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Trauma pediátrico

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Trauma pediatrico 
INTRODUÇÃO 
• Politrauma: termo em desuso 
• Termo correto: trauma pediátrico 
 
Existe trauma pediátrico a nível mundial, com maior 
número de casos em países em desenvolvimento. 
PROBLEMA UNIVERSAL DE SAÚDE 
 
Esses são os principais determinantes para que em países 
desenvolvidos ocorra um maior número de casos de 
trauma pediátrico 
Se analisarmos as as estatísticas, observamos que os EUA 
têm 12.000 crianças até 19 anos vítimas de trauma/ ano – 
sendo que o país possui 300 milhões de habitantes. Já no 
Brasil temos 20.000 casos de trauma pediátrico/ano – 
sendo que o país tem 200 milhões habitantes. 
Melhores leis de trânsito, mudanças nas políticas sociais e 
educação quanto ao obedecimento das leis propicia a 
prevenção de acidentes de trânsito ou até, domésticos 
FASE PRÉ-HOSPITALAR (APH) 
Triagem 
Transporte 
Regulação médica 
 
DEFINIR: 
1. Extensão: avaliado pela ectoscopia 
2. Tipo da lesão: lesões multissistêmicas 
3. Gravidade: aferidas pelos Escores 
Importante nesta fase: manter vias aéreas pérvias! 
• APH Móvel: SAMU, Bombeiros, “Águia” 
• APH Fixo: Unidades de Pronto Atendimento 
FASE INTRA-HOSPITALAR 
• Centro de trauma de referência: nos hospitais existem 
os centros de trauma de referência 
ESCORES DE TRAUMA PEDIÁTRICO 
• Existem vários tipos de escores e cada serviço vai 
escolher o que mais se adequa a eles na avaliação da 
criança na urgência e emergência 
• Os mais utilizados são: 
► Escala de coma de Glasgow (ECG) 
► Revised Trauma Score (RTS) 
► Pediatric Trauma Score (PTS) 
O RTS e o PTS geralmente são utilizados em conjunto 
com a escala de coma de glasgow 
• Ainda, existem outros escores que podem ser usados: 
🧡 ASPTS 🧡 PAAT 🧡 TRISS 
🧡 AIS 🧡 ICISS 
🧡 Trauma score (TS) 🧡 ISS 
Revised trauma score (RTS): É utilizado para a triagem no 
local em que ocorreu o trauma. Aquele paciente com 
pontuação 12 é aquele que “consegue aguentar” o 
atendimento, já com pontuação 11 é “urgente” e de 3 a 10 
pontos já necessita de atendimento “imediato”. Pacientes 
com RTS < 3 são declarados mortos ou com pouca chance 
de sobrevida. Existe uma equação do RTS que pode ser 
usada no intra-hospitalar 
Pediatric Trauma score (PTS): Possui pontuação mínima 
de 6 e máxima de 12, existindo uma relação linear entre a 
diminuição do PTS e o risco de mortalidade da criança 
• Essas tabelas ficam impressas nas salas de 
atendimentos 
• A equipe é capacitada para avaliar essas escalar e 
avaliar a gravidade 
LOCAIS MAIS ACOMETIDOS NO TRAUMA 
 
A cabeça é o orgão mais acometido no trauma pediátrico, 
seguido pelas extremidades. 
MANEJO INICIAL 
 
Sempre devemos priorizar os procedimentos que causam 
risco de vida → ex.: pct com fratura exposta pode ser que 
o maior risco seja interno (em orgãos vitais) e não na 
fratura em si 
Sempre lembrar das palavras chaves: identificar, avaliar e 
intervir 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 
 
• Colar cervical deve ser colocado com a técnica correta 
• Coxins ajudam a melhorar a permeabilidade das vías 
aéreas 
• Obstrução de vías aéreas: conferir se não há presença 
de secreções, corpos estranhos como vidros 
(principalmente em acidentes automobilísticos) 
 
Embora mesmo que o paciente tenha diversas lesões, 
primeiro estabelecer as vias aéreas (utilizando cânulas) 
Cânula Oral (de Guedel): 1ªimagem à direita – utilizada em 
pacientes inconscientes, sem reflexo de vômito ou tosse. Para 
definir o tamanho da cânula mede-se do ângulo da boca até o 
ângulo da mandíbula. 
Cânula Nasal: utilizadas em pacientes conscientes para manter 
a permeabilidade das via aéreas. 
 
