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Doenças congênitas do tecido ósseo e tecido cartilaginoso - Anomalias no desenvolvimento do esqueleto são frequentemente resultado de mutações hereditárias e se manifestam primeiramente durante estágios iniciais da formação óssea - Problemas localizados na migração e condensação do mesênquima (disostose) ou da desorganização global de osso e/ou da cartilagem (displasia) - As formas mais comuns incluem ausência completa de um osso ou de todo um dedo (aplasia), ossos ou dedos extras (dedo supranumerário) e fusão anormal dos ossos (sindactilia, craniossinostose) OBS: Mutações pontuais em um único gene (COL2A1) podem resultar em diferentes fenótipos, enquanto, por sua vez, mutações em genes diferentes (LRP5, RANKL) podem dar origem a fenótipos clínicos semelhantes Acondroplasia - Displasia esquelética mais comum - Uma das causas principais de nanismo - Autossômica dominante - Resultando em crescimento da cartilagem retardado Displasia Tanatofórica - É a forma letal de nanismo mais comum - Os indivíduos afetados têm encurtamento desproporcional dos membros - Redução da reprodução de condrócitos e da desorganização na zona de proliferaçãoOssos, articulações, partes moles, nervos periféricos e músculos Osteogênese imperfeita - Doença hereditária mais comum do tecido conjuntivo - Deficiências na síntese do colágeno do tipo I - Autossômica dominante Osteopetrose - Doenças dos ossos de mármore - Reabsorção óssea reduzida e esclerose esquelética simétrica difusa - Formação ou função prejudicada dos osteoclastos - Doenças genéticas raras Doenças metabólicas do tecido ósseo Osteoporose - É definida como a osteopenia que é grave o suficiente para aumentar significativamente o risco de fratura - Primária ou secundária - Mais comum com a idade avançada e pós-menopausa ■ Alterações relacionadas à idade Capacidade reduzida de sintetizar osso Baixa renovação/remodelação ■ Atividade física reduzida Aumenta a taxa de perda óssea, porque as forças mecânicas estimulam o remodelamento ósseo normal A diminuição da atividade física que está associada ao envelhecimento normal contribui para a osteoporose senil ■ Fatores genéticos Defeitos de um único gene - LRP5-participam apenas de uma pequena fração dos casos Polimorfismos em outros genes podem ser responsáveis pela variação no pico de densidade do osso dentro de uma população ■ Estado nutricional em relação ao cálcio Contribuições: deficiência de cálcio, concentrações aumentadas de PTH e níveis reduzidos de vitamina D ■ Influências hormonais Após a menopausa, as reduções anuais de massa óssea podem atingir até 2% de osso cortical e 9% de osso esponjoso As mulheres podem perder até 35% de osso cortical e 50% de osso esponjoso A diminuição do estrogênio parece aumentar a secreção de citocinas inflamatória Morfologia Histológica - A principal característica da osteoporose é o osso histologicamente normal, diminuído em quantidade - As placas trabeculares se tornam perfuradas, adelgaçadas, e perdem suas interconexões, levando a microfraturas progressivas e consequente colapso vertebral Raquitismo e osteomalácia - Deficiência de vitamina D ou de seu Metabolismo - Comprometimento da mineralização Hiperparatireoidismo O hormônio da paratireoide (PTH) desempenha um papel central na homeostase do cálcio, sendo eles: • Excesso PTH, aumento atividade de osteoclastos, reabsorção óssea e osteopenia • Excreção aumentada de fosfatos. Reabsorção aumentada de Ca+ nos túbulos Renais • Aumento da síntese de vitamina D ativada pelos rins o que aumenta absorção de Ca+ no intestino e mobiliza Ca+ dos ossos por osteoblastos • Aumento de Calcio sérico - O PTH é diretamente responsável pelas alterações ósseas observadas em hiperparatiroidismo primário, mas alterações adicionais contribuem para o desenvolvimento de doença óssea no hiperparatireoidismo secundário Histologia: osteoporose, tumor marrom e osteíte fibrosa cística Doença de Paget óssea - É um distúrbio de aumento desordenado da massa óssea, que se torna estruturalmente instável - Pode ser dividida em três fases sequenciais: (1) Estágio osteolítico inicial (2) Estágio osteoclástico-osteoblástico misto, que termina com o predomínio da atividade osteoblástica (3) Estágio quiescente osteoesclerótico de esgotamento fina Fraturas - Uma fratura é definida como a perda da integridade óssea devido à injúria mecânica e/ou redução da resistência óssea - As fraturas são algumas das condições patológicas mais comuns que afetam ossos Osteonecrose (avascular) - Infarto das células do osso e medula - Lesão vascular: traumas, medicamentos, doenças sistêmicas, radiação Osteomielite - Denota inflamação do osso e da medula, virtualmente sempre secundária à infecção - Pode ser uma complicação de qualquer infecção sistêmica, mas em geral se manifesta como um foco solitário de doença primária - Fraturas expostas, procedimentos cirúrgicos, 2ª ao pé diabético - Todos os tipos de organismos, podem causar osteomielite, mas infecções causadas por certas bactérias são as mais comuns - S. aureus > Micobactérias Tumores ósseos e lesões semelhantes a tumores Tumores formadores de ossos - Produzem matriz osteoide não mineralizada ou osso reticular mineralizado 1 - Osteoma osteoide e osteoblastoma - São tumores benignos produtores de osso, que têm características histológicas idênticas, mas diferem em tamanho, locais de origem e sintomas Osteomas osteoides São menores que 2 cm de diâmetro - Ocorrem mais em homens jovens, em sua adolescência ou por volta dos 20 anos - 50% dos casos envolvem o fêmur ou tíbia - Há uma rima espessa de osso cortical reativo que pode ser a única pista radiológica - Dor severa noturna que é aliviada pela aspirina e outros agentes anti-inflamatórios não esteroides Osteoblastoma - São maiores que 2 cm, elementos posteriores das vértebras (lâminas e pedículos) - Dor não responde aos mesmos medicamentos e sem reação óssea significativa 2.Osteossarcoma - Maligno, produz matriz osteoide ou osso mineralizado - Tumor primário mais comum do osso (excluindo mieloma e linfoma) - 75% ocorrem em pessoas com menos de 20 anos de idade, segundo pico adultos com idade mais avançada - Fatores predisponentes: Doença de Paget, infartos nas células ósseas e radiação prévia - secundário - Os tumores geralmente surgem na região metafisária dos ossos longos das extremidades - Se apresentam como massas dolorosas e de crescimento progressivo - Algumas vezes, uma fratura súbita do osso é o sintoma primário - 70% com anormalidades genéticas - As radiografias mostram geralmente uma massa grande, destrutiva, mista (lítica e blástica), com margens infiltrativa - O tumor muitas vezes rompe o córtex e eleva o periósteo, resultando na formação de osso periosteal reativo - A sombra triangular entre o córtex e extremidades levantadas de periósteo, conhecida radiograficamente como triângulo de Codman, é indicativa de um tumor agressivo Osteossarcoma da tíbia proximal. O tumor pardo-esbranquiçado preenche a maior parte da cavidade medular da metáfise e diáfise proximais. Ele se infiltrou através do córtex, levantou o periósteo e formou massas nos tecidos moles em ambos os lados do osso Padrão fino e semelhante a renda de osso neoplásico produzido por células de tumor maligno anaplásico em um osteossarcoma Tumores ósseos e lesões semelhantes a tumores Tumores formadores de cartilagem: - Formadores de cartilagem hialina - Maioria benignos 1 – Osteocondroma - É um tumor benigno encapado por cartilagem que se prende ao esqueleto subjacente por um talo ósseo - Tumor ósseo benigno mais comum - A maioria são solitários, o restante é visto como parte da síndrome de exostose múltipla hereditária, que é uma doença hereditária autossômica dominante - Os solitários são geralmente diagnosticados primeiramente ao final da adolescência e início da idade adulta, mas múltiplos osteocondromas podem se tornar aparentes na infância - Os osteocondromas se desenvolvem apenas em ossos de origem endocondral e surgem a partir da metáfise perto da placa de crescimentodos ossos longos tubulares - Mutações germinativas de perda de função nos genes EXT1 ou EXT2 - alteram os reguladores locais de crescimento da cartilagem - Sésseis ou pedunculados, até 20 cm, cartilagem hialina benigna sobre osso recém formado O desenvolvimento de um osteocondroma, começando com um crescimento exofítico da cartilagem epifisária 2- Condroma - São tumores benignos de cartilagem hialina que muitas vezes ocorrem em ossos de origem endocondral - Podem surgir dentro da cavidade medular, onde são conhecidos como encondromas, ou sobre a superfície do osso, onde são chamados condromas justacorticais - Encondromas são os mais comuns entre os tumores intraósseos de cartilagem e são geralmente diagnosticados em indivíduos de 20 a 50 anos de idade - Eles aparecem como lesões metafisárias