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Trabalho - EXCLUDENTES DE ILICITUDE / COAÇÃO IRRESTÍVEL

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Introdução
O trabalho tratará sobre temas que estão presente no ordenamento jurídico, em sua grande maioria no Código Penal Brasileiro, e subordinado ao serviço operacional da polícia militar de minas gerais, uma instituição onde tem como princípio basilares, a hierarquia e a disciplina, porém preconiza esta instituição em seus valores, à justiça, de modo que o militar deve ser conhecedor de seus direitos e deveres previstos em todo o ordenamento jurídico, prezando pela transparência e segurança dos cidadãos mineiros. 
De modo que os temas abordados a seguir, é de grande relevância para a segurança integral do policial militar, onde seus atos deverão ser guiados pelas instruções voltadas para o serviço operacional, sempre em observância ao caderno doutrinário, e principalmente as leis que regulam toda a sociedade. 
De maneira que, o policial militar, deverá ser conhecedor do seu trabalho, que tem como objetivo preservar a ordem pública, portanto, será tratado neste trabalho a coação irresistível, obediência hierárquica, as excludentes de ilicitude com um destaque a legitima defesa e seus tipos, juntamente com as modificações trazidas no “pacote anticrime”, que de certo modo foi benéfico ao serviço operacional do policial militar, como também será tratado os aspectos normativos, doutrinários e jurisprudenciais, especificamente ligados à atividade policial militar. 
Em vista disso, este trabalho tem como intuito informar o policial militar sobre seus direitos e deveres, prezando pela sua segurança judiciária, mostrando ao agente de segurança, que este possui garantias, desde que haja dentro da legalidade, como preconiza os cadernos doutrinários e as legislações internas da polícia militar de minas gerais.
COAÇÃO IRRESISTÍVEL
Conforme proposto pelo coordenador da disciplina de direito penal, será abordado neste momento, um assunto de muita relevância para serviço policial, que por vezes pode se deparar com situações como essa e evitar um prejuízo maior ao coactor, que muitas das vezes está executando um delito penal com sua vontade viciada.
Conforme o artigo 22 do código penal:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
Primeiramente deve-se atentar sobre os tipos de coação irresistível, está poderá ser física ou moral, de modo que cada forma tem sua forma específica de tratamento no tocante ao ordenamento jurídico, ou seja, são infrações semelhantes, com um desdobramento distinto.
Com isso, pode se afirmar que a coação irresistível exclui o crime, mas nota-se que ao observar a teoria finalista tripartida, o crime é composto pelos seguintes elementos: fato típico, ilicitude e culpabilidade, e com a falta de algum desses aspectos enseja a inexistência de crime. Conforme a teoria do crime o “fato típico” é composto pela conduta, pelo resultado naturalístico, pelo nexo causal e pela tipicidade. E da mesma forma o terceiro elemento “a culpabilidade” tem como aspecto a imputabilidade penal, potencial consciência da ilicitude da conduta e exigibilidade de conduta diversa. 
Consoante a coação, está poderá ser irresistível ou resistível, no caso da segunda, o código penal já prevê como uma atenuante da pena, pois em parte o ato poderia ter sido evitado pelo coacto, como prevê o artigo 65, III, alínea c:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
III - ter o agente:
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
Concomitantemente a coação irresistível, está se divide em coação moral irresistível e coação física irresistível. A coação moral irresistível trata-se de grave ameaça, onde a vontade do autor não é livre (vis compulsiva), deste modo a coação vicia a vontade e suprimi a liberdade, mesmo a vítima tendo consciência da ilicitude, portanto a uma exigibilidade de conduta diversa, não existindo o terceiro elemento da teoria finalista tripartida a culpabilidade, e com a inexistência da culpabilidade, não há que se falar em crime. De modo que a coação física irresistível suprimi a vontade do agente, este não tem domínio da conduta (vis absoluta), restando extinto, por seguimento a voluntariedade, sujeito da conduta, que por sua vez é elemento do fato típico, deste modo exclui-se o crime pela falta de fato típico, configurando atipicidade penal.
