissivo puro ou impróprio. 
CRIME DE OMISSÃO DE COMUNICAÇÃO – Art. 13, parágrafo único
	Sujeito ativo é o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores (Ex.; se o segurança deixa de comunicar o extravio de arma não estará cometendo crime algum).
	Sujeito passivo – a coletividade e o estado (que fica prejudicado no controle de armas). 
	O tipo penal prevê duas condutas:
1. Deixar de registrar a ocorrência policial e, 
2. Deixar de comunicar a Polícia Federal.
No exemplo de um diretor que lavra boletim de ocorrência, mas deixa de comunicar a Polícia Federal sobre o extravio de uma arma de fogo. Estar-se-ia diante de crime??? 
Nesse sentido há duas correntes, a primeira preconiza que haveria crime, pois o elemento do tipo impõe as duas condutas. E a segunda corrente entende que não há crime, pois a comunicação a um só dos órgãos afasta o crime. Se houve a comunicação junto a Polícia Civil, bastaria tal fato para o entendimento de que a Polícia Federal deveria ser também, avisada. 
Elemento subjetivo – O crime é doloso. Se a omissão for culposa o fatp será atípico.
A consumação somente se dá após 24 horas do fato. Crime a prazo. 
OBS: a doutrina entende que tal prazo só começa a “correr” com a ciência do fato. 
A tentativa não é possível, pois se trata de crime omissivo puro ou próprio, trata-se de crime de mera conduta. 
CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO – Art. 14
	Trata-se de crime de conduta múltipla ou variada, tipo misto ou alternativo, ou seja, a prática de várias condutas no mesmo contexto fático, crime único (princípio da alternatividade). 
QUESTÕES CONTRVERTIDAS ENVOLVENDO A POSSE E O PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO
a) Exame pericial – Se a arma foi apreendida o exame pericial é imprescindível para a comprovação do crime (gera nulidade). Se a arma não foi apreendida, a falta do exame pericial pode ser suprimida por outras provas (HC 10008 STF e HC 175778 STJ).
OBS: A 5ª Turma do STJ entende que o exame pericial é sempre desnecessário mesmo que a arma tenha sito apreendida, pois se trata de crime de perigo abstrato. 
b) Arma desmuniciada– Prevalece no STF é sim crime, pois se trata de crime de perigo abstrato ou presumido. Entende-se que o fato da arma estar desmuniciada e não estar gerando uma situação de perigo real no momento não ilide o fato delituoso, pois o crime é de perigo abstrato, não precisando gerar situação de perigo no momento (STJ HC 178.320/SC). 
Mas atenção, prevalece no STJ que, se a arma está desmuniciada e sem condições de municiamento não há crime (posição minoritária – 6ª Turma do STJ – HC 222.758 – munição sem arma é crime).
· HC 90075 – STF – Munição sem arma é crime??? Por enquanto há 2 X 1 votos. 
c) Arma quebrada – De acordo com a doutrina, se a arma é absolutamente inapta para efetuar disparos o crime é impossível por absoluta impropriedade do objeto (ex.: arma sem tambor), mas se a arma é relativamente inapta há o crime (ex.: as vezes a arma dispara, as vezes não). 
d) Princípio da insignificância na posse ou no porte de munição – STJ e STF, majoritariamente, não admitem o princípio supra nas referidas incidências. 
STF HC 97777 e STJ HC 45099, não a admitem sob o argumento de que o bem jurídico tutelado é a segurança pública que não é possível de mensuração. 
OBS: recentemente a 6ª turma do STJ aplicou o dito princípio no caso de porte de uma munição – “Arma desmuniciada e munição desarmada – LFG”.
e) Porte ilegal e homicídio – O homicídio irá absorver o porte de arma ilegal a depender do caso concreto. Se o porte ocorreu exclusivamente para a prática do homicídio ficará absorvido. Porém se o porte existe independentemente do homicídio haverá concurso material de crimes (homicídio e porte têm objetos jurídicos diferentes). 
Atenção – Não cabe HC para trancar ação penal – matéria de fato que não pode ser discutida em sede de HC. 
f) Porte ou posse simultâneo de duas ou mais armas – Prevalece o entendimento de que a posse ou porte simultâneo de duas ou mais armas configura crime único por que gera uma só situação de perigo. O número de armas será dosado na pena, mas o crime é único. 
Mas há que se destacar posicionamento do STJ (5ª turma) que se assevera que havendo uma arma permitida e uma proibida, haverá concurso de crimes (HC 161876). 
CRIME DE DISPARO DE ARMA DE FOGO – ART. 15
	Condutas punidas – o disparo de arma de fogo e o acionamento de munição sem disparo, ou seja, o agente “saca” a arma, dá três tiros, mas a munição não dispara (munição picotada). 
	Elemento espacial – Lugar habitado, em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela.
	OBS: o disparo em local ermo não configura crime.
	Trata-se de crime de perigo abstrato. A conduta precisa ocorrer em local habitado, mas não precisa gerar situação de perigo real à ninguém. (HC 96072 e HC 104.206 - STF)
	O elemento subjetivo do fato é o dolo, logo o disparo acidental, se não ferir ou matar alguém, é fato atípico. 
	A consumação se dá com o mero disparo ou acionamento e a tentativa é perfeitamente possível (ex.: indivíduo é desarmado antes de disparar). 
	