Embora exista essa divisão em A/B/C/D/E (de maneira 
didática), todos os procedimentos na prática são 
executados de maneira conjunta 
Pneumotórax hipertensivo: necessita de conduta 
imediata – realizar punção na região hemiclavicular, no 2º 
espaço intercostal para drenagem. 
Hemotórax: procedimento imediato, realizar drenagem 
através de toracostomia, através de punção do 5º/6º 
espaço intercostal, na linha axiliar média. 
Pneumotórax aberto: ocasionado por perfuração do tórax 
ocorrendo a saída de ar. No caso, o procedimento é selar 
com gaze, vaselina e esparadrapo - o curativo será 
realizado com três pontas - para não tamponar 
totalmente o orifício (o curativo parece um quadrado 
aberto). 
A selagem é feita no atendimento extra-hospitalar/serviço 
de resgate e pode-se utilizar adesivos (não disponível em 
todos serviços), ao invés de gazes. Ao chegar no hospital 
será realizada a drenagem do pneumotórax aberto. 
Paciente com pneumotórax aberto devido a lesão por 
arma de fogo. 
 
Criança que sofreu lesão por arma de fogo: no rx 
observa-se a bala em ápide pulmonar direito. A lesão 
gerou um hemopneumotórax 
 
Trauma fechado: Rx evidenciando um pneumotórax 
importante com desvio do mediastino 
OFERECER OXIGÊNIO 
 
A HIPÓXIA É A PRINCIPAL CAUSA DE PCR – MUITO 
IMPORTANTE!!! Como as crianças possuem menor volume 
corrente e uma menor capacidade residual, a hipóxia 
acaba sendo a principal causa de parada 
cardiorespiratória. Logo, o procedimento primordial será 
o oferecimento de oxigênio 
O que define o melhor dispositivo é a gravidade do 
paciente 
 
Para oxigenação existem vários dispositivos. Nos casos de 
menor gravidade utiliza-se a máscara; já quando 
definitiva utilizaremos a cânula endotraqual (IOT) ou 
mascara laríngea. 
 
São sinais altamente sugestivos de choque, portanto deve-se 
iniciar a conduta de suporte o mais rápido possível para evitar 
hipóxia e PCR 
 
Sangramento de grandes vasos deve-se realizar o 
tamponamento desses vasos, pois evita-se sequelas e 
minimiza as perdas de volumes. Não realizar pinçamento 
desses grandes vasos, mesmo se for um vaso visível, pois 
pode ter o trajeto de um nervo com um vaso 
Hemotórax/Tamponamento cardíaco: verifico a 
existência de respiração alterada, diminuição da 
expansibilidade e murmúrio vesicular, se tudo certo, 
verifico outro sistema 
Cavidade abdominal: fígado e baço - faço o protocolo 
FAST (que consiste em analisar 4 pontos na região 
abdominal em busca de líquido ou sangue). Caso, o exame 
FAST dê negativo e não tenha sinais de ruptura desses 
órgãos, prossigo para o exame da pelve, pois a causa pode 
estar nela. 
Pelve: se estiver normal, sem presença de lesões ou 
fraturas e a hipovolemia continua → tem que se pensar em 
choque medular. 
Choque medular: é uma causa muito discutida, não pode-
se deixar de pensar nessa causa. 
Criança que sofreu queda grave: perda importante de tecido na 
região do crânio, com sangramento de grandes vasos 
 
Criança que sofreu acidente automobilístico: o cinto de 
segurança (de duas pontas no caso) exerceu compressão 
torácica e abdominal durante o acidente, gerando 
pneumotórax fechado 
 
Criança vítima de acidente de bicileta: a ponta do guidão 
acertou o abdome e gerou ruptura de fígado – posteriomente 
realizou-se laparotomia em centro cirúrgico 
Acidente por trem: trauma gravíssimo de MMII com presença 
de esmagamento, perda de substância óssea e muscular + 
desnudamento da pele. Grandes lesões como essa requerem 
condutas que mantenham a volemia (realizaram torniquete 
com o manguito do esfigmomanômetro em ambos os membros 
 
 
O acesso intraósseo pode ser realizado quando não 
consigo os acessos venosos. Geralmente é realizado na 
região da tuberosidade anterior da tíbia. 
Se chegar a 60 ml/Kg, lembrar que pode ter déficit de 
fatores coagulação, aí deve-se utilizar concentrado de 
hemácias ou de plaquetas. 
 