Conforme abordado Miguel Reale (Parte Geral do Código Penal, 1988, pág. 105) entende que: 
A situação de coação tem como fato elementar constitutivo o constrangimento à prática de um delito, sob ameaça de um mal. São dois males, restando o agente na alternativa de sofrer o mal ameaçado ou de praticar o crime. Para ele, constrói-se o tipo da dirimente, com a seguinte estrutura: não é punível o fato cometido sob ameaça de sofrer ofensa certa, iminente e grave a direito seu, ou de alguém ligado por laços de afeição, não sendo razoável exigir-se conduta diversa. Pune-se o autor da ameaça.
Em vista disso, a coação moral irresistível, tem como sujeito a vontade viciada do coactor, a sua vontade subjetiva, ou psicológica, este pratica a conduta exigida pelo coator, mesmo sem ter o propósito de praticá-la.
Por exemplo, um sujeito imputável que abre a porta do cofre da empresa que gerencia e subtrai valores para atender ordens do sequestrador que mantém sua família em cativeiro sob ameaça de morte, possuía voluntariedade (embora não tivesse vontade), estava consciente de que abrir o cofre de terceiro, subtraindo-lhe bens. Presentes a voluntariedade e a consciência, substanciado está a conduta. 
A sua conduta provocou um resultado a subtração de bens, existindo um nexo causal, presente também a tipicidade, um furto qualificado, como prevê o artigo 155, § 4º, II do Código Penal:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
Não existia no momento da ação praticada qualquer motivo que extinguisse a imputabilidade penal do sujeito. Este sabia que subtrair bens de terceiros configurava infração penal (consciência da ilicitude). Porém, a coação, ao viciar à vontade, aboliu sua liberdade, não sobejando, portanto, exigibilidade de conduta diversa.
Por conseguinte, nota-se que ambos os tipos de coação é causa de exclusão de crime, tanto a física, quanto a moral. Toda via o fato deverá ser analisado evidenciado todas as circunstâncias acometidas ao caso concreto, o policial ao se deparar com um crime semelhante a este, deverá sempre analisar todo o contexto, partindo do pressuposto dos fatos, até o atual momento, para sua atuação ser eficaz para evitar um maior prejuízo ao coactor que está sobre grave ameaça moral ou física.
OBDIENCIA HIERARQUICA
Ainda relativamente ao artigo 22 do código penal, este trata de outra causa de excludente da culpabilidade na pratica do crime “em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico.
Para abordar este tema é necessário entender o conceito de hierarquia, o ilustre professor dr. Fernandez Capez consiste no vínculo de ordem e subordinação do poder militar, de modo que enseja na ordenação da autoridade, em diferentes níveis, dentro da estrutura das forças armadas. De modo que dentro de uma instituição a hierarquia é a graduação em nível de subordinação, seja esta instituição privada ou púbica, como o exemplo citado anteriormente das forças armadas.
Além da hierarquia é necessário que exista disciplina na instituição do contrário da anarquia, onde os objetivos ordinários não seriam atingidos. Explica Fernando Capez que a “disciplina é o poder que tem os superiores hierárquicos de impor condutas e dar ordens aos inferiores. Correlativamente,significa o dever de obediência dos inferiores em relação aos superiores”
No tocante a obediência hierárquica José Frederico Marques (Tratado de Direito Penal, Volume ll/235, 1965) ensinou que:
Se o superior dá a ordem, nos limites de sua respectiva competência, revestindo-se ela das formalidades legais necessárias, o subalterno ou presume a licitude da ordem (erro de fato) ou se sente impossibilitado de desobedecer ao funcionário de onde a ordem emanou (inexibilidade de outra conduta). De uma forma ou de outra é incensurável o proceder do inferior hierárquico e, por essa razão, o fato praticado não é punível em relação a ele.
Todavia, se o agente tinha conhecimento da ilegalidade da ordem, a conduta deste se torna culpável, de modo que deve ser observado alguns requisitos para o fato não ser punível:
a) Relação de subordinação fundada no direito administrativo:
O agente deve ter uma relação empregatícia com o seu superior.
b) Ordem manifestamente ilegal: 
De modo que ela será manifestamente ilegal, se dada por um funcionário incompetente, quando as atribuições legais não diferentes de quem a recebe ou quando fica claro a existência de um crime.
c) Estrita obediência da ordem:
A execução deverá se limitar a estrita observância da ordem, não podendo o subordinado sobejar no cumprimento da ordem.
