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10° RELATÓRIO REFERENTE À DISCIPLINA DE FÍSICA EXPERIMENTAL – I Relatório montado pelos alunos dos cursos de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos: Isabel Hilda – 201721011-9 Maurício Mancini Jr. – 201702031-1 Rayane da Silva – 201721022-4 Thacilla Carolinne – 201702537-0 Vítor Patrício – 201721027-5 Professor orientador: Karol Amon Marx de Oliveira Departamento de Física Rio de Janeiro Junho 2018 Lançamento de projéteis: - Objetivo: O objetivo do relatório é determinar a função matemática de y por x e determinar também a aceleração da gravidade local. - Fundamentos teóricos: Para estudar esse movimento, procuramos dividi-lo em dois: num movimento horizontal e num vertical. Como ponto de partida, fazemos a decomposição de sua velocidade inicial ( ), descobrindo as intensidades de suas componentes horizontal ( ) e vertical ( ). Observando-se que a aceleração da gravidade local atua na vertical e, portanto, afeta apenas a velocidade vertical, o móvel passa a executar simultaneamente dois movimentos: uniforme na horizontal e uniformemente variado na vertical (típico de um lançamento vertical para cima). Esse movimento foi estudado por Galileu, que propôs um princípio, denominado "Princípio de Independência dos Movimentos", o qual podemos resumir na seguinte declaração: "Dado um movimento complexo, este pode ser desdobrado na ocorrência simultânea de dois ou mais movimentos independentes que se compõem definindo a trajetória observada." O Princípio da Independência dos Movimentos está contido na formulação da Mecânica Newtoniana, se relembramos que a Equação Fundamental da Dinâmica, R = dp/dt, é de caráter vetorial, tal que se verificam igualdades componente a componente entre os vetores envolvidos. Logo, é possível desmembrar os movimentos segundo a dinâmica em cada uma das direções do espaço tridimensional. Consideremos então a Figura 1 a seguir, onde esquematizamos um lançamento de uma esfera, de massa m, por uma canaleta. A esfera é liberada no repouso (Energia mecânica sem termo cinético), porém sob ação do campo gravitacional da terra. Uma vez livre, ela se desloca pela canaleta e é lançada na horizontal. Neste processo, ela é acelerada e após seu lançamento realiza uma dada trajetória até se chocar com um anteparo (no nosso esquema, o anteparo é horizontal, mas nada impedia que fosse vertical). Figura 1: Lançamento de uma esfera numa canaleta na vertical. Durante sua trajetória fora da canaleta, se desprezamos a resistência do ar temos que sobre a esfera atua apenas a força-peso, dada por: →𝑝 = 𝑚 →𝑔 . Ao atingir o anteparo, a esfera terá se distanciado de um certo intervalo "A" com relação ao ponto de lançamento. Esta distância recebe o nome de "Alcance" da esfera. Ao mudar o ponto de liberação da esfera na canaleta, o alcance da esfera também mudará. No ponto de lançamento, supomos que a velocidade da esfera consiste apenas de uma componente horizontal. Logo, no termo geral: → = 𝑉0𝑥 𝑥 ̂ + 𝑉0𝑦 𝑦 ̂ , temos que 𝑉0𝑦 = 0. 𝑉(2) Além disso, sobre a esfera em movimento só atua a sua força-peso, que está na direção vertical com sentido "para baixo". Só existe, portanto, componente de força na vertical, e não na horizontal. Logo, só existe aceleração na direção vertical. Desta forma, podemos considerar o movimento de queda da esfera como composto de um MRU na horizontal, e um MRUV, com aceleração "g", na vertical, compondo-se para produzir a trajetória final no espaço. Integrando a posição em relação ao tempo (supondo a origem das posições no ponto de lançamento): x(t) = V(2) t y(t) = 𝑔𝑡² 2 Estas são as chamadas "Equações paramétricas" do problema. Para obtermos equação de trajetória y(x), temos que eliminar o parâmetro t, tal que: y(x) = 𝑔𝑥² 2𝑣2² O alcance horizontal corresponde ao deslocamento do movimento horizontal uniforme, durante o tempo de vôo. Para a medida do alcance, será utilizada a seguinte equação: 𝑡 = ∆𝑥 𝑉𝑜𝑥 ∆𝑥 = 𝑉0𝑥𝑡 , onde 𝑉0𝑥 = 𝐷 𝑡 - Montagem experimental: Nesse experimento foi necessário utilizar: o aparelho “conjunto para lançamento horizontal”, um anteparo, um fio de prumo, um papel branco, um papel carbono, uma esfera metálica, um paquímetro, uma régua e utilizamos