 
ESCALA DE COMA DE GLASGOW PARA LACTENTES 
 
 
 
Em crianças o maior desequilíbrio metabólico é causado pela 
hipotermia. Deve-se ter exposição completa para examinar, mas 
com cautela e rapidez 
Atenção à hipotermia: não deixar de avaliar a região dorsal, pois 
odiagnóstico pode estar alí. 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
• Processo que visa descobrir problemas clínicos que 
não tratados que ameacem a vida do acidentado 
• Depois do ABCDE, avaliar o que é urgente e precisa de 
intervenção correção para preservação da vida 
• Exame da cabeça aos pés 
• Análise Secundária Subjetiva - Dados de Entrevista – 
realizado pelo AMPLA 
• Colher dados com vítima, testemunhas e familiares 
caso o paciente não esteja consciente 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR: 
EXAMES LABORATORIAIS 
• Tipagem sanguínea e prova cruzada; 
• Hb/Ht; 
• Glicemia; 
• Transaminases/amilase/lipase; 
• Sedimento urinário (Urina 1). 
* Lembrar: drogas, álcool e gravidez 
* Colocação de sonda gástrica e sonda vesical de demora 
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR: 
EXAMES DE IMAGEM 
• FAST/ EFAST/ FAST abcde: 
• US “Point of care” 
• RX de crânio/ coluna cervical/ tórax/ bacia 
• TC 
• RNM 
Na sala de urgência e emergência é importante ter o aparelho 
de US. O protocolo FAST utiliza como parâmetro, embora não 
seja padrão ouro. Ajuda a identificar complicações importantes 
TCE – CONSIDERAÇÕES 
 
*Escala de come de glasgow > 0 → IOT. 
*Em pediatria a maioria dos traumas são oriundos de TCE 
Escala de Coma de Glasgow tem o objetivo de avaliar o 
nível de consciência de um indivíduo, serve para avaliação 
inicial e contínua após um traumatismo craniano. 
Se ECG 14, sem alteração do estado neurológico, pode-se 
somente observar a criança. Agora, se tenho alteração do 
estado neurológico preciso de solicitar exames 
complementares, ver se não tem hemorragia, 
principalmente em criança. 
✓ Qual exame solicitar? Posso solicitar uma Tomografia 
✓ TCE – rx só avalia estruturas ósseas (só vê fratura) 
✓ Tomografia avalia o comprometimento do SNC. 
✓ Para afirmar que a criança não tem lesão, utilizamos 
a Tomografia no Pronto Atendimento. 
Mãe aflita: pode pedir RX, pois elas acham que o RX vai 
fazer diagnóstico, mas não afirme que a criança não tem 
nada; com o RX pode-se afirmar apenas se tem fratura ou 
não. 
Orientar a mãe que tem que observar a criança para ver 
se não surgem sinais de alteração neurológica (vômito, 
sonolência, mudança de comportamento, crise 
convulsiva). Se caso apresentar alguma dessas alterações, 
trazer novamente a criança ao PS. Ai, realizamos TC. 
Há crianças que apresentam fraturas do osso frontal ou 
parietal sem sinais ou sintomas. Pode ter crianças que não 
apresentaram fratura e tiveram sintomas neurológicos 
severos. 
Ainda, pode ter crianças que depois de 48 horas sem 
alterações neurológicas devido ao trauma, surgem com 
hemorragias intracranianas, gotejamento arterial. 
NUNCA AFIRME QUE NÃO ACONTECEU NADA! 
TRAUMA ABDOMINAL: CONSIDERAÇÕES 
 
Vísceras ocas: a que mais rompe é o Duodeno, isto também tem 
diagnóstico tardio. As vísceras ocas demoram a ter 
manifestações clínicas, por isso é importante realizar exames 
complementares 
Na visualização inicial da criança sempre lembrar de examinar o 
abdômen e pelve, que podem levar a morte 
TRAUMA DE EXTREMIDADES: CONSIDERAÇÕES 
 
Locais mais comuns de síndrome compartimental: as fraturas 
(principalmente tíbia e antebraço), queimaduras, lesões 
vasculares, reperfusão do membro, esmagamento, acidente 
ofídico, compressão por talas e curativos circunferenciais, e tem 
sido relatada também como uma complicação de algumas 
posições adotadas para cirurgia.

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