Consoante a obediência hierárquica, como já visto, não se exclui o crime quando o agente pratica o crime sabendo ou presumindo saber que se trata de ordem ilegal, o código penal já prevê como uma atenuante da pena, pois em parte o ato poderia ter sido evitado pelo agente, como prevê o artigo 65, III, alínea c:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
III - ter o agente:
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
Portanto, o subordinado não irá responder pelos crimes, desde que presentes os requisitos, ou seja, se o fato é cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal de superior hierárquico, só será punível o autor da ordem.
ESTADO DE NECESSIDADE
O estado de necessidade é uma causa de especial da exclusão da ilicitude, pois retira o caráter antijurídico de um fato tipificado como crime, ou seja, é uma conduta típica e culpável realizada fronte a um perigo iminente que coloque em divergências dois ou mais direitos genuínos, de modo que um desses direitos será protegido, para poder resguardar os demais, conforme prevê o artigo 23, I, e 24, do Código Penal:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1 º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2 º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
O estado de necessidade é considerado um direito subjetivo vindo do Estado por determinada normal penal, de modo que para o ato ser tipificado como estado de necessidade, é preciso que exista determinados elementos, como:
· Ameaça a direito próprio ou alheio:
· Existência de um perigo iminente e inevitável 
· Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado
· Situação não criada pelo agente voluntariamente
· Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo 
· O conhecimento da situação de fato justificante 
Com isso, o estado de necessidade tradicionalmente era considerado uma faculdade do agente, que não está compelido a abrir mão de seu direito ao ser lesionado por outro. De modo que, a doutrina atual coloca como sujeito passivo do estado de necessidade o Estado, que deve reconhecer a legalidade no ato do agente, e não o terceiro que teve seu bem sacrificado, fazendo com que não seja faculdade do agente, mas sim um direito. 
Conforme disposto, existe algumas teorias do estado de necessidade, será a abordado duas teorias a Diferenciadora (adotada pelo Código Penal Militar) e a Unitária (adotada pelo Código Penal). 
A Diferenciadora diz que se o valor do bem jurídico for menor que o bem resguardado a ilicitude será suprimida, conhecido como estado de necessidade justificante. Já se o valor do bem sacrificado tenha o mesmo valor do direito salvo, será supresso a culpabilidade do agente, chamado de estado de necessidade exculpante. 
Já a teoria Unitária, adotada pelo Código Penal, a ilicitude sempre será excluída pelo estado de necessidade, independente se o valor do bem protegido for maior ou igual ao bem sacrificado.
Portanto no estado de necessidade deve ficar claro a existência de um perigo iminente, sendo real, comprovado, não comportando como o instituto da legítima defesa. 
A exposição do estado de necessidade exige que o agente voluntariamente tenha criado a situação de perigo iminente, de maneira que se comprovado a existência de culpa (imprudência, negligência, imperícia) duas posições doutrinárias divergem. 
Aníbal Bruno e Damásio de Jesus, “entendem que os agentes que, a título de culpa, criaram a conjunção de perigo, ainda assim podem alegar estado de necessidade”. Cleber Masson, Francisco de Assis Toledo e Nelson Hungria “defendem a inexistência de tal alegação, pois a culpa também é voluntária em sua origem”. Como descreve, Guilherme de Souza Nucci:
A letra da lei fala cm perigo não provocado por ''vontade" cio agente, não nos parecendo tenha aí o significado de "dolo", ou seja, causar um perigo intencionalmente. O sujeito que provoca um incêndio culposo criou um perigo que jamais poderá deixar de ser considerado fruto da sua vontade; o contrário seria admitir que nos delitos culposos não há voluntariedade na conduta. (NUCCI, 2006, p. 237-238).
Á vista disso, assim deve-se saliente que o excesso é doloso ou consciente quando o agente atua com objetivo deste, todavia nesse caso o agente responderá dolosamente pelo resultado criado, podendo ainda ser culposo ou inconsciente, quando o excesso não deriva de dolo e sim de equivocada apreciação, realizada por erro evitável, respondendo o agente pelo resultado de forma culposa.
Portanto além dos requisitos visto anteriormente, como perigo iminente, não provocação dolosa do perigo e a falta do dever legal de enfrenta-lo. A lesão ao bem jurídico de terceiro deverá ser imprescindível, não existindo outro meio menos danoso para resguardar o direito próprio ou de terceiros. Nessa ótica, o estado de necessidade se exibe como meio subsidiário, sendo válido apenas quando não exista outra forma ou meio para se realizar o fato, ou seja, apenas em último caso.