também um sensor eletro-óptico de movimento para captar o tempo junto a um cronômetro eletrônico. Figura 2: Conjunto para lançamento horizontal. - Procedimento experimental: Primeiramente, com a ajuda de um paquímetro, foi coletada a medida do diâmetro da esfera metálica. Após isso foi coletada a medida também do plano inclinado. Foi coletada a medida da altura e ela foi mantida constante até que fossem recolhidas todas as outras medidas do experimento. A partir daí, foi marcado um ponto zero com o fio de prumo na folha de papel branca que estava junto ao papel carbono colocada na horizontal, logo após foi colocada a esfera metálica no marco 10 e a partir dali foi repetido o experimento de soltar 10 vezes a esfera para que fosse marcada onde ela bateu em cada vez que foi solta do marco 10, ou seja, a partir disso, foi medido o alcance. Após recolher todas as medidas na horizontal, a folha branca e o papel carbono foram colocados presos no anteparo na vertical para que fossem coletadas novas medidas. Tanto na horizontal quanto na vertical o sensor captou a medida do tempo cada vez que a esfera metálica era solta no marco. - Registro de dados: Através do procedimento experimental utilizando o plano horizontal, foi construída uma tabela, sendo que esta continha o diâmetro da esfera medido com o paquímetro e os tempos demarcados pelos sensores dos equipamentos com a passagem da esfera. Na Tabela 1, foram calculadas as velocidades finais da esfera. Ressalta- se que a velocidade inicial do objeto é zero em todas as repetições, pois partiu- se do repouso, a seguir é demonstrada a tabela com suas respectivas incertezas. Informações da esfera para o experimento Medidas Diâmetro (±0,025.10^-3)m Tempo (±0,001)s Velocidade (±0,005)m/s 1 2,10 0,021 0,100 2 0,020 0,105 3 0,021 0,100 Média 0,021 0,100 Tabela 1 – Informações da esfera utilizada no experimento. A Tabela 2 mostra a posição das coordenadas x e y, quando a esfera é lançada do plano, os valores foram obtidos por demarcações em papel milimetrado e também com papel carbono. As incertezas foram obtidas pela régua milimetrada utilizada na medição das posições. Coordenadas da trajetória da esfera lançada Posições xi (±0,05.10^-3)m yi (±0,05.10^-3)m 1 0,00174 0,0001 2 0,00348 0,0017 3 0,00522 0,0031 4 0,00696 0,0062 5 0,00870 0,0076 6 0,0104 0,0106 7 0,0122 0,0125 8 0,0140 0,0147 9 0,0157 0,0167 10 0,0174 0,0175 Média 0,00958 0,00907 Tabela 2 – Coordenadas da trajetória da esfera no experimento. A Tabela 3 foi construída para linearizar a função parabólica que descreve a trajetória da esfera através da análise gráfica que será discutida posteriormente. Tabela auxiliar para estudo da trajetória da esfera Posições X (±0,05.10^-3)m Y (±0,9.10^-6)m 1 0,0001 0,00000303 2 0,0017 0,0000121 3 0,0031 0,0000272 4 0,0062 0,0000484 5 0,0076 0,0000757 6 0,0106 0,000108 7 0,0125 0,000149 8 0,0147 0,000196 9 0,0167 0,000246 10 0,0175 0,000303 Média 0,00907 0,000117 Tabela 3 - Tabela para a linearização da função parabólica. - Resultados e discussão: Para compreender o lançamento da esfera, foi necessário determinar as respectivas velocidades na componente horizontal em cada um dos tempos, visto que o experimento foi realizado três vezes. Para o cálculo das velocidades, utilizou-se a seguinte equação V = D t Sendo D, o diâmetro do cilindro e t, o tempo demarcado pelos sensores. Para a determinação das velocidadesdo cilindro, calculou-se: V1 = 2,4.10^−3m 0,021s = 0,100m/s V2 = 2,4.10^−3m 0,020s = 0,105m/s V3 = 2,4.10^−3m 0,021s = 0,100m/s A velocidade média é calculada através do tempo médio, conforme a seguir: Vm = 2,4.10^−3m 0,021s = 0,100m/s Para o a determinação do cálculo das incertezas, foram consideradas as incertezas de cada medida analisada, conforme a seguir. As incertezas das velocidades são determinadas pela fórmula em sequência, sabendo que a incerteza do tempo, δt=0,001s e δD= 0,025.10-3 m, dado pelo paquímetro, sendo “D” o diâmetro da esfera. Cada incerteza da velocidade pode ser obtida pela multiplicação de sua velocidade com a razão da incerteza do diâmetro do cilindro D medida pelo paquímetro e a incerteza do tempo (t) pelo tempo de passagem t pelo sensor do equipamento, conforme a fórmula abaixo: δV = ( 𝐷 𝑡 ).