solitárias de ossos tubulares das mãos e dos pés - A doença de Ollier e a síndrome de Maffucci são doenças não hereditárias caracterizadas por múltiplos encondroma 3 – Condrossarcoma - São tumores malignos que produzem cartilagem - Tem células claras, desdiferenciado e mesenquimal - Em geral acomete quem têm 40 anos ou mais - Células claras e mesenquimal mais em crianças e adultos jovens - Comumente surgem no esqueleto axial, especialmente na pelve, ombros e costelas. - Condrossarcomas provenientes da síndrome de osteocondromas múltiplos exibem mutações nos genes EXT - Condrossarcomas tanto esporádicos como relacionados à condromatose podem ter mutações IDH1 e IDH2 - Nódulos de cartilagem com áreas mixoides e gelatinosas, calcificação, necrose central com formação de cistos, envolve partes moles, canal medular e trabéculas ósseas normais - Celularidade, atipia e mitoses: graus de 1 a 3 Condrossarcoma. A, Nódulos de cartilagem hialina e mixoide permeando toda a cavidade medular, crescendo através do córtex e formando uma massa relativamente bem circunscrita nos tecidos moles. B, Condrócitos anaplásicos em meio a matriz da cartilagem hialina em um condrossarcoma grau 3 Tumores de origem desconhecida 1 - Sarcoma de Ewing - Células pequenas redondas e azuis com diferentes graus de diferenciação - Tumor Neuroectodérmico Primitivo e Tumor de Askin - Segundo grupo mais comum de sarcomas ósseos em crianças - Cerca de 80% dos indivíduos tem menos 20 anos - Os meninos são mais afetados e há uma predileção marcante para os brancos (caucasianos) - Geralmente surgem na diáfise de ossos tubulares longos e 20% extra esqueléticos - Eles se apresentam como massas dolorosas crescentes região sensível, quente e edemaciada - Raio-X com aparência casca de cebola - A maioria dos ESFT contém uma translocação (11; 22) (q24; q12) geradora de uma fusão do gene EWS no cromossomo 22 com o gene FLI1 - Invade córtex, periósteo e tecidos moles - Presença de rosetas de Homer-Wright (agrupamentos redondos de células em torno de um núcleo fibrilar central) indica um maior grau de diferenciação neuroectodérmica 2 - Tumor de células gigantes - Predomínio de células gigantes multinucleadas do tipo osteoclasto - Precursores osteoblásticos - Destroem córtex subjacente, massa vermelho acastanhada, envolta por fina camada de osso reativo - Localmente agressiva e mais comum em adultos - Acomete epífises de ossos longos. Fêmur distal e tíbia e proximal - Sintomas semelhantes à artrite - Ausência de osso ou cartilagem, numerosas células gigantes multinucleadas, entre elas células mononucleares 3 - Cisto ósseo aneurismático - Benigno, espaços císticos com sangue - Metáfise ossos longos e vértebras Lesões que simulam neoplasias Primária 4 - Fibroma não ossificante - Benigna provavelmente reativa - 50% estão entre a idade de 2-25 anos - É um defeito fibroso cortical/metafisário 5 - Displasia fibrosa - Benigno - Ocorrem durante desenvolvimento esquelético - Monostótico, poliostótico - Bem circunscrita, intramedulares, variam, em tamanho - Expandem e distorcem o osso, proliferação fibroblástica, trabéculas sem osteoblastos evidentes 6 - Metástases - Extensão direta, via hematogênica e linfática, propagação intraespinhal - Próstata, mama, rim, pulmão, etc Articulações 1 - Artrite 1.1 – Osteoartrite - Doença articular degenerativa, degeneração da cartilagem com alteração estrutural e funcional - Condrócitos respondem ao estresse bioquímico ou mecânico - Degradação da matriz e falha na reparação - Mediadores inflamatórios perpetuam e pioram - Incidência aumenta após 50 anos - Idiopática ou primária, insidiosa (sem uma causa aparente), oligoarticular - Secundária (5%) - Estresse biomecânico, fatores genéticos (lesão condrócitos e alteração na matriz extracelular) - Citocinas, fatores secretados pelos condrócitos e células sinoviais degradam matriz colágena (TGF-B, TNF, PG, óxido nítrico) - Inflamação crônica lenta 1.2 - Artrite reumatoide - Proliferação sinovial com processo inflamatório intenso, anticorpos antinucleares - autoimune - Doença inflamatória crônica, autoimune, atinge principalmente articulações, produzindo sinovite proliferativa não supurativa e inflamatória - Predisposição genética (HLA) e fatores ambientais - Anticorpos contra autoantígenos (IgM ou IgA + IgG = fator reumatoide) - Citocinas - TCD4+ - Destruição da cartilagem e anquilose - Lesões extra-articulares: pele, coração, vasos