	
LEGÍTIMA DEFESA
Concomitantemente com o proposto ao trabalho de direito penal, sobre as excludentes de ilicitude, a legítima defesa também faz parte deste rol, que é um aparato que estabelece a oportunidade de um indivíduo realizar um ato ilícito, onde este fato não será considerado crime. De modo que, a excludente faz com que a pessoa pratique um ato considerado como crime e este não seja penalizado como infração penal. Como visto anteriormente as causas de exclusão de ilicitude, está prevista no artigo 23 do Código Penal:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
A legítima defesa, é uma exceção prevista no Código Penal, que mostra que o Estado, não protegerá sempre os indivíduos de forma absoluta e integral, e diz que em alguns casos específicos, o agente poderá utilizar de meios próprios para se defender oudefender outrem da agressão atual ou iminente quando não couber outra forma legal.
Para que a legítima defesa seja reconhecida é imprescindível a existência de alguns requisitos, ou seja, a agressão deverá ser injusta, e está deverá ser atual, realizada naquele instante ou que está preste a acontecer e como prevê o artigo citado acima, em seu parágrafo único, o excesso será punível seja em sua forma dolosa ou culposa.
Haja vista que Damásio E. de Jesus, entende que: 
A antijuridicidade, segundo requisito do crime, pode ser afastada por determinadas causas, denominadas ‘causas da exclusão da antijuridicidade’ ou ‘justificativas’. Quando isso ocorre, o fato permanece típico, mas não há crime: excluindo-se a ilicitude, e sendo ela requisita do crime, fica excluído o próprio delito. Em consequência, o sujeito deve ser absolvido. (JESUS, 1997 p.360)
Conforme prevê o artigo 25 do Código penal: 
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Concernente a isso, os requisitos da legítima defesa são: a agressão injusta, iminente ou instantânea; a direito próprio ou de outrem; conduta com os meios necessários; uso equilibrado dos meios indispensáveis. Onde a legítima defesa não específica em bem jurídico tutelado, cabendo a defesa de qualquer bem seja ele próprio ou de terceiro.
A legítima defesa, possui algumas espécies distintas, a legítima defesa real, própria ou autêntica; legítima defesa putativa; legítima defesa recíproca; legítima defesa de terceiro; legítima defesa sucessiva e legítima defesa da honra.
Legítima defesa real, própria ou autentica, é aquele exercida pela própria vítima que sofreu a injusta agressão, para este tipo de legítima defesa a vítima deve-se utilizar de meios que tenham a mesma proporção da reação ilegal do agressor. Neste caso também, a agressão injusta está efetivamente acontecendo.
Legítima defesa putativa neste caso a vítima imagina que irá sofrer uma injusta agressão, por um erro justificável pelas circunstâncias, repele aquilo que acredita ser verdadeira agressão injusta e iminente. De modo que está previsto no artigo 20 do código penal, sobre o erro constitutivo do tipo penal, este exclui o dolo, mas se previsto em lei, permite a punição por crime culposo.
Legítima defesa recíproca neste caso, como o próprio nome já diz, é recíproco, ocorre quando a agressão de ambas as partes, de modo que o ataque e a defesa ocorreram ao mesmo tempo, nesta modalidade é difícil identificar quem iniciou a injusta agressão, de modo que o juiz ao caso concreto, aplica a legítima defesa recíproca. De modo que no ordenamento jurídico não existe a possibilidade de legítima defesa contra legítima defesa, ou seja, a legítima defesa só caberá no caso da vítima que sofreu injusta agressão. 
Legítima defesa de terceiro, neste caso a pessoa além de defender seu direito próprio, poderá defender direitos de outrem, mesmo que este terceiro não tenha relação com o defensor da agressão.
Legítima defesa sucessiva este tipo de legítima defesa ocorre quando o agressor inicia a injusta agressão contra a vítima, e a vítima ao se defender desta injusta agressão, ultrapassa os limites da proporcionalidade e o agressor que iniciou a injusta agressão, utiliza agora de meios para se defender dos efeitos desta atual ação da vítima. De modo como ensina rogério greco (2016), quando o agente alcança seu objetivo, qual seja, fazer cessar a injusta agressão, já não poderá ir além.