	ESTATUTO DO DESARMAMENTO
	DOUTRINA
	
Para o referido estatuto o art. 15 não se aplica se o disparo teve a finalidade de outro crime, mais grave ou menos grave, tanto faz. 
	Segundo doutrinadores o art. 15 não se aplica se o disparo teve a finalidade de outro crime mais grave. 
Ou seja, se o disparo teve por finalidade a prática de um crime menos grave ou de igual gravidade prevalece o disparo ou há concurso de crimes se forem de igual gravidade. 
De acordo com o princípio da consunção o crime menos grave não pode absorver o crime mais grave (Capez, LER)
	
O homicídio, a lesão grave, gravíssima e seguida de morte absorvem o disparo, pois são crimes mais graves. 
Mas se se tratar de lesão leve, segundo doutrinadores como Capez, prevalecerá o crime de disparo. Não podendo a lesão leve absorver o disparo.
POSSE/PORTE ILEGAL DE ARMA PROIBIDA/RESTRITA – ART. 16 
	Aplica-se ao artigo supra tudo que foi dito quanto aos crimes dos artigos 12 e 14 com uma diferença: enquanto nos artigos 12 e 14 o objeto material é arma, acessório ou munição de uso permitido, no artigo 16 objeto material é arma, acessório ou munição de uso proibido ou restrito. 
· Arma proibida é aquela cujo porte não pode, em nenhuma hipótese, ser concedido a ninguém. Ex.: canhão. 
· Arma restrita é aquela cujo porte é limitado à algumas pessoas e/ou instituições. Ex.: pistola .45.
Mas atenção, apesar desta diferença, o art. 3º, LXXX, Dec. 3.665/00, define arma proibida da seguinte forma: é a antiga designação que hoje é denominada arma de uso restrito. (Ou seja, não existe mais arma de uso proibido para o referido decreto, todas seriam armas de uso restrito)
					Posse: Art. 12
	Se a arma é permitida
					Porte: Art. 14
	Se a arma é restrita	 Posse/Porte: Art. 16
	Nos casos de arma restrita, tanto o porte como a posse caracterizam o crime descrito no art. 16. Nesse sentido, a doutrina minoritária defende a inconstitucionalidade deste artigo, pois estaria o legislador punindo com a mesma pena condutas de gravidades diversas. 
	Veja-se a análise abaixo do art. 16: (REsp 918.867/STJ)	
	Art. 16, caput:
	Art. 16, parágrafo único:
	
