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ENEM - FILOSOFIA: HISTÓRIA DA FILOSOFIA Helenismo: Ceticismo

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ENEM – FILOSOFIA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA – Helenismo: Ceticismo
A escola filosófica do Ceticismo surge com Pirro de Elis quando ainda Aristóteles era vivo, por 
volta de 330 antes de Cristo. Pirro foi soldado de Alexandre Magno e viajou com o Imperador grego
em suas extensas campanhas, entrou em contato com culturas hindus – os ginosofistas (sábios nus) 
– e se dedicou à Filosofia em sua volta quando passou a duvidar das concepções filosóficas 
universais clássicas da sua cultura grega.
Assim como as demais escolas helenistas, buscava a eudaimonia, a felicidade, e para isso partia
de uma conduta que suspendia os juízos porque nada poderia ser conhecido: uma soma de epoché (a
suspensão do juízo) com ataraxia (ausência de ação), pois quem sabe de algo precisa se 
comprometer com alguma realização, mas quem duvida que nada pode ser conhecido não tem o 
compromisso com posicionamentos e assim pode ficar imperturbável e mais facilmente ser feliz.
O ceticismo de antes da Era Cristã é chamado de ceticismo acadêmico (dogmatista) por ter 
alguns adeptos que estudavam também na Academia de Platão, que estava então na sexta diretoria 
quando se tornou mais cética. Mas quem difundiu bastante essa doutrina foi Sexto Empírico já na 
Era Cristã quando reuniu adeptos para estudar e viver conforme o próprio Pirro, o que é chamado de
ceticismo pirrônico (autêntico). Diz o professor Danilo Marcondes que “enquanto os acadêmicos 
afirmam ser impossível encontrar a verdade, os céticos, por assim dizer ‘autênticos’, seguem 
buscando. Aliás, o termo skepsis significa literalmente ‘investigação’, ‘indagação’. Ou seja, a 
afirmação de que a verdade seria inapreensível já não caracterizaria mais uma posição cética, e sim 
uma forma de dogmatismo negativo. A posição cética, ao contrário, caracterizar-se-ia pela 
suspensão do juízo (epoché) quanto à possibilidade ou não de algo ser verdadeiro ou falso”.
A diferença está em que o ceticismo acadêmico estudava um método para afirmar a 
impossibilidade de se chegar à Verdade e o ceticismo inspirado em Pirro tinha uma conduta de 
apenas entender que o que se pode perceber são os fenômenos que aconteciam que nada deles se 
pode saber, resultando em uma indiferença em relação a qualquer método para buscar saber ou não 
saber. O ceticismo acadêmico ocorria em um ambiente escolar de ensino regular e o ceticismo 
pirrônico posterior criado por Sexto Empírico era uma espécie de medicina da alma que 
recomendava a indiferença e a imperturbabilidade da alma como maneira de alcançar a felicidade 
sem a herança platônica da didática escolar e com cunho terapêutico.

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