Legítima defesa da honra, se diz diretamente a honra do indivíduo, o artigo 25 do código penal, como já mencionado, não descreve quais bens são protegidos, de modo que de uma forma interpretativa, começou a se discutir sobre essa defesa sobre o direito da honra, visto que este instituto estava sendo bastante discutido por ser utilizado de maneira errônea em casos de feminicídio, decorrente isto o Supremo Tribunal Federal, decidiu de forma unânime no dia 12 de março de 2021, subsequente a uma sessão virtual que a legitima defesa da honra é inconstitucional e não pode ser utilizado como argumento para justificar crimes contra o ódio baseado no gênero da vítima por ser mulher em ações criminais.
Em referência a legítima defesa, a lei federal nº 13.964 de dezembro de 2019, popularmente conhecida como “pacote anticrime”, que trouxe pontuais alterações a legislação penal, uma em particular aborda diretamente a atividade operacional das polícias, trata-se do instituto da “legítima defesa protetiva”, que englobará não apenas a injusta agressão, como também o risco a ela. 
Segundo o artigo 25 do código penal, entende-se como legitime defesa, quem utilizando dos meios proporcionais necessários, repele a injusta agressão, atual e iminente, a direito seu ou de terceiros. Nessa conformidade, com o pacote anticrimes, foi acrescido um parágrafo ao tipo em questão, que considera legitima defesa o agente de segurança pública que rechaça a agressão ou o risco de agressão a vítima mantida refém durante prática de crimes.
De sorte que a vítima mantida refém sob o risco de agressão, ou seja, a possibilidade de ela ser agredida é real, criando-se o risco, pois é uma tendência favorável a situação que esta sofra injusta agressão. De modo que o risco é a probabilidade ou chance de lesão ou morte. Já o perigo é o agressor, que possui a condição de causar o evento danoso, observado isto, entende-se:
1. Perigo: perpetrador armado tomando um refém;
2. Risco: refém com risco de ser agredido ou morto pelo sequestrador;
3. Ação Legal: repelir o risco da agressão, afastando o perigo.
Portanto, a legítima defesa incluída pelo pacote anticrimes, deu origem ao que doutrinadores, chamam de “legítima defesa protetiva”, no tocante que realizada nos meios necessários e proporcionais, afasta a injusta agressão ou o risco de injusta agressão a vítima mantida refém durante a pratica de crimes.
LESSA, Marcelo de Lima. A Lei federal n. 13.964, de 24 de dezembro de 2019 e o advento da legítima defesa protetiva. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 25, n. 6072, 15 fev. 2020. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/78628. Acesso em: 16 mar. 2021.
https://alvesmarques.jusbrasil.com.br/artigos/150318902/obediencia-hierarquica
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/coacao-irresistivel-e-obediencia-hierarquica/61398
https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+65+do+C%C3%B3digo+Penal+-+Decreto+Lei+2848%2F40#:~:text=Artigo%2065%20do%20Decreto%20Lei%20n%C2%BA%202.848%20de%2007%20de%20Dezembro%20de%201940&text=b)%20procurado%2C%20por%20sua%20espont%C3%A2nea,do%20julgamento%2C%20reparado%20o%20dano%3B&text=e)%20cometido%20o%20crime%20sob,tumulto%2C%20se%20n%C3%A3o%20o%20provocou.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2020/03/18/exclusao-da-culpabilidade-pela-obediencia-hierarquica-exige-ordem-nao-manifestamente-ilegal/
https://www.migalhas.com.br/depeso/279650/obediencia-hierarquica
https://jus.com.br/artigos/59535/o-estado-de-necessidade-no-direito-penal-brasileiro
https://campuslab.com.br/especialidades/direito-penal/aulas/ilicitude-ou-antijuridicidade-pe-009/conteudos/estado-de-necessidade-html-cl-pe-tu-050
https://emporiododireito.com.br/leitura/estado-de-necessidade-justificante-e-estado-de-necessidade-exculpante
https://rochadvogados.com.br/estado-de-necessidade/
https://direito.legal/artigos/estado-de-necessidade/
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637476/artigo-23-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://direito.legal/direito-publico/resumo-de-estado-de-necessidade/
 	
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/as-principais-especies-de-legitima-defesa-no-codigo-penal-brasileiro/
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/03/15/stf-proibe-uso-da-tese-de-legitima-defesa-da-honra-em-crimes-de-feminicidio

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