Tem como objeto arma de uso proibido ou restrito
	Tem como objeto arma de uso proibido ou restrito e de uso permitido.
OBS: segundo a doutrina, trata-se de tipo penal autônomo e independente do caput. 
	Modificação das características da arma:
a) Para torná-la de arma de uso proibido ou restrito, ex.: mudança de cano da arma – modificação do calibre. 
OBS: Para que haja transformação de arma de uso proibido ou restrito é porque a mesma era arma de uso permitido (argumento da doutrina e da jurisprudência para justificar que o parágrafo único, do art. 16, também se aplica as armas de uso permitido).
b) Para induzir a erro o juiz, perito ou autoridade policial. 
Tal modalidade criminosa prevalece sobre o crime de fraude processual previsto no Código Oneal (princípio da especialidade). 
Há o crime mesmo que o infrator não consiga induzir em erro os sujeitos supramencionados.
O tipo penal não menciona o Ministério Público, ou seja, se a finalidade é induzir em erro aquele (ex.: nos casos em que o MP faz investigação), não é crime. Pois não se pode fazer interpretação extensiva de norma incriminadora. 
Artefatos materiais diversos de arma, munição ou acessório
Os objetos materiais do crime não são somente arma de fogo, munição ou acessório, mas sim artefatos explosivos ou incendiários (exs.: arma de fabricação caseira, granadas).
Vender ou fornecer arma, munição ou explosivo à criança ou adolescente
	O inciso V, do artigo em análise e o art. 242, do ECA, preveem o mesmo tipo penal, sendo assim, segundo a doutrina, por se tratar de conflito aparente de normas, o ECA só será aplicado nos casos de arma branca, sendo que nos demais casos (arma de fogo, acessório, munição, explosivo) deve ser aplicado o Estatuto do Desarmamento. Entende-se que o artigo do ECA foi parcialmente revogado pelo art. 16, parágrafo único, V, do Estatuto do Desarmamento. 
CRIME DE COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO – ART. 17
	O artigo supra só pode ter como sujeito ativo o comerciante ou industrial, legal ou ilegal, de arma de fogo, acessório ou munição. Portanto, só pode ser sujeito ativo desse crime aquele que exerce o comércio legal ou ilegal de arma de fogo, acessório ou munição.
	Em outros termos, trata-se de crime próprio que exige condição especial do agente. 
	O objeto material do crime é a arma de fogo, acessório ou munição, pendendo dúvida apenas no que tange às características do tipo penal, se se trata de objeto material permitido ou proibido. Assim, na omissão do tipo penal, serão considerados objeto material ambas as hipóteses (ex.: Se o indivíduo comercializa um revólver 38 ou uma metralhadora, configurar-se-á o crime de comércio ilegal. Mas atenção, não quer dizer que terão penas iguais. Nesse sentido prescreve o art. 19).
OBS: Não se trata de crime habitual, mas sim de crime instantâneo, ou seja, uma única conduta configura o crime, não sendo necessária a reiteração de condutas.Ex.: indivíduo que tem uma loja de armas, vendendo 30 armas de maneira legal e UMA de maneira ilegal. Caracterizar-se-á o crime.
Questão de concurso – Um dono de restaurante que vende arma a um cliente seu, de forma ilegal, responderá pelo crime previsto no artigo 17 do Estatuto???
Não responderá pelo crime do art. 17, por não ser comerciante de armas, mas sim comerciante de alimentos. Sendo assim, responderá ele pelos crimes do art. 14 – se se tratar de arma permitida ou art. 16 – se se tratar de arma restrita.
CRIME DE TRÁFICO DE ARMA DE FOGO – ART. 18
	Importar/Exportar
Trata-se de crime material que se consuma com a entrada ou saída do objeto do país. Sendo perfeitamente possível a tentativa.
	Nas condutas de importar e exportar, tal modalidade criminosa prevalecerá sobre o crime de contrabando previsto no art. 320, do CP (princípio da especialidade). 
	É crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa.
Facilitar a entrada/saída
	O crime se consuma com a simples facilitação, ainda que o facilitado não consiga entrar ou sair com o objeto do país. Sendo que a tentativa só será possível, no caso, na forma escrita. 
	Trata-se de crime formal ou de consumação antecipada.
Nas condutas de facilitar a entrada ou saída, tal modalidade criminosa prevalecerá sobre o crime de facilitação de contrabando previsto no art. 318, do CP (princípio da especialidade).
O crime de facilitação de contrabando é crime funcional, mas o artigo supra é crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.
O objeto material do crime é igual ao art. 17, ou seja, arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito e se se tratar de objeto de uso restrito haverá aumento de metade da pena, nos termos do art. 19. 
Trata-se de crime genuinamente de competência da Justiça Federal (distância – tratados). 
O STF e o STJ não admitem o princípio da insignificância no tráfico internacional de munições (STF HC 97.777/MS)
Questões de concurso – 1. Um Policial Federal que trabalha na alfândega e deixa sujeito sair com arma do país, responderá pelo crime de facilitação de contrabando??? 
Não, responderá pelo crime de tráfico internacional de arma de fogo (art. 18, Estatuto).
2. A venda de armas configura qual crime???
Depende, se se tratar de venda praticada por não comerciante de armas configurar-se-á o crime do art. 14 (arma permitida) ou o crime do art. 16 (arma restrita ou proibida), mas se se tratar de venda praticada por comerciante de armas configurar-se-á o crime do art. 17 (arma permitida ou proibida). 
E atenção se a venda envolve uma transação internacional, configurar-se-á o crime do art. 18, seja ou não comerciante de armas e seja a arma proibida ou permitida.
FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA
	De acordo com o parágrafo único do art. 14, o crime de porte de arma é inafiançável, salvo se a arma estiver registrada em nome do agente. 
	Já o parágrafo único do art. 15 dispõe que o crime de disparo de arma de fogo é inafiançável.
	E, por fim, o art. 21, prevê que o porte ou posse de arma proibida ou restrita, o comércio de arma de fogo e o tráfico internacional daquelas são insuscetíveis de liberdade provisória. 
OS DISPOSITIVOS SUPRA FORMA DECLARADOS INCONSTITUCIONAIS DE ACORDO COM O A ADI 3112.
O que torna imperiosa a conclusão de que não há nenhum crime do Estatuto que seja não seja passível de liberdade provisória ou fiança. 
Questão de concurso – Pode o juiz arbitrar fiança nos casos de comércio ilegal de arma de fogo ou tráfico internacional???
Antes da reforma do CPP não caberia fiança nos casos de crimes cuja pena mínima prevista acima de 02 anos. Mas com a alteração do CPP no ano de 2011, a pena mínima não é mais considerada para efeitos de cabimento de fiança.
	Mas atenção, só pode ser arbitrada pelo juiz, delegado só pode arbitrar fiança em crimes cuja pena máxima seja de até 4 anos.

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