sanguíneos e pulmão - Nódulos reumatoides 1.3 - Artrite idiopática juvenil Antes dos 16 anos, oligoartrite, doença sistêmica, articulações grandes, sem nódulos reumatoides e fator reumatoide, AAN+ 1.4 - Espondiloartropatias soronegativas - Provavelmente autoimune, sacroilíacas e vertebrais - HLA-B27 - Sem fator reumatoide - Inserção de ligamentos 1.5 - Artrite infecciosa - Artrite supurativa infecção direta por microorganismos 1.6 - Artrite de lyme - Infecção sistêmica por Borrelia burgdorferi 1.7 - Artrite induzida por cristais - Gota: urato, artrite aguda, dentro e ao redor da articulação - Artrite por tofos - Nefropatia gotosa - Pseudogota (cristais de pirofosfato de cálcio): > 50 anos Tumores e lesões semelhantes a tumores nas articulações - Cistos gangliônicos e cistos sinoviais - Tumores de células gigantes tenossinoviais Tumores dos tecidos moles - Se refere a qualquer tecido não epitelial diferente do tecido ósseo, cartilagem, sistema nervoso central, tecidos hematopoiéticos e tecidos linfoides - Os tecidos moles são classificados de acordo com o tipo de tecido a que eles remetem, incluindo tecido adiposo, tecido conjuntivo fibroso e tecido neurovascular - A maioria são benignos - Existem indícios que esses tumores surgem a partir de células-tronco mesenquimais pluripotenciais e não são o resultado da transformação maligna de células maduras de natureza mesenquimal - Os tumores de tecidos moles podem surgir em qualquer local, e 40% ocorrem nos membros inferiores, especialmente na coxa - Enquanto a incidência geral de sarcomas aumenta com a idade, 15% surgem em crianças - A maioria aparecem de forma esporádica, sem causa predisponente. Enquanto, a minoria está associada a mutações em genes supressores tumorais (neurofibromatose tipo I, S. Gardner, S. Li-Fraumeni, S. Osler-Weber Rendu), radiação, queimaduras e toxinas - Classificação ocorre decorrente da morfologia, imuno-histoquímica e biologia molecular - Com base na graduação (é baseada no grau de diferenciação) e no estadiamento (profundidade) chega-se a um prognóstico Tumores do tecido adiposo - Lipoma Benigno, mais comum adultos, subcutâneo de extremidades e tronco Lipossarcoma - Maligno - Mais comum em adultos entre 50-60 anos - É profundo e retroperitônio - Bem diferenciado (MDM2), mixoide (translocação t(12;16), pleomórfico Tumores fibrosos Fascite nodular - É uma proliferação fibroblástica autolimitante que tipicamente ocorre em adultos na face volar do antebraço, no tórax ou no dorso - Trauma associado em 20-50% - Crescimento rápido - Translocação t(17;22)+gene de fusão MYH9-USP6 Fibromatoses Fibromatose superficial - Infiltrativa, deformidade local, inócua (não nocivo) - Fibroblastos proliferados associados à colágeno abundante e espesso - Seorigina na fáscia superficial, inclui a fibromatose palmar (Dupuytren), plantar, peniana (Peyronie) Fibromatose profunda - Incluem os tumores desmoides, que se originam na parede abdominal e nos músculos do tronco e dos membros, e no interior do abdome - Grandes massas infiltrativas, recorrentes, sem metas - Mutações genes CTNNB1 ou APC (profunda) - S. Gardner - Massas firmes, mal delimitadas, branco-acinzentada, 1 - 15 cm, elásticas, fibroblastos, colágeno Tumores tecido muscular esquelético - Maioria malignos - Rabdomioma a maioria está associado a Esclerose Tuberosa Rabdomiossarcoma - É o mais comum sarcoma de tecido mole da infância e da adolescência, usualmente aparecendo antes dos 20 anos de idade - Ocorre mais comumente na cabeça e no pescoço ou no trato geniturinário, em locais onde há pequena quantidade de tecido muscular estriado esquelético normal - Massa infiltrativa, macia, acinzentada - Células semelhantes ao músculo esquelético em diferentes estágios de diferenciação - células primitivas redondas e fusiformes Tumores de tecido muscular liso - Leiomioma: benigno, tecido muscular liso - Leiomiossarcoma: 10 - 20% sarcomas tecidos moles, maligno. - A maioria nas extremidades e retroperitônio - Massas firmes, volumosos e indolores - Células fusiformes em fascículos (actina, desmina, caldesmon) - Atipias, mitoses, necrose Tumores de origem incerta - sarcoma sinovial - 10%, 20 A 40 anos - Bifásicos ou monofásicos - Massa profunda - Translocação t(x;18)(p11;q11) - Ciclo celular - Sarcoma pleomórfico indiferenciado: Maligno com células pleomórficas de alto grau - Grandes - Necrose, hemorragia
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