( δD 𝐷 + δt 𝑡 ) Logo, para a primeira medida de incerteza para o tempo 1, obtemos: δV1 = 0,100 x (0,05) δV1 = 0,005 V1= 0,100 ±0,005m/s Para os demais valores de incerteza para a velocidade da esfera, procedeu-se aos cálculos da mesma forma, conforme descrito anteriormente e obteve-se as seguintes velocidades com as suas respectivas incertezas: δV2 = 0,005 V2= 0,105 ±0,005m/s δV3 = 0,005 V3= 0,100 ±0,005m/s Para determinar a incerteza da velocidade média, calculou-se a média aritmética somando-se as três incertezas das velocidades e dividimos por três. A incerteza velocidade média é dada por: δV = 3 𝑥 0.005 3 = 0,005 A determinação experimental da trajetória da esfera analisada, foi obtida pelos valores medidos por uma régua milimétrica. Sabendo que a altura do plano de lançamento é fixa com 0,10m. O tamanho do papel milimetrado utilizado no experimento é 0,0174m em relação ao plano horizontal. A distância entre a posição e a saída da canaleta foram divididas em 10 posições. As medidas das posições y estão relacionadas diretamente com as demarcações de x, conforme será demonstrado na Figura 3. Figura 3 – Gráfico da relação de x e y na trajetória da esfera. Pode-se compreender através de uma análise gráfica, ao relacionar as coordenadas x e y, percebe-se que a trajetória da esfera se apresenta como uma curva, mais precisamente, uma função parabólica. Linearizar a função parabólica através do experimento, é necessário compreender que as componentes da função linear, também chamada de equação da reta, são demonstradas a seguir: Y=xi² e X=yi, resultando em Y= A+B.X. Sabe-se que A= coeficiente linear e B= Coeficiente angular. Entende-se que os valores das variáveis acima podem ser obtidas através da Tabela 2, em que Y=xi² para todas as posições obtidas, sabe-se que Xm= 0,00907m e Y= (xi)² que será calculado, conforme será demonstrado a seguir. Como os valores de Y=yi já são conhecidos, calculou-se Y= (xi)² diretamente na tabela. O cálculo da incerteza da coordenada Y é dada pela fórmula: δY = 2.xi.δxi 0 0,00005 0,0001 0,00015 0,0002 0,00025 0,0003 0,00035 0 0,005 0,01 0,015 0,02 C o o rd e n a d a Y (x ) Coordenada X Gráfico para estudo da trajetória da esfera Logo, substituindo os valores de xi =0,00907m e δxi = 0,05. 10−3 . Obtemos que a incerteza da coordenada é :δY= 0,9. 10−6 Obtém-se, através desses cálculos a posição média, Ym= 0,000117m ± 0,9. 10−6 e assim foi possível construir o gráfico que pudesse linearizar a função parabólica da trajetória da esfera. A seguir é apresentado a Figura 4 que mostra a extrapolação linear da parábola, com sua respectiva margem de erro. Figura 4 - Linearização da função da trajetória da esfera. Através de uma análise gráfica, é possível extrair os coeficientes angular e linear da reta. Verificando-se assim a equação da reta obtida é y(x) = 1,1867x- 0,0023. A aceleração obtida através da análise gráfica pelo coeficiente angular com a sua respectiva incerteza é dada por 2,373±0,001m/s². Em que a incerteza de B é dada por: 𝛿B= 𝑔𝛿𝑣+𝑣𝛿𝐵 2𝑣2² = 2,373.0,005+0,1.0,001 2(0,1)² =0,5 Analisando o gráfico 2 e dispondo do coeficiente angular (B), é possível encontrar a velocidade horizontal através da equação a seguir: V²=g/2B y = 1,1867x - 0,0023 R² = 0,9932 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 y i (± 0 ,0 5 .1 0 ^- 3 )m xi (±0,05.10^-3)m Coordenadas da trajetória da esfera lançada V= √ 𝑔 2𝐵 Substituindo os valores, tem-se: V= √ 9,879 2𝑥1,1867 V= 2,04 m/s Então, também pode-se calcular a incerteza, conforme a equação abaixo: 𝛿v= √ 𝑔 2𝐵 { 1 4 ( 𝑔𝑥𝛿𝐵+𝐵𝑥𝛿𝑔 𝐵² ) Substituindo os dados, fica: 𝛿v=2,04 𝑥 0,51( 2,373𝑥0,5+1,1867𝑥0,001 1,1867² ) 𝛿v= 0,8 Logo, a velocidade horizontal: V = 2,04±0,8m/s - Conclusão: - Anexos: - Referência bibliográfica: Apostila do professor Marcelo Azevedo Neves, UFRRJ, Instituto de ciências exatas – departamento de física – curso de física experimental I. HALLIDAY, David, RESNIK Robert, KRANE, Denneth S. Física 1, volume 1, 4.Ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996. 326 p. https://www.coladaweb.com/fisica/mecanica/lancamento-de-projeteis https://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/2726.htm
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